Elis Regina

Nascida em 17 de março de 1945 Elis Regina Carvalho Costa, conhecida profissionalmente como Elis Regina, foi uma cantora brasileira de música popular e jazz. Tornou-se conhecida nacionalmente em 1965 após cantar “Arrastão” (composta por Edu Lobo e Vinícius de Moraes) na primeira edição do concurso de música do festival TV Excelsior. Logo ingressou em O Fino da Bossa, programa da TV Record. 

Ela se destacou por sua voz, bem como por sua presença de palco, interpretação e apresentações em shows. Suas gravações incluem “Casa no Campo” (Zé Rodrix e Tavito), “Como Nossos Pais” (Belchior), “Águas de Março” (Tom Jobim), “O Bêbado e a Equilibrista” (Aldir Blanc e João Bosco) e “Madalena” (Ivan Lins). Na lista ainda estão alguns outros sucessos como: “Atrás da Porta” (Chico Buarque e Francis Hime), “Conversando no Bar” (Milton Nascimento) e “Upa Neguinho” (E. Lobo e Gianfrancesco Guarnieri).

Elis Regina nasceu em Porto Alegre, onde começou sua carreira como cantora desde cedo no programa infantil de rádio Clube de Guri. No início da adolescência, ela assinou um contrato de gravação e alguns anos depois viajou para o Rio de Janeiro, onde gravou seu primeiro álbum. 

Venceu seu primeiro concurso de música em 1965 cantando “Arrastão” de Edu Lobo e Vinícius de Moraes, o que a tornou a cantora brasileira mais vendida desde Carmen Miranda. Dois na Bossa é o seu segundo álbum. A parceria com Jair Rodrigues estabeleceu um recorde nacional de vendas com o álbum. Se tornou o primeiro álbum brasileiro a vender mais de um milhão de cópias. 

Transmitido pela TV, e também pelas rádios, “Arrastão” ganhou rapidamente popularidade. O disco representou o início da música popular brasileira e contrastou com a bossa nova. No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, ela ajudou a popularizar o tropicalismo com Gal Costa, Gilberto Gil e Caetano Veloso.

Regina foi apelidada de “furacão” e “pimenta”. Se mudou para o Rio na época em que o Brasil era governado por um grupo militar. Embora sua popularidade a tenha protegido de represálias quando criticou o regime durante uma turnê pela Europa, ela foi ameaçada de prisão a menos que cantasse o hino nacional brasileiro em um evento em homenagem ao aniversário do golpe. 

O álbum de Elis e Tom Jobim (Elis e Tom em Los Angeles) foi gravado nos anos 1970. O disco é um clássico com uma das maiores parcerias da história do MPB. Em 1982, ela estava iniciando seu terceiro casamento quando morreu; Em 19 de janeiro de 1982, Elis Regina morreu aos 36 anos de idade de uma overdose acidental de cocaína. 

Mais de 15 mil pessoas entre amigos e parentes compareceram e cantaram suas músicas em velório realizado no Teatro Bandeirantes em São Paulo. Mais de 100.000 pessoas e fãs seguiram seu cortejo fúnebre por toda São Paulo. Foi sepultada no Cemitério do Morumbi.

Vou deitar e rolar (Quaquaraquaquá)

Não venha querer se consolarQue agora não dá mais péNem nunca mais vai darTambém, quem mandou se levantar?Quem levantou pra sairPerde o lugar E agora, cadê teu novo amor?Cadê, que ele nunca funcionou?Cadê, que ele nada resolveu? Quaquaraquaquá, quem riu?Quaquaraquaquá, fui euQuaquaraquaquá, quem riu?Quaquaraquaquá, fui eu Ainda sou mais eu Você já entrou na de

Vou deitar e rolar (Quaquaraquaquá) Read More »

Lapinha

Quando eu morrer, me enterre na LapinhaQuando eu morrer, me enterre na LapinhaCalça, culote, palitó almofadinhaCalça, culote, palitó almofadinha Quando eu morrer, me enterre na LapinhaQuando eu morrer, me enterre na LapinhaCalça, culote, palitó almofadinhaCalça, culote, palitó almofadinha Vai meu lamento vai contarToda tristeza de viverAi a verdade sempre traiE às vezes traz um mal

Lapinha Read More »

Agora tá

Já que tá aí,Pela metade, mas táMelhor cuidarPra peteca não cairPra não deixar escapulirComo água no raloAquilo que já fez caloDoeu feito joaneteCastigou nosso cavaloCortou como caniveteFeriu, mexeu, mixouNunca comeu meladoVai lambuzarSe vacilar pode cantar pra subirPorque não dá pra começar todo rolo de novoSe o bolo ficar sem ovoSe a massa não tem fermentoSe

Agora tá Read More »

Terra de ninguém

Segue nessa marcha triste Seu caminho aflito Leva só saudade E a injustiça que só lhe foi feita Desde que nasceu Pelo mundo inteiro Que nada lhe deu Anda, teu caminho é longo Cheio de incerteza Tudo é só pobreza Tudo é só tristeza Tudo é terra morta Onde a terra é boa O senhor é dono Não deixa passar. Para no final da tarde Tomba já cansado Cai um

Terra de ninguém Read More »

Redescobrir

Como se fora a brincadeira de rodaMemória!Jogo do trabalho na dança das mãosMacias!O suor dos corpos, na canção da vidaHistórias!O suor da vida no calor de irmãosMagia! Como um animal que sabe da florestaMemória!Redescobrir o sal que está na própria peleMacia!Redescobrir o doce no lamber das línguasMacias!Redescobrir o gosto e o sabor da festaMagia! Vai

Redescobrir Read More »

Onze fitas

Por engano, vingança ou cortesiaTava lá morto e posto, um desregradoOnze tiros fizeram a avariaE o morto já tava conformadoOnze tiros e não sei porque tantosEsses tempos não tão pra ninhariaNão fosse a vez daquele um outro iaDeus o livre morresse assassinadoPro seu santo não era um qualquer umTrês dias num terreno abandonadoOstentando onze fitas

Onze fitas Read More »

Conversando no bar (Nas Asas da Panair)

Lá vinha o bonde no sobe-e-desce ladeiraE o motorneiro parava a orquestra um minutoPara me contar casos da campanha da ItáliaE do tiro que ele não levouLevei um susto imenso nas asas da PanairDescobri que as coisas mudamE que tudo é pequeno nas asas da Panair E lá vai menino xingando padre e pedraE lá

Conversando no bar (Nas Asas da Panair) Read More »

Upa neguinho

Upa neguinho na estradaUpa pra lá e pra cáVixi, que coisa mais lindaUpa neguinho começando a andarUpa neguinho na estradaUpa pra lá e pra cáVixi, que coisa mais lindaUpa neguinho começando a andarComeçando a andar, começando a andarE já começa a apanhar Cresce neguinho me abraçaCresce me ensina a cantarEu vim de tanta desgraça mas

Upa neguinho Read More »

Sonho de Maria

Tanta roupa pra lavarTodo o barraco pra arrumarTanta coisa pra esperar Todo o morro a sambarTanta gente pra invejarNenhum sonho pra sonhar Maria parou de trabalharNo ar uma voz chamouMaria olhou o céuMaria desejou o céu A vida é uma canção para se cantarMas é tarde pra voltarMaria deixou a criança chorarE uma estrela deixou

Sonho de Maria Read More »

Veleiro

Ê, ô, tá na hora e no tempoVamos lá que esse vento trazRecado de partir Beira de praiaNão faz mal que se deixeSe o caminho da gente vai pro mar Eu vou, tanta praia deixandoSem saber até quando eu vouQuando eu vou, quando eu vou voltar Eu vou pra terra distanteNão tem mar que me

Veleiro Read More »

Pra dizer adeus

Adeus Vou prá não voltar E onde quer que eu vá Sei que vou sozinha Tão sózinha amor Nem é bom pensar Que eu não volto mais Deste meu caminho Ah! Pena eu não saber Como te contar Que o amor foi tanto E no entanto, eu queria dizer Vem Eu só sei dizer Vem Nem que seja só Prá dizer adeus

Pra dizer adeus Read More »

O cavaleiro e os moinhos

Acreditar na existência dourada do solMesmo que em plena bocaNos bata o açoite contínuo da noiteArrebentar a corrente que envolve o amanhãDespertar as espadasVarrer as esfinges das encruzilhadasTodo esse tempo foi igual a dormir no navioSem fazer movimentoMas tecendo o fio da água e do vento Eu, baderneiro, me tornei cavaleiro,Malandramente, pelos caminhosMeu companheiro tá

O cavaleiro e os moinhos Read More »

Cabaré

Na porta lentas luzes de neonNa mesa flores murchas de creponE a luz grená filtrada entre conversasInventa um novo amor, loucas promessasDe tomara-que-cais surge a crooner do norteNem aplausos, nem vaias: um silêncio de morteAh, quem sabe de si nesses bares escurosQuem sabe dos outros, das grades, dos murosNo drama sufocado em cada rostoA lama

Cabaré Read More »

Bala com bala

A sala calaE o jornal preparaQuem está na salaCom pipoca e balaE o urubu sai voando, manso O tempo correE o suor escorreVem alguém de porreE há um corre-corre,E o mocinho chegando, dando Eu esqueço sempre nesta hora, linda, louraMinha velha fuga em todo impasseEu esqueço sempre nesta hora, linda, louraQuanto me custa dar a

Bala com bala Read More »

Lunik 9

Poetas, seresteiros, namorados, correi É chegada a hora de escrever e cantar Talvez as derradeiras noites de luar Momento histórico, simples resultado do desenvolvimento da ciência viva Afirmação do homem normal, gradativa sobre o universo natural Sei lá que mais Ah, sim! Os místicos também profetizando em tudo o fim do mundo E em tudo

Lunik 9 Read More »

Basta de clamares inocência

Basta de clamares inocênciaEu sei todo o mal que a mim você fezVocê desconhece consciênciaSó deseja o mal a quem o bem te fezBasta não ajoelhes, vá emboraSe estás arrependidoVê se choraQuando você partiuDisseste chora, não choreiCaprichosamente fui esquecendoQue te ameiHoje me encontras tão alegreE diferenteJesus nao castiga o filho que está inocenteBasta não ajoelhes,

Basta de clamares inocência Read More »

Nada será como antes

Eu já estou com o pé nessa estradaQualquer dia a gente se vêSei que nada será como antes amanhã Que notícias me dão dos amigos?Que notícias me dão de você?Sei que nada será como está, amanhã ou depois de amanhãResistindo na boca da noite um gosto de sol Num domingo qualquer, qualquer horaVentania em qualquer

Nada será como antes Read More »

Velha roupa colorida

Você não sente, não vêMas eu não posso deixar de dizer, meu amigoQue uma nova mudança em breve vai acontecerO que há algum tempo era novo, jovemHoje é antigoE precisamos todos rejuvenescer Nunca mais teu pai falou: She’s leaving homeE meteu o pé na estrada like a Rolling StoneNunca mais você buscou sua meninaPara correr

Velha roupa colorida Read More »

Essa mulher

De manhã cedo essa senhora se conforma Bota a mesa, tira o pó, lava a louça, seca os olhos Ah, como essa santa não se esquece, de pedir pelas mulheres Pelos filhos, pelo pão Depois, sorri meio sem graça E abraça aquele homem, aquele mundo Que a faz, assim feliz De tardezinha, essas menina se

Essa mulher Read More »

Cartomante

Nos dias de hoje é bom que se protejaOfereça a face pra quem quer que sejaNos dias de hoje esteja tranqüiloHaja o que houver pense nos seus filhos Não ande nos bares, esqueça os amigosNão pare nas praças, não corra perigoNão fale do medo que temos da vidaNão ponha o dedo na nossa ferida Nos

Cartomante Read More »

Aos nossos filhos

Perdoem a cara amarradaPerdoem a falta de abraçoPerdoem a falta de espaçoOs dias eram assim Perdoem por tantos perigosPerdoem a falta de abrigoPerdoem a falta de amigosOs dias eram assim Perdoem a falta de folhasPerdoem a falta de arPerdoem a falta de escolhaOs dias eram assim E quando passarem a limpoE quando cortarem os laçosE

Aos nossos filhos Read More »

Aprendendo a jogar

Dig dig dig dig dig da cá, ah, ahDig dig dig dig dig da cá, ah, ahDig dig dig dig dig da cá, ah, ahDig dig dig dig dig da cá, ah, ah Vivendo e aprendendo a jogarVivendo e aprendendo a jogarNem sempre ganhandoNem sempre perdendoMas, aprendendo a jogar Vivendo e aprendendo a jogarVivendo e

Aprendendo a jogar Read More »

Madalena

Oh! MadalenaO meu peito percebeuQue o mar é uma gotaComparado ao pranto meu… Fique certaQuando o nosso amor despertaLogo o sol se desesperaE se esconde lá na serra… Oh! MadalenaO que é meu não se divideNem tão pouco se admiteQuem do nosso amor duvide… Até a luaSe arrisca num palpiteQue o nosso amor existeForte ou

Madalena Read More »

O cantador

Amanhece, preciso ir Meu caminho é sem volta e sem ninguém Eu vou pra onde a estrada levar Cantador, só sei cantar Ah! eu canto a dor, canto a vida e a morte, canto o amor Ah! eu canto a dor, canto a vida e a morte, canto o amor Cantador não escolhe o seu

O cantador Read More »

Arrastão

Eh! tem jangada no marEh! eh! eh! Hoje tem arrastãoEh! Todo mundo pescarChega de sombra e João Jôvi Olha o arrastão entrando no mar sem fimÉ meu irmão me traz Iemanjá prá mimOlha o arrastão entrando no mar sem fimÉ meu irmão me traz Iemanjá prá mim Minha Santa Bárbara me abençoaiQuero me casar com

Arrastão Read More »

Nova estação

Nova esperançaBate coraçãoRenascer cada diaCom a luz da manhã Despertar sem medoEnganar a dorDisfarçar essa mágoaQue anda solta no ar Ter que acreditarNo regresso da estaçãoComo o sol volta a brilharCom as chuvas de verão Ter que acreditarSó pra ter razãoDe sonharMais uma vez Nova esperançaBate coraçãoRenascer cada diaCom a luz da manhã Semear a

Nova estação Read More »

Caxangá

Sempre no coração, haja o que houverA fome de um dia poderMorder a carne desta mulher Veja bem meu patrão como pode ser bomVocê trabalharia no solE eu tomando banho de marLuto para viver, vivo para morrerEnquanto minha morte não vem Eu vivo de brigar contra o reiEm volta do fogo todo mundo abrindo o

Caxangá Read More »

Vento de maio

Vento de maio rainha de raio estrela cadente Chegou de repente o fim da viagem Agora já não dá mais pra voltar atrás Rainha de maio valeu o teu pique Apenas para chover no meu piquenique Assim meu sapato coberto de barro Apenas pra não parar nem voltar atrás Chegou de repente o fim da

Vento de maio Read More »

Na batucada da vida

No dia em que eu apareci no mundo Juntou uma porção de vagabundo da orgia De noite teve samba e batucada Que acabou de madrugada em grossa pancadaria Depois do meu batismo de fumaça Mamei um litro e meio de cachaça – bem puxados E fui adormecer como um despacho Deitadinha no capacho na porta

Na batucada da vida Read More »

Agnus sei

Faces sob o sol, os olhos na cruz Os heróis do bem prosseguem na brisa da manhã Vão levar ao reino dos minaretes a paz na ponta dos arietes A conversão para os infiéis Para trás ficou a marca da cruz Na fumaça negra vinda na brisa da manhã Ah, como é difícil tornar-se herói

Agnus sei Read More »

Querelas do Brasil

O Brazil não conhece o Brasil O Brasil nunca foi ao Brazil Tapir, jabuti Iliana, alamanda, alialaúde Piau, ururau, akiataúde Piá, carioca, porecramecrã Jobimakarore Jobim-açu Uô-uô-uô-uô Pererê, câmara, tororó, olerê Piriri, ratatá, karatê, olará! O Brazil não merece o Brasil O Brazil tá matando o Brasil Jerebasaci Caandrades cunhãs, ariranharanha Sertões, Guimarães, bachianaságuas Imarionaíma, arirariboia

Querelas do Brasil Read More »

Romaria

É de sonho e de pó O destino de um só Feito eu perdido Em pensamentos Sobre o meu cavalo… É de laço e de nó De jibeira o jiló Dessa vida Cumprida a só.. Sou caipira, pirapora, Nossa Senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda O trem da minha vida…(2x) O meu

Romaria Read More »