Skip to main content

Batuque na cozinha

Não moro em casa de cômado
Não é por ter medo não

Na cozinha muita gente sempre trisca em alteração

Batuque na cozinha
Sinhá não quer
Por causa do batuque
Eu queimei o pé
Batuque na cozinha
Sinhá não quer
Por causa do batuque
Eu queimei o pé
Então não bula na cumbuca

Não me espante o rato
Se o branco tem ciúme
Que dirá o mulato
Eu fui na cozinha
Pra ver uma cebola
E o branco com ciúme
De uma tal crioula

Deixei a cebola, peguei a batata
E o branco com ciúme de uma tal mulata
Peguei o balaio pra medir a farinha
E o branco com ciúme de uma tal branquinha
Então não bula na cumbuca
Não me espante o rato

Se o branco tem ciúme
Que dirá o mulato
E o batuque na cozinha
Sinhá não quer
Por causa do batuque
Eu queimei o pé

Voltei na cozinha pra tomar um café
E o malandro ta de olho na minha mulher
Mas, comigo eu apelei pra desarmonia
E fomos direto pra delegacia
Seu comissário foi dizendo com altivez
E da casa de cômodos da tal Inês
Revistem os dois, botem no xadrez

Malandro comigo não tem vez
Mas o batuque na cozinha


Sinhá não quer
Por causa do batuque
Eu queimei o pé

Mas seu comissário
Eu estou com razão
Eu não moro na casa de arrumação
Eu fui apanhar meu violão
Que estava empenhado com Salomão

Eu pago a fiança com satisfação
Mas não me bota no xadrez
Com esse malandrão
Que faltou com respeito a um cidadão
Que é Paraíba do Norte, Maranhão

Patrão, prenda seu gado

Ô patrão
Ô patrão
Ô patrão, prenda seu gado
Na lavra tem um ditado
Quem mata gado é jurado
Missa de padra é latim
Rapaz solteiro é letrado
Em vim preso da Bahia
Só porque era namorado
Madame Diê, lalá

Samba ioiô, samba iaiá
Que o dia e vem, doná

Eu bem sei
Eu bem sei
Eu bem sei que fui culpado
De vir preso da Bahia
Só porque fui namorado
Vou tirar meu passaporte
Meu camarote de proa
Eu aqui não vou ficar
Vou-me embora pra Lisboa
Senhorita vai ver, doná

Samba ioiô, samba iaiá
Que o dia e vem, doná

Ô, Joana, ô Maria,
Saruê pra que trabalha
No pescoço da cutia
No pavilhão, da atalaia
Era hoje, era ontem, era donte
Era donte, era ontem, era hoje
Sinhazinha mandou me chamá
Corri quatro cantos
Balão de iaiá

Fala baixinho

Fala baixinho só pra eu ouvir
Porque ninguém vai mesmo compreender
Que o nosso amor é bem maior
Que tudo aquilo que eles sentem
Eu acho até que eles nem sentem, não
Espalham coisas só pra disfarçar
Daí então porque se dar
Ouvidos a quem nem sabe gostar

Olha só, meu bem, quando estamos sós
O mundo até parece que foi feito pra nós dois
Tanto amor assim que é melhor guardar
Pois que os invejosos vão querer roubar
A sinceridade é que vale mais
Pode a humanidade se roer de desamor
Vamos só nós dois
Sem olhar pra trás
Sem termos que ligar pra mais ninguém