Leve e suave
Há de ser leveUm levar suaveNada que entraveNossa vida breveTudo que me atreve A seguir de fatoO caminho exatoDa delicadezaDe ter a certezaDe viver no afetoSó viver no afeto
Lenine é um cantor, compositor e multi-instrumentista brasileiro que se destacou por sua habilidade musical e pela mistura de ritmos, como o rock, o pop, o samba e a música nordestina. Nascido em Recife, em 1959, ele começou a carreira na música na década de 1980 e se tornou conhecido em todo o Brasil com o sucesso da música “Hoje Eu Quero Sair Só” em 1997. Lenine é um artista versátil que também colaborou com outros artistas e produziu trilhas sonoras para cinema e televisão. Com uma carreira de mais de 30 anos, ele é considerado um dos principais representantes da música contemporânea brasileira.
Há de ser leveUm levar suaveNada que entraveNossa vida breveTudo que me atreve A seguir de fatoO caminho exatoDa delicadezaDe ter a certezaDe viver no afetoSó viver no afeto
Aquilo que dá no coração E nos joga nessa sinuca Que faz perder o ar e a razão E arrepia o pêlo da nuca Aquilo reage em cadeia Incendeia o corpo inteiro Faísca, risca, trisca, arrodeia Dispara o rito certeiro Avassalador Chega sem avisar Toma de assalto, atropela Vela de incendiar Arrebatador Vem de qualquer lugar Chega, nem pede licença Avança sem ponderar Aquilo bate, ilumina Invade a retina Retém no
Aquilo que dá no coração Read More »
Precário, provisório, perecível; Falível, transitório, transitivo; Efêmero, fugaz e passageiro Eis aqui um vivo, eis aqui um vivo! Impuro, imperfeito, impermanente; Incerto, incompleto, inconstante; Instável, variável, defectivo Eis aqui um vivo, eis aqui… E apesar… Do tráfico, do tráfego equívoco; Do tóxico, do trânsito nocivo; Da droga, do indigesto digestivo; Do câncer vil, do servo
Cadê a esfinge de pedra que ficava ali Virou areia Cadê a floresta que o mar já avistou dali Virou areia Cadê a mulher que esperava o pescador Virou areia Cadê o castelo onde um dia já dormiu um rei Virou areia E o livro que o dedo de Deus deixou escrita a lei Virou
Umbigo meu nome é umbigo Gosto muito de conversar comigo Umbigo meu nome é espelho Não dou ouvidos nem peço conselhos Umbigo meu nome é certeza Só é real o que convém à realeza Umbigo meu nome é verdade Sou o dono do mundo e o rei da cidade Umbigo meu nome é umbigo… Umbigo
Eu sei! Tudo por acaso Tudo por atraso Mera distração… Eu sei! Por impaciência Por obediência Pura intuição… Qualquer dia Qualquer hora Tempo e dimensão O futuro foi agora Tudo é invenção… Ninguém vai Saber de nada E eu sei Pelo sentimento Pelo envolvimento Pelo coração… Eu sei! Pela madrugada Pela emboscada Pela contramão… Qualquer
Eu sou feito de restos de estrelas Como o corvo, o carvalho e o carvão As sementes nasceram das cinzas De uma delas depois da explosão Sou o índio da estrela veloz e brilhante O que é forte como o jabuti O de antes de agora em diante E o distante galáxias daqui Canibal tropical,
É a festa dos negros coroados No batuque que abala o firmamento É a sombra dos séculos guardados É o rosto do girassol dos ventos É a chuva, o roncar de cachoeiras Na floresta onde o tempo toma impulso É a força que doma a terra inteira As bandeiras de fogo do crepúsculo Quando o
Eu já me perguntei se o tempo poderá realizar meus sonhos e desejos, será que eu já não sei por onde procurar ou todos os caminhos dão no mesmo e o certo é que eu não sei o que virá só posso te pedir que nunca se leve tão a sério nunca se deixe levar,
Sonhei e fui, sinais de sim, Amor sem fim, céu de capim, E eu olhando a vida olhar pra mim. Sonhei e fui, mar de cristal, Sol, água e sal, meu ancestral, E eu tão singular me vi plural. Sonhei e fui, num sonho à toa, Uma leoa, água de Goa, E eu rogando ao
Sob o mesmo céu Cada cidade é uma aldeia Uma pessoa! Um sonho, uma nação Sob o mesmo céu Meu coração Não tem fronteiras Nem relógio, nem bandeira Só o ritmo De uma canção maior… A gente vem Do tambor do Índio A gente vem de Portugal Vem do batuque negro A gente vem Do
Já naveguei maremoto e calmaria No meio-dia tapeia a luz do sol Incendiei o mar da melancolia Pra pescar tua alegria Fui a isca e o anzol A minha nau capitã dos meus amores Em cada porto deixou uma paixão O vento muda a rota dos meus sabores Naveguei todas as cores Pra virar camaleão
Só no Balanço do Mar Read More »
Quem liberta o furacão Desamarra o mar da praia Desarruma o rumo, entorta o prumo Erra sem destino amor Quem desata o céu da terra Desfere a flecha, rasga o ar Tira a luz da treva, razão a terra, erra, desatina, amor Quem move o mundo todo apenas sendo sentimental Sentimental Quem me tira o
Foi na leveza Só sentimento E me entregou suas palavras Como quem dava um pedaço Delicadeza foi Disse ao meu coração E ela me deu a intenção Do samba que eu não fiz Ô, sambá É o que eu quero sentir Ô, sambá Quando eu te ver sorrir Ô, sambá Coisa melhor que eu fiz
Saiu do congo num navio negreiro Baixou no litoral Batuque banzo no chão do terreiro Pra suportar o mal Correu, fugiu, sofreu, sumiu e subiu o morro E o horizonte era o fundo do quintal… Os atabaques gritam na macumba No tom dos ancestrais Na voz do blue, no rebolado da rumba Tem nego por
Os curiosos atrapalham o trânsito Gentileza é fundamental Não adianta esquentar a cabeça Não precisa avançar no sinal Dando seta pra mudar de pista Ou pra entrar na transversal Pisca alerta pra encostar na guia Pára brisa para o temporal Já buzinou, espere, não insista, Desencoste o seu do meu metal Devagar pra contemplar a
Rua da Passagem (Trânsito) Read More »
Dolores, dólares… O verbo saiu com os amigos Pra bater um papo na esquina. A verba pagava as despesas, Porque ela era tudo o que ele tinha. O verbo não soube explicar depois, Porque foi que a verba sumiu. Nos braços de outras palavras O verbo afagou sua mágoa e dormiu. O verbo gastou saliva,
Tá relampiano Cadê neném? Tá vendendo drops No sinal prá alguém Tá relampiano Cadê neném? Tá vendendo drops No sinal prá alguém E tá vendendo drops No sinal… Todo dia é dia Toda hora é hora Neném não demora Prá se levantar… Mãe lavando roupa Pai já foi embora E o caçula chora Prá se
No sub-imundo mundo sub-humano Aos montes, sob as pontes, sob o sol Sem ar, sem horizonte, no infortúnio Sem luz no fim do túnel, sem farol Sem-terra se transformam em sem-teto Pivetes logo se tornam pixotes Meninas, mini-xotas, mini-putas, de pequeninas tetas nos decotes Quem vai pagar a conta? Quem vai lavar a cruz? O
Pare de querer que eu vá, já que você não vem Pare de pedir que eu dê o que você já tem Pare de querer mudar o que transcorre bem Pare de falar de mim Pare de espetar, de se meter, de dissecar Pare de encher! Pare de encher! Pare de pensar que eu sou
Eu te pedi pra você ficar Você me disse não Eu me perdi e fui te procurar Em nome da paixão E agora vem você dizer Que eu não fiz por merecer Tudo que eu fiz Eu fiz por você Não teve jeito de te convencer Você não quis me ouvir E o meu defeito
Permanentemente, preso ao presente O homem na redoma de vidro São raros instantes De alívio e deleite Ele descobre o véu Que esconde o desconhecido, O desconhecido E é como uma tomada à distância Uma grande angular É como se nunca estivesse existido dúvida, Existido dúvida Evidentemente a mente é como um baú E homem
Tremenda correria Some com a mercadoria Sujou, sujou, sujou, rapaziada É penalty, é penalty Os homens tão na área Levaram, levaram Levaram na mão grande É grande, é grande, é grande a confusão É um armário esse negão Derruba o tabuleiro Mas parece um caminhão Derruba o tabuleiro Que barra pesada Os caras tão
Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos Como um deus e amanheço mortal E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim Ver que toda essa procura não tem fim E o que é que eu procuro afinal? Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O Silêncio das Estrelas Read More »
O que é bonito É o que persegue o infinito Mas eu não sou Eu não sou, não… Eu gosto é do inacabado O imperfeito, o estragado que dançou O que dançou… Eu quero mais erosão Menos granito Namorar o zero e o não Escrever tudo o que desprezo E desprezar tudo o que acredito
O mundo é pequeno prá caramba Tem alemão, italiano, italiana O mundo, filé à milanesa Tem coreano, japonês, japonesa… O mundo é uma salada russa Tem nego da Pérsia Tem nego da Prússia O mundo é uma esfiha de carne Tem nego do Zâmbia Tem nego do Zaire… O mundo é azul lá de cima
Pelos auto-falantes do universo Vou louvar-vos aqui na minha loa Um trabalho que fiz noutro planeta Onde nave flutua e disco voa: Fiz meu marco no solo marciano Num deserto vermelho sem garoa Este marco que eu fiz é fortaleza. Elevando ao quadrado Gibraltar! Torreão, levadiça, raio-laser E um sistem internet de radar: Não tem
Quando você Piscou por mim o aroma Me despertou De um estado de coma Quando você Partiu prá mim o embaraço Deu ferrugem Nos meus nervos de aço Meus Olhos de Raio X Cegaram de medo Pois tua alma É de chumbo e segredo Quando você Ciscou por mim indecisa Eu fui a razão Do
O Homem dos Olhos de Raio X Read More »
A nave quando desceu, desceu no morro Ficou da meia-noite ao meio-dia Saiu, deixou uma gente Tão igual e diferente Falava e todo mundo entendia Os homens se perguntaram Por que não desembarcaram em São Paulo, em Brasilia ou Natal? Vieram pedir socorro Pois quem mora lá no morro Vive perto do espaço sideral Pois
O Dia em que Faremos Contato Read More »
O curupira pirou na cor da branca de neve Daí o curupira pisou de neve O curupira parou e se ligou na branquinha Surrupiou a desbotada da fada e da carochinha Foi paixão à primeira vista Foi paixão de segunda mão Foi paixão com terceiras intenções Foi paixão a perder de vista Foi paixão em
O céu é muito Para o sol Alcança só O que gravita O tempo é longo Pra quem fica A terra gira Pra nós dois Um ano é pouco Pra depois O mundo é largo Pra quem fita A lua é manto Para o mar Querer é tanto Para a vida A lua é longe
Ningém me contou Foi meu mano que viu na marujada Meu amor botou O meu nome no pano da jangada O meu carretel de linha Ta guardado na gaveta Venho lá de alagoinha Linha branca e linha preta Vou vestida de rainha De sombrinha violeta Para ser a pastorinha Lá da nau catarineta Meu marujo
No Pano da Jangada Read More »
Malucos e donas de casa Vocês aí na porta do bar Os cães sem dono, os boiadeiros As putas Babalorixás… Os Gênios, os caminhoneiros Os sem terra e sem teto Atôres, Maestros, Djs Os Undergrounds, os Megastars Os Rolling Stones e o Rei… Ninguém faz idéia De quem vem lá! De quem vem lá! De
Hoje eu encontrei a Lua Antes dela me encontrar Me lancei pelas estrelas E brilhei no seu lugar Derramei minha saudade E a cidade se acendeu Por descuido ou por maldade Você não apareceu Hoje eu acordei o dia Antes dele te acordar Fui a luz da estrela-guia Pra poder te iluminar Derramei minha saudade
Nem o Sol, Nem a Lua, Nem Eu Read More »
Olho na pressão, tá fervendo Olho na panela Dinamite é o feijão cozinhando Dentro do molho dela A bruxa acendeu o fogo Se liga, rapaziada Tem mandinga de cabôco Mandando nessas parada Garrafada de serpente Despacho de cachoeira Quanto mais o fogo sobe Mais a panela cheira Olho na pressão, tá fervendo Olho na panela
Eu sou aquele navio no mar sem rumo e sem dono. Tenho a miragem do porto pra reconfortar meu sono, e flutuar sobre as águas da maré do abandono Ê lá no mar Eu vi uma maravilha. Vi o rosto de uma ilha Numa noite de luar Êta luar Lumiou meu navio, Quem vai lá
Minha cidade menina dos olhos do mar dos rios que levam meu coração do sol que começa a raiar é por você que eu peço na minha loa por essa gente tão boa abre um sorriso e canta Minha cidade das vilas, dos manguezais dos altos e dos coqueiros da fé que move o futuro
Minha Cidade (Menina dos Olhos do Mar) Read More »
Ela é minha delicia O meu adorno Janela de retorno Uma viagem sideral Ela é minha festa Meu requinte A única ouvinte Da minha radio nacional Ela é minha sina O meu cinema A tela da minha cena A cerca do meu quintal Minha meta, minha metade Minha seta, minha saudade Minha diva, meu divã
Muito do que eu faço Não penso, me lanço sem compromisso. Vou no meu compasso Danço, não canso a ninguém cobiço. Tudo o que eu te peço É por tudo que fiz e sei que mereço Posso, e te confesso. Você não sabe da missa um terço Tanto choro e pranto A vida dando na
A leste das montanhas da nação Cherokee Um índio na motocicleta cruza o deserto Ao longe o cemitério onde dorme o pai, Mas ele sabe que seu pai não está ali, É mais além Mais além) A linha que separa O mar do céu de chumbo A gaivota caça o peixe radioativo O náufrago retém
Moça Pernas de pinça Alta Corpo de lança Magra Olhos de corça Leve Toda cortiça Passa Como que nua Calma Finge que voa Brasa Chama na areia Bela Como eu queria Magra, leve, calma Toda ela bela Tudo nela chama Segue Enquanto suspiro Toda Cor de tempero Cheira Um cheiro tão raro Clara Cura o
Sou o coração do folclore nordestino Eu sou Mateus e Bastião do Boi Bumbá Sou o boneco do Mestre Vitalino Dançando uma ciranda em Itamaracá Eu sou um verso de Carlos Pena Filho Num frevo de Capiba Ao som da orquestra armorial Sou Capibaribe Num livro de João Cabral Sou mamulengo de São Bento do
Ah! Lavadeira do rio Muito lençol pra lavar Fica faltando uma saia Quando o sabão se acabar Mas corra pra beira da praia Veja a espuma brilhar Ouça o barulho bravio Das ondas que batem na beira do mar Ê, ô, o vento soprou Ê, ô, a folha caiu Ê, ô, cadê meu amor Que
Daqui desse momento Do meu olhar pra fora O mundo é só miragem A sombra do futuro A sobra do passado A sombra uma paisagem Quem vai virar o jogo E transformar a perda Em nossa recompensa Quando eu olhar pro lado Eu quero estar cercado Só de quem me interessa Às vezes é um
Eu vim plantar meu castelo Naquela serra de lá, Onde daqui a cem anos Vai ser uma beira-mar… Vi a cidade passando, Rugindo, através de mim… Cada vida Era uma batida Dum imenso tamborim. Eu era o lugar, ela era a viagem Cada um era real, cada outro era miragem. Eu era transparente, era gigante
Tanto faz se é pirata ou rei O reinado de um rei Nas mãos de um pirata de lei Se apaga Tanto faz se rei ou pirata A nau de um pirata Nas mãos de um rei de lata Se afoga… Tanto faz se o rei pirateou Eu tô lá e lô Tanto faz se
Mangueira, Ilê Aiê e viva o baticum Quando a Padre Miguel encontra com Olodum Caymmi com Noel, no Tom maior Jobim A Penha, a Candelária, o Senhor do Bonfim Irmão São Salvador e São Sebastião Tamborim, berimbau na marcação Pontal do Arpoador, final de Itapoã Meninos do Pelô, da Flor do Amanhã Diga aí, diga
Jack Soul Brasileiro E que som do pandeiro É certeiro e tem direção Já que subi nesse ringue E o país do swing É o país da contradição… Eu canto pro rei da levada Na lei da embolada Na língua da percussão A dança mugango dengo A ginga do mamolengo Charme dessa nação… Quem foi?
Jack Soul Brasileiro Read More »
É bonito se ver na beira da praia A gandaia das ondas que o barco balança Batendo na areia, molhando os cocares dos coqueiros Como guerreiros na dança Oooh, quem não viu vai ver(4x) A onda do mar crescer Olha que brisa é essa Que atravessa a imensidão do mar Rezo, paguei promessa E fui
Meu bem meu menino Me dê o seu sorriso A sua gargalhada escancarada Me empreste seus pés morenos. Coberto de sol Veloz sobre o areal Em corrida descalça descarada Rei da praia herói sem igual Me devolva meu coco Seu moleque bonitinho Me dê a sua bochecha Pra eu lhe pôr um beijinho Não ria
O que se abre aberto Se aproxima perto Pra esvaziar o já deserto Desorienta o incerto Ruma sem trajeto Nunca existiu mas eu deleto Querer sem objeto Voz sem alfabeto Enchendo um corpo já repleto O excesso, o exceto O etcétera e todo resto Do chão ao céu, da boca ao reto Eu só eu
Era um menino com o destino Do mundo nas mãos Olhos no dilúvio E os dedos num violão… Dançam cordilheiras Ondeando, ofegando no ar Roda, minha vida Se eu quiser Posso abrir um mar… E eu irei Em qualquer direção E voltarei Eu sou meu guia Eu sou meu guia… Parto com a lua Derramada
Rússia brazuca Brasa sivuca Baiões na neve Acordeonde Terras do longe Sertões Kiev Caymminino Singra sozinho O alto mar negro E os pescadores Versejadores Ouvem arpejos Arpões não ferem Lapões não querem Mais ventania Param no porto Cantam me coro Sua baía O resultado Não poderia Ser diferente Todo ligado Luz, sinergia Canções da gente
Rebenta na Febem rebelião um vem com um refém e um facão a mãe aflita grita logo: não! e gruda as mãos na grade do portão aqui no caos total do cu do mundo cão tal a pobreza, tal a podridão que assim nosso destino e direção são um enigma, uma interrogação Ecos do ão
Daqui desse momento Do meu olhar pra fora O mundo é só miragem A sombra do futuro A sobra do passado Assombram a paisagem. Quem vai virar o jogo E transformar a perda Em nossa recompensa Quando eu olhar pro lado Eu quero estar cercado Só de quem me interessa. Às vezes é um instante
É o que me interessa Read More »
Éramos uma pá de apocalípticos, De meros hippies, com um falso alarme… Economistas, médicos, políticos Apenas nos tratavam com escárnio. Nossas visões se revelaram válidas, E eles se calaram mas é tarde. As noites tão ficando meio cálidas… E um mato grosso em chamas longe arde O verde em cinzas se converte logo, logo… É
A curiosidade de saber O que me prende? O que me paralisa? Serão dois olhos Negros como os teus Que me farão cruzar a divisa… É como se eu fosse pr’um Vietnã Lutar por algo que não será meu A curiosidade de saber Quem é você?… Dois olhos negros! Dois olhos negros! Queria ter coragem
Somos Somente a fotografia. Dois navegantes perdidos no cais Distantes demais Somos instantes, palavras, poesia Dois delirantes ficando reais Distantes demais Noites de sol, loucos de amar, Quem poderia nos alcançar. Eu e você, sem perceber, Fomos ficando iguais, Longe, Distantes demais
Eu só penso em você Depois que eu penso em mim E eu penso tanto em nós dois Sei que é de cada um E acho até comum Pensar assim de nós dois Vai que a gente pensa igual E acho isso normal O igual da diferença Cada um, todo ser Tem sua crença Eu
O contra o encontro a contração A era o eros a erosão A fera a fúria o furacão O como o cosmo a comunhão A comunhão O pré a prece a procissão O pós o póstumo a possessão A cor a corte a curtição Amor a morte a continuação A continuação
De toda terra em que anda O mar só dança ciranda Na ilha de itamaracá E quando o mar cirandeia Eu cirandeio na areia Eu cirandeio no mar Achei na praia um marisco Com a letra do nome dela Do lado eu fiz um rabisco Botando a minha chancela Tirei da palhoça uma palha Fiz
Lá Onde o mar bebe o Capibaribe Coroado leão Caribenha nação Longe do Caribe. Tuaregue Nagô É a festa dos negros coroados Num batuque que abala o firmamento; É a sombra dos séculos guardados É o rosto do girassol dos ventos. É a chuva, o roncar de cachoeiras, Na floresta onde o tempo toma impulso,
Bate tantã, tambor Bate pé no andor Vamos bater perna Vamos bota mais fé É ou então não é Que a vida é eterna Vamos batê cabeça Mexer cabaça Sonar no oco do babaçu Luz pra quem bebe auasca Quem masca coca Quem bebe e masca em Machu Picchu Vez pra quem sofre e chora
Lá no sertão Cabra macho não ajoelha Nem faz parelha Com quem é de traição Puxa o facão, risca o chão Que sai centelha Porque tem vez Que só mesmo a lei do cão… É Lamp, é Lamp, é Lamp É Lampião Meu candeeiro encantado Meu candeeiro encantado… Enquanto a faca não sai Toda vermelha
Candeeiro Encantado Read More »
Chegou, chegou… A nossa tribo é o tambor que acorda o carnaval bebeu, sorriu, cantou… e organizou o cartel do alto-astral você que nada e não morre na praia você que é da gandaia, me diz, você que é do prazer, abra os seus olhos pra ver o lado iluminado do país o Rio de
Andei pra chegar tão longe Daqui de longe eu olhei pra tras E foi como ver distante Eu atravessando os meus temporais Ouvi Anna me chamando Disse se eu não fosse eu não ia mais Eu vi o que a gente fez pra chegar aqui E o que a gente faz Eu e Anna Anna
Alzira bebendo vodka defronte da Torre Malakof Descobre que o chão do Recife afunda um milímetro a cada gole Alzira na Rua do Hospício, no meio do asfalto, fez um jardim Em que paraíso distante, Alzira, ela espera por mim? Em que paraíso distante, Alzira, ela espera por mim? (Hei hei hei) Alzira Ô (Alzira
Deu raposa na cabeça Deu bicho no pé do samba Deu federa na muamba Deu surfista na central Deu entulho no canal E no jornal deu a notícia Que no cofre da polícia Muita prova se escondeu Estranho! Bizarro! Tudo isso aconteceu, Acredite, ou não… Inesperado! Normal só tem você e eu Metaleiros no Maraca
Ó meu senhor de poderosos braços Todos os mundos e o seus semi-deuses Vendo teus braços, teus rostos, teus olhos, teus ventres, tuas cochas, teus dentes terríveis Se apavora… Eu também… Quando eu te vejo Vishnu oni presente… Enchendo o céu com cores radiantes O teu olhar flameja E as bocas escancaradas Fico amedrontado… amedrontado
A Visão de Krishna na Forma Universal Read More »
Nenhum aquário é maior do que o mar Mas o mar espelhado em seus olhos Maior, me causa um efeito De concha no ouvido, barulho de mar Pipoco de onda, ribombo de espuma e sal Nenhuma taça me mata a sede Mas o sarrabulho me embriaga Mergulho na onda vaga Eu caio na rede Não
Como é que faz pra lavar a roupa? Vai na fonte, vai na fonte Como é que faz pra raiar o dia? No horizonte, no horizonte Este lugar é uma maravilha Mas como é que faz pra sair da ilha? Pela ponte, pela ponte A ponte não é de concreto, não é de ferro Não
A mancha vem comendo pela beira O óleo já tomou a cabeceira do rio E avança A mancha que vazou do casco do navio Colando as asas da ave praieira A mancha vem vindo Vem mais rápido que lancha Afogando peixe, encalhando prancha A mancha que mancha, Que mancha de óleo e vergonha Que mancha
Eu não alimento nada duvidoso Eu não dou de comer a cachorro raivoso Eu não morro de raiva Eu não mordo no nervo dormente Eu posso até não achar o seu coração E talvez esquecer o porquê da missão Que me faz nessa hora aqui presente E se a minha balada na hora h Atirar
A Balada do Cachorro Louco Read More »
A onda ainda quebra na praia, Espumas se misturam com o vento. No dia em que ocê foi embora, Eu fiquei sentindo saudades do que não foi Lembrando até do que eu não vivi pensando nós dois. Eu lembro a concha em seu ouvido, Trazendo o barulho do mar na areia. No dia em que
O último Pôr-do-sol Read More »
Tienen miedo del amor y no saber amar Tienem miedo de la sombra y miedo de la luz Tienem miedo de pedir y miedo de callar Miedo que da miedo del miedo que da Tienem miedo de subir y miedo de bajar Tienem miedo de la noche y miedo del azul Tienem miedo de escupir
É como se a gente não soubesse Pra que lado foi a vida Por que tanta solidão E não é a dor que me entristece É não ter uma saida Nem medida na paixão Foi, o amor se foi perdido Foi tão distraido Que nem me avisou Foi, o amor se foi calado Tão desesperado
A Medida Da Paixão Read More »
Não canto mais Babete nem Domingas Nem Xica nem Tereza, de Ben jor; Nem Drão nem Flora, do baiano Gil; Nem Ana nem Luiza, do maior; Já não homenageio Januária, Joana, Ana, Bárbara, de Chico; Nem Yoko, a nipônica de Lennon; Nem a cabocla, de Tinoco e de Tonico; Nem a tigreza nem a vera
Todas Elas juntas Num Só Ser Read More »
Se você quer me seguir Não é seguro Você não quer me trancar Num quarto escuro… Às vezes parece até Que a gente deu um nó Hoje eu quero sair só… Você não vai me acertar À queima-roupa Vem cá, me deixa fugir Me beija a bôca… Às vezes parece até Que a gente deu
Hoje eu Quero Sair Só Read More »
Tá cansada, senta Se acredita, tenta Se tá frio, esquenta Se tá fora, entra Se pediu, agüenta Se pediu, agüenta… Se sujou, cai fora Se dá pé, namora Tá doendo, chora Tá caindo, escora Não tá bom, melhora Não tá bom, melhora… Se aperta, grite Se tá chato, agite Se não tem, credite Se foi
Mesmo quando tudo pede Um pouco mais de calma Até quando o corpo pede Um pouco mais de alma A vida não pára… Enquanto o tempo Acelera e pede pressa Eu me recuso faço hora Vou na valsa A vida é tão rara… Enquanto todo mundo Espera a cura do mal E a loucura finge