Análise de Letras

Comentários Recentes

"Muito boa a interpretação do G. Fernandes, complementou e corrigiu alguns pontos falhos na interpretação que eu tinha feito anteriormente, e observou coisas novas que ainda eu não tinha notado. Concordo com G. Fernandes que ideia da música é fazer critica a ditadura, a censura e a situação social. Gostei da interpretação dele, com relação a esses aspectos.Mas discordo no ponto que o G. Fernandes diz que a música ao mesmo tempo exalta o movimento que segundo ele seria o Modernismo. Pra mim, acredito que nos trechos que a letra se refere ao “monumento”, esse monumento representa a Tropicália e não o Modernismo. Digo isso porque os argumentos usados com relação ao modernismo são praticamente iguais e valem também para a Tropicália. O modernismo quebrou padrões e rompeu barreiras. Como foi dito, antes do modernismo um artista que pintasse um quadro fora dos padrões de estética dos críticos não teria seu quadro reconhecido como arte e etc. No entanto a Tropicália também fez o mesmo, mas com a música. Ambos tem a mesma concepção Antropofagista. Após a Tropicália, o que antes não era visto como música, passou a ser visto, aceito e admirado como tal. Isso abriu possibilidades para o surgimento de novos artistas e compositores, que influênciados pelo Tropicalismo tiveram maior liberdade de criação musical,sem se prender a estéticas já definidas, dando origem a excelentes estilos e músicas da nossa tão querida e rica MPB. Sendo o Caetano do meio musical, acredito que ele esteja falando da Tropicália e não do Modernismo (Com exceção de Iracema, citação clara à literatura). Além disso, não se esqueçam que a música se chama Tropicália, foi lançada num disco que se chama Tropicália ou Panis et Circensis, e que esse disco praticamente “oficializa” o Tropicalismo."

Carlos Ferreira Viana em Tropicália (Caetano Veloso)

"Quando, seu moço Nasceu meu rebento Não era o momento Dele rebentar… Já foi nascendo Com cara de fome E eu não tinha nem nome Prá lhe dar… Como fui levando Não sei lhe explicar… Fui assim levando Ele a me levar… E na sua meninice Ele um dia me disse Que chegava lá… Olha aí! Olha aí! Olha aí! Aí o meu guri Olha aí! Olha aí! É o meu guri E ele chega… Chega suado E veloz do batente E traz sempre um presente Prá me encabular… Tanta corrente de ouro Seu moço Que haja pescoço Prá enfiar… Me trouxe uma bolsa Já com tudo dentro Chave, caderneta Terço e patuá… Um lenço e uma penca De documentos Prá finalmente Eu me identificar… Olha aí! Olha aí! Aí o meu guri Olha aí! Olha aí! É o meu guri E ele chega… Chega no morro Com o carregamento Pulseira, cimento Relógio, pneu, gravador… Rezo até ele chegar Cá no alto Essa onda de assaltos Está um horror… Eu consolo ele Ele me consola… Boto ele no colo Prá ele me ninar.. De repente acordo Olho pro lado E o danado Já foi trabalhar Olha aí! Olha aí! Aí o meu guri Olha aí! Olha aí! É o meu guri E ele chega… Chega estampado Manchete, retrato Com venda nos olhos Legenda e as iniciais… Eu não entendo essa gente Seu moço Fazendo alvoroço Demais… O guri no mato Acho que tá rindo Acho que tá lindo De papo pro ar Desde o começo Eu não disse Seu moço Ele disse que chegava lá… Olha aí! Olha aí! Olha aí! Aí o meu guri Olha aí! Olha aí É o meu guri…(3x)"

João Oliveira em O Meu Guri (Chico Buarque)