Lá
Onde o mar bebe o Capibaribe
Coroado leão
Caribenha nação
Longe do Caribe.
Tuaregue Nagô
É a festa dos negros coroados
Num batuque que abala o firmamento;
É a sombra dos séculos guardados
É o rosto do girassol dos ventos.
É a chuva, o roncar de cachoeiras,
Na floresta onde o tempo toma impulso,
É a forca que doma a terra inteira
As bandeiras de fogo do crepúsculo.
Quando o grego cruzou Gibraltar
Onde o negro também navegou,
Beduíno saiu de Dacar
E o Viking no mar se atirou.
Uma ilha no meio do mar
Era a rota do navegador,
Fortaleza, taberna e pomar,
Num país tuaregue e nagô.
É o brilho dos trilhos que suportam
O gemido de mil canaviais;
Estandarte em veludo e pedrarias
Batuqueiro, coração dos carnavais.
É o frevo, a jogar pernas e braços
No alarido de um povo a se inventar;
É o conjuro de ritos e mistérios
É um vulto ancestral de além-mar.
Quando o grego cruzou Gibraltar
Onde o negro também navegou,
Beduíno saiu de Dacar
E o Viking no mar se atirou.
Era o porto para quem procurava
O país onde o sol vai se pôr
E o seu povo no céu batizava
As estrelas ao sul do Equador.
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