Skip to main content

Viagem passageira

O sonho é ter tudo resolvido
Com o passar do tempo pela vida
A casca da ferida se formando
A cicatriz na pele do futuro
A pele do futuro finalmente
Imune ao corte, à lâmina do tempo
O tempo finalmente estilhaçado
E a poeira sumindo no horizonte

O sonho é ter tudo dissolvido
O corpo, a mente, a fonte da lembrança
Enfim, ponto final na esperança
Somente as ondas soltas no oceano
Não mais o esperma e o óvulo da morte
Não mais a incerteza do binário
Um tempo liso sem o fuso horário

Não mais um sim, um não, um sul, um norte
O sonho dessa canção passageira
Mochila da viagem passageira
Passagem nessa vida passageira
Para uma vida ainda passageira

Sublime

Não que eu me iluda
Eu acho até que você gosta de mim
Não que eu me iluda
Eu penso até que você pensa

Mas não o suficiente pra ficar assim
Calado colado sem beijo apressado
Sem olhar pro lado
Sem tomar cuidado com o fim

Não que eu me iluda
Eu sinto até que você sente um frisson
O que não muda
Quando me diz que estar comigo é tão bom

Mas não o suficiente pra vencer o frio
Que a vida põe de frente
Quase que frequentemente
Só um abraço quente preenche o vazio

Meu amor, você vale a luta
Mas por favor, meu amor, me escuta
Viver comigo vive sim
Mas também vive sem mim
E o alguém que a gente tem
Tem que fazer tão bem
Que depois desse alguém é impossível ser sem

Insistir em nós seria um crime
O amor que a gente sente
O amor na vida da gente
Não pode ser menos do que
Sublime

Palavras no corpo

Fomos felizes e felizes fomos
E se já não somos, meu amor
Não se preocupe, não
Aperte a minha mão
Até a luz sumir
Em meio à escuridão
Você vai confiar em mim

Guarde um pedaço de mim
Um cheiro no lado da cama
Seu gosto na ponta do queixo
Meu sangue escorrendo seu peito

Vejo no tato sua pele
Tatuo com dedo o seu gosto
Não sigo mapas, desejo
Segredo e contato

Quero o brilho cortante
Desses cacos de vidro
Palavras no corpo
Respostas ao vento

Você diz pra não falar de amor
E me pede pra fechar os olhos
Esquecer, amor
Poucos versos são precisos

Ninguém diz eu te amo
Ninguém diz eu te amo
Ninguém diz eu te amo
Como eu

Ninguém diz eu te amo
Ninguém diz eu te amo
Ninguém diz eu te amo
Como eu

Ninguém diz eu te amo
Ninguém diz eu te amo
Como eu, como eu

Ninguém diz eu te amo
Ninguém diz eu te amo
Como eu, como eu
Ninguém diz melhor

Ninguém diz eu te amo
Ninguém diz, ninguém diz
Eu te amo como eu, como eu

Tuareg

Na areia branca do deserto escaldante
Ele nasceu, cresceu guerreando
Caminhando dia e noite
No deserto sem errar

Pois com muita fé, ele só para pra rezar
Pois pela direção do sol e das estrelas
No oásis escondido, água ele vai achar
Pois o homem de véu azul é o prometido de Alá

Pois ele é guerreiro
Ele é bandoleiro
Ah, ele é justiceiro
Ele é mandingueiro
Ele é um Tuareg

Galopando seu cavalo preto brilhante
Ele vem todo de azul
Orgulhoso e confiante
Trazendo seu rifle embalado
Sua adaga a tiracolo
Sempre pronto para o que der e o que vier
Pois ele é sentimental, humano, é nobre
É mouro, é muçulmano

Pois ele é guerreiro
Ele é bandoleiro
Ele é justiceiro
Ele é mandingueiro
Ele é um Tuareg

Caras e bocas

Quando canto um segredo
Quando mostro algum medo
Ou mais
Quando falo de amor ou desejo
Minha boca se mostra macia
Vermelha
Mas se desce a garganta
Das cordas escondidas
Nesse peito sufocado
Desse coração atrapalhado
Surge uma nota brilhante
De cristal transparente
Minha cara invade a cena
Rasga a vida
Mostra o brilho agudo musical

Da maior importância

Foi um pequeno momento, um jeito
Uma coisa assim
Era um movimento que aí você não pode mais
Gostar de mim direito
Teria sido na praia, medo
Vai ser um erro
Uma palavra, a palavra errada
Nada, nada
Basta nada, nada
E eu já quase não gosto e já nem gosto
Do jeito que de repente você foi olhada por nós
Porque eu sou tímido e teve um negócio
De você perguntar o meu signo
Quando não havia signo nenhum
Escorpião, Sagitário, não sei que lá
Ficou um papo de otário, um papo
Ia sendo bom
É tão difícil, tão simples, difícil, tão fácil
De repente ser uma coisa tão grande
Da maior importância
Deve haver uma transa qualquer pra você e pra mim
Entre nós
E você jogando fora e agora vá embora, vá
Deve haver um jeito qualquer, uma hora
Há sempre um homem para uma mulher
Há dez mulheres para cada um
Uma mulher é sempre uma mulher, etc. e tal
Assim como existe disco voador e o escuro do futuro
Pode haver no que está dependendo
De um pequeno momento puro de amor
Mas você não teve pique e agora não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique, você não teve pique
E agora não sou eu quem vai lhe dizer que fique
Mas você não teve pique e agora não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique, não sou eu quem vai
Você não teve pique
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Não sou eu quem vai
Não sou eu quem vai lhe dizer que você não teve pique
Não sou eu

Segunda

Segunda é dia de branco
Vou arrastar meu tamanco
Quem não tem dinheiro em banco
Madruga e Deus não ajuda

Sexta-feira eu dou o arranco
No sábado aguento o tranco
Chega no domingo estanco
Na segunda tudo muda

Digo isso com alegria
Não vejo o nascer do dia
Mas pela Virgem Maria
Tenho dinheiro e patrão

Eu mesmo sou mei galego
O meu chefe no emprego
É que é mulato pra nego:
Só ecos da escravidão

Se conhece pela bunda
Pela tristeza profunda
Mas é só dele a segunda
Eu foi que herdei a senzala

Mas agora a minha sala
Tem geladeira de gala
À dele quase se iguala
Muda o mundo em barafunda

Vou arrastar meu tamanco
Que amanhã volto à peleja
Quem não me mata me beija
Mas ninguém morre de inveja

Essa é a última cerveja
Bendigo quem vai à igreja
Quem não vai, louvado seja
Segunda é dia de branco

Neguinho

Neguinho não lê, neguinho não vê, não crê, pra quê?
Neguinho nem quer saber
O que afinal define a vida de neguinho

Neguinho compra o jornal, neguinho fura o sinal
Nem bem nem mal, prazer
Votou, chorou, gozou: o que importa, neguinho?

Rei, rei, neguinho rei
Sim, sei, neguinho
Rei, rei, neguinho é rei
Sei não, neguinho

Se nego pensa que é difícil, fácil, tocar bem esse país
Só pensa em se dar bem – neguinho também se acha
Neguinho compra 3 TVs de plasma, um carro, um GPS
E acha que é feliz
Neguinho também só quer saber de filme em shopping

Rei, rei, neguinho rei
Sim, sei, neguinho
Rei, rei, neguinho é rei
Sei não, neguinho

Se o mar do Rio tá gelado
Só se vê neguinho entrar e sair correndo azul
Já na Bahia nego fica den’dum útero
Neguinho vai pra Europa, States, Disney
E volta cheio de si
Neguinho cata lixo no Jardim Gramacho

Neguinho quer justiça e harmonia
Para se possível todo mundo
Mas a neurose de neguinho vem e estraga tudo
Nego abre banco, igreja, sauna, escola
Nego abre os braços e a voz
Talvez seja sua vez:
Neguinho que eu falo é nós

Rei, rei, neguinho rei
Sim, sei, neguinho
Rei, rei, neguinho é rei
Sei não, neguinho

Mar e sol

Um Sol
Eu sou
Para o seu mar, ó meu amor;
Você
O mar é
Para o meu Sol, para eu me pôr;

Me pôr
Em você,
Me espelhar, me espalhar;
Meu Sol
De arrebol
Deitar no leito de seu mar –

E entrar em você,
Em você queimar, arder;
Em você tremer, em você,
Em você morrer, morrer.

Um só,
Um nó
De fogo e água, terra e céu,
A sós,
Somos nós,
De corpo e alma, você e eu;

E eu
A descer,
A desnascer, desvanecer;
A ser
Em você
Um Sol a se dissolver –

Ao entrar em você,
Em você queimar, arder;
Em você tremer, em você,
Em você morrer, morrer.

Depois,
Nós dois,
Olhos nos olhos, vis-à-vis,
Nos seus
Olhos meus,
Me vejo no que vejo ali;

Ali,
Eu-você,
Olho no olho a se espelhar,
Amor,
Sem temor,
Olho o que eu olho me olhar –

Ao entrar em você,
Em você queimar, arder;
Em você tremer, em você,
Com você morrer, morrer.

Paixão de fogo de paixão
De fogo de paixão
De fogo de paixão,

Em que me afogo de paixão
Me afogo de paixão
Me afogo de paixão

Nossos momentos

Momentos são iguais àqueles
Em que eu te amei,
Palavras são iguais àquelas
Que eu te dediquei.

Eu escrevi na fria areia
Um nome para amar,
O mar chegou, tudo apagou,
Palavras leva o mar.

Teu coração, praia distante
Em meu perdido olhar,
Teu coração, mais inconstante
Que a incerteza do mar.

Teu castelo de carinhos
Eu nem pude terminar,
Momentos meus, que foram teus
Agora é recordar

Socorro

Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir
Socorro, alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor nem dor
Já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor, uma emoção pequena, qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva
Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento,
Acostamento,
Encruzilhada
Socorro, eu já não sinto nada

Lanterna dos Afogados

Quando tá escuro
E ninguém te ouve
Quando chega a noite
E você pode chorar
Há uma luz no túnel
Dos desesperados
Há um cais de porto
Pra quem precisa chegar
Eu tô na Lanterna dos Afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar

Uma noite longa
Pra uma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar
E são tantas marcas
Que já fazem parte
Do que eu sou agora
Mas ainda sei me virar
Eu tô na Lanterna dos Afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar

Futuros amantes

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios no ar

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

Nuvem negra

Não adianta
Me ver sorrir
Espelho meu
Meu riso é seu
Eu estou ilhada
Hoje não ligo a TV
Nem mesmo pra ver o Jô
Não vou sair
Se ligarem não estou
À manhã que vem
Nem bom-dia eu vou dar
Se chegar alguém
A me pedir um favor
Eu não sei
Tá difícil ser eu
Sem reclamar de tudo
Passa a nuvem negra
Larga o dia
E vê se leva o mal
Que me arrasou
Pra que não faça sofrer
Mais ninguém
Esse amor
Que é raro
E é preciso
Pra nos levantar
Me derrubou
Não sabe parar
De crescer
E doer…

Caminhos cruzados

Quando um coração que está cansado de sofrer
Encontra um coração também cansado de sofrer
É tempo de se pensar,
Que o amor pode de repente chegar
Quando existe alguém que tem saudade de outro alguém
E esse outro alguém não entender
Deixe esse novo amor chegar,
Mesmo que depois seja imprescindível chorar
Que tolo fui eu que em vão tentei raciocinar
Nas coisas do amor que ninguém pode explicar
Vem nós dois vamos tentar,
Só um novo amor pode a saudade apagar

Cabelo

Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabela
Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabelada

Quem disse que cabelo não sente
Quem disse que cabelo
Não gosta de pente
Cabelo quando cresce é tempo
Cabelo embaraçado é vento
Cabelo vem lá de dentro
Cabelo é como pensamento
Quem pensa que cabelo é mato
Quem pensa que cabelo é pasto
Cabelo com orgulho é crina
Cilindros de espessura fina
Cabelo quer ficar prá cima
Laque, fixador, gomalina

Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabelada
Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabelada

Quem quer a força de Sansão
Quem quer a juba de leão
Cabelo pode ser cortado
Cabelo pode ser comprido
Cabelo pode ser trançado
Cabelo pode ser tingido
Aparado ou escovado
Descolorido, descabelado
Cabelo pode ser bonito
Cruzado, seco ou molhado

Alguém me disse

Alguém me disse que tu andas novamente
De novo amor nova paixão toda contente
Conheço bem tuas promessas outras ouvi iguais a essas
Esse teu jeito de enganar conheço bem

Pouco me importa que tu beijes tantas vezes
E que tu mudes de paixão todos os meses

Se vais beijar como eu bem sei
Fazer sonhar como eu sonhei
Mas sem ter nunca amor igual
Ao que eu te dei

Viver e reviver (here, there and everywhere)

A vida é muito mais
Quando estou perto de você
E eu
Bem que tentei construir
Sonhos de paz vendo a relva crescer
Pobre de quem
Pensar que o amor morreu
É
Hoje eu lembrei de você
Noutro caminho tão longe daqui
Longe de mim
Eu sei o que você quer
Eu quero reviver
O que existe nas miragens
Que ninguém mais crê
A nossa viagem pelo céu de mel
Não ninguém pode esquecer
Que o sonho é livre, não morre jamais
Lembre de nós
Aonde esse amor viver
Vou viver
E reviver
Viver
E reviver

Me faz bem

Me faz bem
Esse jeito de se enroscar,
De chegar mansinho e se aninhar,
De me fazer seu par
Me faz bem
Esse jeito bom de gostar,
Viajar veredas que são mistério maior
Que o fundo do mar
Bem…
Me faz bem,
Arrepio de imaginar,
Me perder no lume do teu olhar,
Respirar, tocar
O teu corpo solto no cio
Me faz bem
Ser o velho lobo do mar
Que não cansa de navegar
Pois muito tesouro existe por lá
Me faz bem teu jeito de amar
Tens mais mistérios do que o mar
Me faz bem
Ser o velho lobo do mar
Que não cansa de navegar
Pois muito tesouro existe por lá
Me faz bem teu jeito de amar
Tens mais mistérios do que o mar

Lua de mel

Lua-de-mel
Mamam mamãe
Eu tô em lua-de-mel
Eu tô morando
Num pedaço do céu
Como o diabo gosta…(2x)

Todo delito
Doce deleite
Todo desfrute
Tem permissão
Tudo que dá prazer
Tentação!…

O dia inteiro
Nadar no mar
Banco de areia
Imensidão!
Tardes desmaios
Nossa canção
Diiiizzz!….

Lua-de-mel
Mamam mamãe
Eu tô em lua-de-mel
Eu tô morando
Num pedaço do céu
Como o diabo gosta…(2x)

Todo delito
Doce deleite
Todo desfrute
Tem permissão
Tudo que dá prazer
Tentação!…

O dia inteiro
Nadar no mar
Banco de areia
Imensidão!
Tardes desmaios
Nossa canção
Diiiizzz!…

Lua-de-mel
Mamam mamãe
Eu tô em lua-de-mel
Eu tô morando
Num pedaço do céu
Como o diabo gosta…(2x)

Da vida eu já conheço
A dor de não poder
Viver como eu queria
Mas uma coisa posso
Quando eu quero
Canto!, Canto!…

Lua-de-mel
Mamam mamãe
Eu tô em lua-de-mel
Eu tô morando
Num pedaço do céu
Como o diabo gosta…(2x)

Gosta!
Como o diabo gosta!…

Vaca profana

Respeito muito minhas lágrimas
Mas ainda mais minha risada
Escrevo, assim, minhas palavras
Na voz de uma mulher sagrada

Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada

Ê, ê, ê
Dona de divinas tetas
Derrama o leite bom na minha cara
E o leite mau na cara dos caretas

Segue a movida Madrileña
Também te mata Barcelona
Napoli, pino, pi, pau, punks
Picassos movem-se por Londres

Bahia, onipresentemente
Rio e belíssimo horizonte
Bahia, onipresentemente
Rio e belíssimo horizonte

Ê, ê, ê
Vaca de divinas tetas
La leche buena toda en mi garganta
La mala leche para los puretas

Quero que pinte um amor Bethânia
Stevie Wonder, Andaluz
Mas do que tive em Tel-Aviv
Perto do mar, longe da cruz

Mas em composição cubista
Meu mundo thelonius monk’s blues
Mas em composição cubista
Meu mundo thelonius monk’s blues

Ê, ê, ê
Dona das divinas tetas
Quero teu leite todo em minha alma
Nada de leite mau para os caretas

Sou tímido e espalhafatoso
Torre traçada por Gaudi
São Paulo é como o mundo todo
No mundo, um grande amor perdi

Caretas de Paris, New York
Sem mágoas, estamos aí
Caretas de Paris e New York
Sem mágoas estamos aí

Ê, ê, ê
Vaca das divinas tetas
Teu bom só para o oco, minha falta
E o resto inunde as almas dos caretas

Mas eu também sei ser careta
De perto, ninguém é normal
Às vezes, segue em linha reta
A vida que é meu bem, meu mal

No mais, as ramblas do planeta
Orxata de xufa, si us plau
No mais, as ramblas do planeta
Orchata de chufa, si us plau

Ê, ê, ê
Deusa de assombrosas tetas
Gotas de leite bom na minha cara
Chuva do mesmo bom sobre os caretas

La mala leche para los puretas
Nada de leite mau para os caretas
E o leite mau na cara dos caretas
Chuva do mesmo bom sobre os caretas
E o resto inunde as almas dos caretas

Atrás da Luminosidade

Andar à toa por aí
Atrás da luminosidade
De porta em porta, casa em casa
Rua em rua, que vontade
De não ter direção, profissão
Nada pra oferecer
De ser que nem balão
Sair do chão
Pra todo mundo ver

Sentindo a força irresistível da cidade
O meu sorriso cheio de felicidade
Vendo a moçada bater palma com vontade
Atração e novidade que eu preciso pra viver

Atrás de mim vem o clarim
Na minha frente a mocidade
Vem um tamanho som sem fim
Do povo todo em liberdade
Só quero aproveitar a ocasião
Que a natureza me deu
Será que é pretensão meu coração
Ser pura eletricidade

Sentindo a força irresistível da cidade
O meu sorriso cheio de felicidade
Vendo a moçada bater palma com vontade
Atração e novidade que eu preciso pra viver

Rumba louca

Meu coração bailava a toa
Num jogo de cintura tipo vai e vem
Agarradinho no corpo a corpo
Num bamboleio solto de vem cá meu bem
Rosto coladinho coxa e coxa
Orelinha um brinco que beijei
Beijo caprichado molha a boca
Cheiro no cangote dei
E a pulsação da rumba louca
Pôs mais fogo no salão
Teu peito no meu peito ecoa
Que tic tic-tac vem do coração
Gata se o baile acaba agora
Acho que piro de amor
Tá que tá na hora de ir embora
Me chama que eu vou
Ver como chovo no molhado
Um bocado do pecado um charme
Flecha de cupido me flechou
Vou ser teu brotinho apaixonado
Um gato no teu telhado teu fogo
Quente como é quente o amor
Quente como é quente o amor

Mil perdões

e perdôo por fazeres mil perguntas
Que em vidas que andam juntas ninguém faz
Te perdôo por pedires perdão
Por me amares demais te perdôo
Te perdôo por ligares pra todos os lugares de onde eu vim

Te perdôo por ergueres a mão
Por bateres em mim te perdôo
Quando anseio pelo instante de sair
E rodar exuberante me perder de ti
Te perdôo por quereres me ver
Aprendendo a mentir te perdôo

Por contares minhas horas
Nas minhas demoras por aí

Te perdôo, te perdôo porque choras
Quando eu choro de rir

Te perdôo por ti trair

Eternamente

Só mesmo o tempo
Pode revelar o lado oculto das paixões
O que se foi
E o que não passará
Inesquecíveis sensações
Que sempre vão ficar
Pra nos fazer lembrar
Dos sonhos, beijos
Tantos momentos bons

Só mesmo o tempo
Vai poder provar
A eternidade das canções
A nossa música está no ar
Emocionando os corações
Pois tudo que é amor
Parece com você
Pense, lembre
Nunca vou te esquecer

Vou ter sempre você comigo
Nosso amor eu canto e cantarei
Você é tudo que eu amei na vida
Nunca vou te esquecer

Pegando fogo

Meu coração amanheceu pegando fogo, fogo, fogo
Foi uma morena que passou perto de mim
E que me deixou assim
Morena boa que passa
Com sua graça infernal
Mexendo com nossa raça
Deixando a gente até mal
Mande chamar o bombeiro
Pra esse fogo apagar
E se ele não vem ligeiro
Nem cinzas vai encontrar

Verbos do amor

E se eu te telefonar
Se mandar te buscar
Der o braço a torcer
Sei que irias ganhar
E eu não iria perder
Da outra vez eu sofri
Te magoei, me feri
Foi difícil a prender
Que quando chega a paixão
Justamente a razão
É a primeira a ceder
Mas as palavras vazias
Rolaram na mesa
Pesaram o ar
Eu não sabia pedir
Tu não sabias perdoar
Mulher nascida pra amar
Tenho que obedecer
Ao que destino quis
E satisfeita a dizer
Que sofrer de amor
Só me deixa feliz

Bloco do prazer

Pra libertar meu coração
Eu quero muito mais
Que o som da marcha lenta
Eu quero um novo balancê
O bloco do prazer
Que a multidão comenta
Não quero oito nem oitenta
Eu quero o bloco do prazer
E quem não vai querer?
Mamã mamãe eu quero sim
Quero ser mandarim
Cheirando gasolina
Na fina flor do meu jardim
Assim como o carmim
Da boca das meninas
Que a vida arrasa e contamina
O gás que embala o balancê
Vem
Meu amor feito louca
Que a vida tá pouca
E eu quero muito mais
Mais
Que essa dor que arrebenta
Paixão violenta
Oitenta carnavais.

Luz do sol

Luz do sol
Que a folha traga e traduz
Em verde de novo
Em folha, em graça , em vida em força, em luz
Céu azul que venha até onde os pés
Tocam na terra e a terra inspira e exala seus azuis
Reza, reza o rio ,
Córrego pro rio, rio pro mar
Reza correnteza , roça a beira a doura areia
Marcha um homem sobre o chão
Leva no coração uma ferida acesa
Dono do sim e do não
Diante da visão da infinita beleza
Finda por ferir com a mão essa delicadeza coisa mais querida
A gló…..ria da vida
Luz do sol
Que a folha traga e traduz
Em verde de novo
Em folha, em graça, em vida, em força , em luz
Reza, reza o rio
Córrego pro rio , rio pro mar
Reza correnteza roça a beira a doura areia
Marcha o homem sobre o chão
Leva no coração uma ferida acesa
Dono do sim e do não
Diante da visão de infinita beleza
Finda por ferir com a mão
Essa delicadeza a coisa mais querida
A gló……ria da vida
Luz do sol
Que a folha traga e traduz
Em verde de novo

Dom de iludir

Não me venha falar na malícia
De toda mulher
Cada um sabe a dor e a delícia
De ser o que é
Não me olhe como se a polícia
Andasse atrás de mim
Cale a boca
E não cale na boca
Notícia ruim

Você sabe explicar
Você sabe entender
Tudo bem
Você está, você é ,
Você faz, você quer,
Você tem
Você diz a verdade
E a verdade, o seu dom de iludir
Como pode querer que a
mulher vá viver sem mentir

Ilusão à toa

Eu acho engraçado
Quando um certo alguém
Se aproxima de mim
Trazendo exuberância
Que me extasia

Meus olhos sentem
Minhas mãos transpiram
É um amor que eu guardo há muito
Dentro em mim
E é a voz do coração que canta assim
Assim

Olha, somente um dia
Longe dos teus olhos
Trouxe a saudade do amor tão perto
E o mundo inteiro fez-se tão tristonho

Mas embora agora eu tenha perto
Eu acho graça do meu pensamento
A conduzir o nosso amor discreto
Sim, amor discreto pra uma só pessoa
Pois nem de leve sabes que eu te quero
E me apraz essa ilusão à toa

O amor

Talvez
Quem sabe
Um dia
Por uma alameda
Do zoológico
Ela também chegará
Ela que também
Amava os animais
Entrará sorridente
Assim como está
Na foto sobre a mesa

Ela é tão bonita
Ela é tão bonita
Que na certa
Eles a ressuscitarão
O século trinta vencerá
O coração destroçado já
Pelas mesquinharias

Agora vamos alcançar
Tudo o que não
Podemos amar na vida
Com o estrelar
Das noites inumeráveis

Ressuscita-me
Ainda
Que mais não seja
Porque sou poeta
E ansiava o futuro

Ressuscita-me
Lutando
Contra as misérias
Do cotidiano
Ressuscita-me por isso

Ressuscita-me
Quero acabar de viver
O que me cabe
Minha vida
Para que não mais
Existam amores servis

Ressuscita-me
Para que ninguém mais
Tenha de sacrificar-se
Por uma casa
Um buraco

Ressuscita-me
Para que a partir de hoje
A partir de hoje
A família se transforme

E o pai
Seja pelo menos
O Universo
E a mãe
Seja no mínimo
A Terra
A Terra
A Terra

Faltando um pedaço

O amor é um grande laço
Um passo pr’uma armadilha
Um lobo correndo em círculo
Pra alimentar a matilha
Comparo sua chegada
Como a fuga de uma ilha
Tanto engorda quanto mata
Feito desgosto de filha, de filha

O amor é como um raio
Galopando em desafio
Abre fendas, cobre vales
Revolta as águas dos rios
Quem tentar seguir seu rastro
Se perderá no caminho
Na pureza de um limão
Ou na solidão do espinho

O amor e a agonia
Cerraram fogo no espaço
Brigando horas a fio
O cio vence o cansaço
E o coração de quem ama
Fica faltando um pedaço
Que nem a lua minguando
Que nem o meu nos seus braços

Massa real

Hoje eu só quero você
Seja do jeito que for
Hoje eu só quero alegria
É meu dia, é meu dia
Hoje eu só quero amor
Hoje eu só quero prazer
Hoje vai ter que pintar
Só quero a massa real
É o meu carnaval
Hoje eu só quero amar
Hoje eu não quero sofrer
Não quero ver ninguém chorar
Hoje eu não quero saber
De ouvir dizer que não vai dar
Vai ter que dar, vai ter que dar
Esse é o meu carnaval
Vai ter que dar, vai ter que dar

Faceira

Foi num samba
De gente bamba
Ô, gente bamba
Que eu te conheci, faceira
Fazendo visagem
Passando rasteira
Que bom
Que bom
Que bom

E desceste lá do morro
Pra viver cá na cidade
Deixando os companheiros
Quase loucos de saudade
Linda criança
Tenho fé
Tenho esperança
Que algum dia hás de voltar
Direitinho ao teu lugar

Tu

Teu olhar é um sonho azul
Teu sorriso, uma promessa louca
Teus lábios, duas jóias de coral
No engaste sensual de tua boca

O mais lindo luar, tu
A grandeza do mar, tu
Só te quero a ti
Só te sinto a ti
Só palpito por ti
És minha vida, querida

Inquietação

Quem se deixou escravizar
E no abismo despencar
De um amor qualquer
Quem no aceso da paixão
Entregou o coração
A uma mulher
Não soube o mundo compreender
Nem a arte de viver
Nem chegou mesmo de leve a perceber
Que o mundo é sonho, fantasia
Desengano, alegria
Sofrimento, ironia
Nas asas brancas da ilusão
Nossa imaginação
Pelo espaço vai, vai, vai
Sem desconfiar
Que mais tarde cai
Para nunca mais voar

Jogada pelo mundo

A felicidade não manda avisar
Quando vai chegar a ninguém, a ninguém
Pode vir de noite ou de dia
É sempre um motivo de alegria

Eu tenho sol, a flor e o mar
Tenho o luar e o arrebol
Tenho as mais lindas alvoradas
Tenho montanhas azuladas
Tenho a canção dos pescadores
Tenho essa vida de mil amores
Molho os meus pés
Nas águas limpas dos igarapés
Eu tenho sol, a flor e o mar
Tenho o luar e o arrebol
Tenho as mais lindas alvoradas
Tenho montanhas azuladas
Pois tendo tudo, não tenho nada
Ando jogada por esse mundo
Não tenho um bem
Nem o amor de ninguém

A felicidade não manda avisar
Quando vai chegar a ninguém, a ninguém

Já era tempo

Já era tempo de você voltar
Me beijar, esquecer
Já era mais que tempo de você
Refletir
Que as palavras muitas vezes
Não provém do coração
Do coração
Já fazem meses que você, meu bem
Disse adeus, partiu
Já era tempo de você chegar
Como eu
Com olhos rasos d’água
Mas sem mágoa
Triste de quem tem e vive à toa
Triste de quem ama e não perdoa
Ai de quem não cede
E de quem sempre tem razão
Ninguém sabe mais que o coração

Por isso eu peço
Volta aos braços meus, sem adeus
Só perdão
Por que na hora em que você chegar
Como eu
Com olhos rasos d’água
Mas sem mágoa
Primeiro eu vou fingir espanto
Depois sorrir, banhada em pranto

Folha morta

Sei que falam de mim
Sei que zombam de mim
Oh, Deus, como eu sou infeliz
Vivo à margem da vida
Sem amparo ou guarida
Oh, Deus, como eu sou infeliz

Já tive amores, tive carinhos
Já tive sonhos
Os dessabores levaram minha alma
Por caminhos tristonhos
Hoje sou folha morta
Que a corrente transporta
Oh, Deus, como eu sou infeliz, infeliz
Eu queria um minuto apenas
Pra mostrar minhas penas
Oh, Deus, como eu sou infeliz

Camisa amarela

Encontrei o meu pedaço na avenida
De camisa amarela
Cantando a Florisbela
A Florisbela
Convidei-o a voltar pra casa em minha companhia
Exibiu-me um sorriso de ironia
E desapareceu no turbilhão da galeria
Não estava nada bom
O meu pedaço na verdade
Estava bem mamado
Bem chumbado, atravessado
Foi por aí cambaleando
Se acabando num cordão
Com um reco-reco na mão
Mais tarde o encontrei num café do rapa
Do Largo da Lapa
Folião de raça
Bebendo o quinto copo de cachaça
Voltou as sete horas da manhã
Mas só na quarta-feira
Cantando a Jardineira
Ô, a Jardineira
Me pediu ainda zonzo um copo d’água com bicarbonato
Meu pedaço estava ruim de fato
Pois caiu da cama e não tirou nem o sapato
E roncou uma semana
Despertou mal-humorado
Quis brigar comigo
Que perigo!
Mas não ligo
O meu pedaço me domina
Me fascina
Ele é o “tal”
Por isso não levo à mal
Pegou a camisa
A camisa amarela
Botou fogo nela
Gosto dele assim
Passou a brincadeira
E ele é pra mim

É luxo só

Olha, essa mulata quando samba
É luxo só
Quando todo seu corpo se embalança
É luxo só
Tem um não sei quê
Que faz a confusão
O que ela não tem meu Deus,
É compaixão
Êta, mulata quando, ah
Olha, essa mulata quando dança
É luxo só
Quando todo seu corpo se embalança
É luxo só
Porém seu coração quando se agita
E palpita mais ligeiro
Nunca vi compasso tão brasileiro

Êta, samba, cai pra lá
Cai pra cá, cai pra lá, cai pra cá
Êta, samba, cai pra lá
Cai pra cá, cai pra lá, cai pra cá
Mexe com as cadeiras, mulata
Seu requebrado me maltrata

Olha

Olha, você tem todas as coisas
Que um dia eu sonhei pra mim
A cabeça cheia de problemas
Não me importo, eu gosto mesmo assim

Tem os olhos cheios de esperança
De uma cor que mais ninguém possui
Me traz meu passado e as lembranças
Do que eu sempre quis ser e não fui

Olha, você vive tão distante
Muito além do que eu posso ter
E eu que sempre fui tão inconstante
Te juro, meu amor, agora é pra valer

Olha, vem comigo aonde eu for
Seja minha amante e meu amor
Vem seguir comigo o meu caminho
E viver a vida só de amor

Samba rasgado

Uma cabrocha bonita cantando e sambando
Quem não admira
Gingando seu corpo que mesmo a gente espiando
Parece mentira
Cabrocha que só fala gíria
Que tem candomblé no seu sapateado

Cabrocha que veio do morro
Trazer pra cidade o samba rasgado
Para eu cantar um samba
Não precisa orquestração
Gosto mais de uma cuíca, um cavaquinho
Um pandeiro e um violão

Uma vez fui convidada pra num samba ir brincar
E me deu uma tremedeira nas cadeiras
Que eu tive que gritar : Não vuo mais lá !

Noites cariocas

Sei que ao meu coração só lhe resta escolher
Os caminhos que a dor sutilmente traçou
Para lhe aprisionar
Nem lhe cabe sonhar com o que definhou
Vou me repreender pra não mais me envolver
Nessas tramas de amor
Eu bem sei que nós dois somos bem desiguais
Para que martelar, insistir, reprisar?
Tanto faz, tanto fez
Eu por mim desisti, me cansei e fugi
Eu por mim decretei que fali, e daí?
Eu jurei para mim não botar nunca mais
Minhas mãos pelos pés

Mas que tanta mentira eu ando pregando
Supondo talvez me enganar
Mas que tanta crueza
Se em mim a certeza é maior do que tudo o que há
Todas as vezes que eu sonho
É você que me rouba a justeza do sono
É você quem invade bem sonso e covarde
As noites que eu tento dormir meio em paz

Sei que mais cedo ou mais tarde
Vou ter que expulsar todo o mal
Que você me rogou
Custe o que me custar
Vou desanuviar toda a dor que você me causou
Eu vou me redimir e existir, mas sem ter que ouvir
As mentiras mais loucas
Que alguém já pregou nesse mundo pra mim

Sei que ao meu coração só lhe resta escolher
Os caminhos que a dor sutilmente traçou
Para lhe aprisionar
Nem lhe cabe sonhar com o que definhou
Vou me repreender pra não mais me envolver
Nessas tramas de amor
Eu bem sei que nós dois somos bem desiguais
Para que martelar, insistir, reprisar?
Tanto faz, tanto fez
Eu por mim desisti, me cansei e fugi
Eu por mim decretei que fali, e daí?
Eu jurei para mim não botar nunca mais
Minhas mãos pelos pés

Sei que mais cedo ou mais tarde
Vai ter um covarde pedindo perdão
Mas sei também que o meu coração
Não vai querer se curvar só de humilhação

Força estranha

Eu vi o menino correndo eu vi o tempo
Brincando ao redor do caminho daquele menino
Eu pus os meus pés no riacho
E acho que nunca os tirei
O sol ainda brilha na estrada e eu nunca passei

Eu vi a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou
O sol que atravessa essa estrada que nunca passou

Por isso uma força me leva a cantar
Por isso essa força estranha
Por isso é que eu canto não posso parar
Por isso essa voz tamanha

Eu vi muitos cabelos brancos na fronte do artista
O tempo não pára e no entanto ele nunca envelhece
Aquele que conhece o jogo
Do fogo das coisas que são
É o sol
É a estrada
É o tempo
É o pé
E é o chão
Eu vi muitos homens brigando ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta
E a coisa mais certa de todas as coisas
Não vale um caminho sob o sol
E o sol sobre a estrada
É o sol sobre a estrada
É o sol

Por isso uma força me leva a cantar
Por isso essa força estranha
Por isso é que eu canto não posso parar
Por isso essa voz tamanha

Por isso uma força me leva a cantar
Por isso essa força estranha
Por isso é que eu canto não posso parar
Por isso essa voz tamanha

Paula e Bebeto

Ê vida, vida, que amor brincadeira, à vera
Eles se amaram de qualquer maneira, à vera

Qualquer maneira de amor vale à pena
Qualquer maneira de amor vale amar

Pena, que pena, que coisa bonita, diga
Qual a palavra que nunca foi dita, diga
Qualquer maneira de amor vale aquela / amar / à pena / valerá

Eles partiram por outros assuntos, muitos
Mas no meu canto estarão sempre juntos, muito

Qualquer maneira que eu cante este canto
Qualquer maneira me vale cantar

Eles se amam de qualquer maneira, à vera
Eles se amam é prá vida inteira, à vera

Qualquer maneira de amor vale o canto
Qualquer maneira me vale cantar
Qualquer maneira de amor vale aquela
Qualquer maneira de amor valerá

Pena, que pena, que coisa bonita, diga
Qual a palavra que nunca foi dita, diga

Qualquer maneira de amor vale o canto
Qualquer maneira me vale cantar
Qualquer maneira de amor vale aquela
Qualquer maneira de amor valerá

Olhos verdes

Vem de uma remota batucada
Uma cadência bem marcada
Que uma baiana tem no andar
E nos seus requebros e maneiras
Na graça toda das palmeiras
Esguias, altaneiras
A balançar
São da cor do mar, da cor da mata
Os olhos verdes da mulata
São cismadores e fatais
E um beijo ardente, perfumado
Conserva o cravo do pecado
De saborosos cambucás

Tigresa

Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel
Uma mulher, uma beleza que me aconteceu
Esfregando a pele de ouro marrom
Do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom e o bem cruel

Enquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateu
Ela me conta sem certeza tudo o que viveu
Que gostava de política em mil novecentos e sessenta e seis
E hoje dança no Frenetic Dancin’ Days

Ela me conta que era atriz e trabalhou no Hair
Com alguns homens foi feliz com outros foi mulher
Que tem muito ódio no coração, que tem dado muito amor
E espalhado muito prazer e muita dor

Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar
Porque ela vai ser o que quis inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz, vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que o leão

As garras da felina me marcaram o coração
Mas as besteiras de menina que ela disse não
E eu corri pra o violão num lamento
E a manhã nasceu azul
Como é bom poder tocar um instrumento

O seu amor

O seu amor
Ame-o e deixe-o
Livre para amar
Livre para amar
Livre para amar

O seu amor
Ame-o e deixe-o
Ir aonde quiser
Ir aonde quiser
Ir aonde quiser

O seu amor
Ame-o e deixe-o brincar
Ame-o e deixe-o correr
Ame-o e deixe-o cansar
Ame-o e deixe-o dormir em paz

O seu amor
Ame-o e deixe-o
Ser o que ele é
Ser o que ele é
Ser o que ele é

Chuck berry fields forever

Trazidos d’África pra Américas de Norte e Sul
Tambor de tinto timbre tanto tonto tom tocou
E neve, garça branca, valsa do Danúbio Azul
Tonta de tanto embalo, num estalo desmaiou

Vertigem verga, a virgem branca tomba sob o sol
Rachado em mil raios pelo machado de Xangô
E assim gerados, a rumba, o mambo, o samba, o rhythm’n’blues
Tornaram-se os ancestrais, os pais do rock and roll

Rock é o nosso tempo, baby
Rock and roll é isso
Chuck Berry fields forever
Os quatro cavaleiros do após-calipso
O após-calipso

Rock and roll
Capítulo um
Versículo vinte
-Sículo vinte
Século vinte e um
Versículo vinte
-Sículo vinte
Século vinte e um

Esotérico

Não adianta nem me abandonar
Porque mistério sempre há de pintar por aí
Pessoas até muito mais vão lhe amar
Até muito mais difíceis que eu pra você
Que eu, que dois, que dez, que dez milhões, todos iguais
Até que nem tanto esotérico assim
Se eu sou algo incompreensível
Meu Deus é mais
Mistério sempre há de pintar por aí
Não adianta nem me abandonar
Nem ficar tão apaixonada, que nada
Que não sabe nada
Que morre afogada por mim
Mistérios sempre há de pintar por aí

Atrás da Verde-e-Rosa só não vai quem já morreu (Samba enredo Mangueira 1994)

Me leva que eu vou
Sonho meu
Atrás da verde-e-rosa
Só não vai quem já morreu
Bahia é luz
De poeta ao luar
Misticismo de um povo
Salve todos orixás
Quem me mandou
Estrelas de lá
Foi São Salvador
Pra noite brilhar
Mangueira !
Jogando flores pelo mar
Se encantou com a musa
Que a Bahia dá
Obá berimbau ganzá
Ô capoeira
Joga um verso pra iaiá
Caetano e Gil ô
Com a tropicália no olhar
Doces Bárbaros ensinando
A brisa a bailar
A meiguice de uma voz
Uma canção
No Teatro Opinião
Bethânia explode coração
Domingo no parque amor
Alegria, alegria eu vou
A flor na festa do interior
Seu nome é Gal
Aplausos ao cancioneiro
É carnaval, é Rio de Janeiro
Me leva que eu vou
Sonho meu
Atrás da verde-e-rosa
Só não vai quem já morreu.

Dois de fevereiro

Dia dois de fevereiro
Dia de festa no mar
Eu quero ser o primeiro
Pra salvar Yemanjá

Eu mandei um bilhete pra ela
Pedindo para ela me ajudar
Ela então me respondeu
Que eu tivesse paciência de esperar
O presente que eu mandei pra ela
De cravos e rosas vingou

Chegou, chegou, chegou
Afinal que o dia dela chegou…

Vatapá

Quem quiser vatapá, ô
Que procure fazer
Primeiro o fubá
Depois o dendê
Procure uma nêga baiana, ô
Que saiba mexer
Que saiba mexer
Que saiba mexer

Bota castanha de caju
Um bocadinho mais
Pimenta malagueta
Um bocadinho mais
Amendoim, camarão, rala um coco
Na hora de machucar
Sal com gengibre e cebola, iaiá
Na hora de temperar

Não para de mexer, ô
Que é pra não embolar
Panela no fogo
Não deixa queimar
Com qualquer dez mil réis e uma nêga ô
Se faz um vatapá
Se faz um vatapá
Que bom vatapá

Teco teco

Teco, teco, teco, teco, teco
Na bola de gude era o meu viver
Quando criança no meio da garotada
Com a sacola do lado
Só jogava p’ra valer
Não fazia roupa de bonecas nem tão pouco convivia
Com as garotas do meu bairro que era natural
Vivia em postes, soltava papagaio
Até meus quatorze anos era esse o meu mal

Com a mania de garota folgazã
Em toda parte que passava
Encontrava um fã
Quando havia festa na capela do lugar
Era a primeira a ser chamada para ir cantar
Assim vivendo eu vi meu nome ser falado
Em todo canto, em todo lado
Até por quem nunca me viu
E hoje a minha grande alegria
É cantar com cortesia
Para o povo do brasil

Até quem sabe

Até um dia
Até talvez
Até quem sabe
Até você sem fantasia
Sem mais saudade
Agora a gente tão de repente
Nem mais se entende
Nem mais pretende
Seguir fingindo
Seguir seguindo
Agora vou
Pra onde for
Sem mais você
Sem me querer
Sem mesmo ser
Sem me entender
Vou me beber
Vou me perder pela cidade
Até um dia
Até talvez
Até quem sabe

Flor de maracujá

Lá no avarandado na luz do meio dia
O segredo dos teus olhos tanta coisa me dizia
O cabelo solto ao vento, o teu jeito de olhar
E no teu corpo moreno, a flor de maracujá
Dia de Sol, cheiro de flor
Gosto de mar, amor
Na tua cor, luz do luar
Vento que vem do mar
Roda, gira vira o vento, meu amor vai te levar
Bem pra lá do fim do mundo
Onde eu vou te chamar

Barato total

Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá

Quando a gente tá contente
Tanto faz o quente
Tanto faz o frio
Tanto faz
Que eu me esqueça do meu compromisso
Com isso e aquilo
Que aconteceu dez minutos atrás

Dez minutos atrás de uma ideia já deu
Pra uma teia de aranha crescer e prender
Sua vida na cadeia do pensamento
Que de um momento pro outro começa a doer

Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá

Quando a gente tá contente
Gente é gente
Gato é gato
Barata pode ser um barato total
Tudo que você disser deve fazer bem
Nada que você comer deve fazer mal

Quando a gente tá contente
Nem pensar que está contente
Nem pensar que está contente
A gente quer
Nem pensar a gente quer
A gente quer, a gente quer
A gente quer é viver

Oração de Mãe Menininha

Ai! Minha mãe
Minha mãe Menininha
Ai! Minha mãe
Menininha do Gantoise

A estrela mais linda, hein
Tá no gantoise
E o sol mais brilhante, hein
Tá no gantoise
A beleza do mundo, hein
Tá no gantoise
E a mão da doçura, hein
Tá no gantoise
O consolo da gente, ai
Tá no gantoise
E a Oxum mais bonita hein
Tá no gantoise

Olorum quem mandou essa filha de Oxum
Tomar conta da gente e de tudo cuidar
Olorum quem mandou eô ora iê iê ô

Volta

Quantas noites não durmo
A rolar-me na cama
A sentir tantas coisas
Que a gente não pode explicar
Quando ama?
O calor das cobertas
Não me aquece direito
Não há nada no mundo
Que possa afastar
Esse frio do meu peito
Volta!
Vem viver outra vez ao meu lado!
Não consigo dormir sem teu braço
Pois, meu corpo está acostumado

Índia (India)

Índia, seus cabelos nos ombros caídos
Negros como a noite que não tem luar
Seus lábios de rosa, para mim, sorrindo
E a doce meiguice desse seu olhar

Índia da pele morena
Sua boca pequena eu quero beijar

Índia, sangue tupi
Tens o cheiro da flor
Vem, que eu quero lhe dar
Todo o meu grande amor

Quando eu for embora para bem distante
E chegar a hora de dizer-lhe adeus
Fique nos meus braços só mais um instante
Deixa os meus lábios se unirem aos teus

Índia, levarei saudade
Da felicidade que você me deu

Índia, a sua imagem
Sempre comigo vai
Dentro do meu coração
Todo meu Paraguai

Pérola negra

Tente passar pelo que estou passando
Tente apagar este teu novo engano
Tente me amar pois estou te amando
Baby te amo nem sei se te amo
Tente usar a roupa que estou usando
Tente esquecer em que ano estamos
Arranje algum sangue escreva num pano
Pérola negra te amo, te amo
Rasgue a camisa enxugue meu pranto
Como prova de amor
Mostre teu novo canto
Escreva num quadro em palavras gigantes
Pérola negra te amo, te amo
Tente aprender tudo mais sobre o sexo
(Peça-me um) peça meu livro
Querendo te empresto
Se inteire da coisa
Sem haver engano
Baby te amo
Nem sei se te amo

Falsa baiana

Baiana que entra no samba e só fica parada
Não samba, não mexe, não bole nem nada
Não sabe deixar a mocidade louca
Baiana é aquela que entra no samba de qualquer maneira
Que mexe, remexe, dá nó nas cadeiras
Deixando a moçada com água na boca

A falsa baiana quando entra no samba
Ninguém se incomoda
Ninguém bate palma, ninguém abre a roda
Ninguém grita ôba
Salve a Bahia, senhor
Mas a gente gosta quando uma baiana
Samba direitinho, de cima embaixo
Revira os olhinhos dizendo
Eu sou filha de São Salvador

London, London

I’m wandering round and round, nowhere to go
I’m lonely in London, London is lovely so
I cross the streets without fear
Everybody keeps the way clear
I know, I know no one here to say hello
I know they keep the way clear
And I am lonely in London without fear
I’m wondering round and round here nowhere to go

While my eyes
Go looking for flying saucers in the sky
While my eyes
Go looking for flying saucers in the sky

On Sunday, Monday, Autumn pass by me
And people hurry on so peacefully
A group approaches a policeman
He seems so pleased to please them
It’s good at least to live and I agree
He seems so pleased at least
And it’s so good to live in peace and
Sunday, Monday years and I agree

While my eyes
Go looking for flying saucers in the sky
While my eyes
Go looking for flying saucers in the sky

I don’t know what I left so far away
I don’t think, I don’t ask and I don’t pray
I do not want to make a mess
And I know about nothing that possess
I came around to say yes, and I say
I do not want to make a mess
And I know about nothing that possess
I came around to say yes, and I say

While my eyes
Go looking for flying saucers in the sky
While my eyes
Go looking for flying saucers in the sky

Cinema Olympia

Não quero mais essas tardes mornais, normais
Não quero mais vídeo tape, mormaço, março, abril
Eu quero pulgas mil na geral
Eu quero a geral
Eu quero ouvir gargalhada geral
Quero um lugar pra mim e pra você

Na matinê do cinema Olympia
Do cinema Olympia
Na matinê do cinema Olympia
Do cinema Olympia
Na matinê do cinema Olympia
Do cinema Olympia

Não quero mais essas tardes mornais, normais
Não quero mais vídeo tape, mormaço, março, abril
Eu quero pulgas mil na geral
Eu quero a geral
Eu quero ouvir gargalhada geral
Quero um lugar pra mim e pra você

Na matinê do cinema Olympia
Do cinema Olympia
Na matinê do cinema Olympia
Do cinema Olympia
Na matinê do cinema Olympia
Do cinema Olympia

Tom Mix, Bulk Jones
Vela e palco
Sorvetes e vedetes
Socos e coladas
Espartilhos
Pernas e gatilhos
Atilhos e gargalhada geral
Do meio-dia até o anoitecer

Na matinê do cinema Olympia
Do cinema Olympia
Na matinê do cinema Olympia
Do cinema Olympia
Na matinê do cinema Olympia
Do cinema Olympia
Na matinê do cinema Olympia
Do cinema Olympia
Na matinê do cinema Olympia
Do cinema Olympia, ah
Na matinê do cinema Olympia
Do cinema Olympia, ahh

Que pena (ela já não gosta mais de mim)

Ele já não gosta mais de mim
Mas eu gosto dele mesmo assim
Que pena, que pena
Ela já não é mais a minha pequena
Que pena, que pena

Pois não é fácil recuperar
Um grande amor perdido
Pois ela era uma rosa
Ele era uma rosa
As outras eram manjericão
Os outros eram manjericão
Ela era uma rosa
Ele era uma rosa
Que mandava no meu coração
Coração, coração

Ele já não gosta mais de mim
Mas eu gosto dele mesmo assim
Que pena, que pena
Ela já não é mais a minha pequena
Que pena, que pena

Mas eu não vou chorar
Eu vou é cantar
Pois a vida continua
Pois a vida continua
E eu não ficar sozinho
No meio da rua, no meio da rua
Esperando que alguém me dê a mão
Me dê a mão, a mão

Parque industrial

Retocai o céu de anil
Bandeirolas no cordão
Grande festa em toda a nação
Despertai com orações
O avanço industrial
Vem trazer nossa redenção

Tem garotas propaganda
Aeromoças e ternura no cartaz
Basta olhar na parede
Minha alegria num instante se refaz
Pois temos o sorriso engarrafado
Já vem pronto e tabelado
É somente requentar e usar
É somente requentar e usar
O que é made, made, made
Made in Brazil
O que é made, made, made
Made in Brazil

Retocai o céu de anil
Bandeirolas no cordão
Grande festa em toda a nação
Despertai com orações
O avanço industrial
Vem trazer nossa redenção

A revista moralista
Traz uma lista dos pecados da vedete
E tem jornal popular que
Nunca se espreme
Porque pode derramar
É um banco de sangue encadernado
Já vem pronto e tabelado
É somente folhear e usar
É somente folhear e usar
O que é made, made, made
Made in Brazil
O que é made, made, made
Made in Brazil
O que é made, made, made
Made in Brazil
Made in Brazil

Mamãe, coragem

Mamãe, mamãe, não chore
A vida é assim mesmo
Eu fui embora
Mamãe, mamãe, não chore
Eu nunca mais vou voltar por aí
Mamãe, mamãe, não chore
A vida é assim mesmo
Eu quero mesmo é isto aqui

Mamãe, mamãe, não chore
Pegue uns panos pra lavar
Leia um romance
Veja as contas do mercado

Pague as prestações
Ser mãe
É desdobrar fibra por fibra
Os corações dos filhos
Seja feliz
Seja feliz

Mamãe, mamãe, não chore
Eu quero, eu posso, eu quis, eu fiz
Mamãe, seja feliz
Mamãe, mamãe, não chore
Não chore nunca mais, não adianta
Eu tenho um beijo preso na garganta

Eu tenho um jeito de quem não se espanta
(Braço de ouro vale 10 milhões)
Eu tenho corações fora peito
Mamãe, não chore
Não tem jeito
Pegue uns panos pra lavar
Leia um romance
Leia “Alzira morta virgem”
“O grande industrial”

Eu por aqui vou indo muito bem
De vez em quando brinco Carnaval

E vou vivendo assim: felicidade
Na cidade que eu plantei pra mim
E que não tem mais fim
Não tem mais fim
Não tem mais fim

Sim, foi você

Sim, foi você quem não quis voltar
Toda noite a saudade vai de verdade
Agora lhe procurar
Como a mim que a tristeza tem
Para sempre perdido além do sorriso
Já sem poder chorar
Ah, nosso amor foi bom
Foi de não se esquecer
Era pra sempre, foi tão bonito
Era de se esperar renascer
Mas foi você quem não quis voltar
Toda noite a saudade vai de verdade
Agora lhe procurar

Fim de caso

Eu desconfio que o nosso caso está na hora de acabar
Há um adeus em cada gesto, em cada olhar
O que não temos é coragem de falar
Nós já tivemos a nossa fase de carinho apaixonado
De fazer versos, de viver sempre abraçados
Naquela base do só vou se você for
Mas de repente, fomos ficando cada dia mais sozinhos
Embora juntos cada qual tem seu caminho
E já não temos nem vontade de brigar
Tenho pensado, e Deus permita que eu esteja errada
Mas eu estou, ah eu estou desconfiada
Que o nosso caso está na hora de acabar

Pra machucar meu coração

Está fazendo um ano e meio, amor
Que o nosso lar desmoronou
Meu sabiá
Meu violão
E uma cruel desilusão
Foi tudo que ficou
Ficou pra machucar meu coração

Quem sabe não foi bem melhor assim
Melhor pra você
E melhor pra mim
A vida é uma escola
Onde a gente precisa aprender
A ciência de viver pra não sofrer

Sábado em Copacabana

Depois de trabalhar toda a semana
Meu sábado não vou desperdiçar
Já fiz o meu programa prá esta noite
E sei por onde começar

Um bom lugar para encontrar
Copacabana
Prá passear à beira-mar
Copacabana
Depois num bar à meia-luz
Copacabana
Eu esperei por essa noite uma semana

Um bom jantar depois de dançar
Copacabana
Prá se amar um só lugar
Copacabana
A noite passa tão depressa
Mas vou voltar lá pra semana
Se eu encontrar um novo amor

Copacabana
Princesinha do mar
Pelas manhãs tu és a vida a cantar
E a tardinha o Sol poente
Deixa sempre uma saudade na gente

Copacabana
O mar, eterno cantor
Ao te beijar ficou perdido de amor
E hoje vive a murmurar
Só a ti, Copacabana
Eu hei de amar

Eu vim da Bahia

Eu vim, eu vim da Bahia cantar
Eu vim da Bahia contar
Tanta coisa bonita que tem

Na Bahia, que é meu lugar
Tem meu chão, tem meu céu, tem meu mar
A Bahia que vive pra dizer
Como é que se faz pra viver

Onde a gente não tem pra comer
Mas de fome não morre
Porque na Bahia tem mãe Iemanjá
Do outro lado, o Senhor do Bonfim

Que ajuda o baiano a viver
Pra cantar, pra sambar pra valer
Pra morrer de alegria
Na festa de rua, no samba de roda
Na noite de lua, no canto do mar

Eu vim da Bahia
Mas eu volto pra lá
Eu vim da Bahia
Mas algum dia eu volto pra lá

Eu vim, eu vim da Bahia cantar
Eu vim da Bahia contar
Tanta coisa bonita que tem

Na Bahia, que é meu lugar
Tem meu chão, tem meu céu, tem meu mar
A Bahia que vive pra dizer
Como é que se faz pra viver

Onde a gente não tem pra comer
Mas de fome não morre
Porque na Bahia tem mãe Iemanjá
Do outro lado, o Senhor do Bonfim

Que ajuda o baiano a viver
Pra cantar, pra sambar pra valer
Pra morrer de alegria
Na festa de rua, no samba de roda
Na noite de lua, no canto do mar

Eu vim da Bahia
Mas eu volto pra lá
Eu vim da Bahia
Mas algum dia eu volto pra lá

Mas algum dia eu volto pra lá
Mas algum dia eu volto pra lá
Mas algum dia eu volto pra lá…

Caminhos do mar

Iemanjá, odoyá
Odoyá, rainha do mar
Iemanjá, odoyá
Odoyá, rainha do mar

O canto vinha de longe
De lá do meio do mar
Não era canto de gente
Bonito de admirar

O corpo todo estremece
Muda a cor do céu, do luar
Um dia ela ainda aparece
É a rainha do mar

Iemanjá, odoyá
Odoyá, rainha do mar
Iemanjá, odoyá
Odoyá, rainha do mar

Quem ouve desde menino
Aprende a acreditar
Que o vento sopra o destino
Pelos caminhos do mar

O pescador que conhece
As histórias do lugar
Morre de medo e vontade
De encontrar Iemanjá

Iemanjá, odoyá
Odoyá, rainha do mar
Iemanjá, odoyá
Odoyá, rainha do mar

O canto vinha de longe
De lá do meio do mar
Não era canto de gente
Bonito de admirar

O corpo todo estremece
Muda a cor do céu, do luar
Um dia ela ainda aparece
É a rainha do mar

Iemanjá, odoyá
Odoyá, rainha do mar
Iemanjá, odoyá
Odoyá, rainha do mar

Quem ouve desde menino
Aprende a acreditar
Que o vento sopra o destino
Pelos caminhos do mar

O pescador que conhece
As histórias do lugar
Morre de medo e vontade
De encontrar Iemanjá

Iemanjá, odoyá
Odoyá, rainha do mar
Iemanjá, odoyá
Odoyá, rainha do mar

Iemanjá, odoyá
Odoyá, rainha do mar
Iemanjá, odoyá
Odoyá, rainha do mar

Meu bem, meu mal

Você é meu caminho
Meu vinho
Meu vício
Desde o início
Estava você

Meu bálsamo benigno
Meu signo
Meu guru
Porto seguro
Onde eu voltei

Meu mar
E minha mãe
Meu medo
E meu champagne

Visão
Do espaço sideral
Onde o que eu sou
Se afoga!
Meu fumo e minha ioga
Você é minha droga
Paixão e carnaval

Meu Zem!
Meu Bem!
Meu Mal!

Meu Zem!
Meu Bem!

Você é meu caminho
Meu vinho
Meu vício
Desde o inicio
Estava você

Meu bálsamo benigno
Meu signo
Meu guru
Porto seguro
Onde eu vou ter

Meu mar
E minha mãe
Meu medo
E meu champagne

Visão
Do espaço sideral
Onde o que eu sou
Se afoga!
Meu fumo e minha ioga
Você é minha droga
Paixão e carnaval

Meu Zem!
Meu Bem!
Meu Mal!

Canta Brasil

As selvas te deram nas noites teus ritmos bárbaros
E os negros trouxeram de longe reservas de pranto
Os brancos falaram de amor em suas canções
E dessa mistura de vozes nasceu o teu canto
Brasil, minha voz enternecida
Já adorou os seus brasões
Na expressão mais comovida
Das mais ardentes canções
Também na beleza desse céu
Onde o azul é mais azul
Na aquarela do Brasil
Eu cantei de norte a sul
Mas agora o teu cantar
Meu Brasil, quero escutar
Nas preces da sertaneja
Nas ondas do rio-mar
Oh, esse rio turbilhão
Entre selvas de rojão
Continente a caminhar
No céu, no mar, na terra
Canta Brasil
No céu, no mar, na terra
Canta Brasil
No céu, no mar, na terra
Canta Brasil
No céu, no mar, na terra
Canta Brasil

Brasil

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada antes de eu nascer

Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta estacionando os carros
Não me elegeram
Chefe de nada
O meu cartão de crédito é uma navalha

Brasil
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada antes de eu nascer

Peguei um ita no norte

Peguei um ita no norte
Pra vim pro Rio morá
Adeus meu pai, minha mãe
Adeus Belém do Pará

Vendi meus troços que eu tinha
O resto eu dei pra guardá
Talvez eu volte pro ano
Talvez eu fique por lá

Ai, ai, ai, ai
Adeus Belém do Pará
Ai, ai, ai, ai
Adeus Belém do Pará

Mamãe me deu uns conselhos
Na hora de eu embarcá
Meu filho, ande direito
Que é pra Deus lhe ajudá

“Tou” há bem tempo no Rio
Nunca mais voltei por lá
Pro mês “intera” dez anos
Adeus Belém do Pará

São Salvador

São Salvador
Bahia de São Salvador
A terra do Nosso Senhor
Pedaço de terra que é meu

São Salvador
Bahia de São Salvador
A terra do branco mulato
A terra do preto doutor

São Salvador
Bahia de São Salvador
A terra do Nosso Senhor
Do Nosso Senhor do Bonfim

Oh Bahia
Bahia cidade de São Salvador
Bahia oh, Bahia
Bahia cidade de São Salvador
Bahia oh, Bahia
Bahia cidade de São Salvador

São Salvador
Bahia de São Salvador
A terra do Nosso Senhor
Pedaço de terra que é meu

São Salvador
Bahia de São Salvador
A terra do branco mulato
A terra do preto doutor

São Salvador
Bahia de São Salvador
A terra do Nosso Senhor
Do Nosso Senhor do Bonfim

Oh Bahia
Bahia cidade de São Salvador
Bahia oh, Bahia
Bahia cidade de São Salvador
Oh Bahia oh, Bahia
Bahia cidade de São Salvador…

Só louco

Só louco
Amou como eu amei
Só louco
Quis o bem que eu quis

Ah, insensato coração
Por que me fizestes sofrer?
Porque, de amor, para entender
É preciso amar, por quê?

Só louco
Amou como eu amei
Só louco
Quis o bem que eu quis

Ah, insensato coração
Por que me fizestes sofrer?
Porque, de amor, para entender
É preciso amar, por quê?

Só louco
Só louco

Pa-ra-ra-ra
La-ra-ra-ra
La-ra-ra-ra, la-ra-ra-ra-ra

Só louco
Amou como eu amei
Só louco
Quis o bem que eu quis (quis o bem que eu quis)

Ah, insensato coração
Por que me fizestes sofrer?
Porque, de amor, para entender
É preciso amar, por quê?

Só louco
Só louco
Só louco
Só louco

Sua estupidez

Meu bem, meu bem
Você tem que acreditar em mim
Ninguém pode destruir assim
Um grande amor
Não dê ouvidos a maldade alheia
E creia:
Sua estupidez não lhe deixa ver
Que eu te amo

Meu bem, meu bem
Use a inteligência uma vez só
Quantos idiotas vivem só
Sem ter amor
E você vai ficar também sozinha
E eu sei porquê
Sua estupidez não lhe deixa ver
Que eu te amo

Quantas vezes eu tentei falar
Que no mundo não há mais lugar
Pra quem toma decisões na vida
Sem pensar
Conte ao menos até três
Se precisar conte outra vez
Mas pense outra vez
Meu bem, meu bem, meu bem
Eu te amo

Meu bem, meu bem
Sua incompreensão já é demais
Nunca vi alguém tão incapaz
De compreender
Que o meu amor é bem maior
Que tudo que existe
Mas, sua estupidez não lhe deixa ver
Que eu te amo

Mãe

Palavras, calas, nada fiz
Estou tão infeliz
Falasses, desses, visses não
Imensa solidão
Eu sou um Rei que não tem fim
E brilhas dentro aqui
Guitarras, salas, vento, chão
Que dor no coração
Cidades, mares, povo, rio
Ninguém me tem amor
Cigarra, camas, colos, ninhos
Um pouco de calor
Eu sou um homem tão sozinho
Mas brilhas no que sou
E o meu caminho e o teu caminho
É um nem vais nem vou
Meninos, ondas, becos, mãe
E só porque não estais
És para mim que nada mais
Na boca das manhãs
Sou triste, quase um bicho triste
E brilhas mesmo assim
Eu canto, grito, corro, rio
e nunca chego a ti

Minha senhora

Minha senhora
Onde é que você mora?
Em que parte desse mundo?
Em que cidade escondida?
Dizei-me, que sem demora
Lá também quero morar

Onde fica essa morada?
Em que reino, qual parada?
Dizei-me por qual estrada
É que eu devo caminhar

Minha senhora
Onde é que você mora?
Venho da beira da praia
Tantas prendas que eu lhe trago
Pulseira, sandália e saia
Sem saber como entregar

Quero chegar sem demora
Nesta cidade encantada
Dizei-me logo, senhora
Que essa chegança me agrada

Quero chegar sem demora
Nesta cidade encantada
Dizei-me logo, senhora
Que essa chegança me agrada

Minha senhora
Onde é que você mora?
Em que parte desse mundo?
Em que cidade escondida?
Dizei-me, que sem demora
Lá também quero morar

Onde fica essa morada?
Em que reino, qual parada?
Dizei-me por qual estrada
É que eu devo caminhar

Minha senhora
Onde é que você mora?
Venho da beira da praia
Tantas prendas que eu lhe trago
Pulseira, sandália e saia
Sem saber como entregar

Quero chegar sem demora
Nesta cidade encantada
Dizei-me logo, senhora
Que essa chegança me agrada

Quero chegar sem demora
Nesta cidade encantada
Dizei-me logo, senhora
Que essa chegança me agrada

Dizei-me logo, senhora
Que essa chegança me agrada

Dizei-me logo, senhora
Que esta chegança me agrada

Cuidando de você

Amar sozinho também é amor um passarinho me contou
Que você não é só isso que aparenta ser
Sei você mal sabe quem sou eu de onde esse amor nasceu
Se nunca perdeu o seu tempo pra me conhecer

Você se olha dentro do espelho
E não enxerga o seu avesso sua parte mais bonita
Tenta manter escondida por de trás desse cabelo
Dentro desses olhos negros e da sua vida confusa
Quem sabe um dia isso muda e você pare pra me reparar

To te cuidando de longe
To te amando no meu canto
Diga que está feliz
Que daqui eu vou me virando

E se eu tiver distante
Não quer dizer que não amo
To ensaiando a despedida
Mesmo tendo outros planos

Negro amor (It’s All Over Now, Baby Blue)

Vá, se mande, junte tudo que você puder levar
Ande, tudo que parece seu é bom que agarre já
Seu filho feio e louco ficou só
Chorando feito fogo à luz do sol
Os alquimistas já estão no corredor
E não tem mais nada negro amor

A estrada é pra você e o jogo é a indecência
Junte tudo que você conseguiu por coincidência
E o pintor de rua que anda só
Desenha maluquice em seu lençol
Sob seus pés o céu também rachou
E não tem mais nada negro amor

Seus marinheiros mareados abandonam o mar
Seus guerreiros desarmados não vão mais lutar
Seu namorado já vai dando o fora
Levando os cobertores? E agora?
Até o tapete sem você voou
E não tem mais nada negro amor
E não tem mais nada

As pedras do caminho deixe para trás
Esqueça os mortos, que eles já não levantam mais
O vagabundo esmola pela rua
Vestindo a mesma roupa que foi sua
Risque outro fósforo, outra vida, outra luz, outra cor
E não tem mais nada negro amor
E não tem mais nada negro amor
E não tem mais nada negro amor
E não tem mais nada negro amor

Três da madrugada

Três da madrugada
Quase nada
A cidade abandonada
E essa rua que não tem mais fim
Três da madrugada
Tudo e nada
A cidade abandonada
E essa rua não tem mais nada de mim
Nada
Noite, alta madrugada
Essa cidade que me guarda
Que me mata de saudade
É sempre assim
Triste madrugada
Tudo e nada
A mão fria, a mão gelada
Toca bem de leve em mim
Saiba
Meu pobre coração não vale nada
Pelas três da madrugada
Toda a palavra calada
Dessa rua da cidade
Que não tem mais fim
Que não tem mais fim
Que não tem mais fim

Zabelê

Minha sabiá
Minha zabelê
Toda meia-noite eu sonho com você
Se você duvida, eu vou sonhar pra você ver

Minha sabiá
Vem me dizer, por favor
O quanto que eu devo amar
Pra nunca morrer de amor

Minha zabelê
Vem correndo me dizer
Por que eu sonho toda noite
E sonho só com você

Se você não me acredita
Vem pra cá, vou lhe mostrar
Que riso largo é o meu sonho
Quando eu sonho com você

Mas anda logo
Vem que a noite já não tarda a chegar
Vem correndo pro meu sonho escutar
Que eu sonho falando alto
Com você no meu sonhar

Um gosto de sol

Alguém que vi de passagem
Numa cidade estrangeira
Lembrou os sonhos que eu tinha
E esqueci sobre a mesa
Como uma pêra se esquece
Dormindo numa fruteira
Como adormece o rio
Sonhando na carne da pêra
O sol na sombra se esquece
Dormindo numa cadeira

Alguém sorriu de passagem
Numa cidade estrangeira
Lembrou o riso que eu tinha
E esqueci entre os dentes
Como uma pêra se esquece
Sonhando numa fruteira

Festa no interior

Fagulhas, pontas de agulhas 
Brilham estrelas de São João 
Babados, xotes e xaxados 
Segura as pontas meu coração 
Bombas na guerra-magia 
Ninguém matava, ninguém morria 
Nas trincheiras da alegria 
O que explodia era o amor 
Nas trincheiras da alegria 
O que explodia era o amor

Fagulhas, pontas de agulhas 
Brilham estrelas de São João 
Babados, xotes e xaxados 
Segura as pontas meu coração 
Bombas na guerra-magia 
Ninguém matava, ninguém morria 
Nas trincheiras da alegria 
O que explodia era o amor 
Nas trincheiras da alegria 
O que explodia era o amor

E ardia aquela fogueira 
Que me esquenta a vida inteira 
Eterna noite sempre a primeira 
Festa do Interior

E ardia aquela fogueira 
Que me esquenta a vida inteira 
Eterna noite sempre a primeira 
Festa do Interior

Balancê

Ô balancê, balancê
Quero dançar com você
Entra na roda, morena, pra ver
Ô balancê, balancêÔ balancê, balancê
Quero dançar com você
Entra na roda, morena, pra ver
Ô balancê, balancêQuando por mim você passa
Fingindo que não me vê
Meu coração quase se despedaça
No balancê, balancêÔ balancê, balancê
Quero dançar com você
Entra na roda, morena, pra ver
Ô balancê, balancêÔ balancê, balancê
Quero dançar com você
Entra na roda, morena, pra ver
Ô balancê, balancêVocê foi minha cartilha
Você foi meu ABC
E por isso eu sou a maior maravilha
No balancê, balancêÔ balancê, balancê
Quero dançar com você
Entra na roda, morena, pra ver
Ô balancê, balancêÔ balancê, balancê
Quero dançar com você
Entra na roda, morena, pra ver
Ô balancê, balancêEu levo a vida pensando
Pensando só em…

Você não entende nada

Quando eu chego em casa nada me consola
Você está sempre aflita
Lágrimas nos olhos, de cortar cebola
Você é tão bonita 
Você traz a coca-cola eu tomo
Você bota a mesa, eu como, eu como
Eu como, eu como, eu como
Você não está entendendo
Quase nada do que eu digo
Eu quero ir-me embora
Eu quero é dar o fora
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo

Eu me sento, eu fumo, eu como, eu não aguento
Você está tão curtida
Eu quero tocar fogo neste apartamento
Você não acredita
Traz meu café com suita eu tomo 
Bota a sobremesa eu como, eu como
Eu como, eu como, eu como
Você tem que saber que eu quero correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo

Açaí

Solidão
De manhã
Poeira tomando o assento
Rajada de vento
Som de assombração
Coração…
Sangrando toda palavrã sã

A paixão
Puro afã
Místico clã de sereia
Castelo de areia
Ira de tubarão
Ilusão…
O sol brilha por si

Açaí guardiã
Zum de besouro…
Um imã
Branca é a tez da manhã

Estrada do sol

É de manhã
Vem o sol, mas os pingos da chuva
Que ontem caiu
Ainda estão a brilhar
Ainda estão a dançar
Ao vento alegre que me traz esta canção

Quero que você me dê a mão
Vamos sair por aí
Sem pensar no que foi que sonhei
Que chorei, que sofri
Pois a nossa manhã
Já me fez esquecer
Me dê a mão
Vamos sair pra ver o Sol

Meu nome é Gal

Meu nome é Gal
E desejo me corresponder
Com um rapaz que seja o tal
Meu nome é Gal

E não faz mal
Que ele não seja branco, não tenha “cultura”
De qualquer altura, eu amo igual
Meu nome é Gal

E tanto faz
Que ele tenha defeito
Ou traga no peito crença ou tradição
Meu nome é Gal, eu amo igual
Ah, meu nome é Gal

“Meu nome é Gal, tenho 24 anos
Nasci na Barra Avenida, Bahia
Todo dia eu sonho alguém pra mim
Acredito em Deus, gosto de baile, cinema
Admiro Caetano, Gil, Roberto, Erasmo,
Macalé, Paulinho da Viola, Lanny

Rogério Sganzerla, Jorge Ben, Rogério Duprat,
Waly, Dircinho, Nando,
E o pessoal da pesada
E se um dia eu tiver alguém com bastante amor pra me dar
Não precisa sobrenome
Pois é o amor que faz o homem.”

Sorte

Tudo de bom que você me fizer
Faz minha rima ficar mais rara
O que você faz me ajuda a cantar
Põe um sorriso na minha cara

Meu amor, você me dá sorte
Meu amor!
Você me dá sorte, meu amor!
Você me dá sorte na vida!

Quando te vejo não saio do tom
Mas meu desejo já se repara
Me dá um beijo com tudo de bom
E acende a noite na Guanabara

Meu amor, você me dá sorte
Meu amor!
Você me dá sorte, meu amor!
Você me dá sorte de cara!

Tudo de bom que você me fizer
Faz minha rima ficar mais rara
O que você faz me ajuda a cantar
Põe um sorriso na minha cara

Meu amor!
Você me dá sorte, meu amor!
Você me dá sorte, meu amor!
Você me dá sorte na vida!

Quando te vejo não saio do tom
Mas meu desejo já se repara
Me dá um beijo com tudo de bom
E acende a noite na Guanabara

Meu amor!
Você me dá sorte, meu amor!
Você me dá sorte, meu amor!
Você me dá sorte de cara! (Na vida!)

Meu amor!
Você me dá sorte, meu amor!
Você me dá sorte, meu amor!
Você me dá sorte na vida!

De cara! Na vida!

Meu amor!
Você me dá sorte, meu amor!
Você me dá sorte, meu amor!
Você me dá sorte na vida! (De cara!)

Nua idéia (Leila XII)

Lua cheia 
Ilumina minha vida
Pura lâmina polida 
Lábio, leite, peito, mãe
Nua idéia
Pavão de plumagem branca
Moça de risadas franca
Meia-taça de champanhe
Minha seta atravessa o meu amado
Linha reta do real do outro lado
Lua nova tudo agora recomeça
O mundo está posto à prova
Muda a luz e muda a cor
Lua, lua 
Ilumina esta promessa
Com tua vontade crua
Ilumina o meu amor

Onde Deus possa me ouvir

Sabe o que eu queria agora, meu bem?
Sair, chegar lá fora e encontrar alguém
Que não me dissesse nada
Não me perguntasse nada também
Que me oferecesse um colo, um ombro
Onde eu desaguasse todo desengano
Mas a vida anda louca
As pessoas andam tristes
Meus amigos são amigos de ninguém

Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?
Morar no interior do meu interior
Pra entender por que se agridem
Se empurram pr´um abismo
Se debatem, se combatem sem saber

Meu amor
Deixa eu chorar até cansar
Me leve pra qualquer lugar
Aonde Deus possa me ouvir
Minha dor
Eu não consigo compreender
Eu quero algo pra beber
Me deixe aqui, pode sair

Adeus.

Nada mais

Sinto quando alguém te interessa
Mesmo quando finges que não vês
Se desapareces numa festa
Eu já sei

Não te quero ouvir falar do tempo
Se eu só pergunto onde vais
Mas se quiser saber se voltas logo
You don’t know, nada mais

Vão dizer que são tolices
Que podemos ser felizes
Mas tudo que eu sei
Não dá pra disfarçar
Dessa vez doeu demais
Amanhã será jamais!

Onde a gente vai tem uns amigos
Que você precisa visitar
Se não sou feliz são só ciúmes
Nada mais

Mais de uma vez flagrei seus lábios
Na intenção do nome de outro alguém
Mas se quiser saber o que eles calam
Você diz: Tudo bem!

Vão dizer que são tolices
Que podemos ser felizes
Mas tudo que eu sei
Não dá pra disfarçar
Dessa vez doeu demais
Amanhã será jamais
Jamais!

Vão dizer que são tolices
Que podemos ser felizes
Mas tudo que eu sei
Não dá pra disfarçar
Dessa vez doeu demais
Amanhã será jamais

A rã

Coro de cor
Sombra de som de cor
De mal me quer
De mal me quer de bem
De bem me diz
De me dizendo assim
Serei feliz
Serei feliz de flor
De flor em flor
De samba em samba em som
De vai e vem
De verde verde ver
Pé de capim
Bico de pena pio
De bem te vi
Amanhecendo sim
Perto de mim
Perto da claridade
Da manhã
A grama a lama tudo
É minha irmã
A rama o sapo o salto
De uma rã

Novo amor

(Estribilho)
Eu arranjei um novo amor
um novo amor para o meu coração
A minha vida já mudou
e minh’alma exultou de satisfação (que bão, que bão)

Hoje eu me sinto feliz
E tenho medo, p’rá quê mentir?
Pois a felicidade é traiçoeira
e como vem também pode partir (eu arranjei, arranjei)

(Estribilho)
E dos teus dois olhos eu fiz
os meus olhos apaixonados
Só peço a Deus que faça de nós dois
eternamente dois namorados (arranjei, arranjei)

No tabuleiro da baiana

No tabuleiro da baiana tem
Vatapá, oi
Caruru
Mungunzá
Tem umbu
Pra ioiô
Se eu pedir você me dá
O seu coração
Seu amor de iaiá

No coração da baiana tem
Sedução
Canjerê
Ilusão
Candomblé
Pra você

Juro por deus
Pelo senhor do bonfim
Quero você, baianinha, inteirinha pra mim
Sim, mas depois, o que será de nós dois?
Seu amor é tão fulgáz, enganador

Tudo já fiz
Fui até num canjerê
Pra ser feliz
Meus trapinhos juntar com você
E depois vai ser mais uma ilusão
Que no amor quem governa é o coração

No tabuleiro da baiana tem
Vatapá, oi
Caruru
Mungunzá, oi
Tem umbu
Pra ioiô
Se eu pedir você me dá
O seu coração
Seu amor de iaiá

No coração da baiana também tem
Sedução
Canjerê
Ilusão
Candomblé
Pra você

Modinha para Gabriela

Quando eu vim pra esse mundo
Eu nao atinava em nada
Hoje eu sou gabriela
Gabriela he! meus camaradas
Eu nasci assim, eu cresci assim
Eu sou mesmo assim
Vou ser sempre assim
Gabriela, sempre gabriela
Quem me batizou, quem me iluminou
Pouco me importou, e assim que eu sou
Gabriela, sempre gabriela
Eu sou sempre igual, nao desejo mal
Amo o natural, etecetera e tal
Gabriela, sempre gabriela

Domingo

Roda, toda gente roda
Ao redor desta tarde
Essa praça é formosa
E a rosa pousada no meio da roda
No meio da tarde de um imenso jardim

Rosa, não espera por mim
Rosa, menina pousada
Não espera por nada
Não espera por mim

Roda, toda gente roda
Ao redor desta praça
Esta tarde está morta

E a rosa, coitada
Na praça e na porta
Na sala, na tarde do mesmo jardim

Que dia espera por mim
Nova, perdida, calada
Não há madrugada esperando por mim
Nova, perdida, calada
Não há madrugada esperando por mim

Azul

Eu não sei
Se vem de Deus
Do céu ficar azul
Ou virá
Dos olhos teus
Essa cor
Que azuleja o dia

Se acaso anoitecer
E o céu perder o azul
Entre o mar e o entardecer
Alga marinha, vá na maresia
Buscar ali um cheiro de azul
Essa cor não sai de mim
Bate e finca pé
A sangue de rei

Até o sol nascer amarelinho
Queimando mansinho
Cedinho, cedinho (cedinho)
Corre e vá dizer
Pro meu benzinho
Um dizer assim
O amor é azulzinho

Até o sol nascer amarelinho
Queimando mansinho
Cedinho, cedinho cedinho
Corre e vá dizer
Pro meu benzinho
Um dizer assim
O amor é azulzinho

Bom dia

Madrugou, madrugou
A mancha branca do sol
Acordou o dia
E o dia já levantou
Acorda meu amor
A usina já tocou
Acorda é hora 
De trabalhar meu amor

Acorda é hora
O dia veio roubar
Teu sono cansado
É hora de trabalhar
O dia te exige 
O suor e o braço
Pra usina do dono
Do teu cansaço

Acorda meu amor 
É hora de trabalhar
O dia já raiou
É hora de trabalhar

Madrugou, madrugou
A mancha branca do sol
Acordou o dia
E o dia já levantou
Ele sai, ele vai
A usina já tocou
Bom dia, bom dia
Até logo meu amor

Aquele frevo Axé

Que fazer?
Meu pensamento está preso àquele carnaval
Volto a pisar este chão
Enceno um drama banal
Tento refazer a trama
Mas o desfecho é igual
E você?
Será que canta calada aquele frevo axé
Que não me deixa dormir
Ou terá perdido a fé
No que ficou prometido
Sem nos falarmos sequer
Meu amor
Ando na praça vazia e espero o sol se por
Vejo o clarão se extinguir
Por trás da mão do poeta
Nosso amor não vai sumir
Veja onde a gente se achou
Estrelas já vão luzir
Na noite da baía preta
Queria tanto você aqui
Que fazer?..

Como dois e dois

Quando você me ouvir cantar
Venha não creia eu não corro perigo
Digo não digo não ligo, deixo no ar
Eu sigo apenas porque eu gosto de cantar
Tudo vai mal, tudo
Tudo é igual quando eu canto e sou mudo
Mas eu não minto não minto
Estou longe e perto
Sinto alegrias tristezas e brinco

Meu amor
Tudo em volta está deserto tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco

Quando você me ouvir chorar
Tente não cante não conte comigo
Falo não calo não falo deixo sangrar
Algumas lágrimas bastam pra consolar
Tudo vai mal, tudo
Tudo mudou não me iludo e contudo
A mesma porta sem trinco, o mesmo teto
E a mesma lua a furar nosso zinco

Meu amor
Tudo em volta está deserto tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Meu amor
Tudo em volta está deserto tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Meu amor
Tudo em volta está deserto tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco

Cinco

Baby

Você precisa
Saber da piscina
Da margarina
Da Carolina
Da gasolina
Você precisa
Saber de mim
Baby, baby
Eu sei
Que é assim
Baby, baby
Eu sei
Que é assim

Você precisa
Tomar um sorvete
Na lanchonete
Andar com gente
Me ver de perto
Ouvir aquela canção
Do Roberto
Baby, baby
Há quanto tempo
Baby, baby
Há quanto tempo

Você precisa
Aprender inglês
Precisa aprender
O que eu sei
E o que eu
Não sei mais
E o que eu
Não sei mais

Não sei
Comigo
Vai tudo azul
Contigo
Vai tudo em paz
Vivemos
Na melhor cidade
Da América do Sul
Da América do Sul
Você precisa
Você precisa…

Não sei
Leia
Na minha camisa
Baby, baby
I love you
Baby, baby
I love you…

Divino maravilhoso

Atenção ao dobrar uma esquina
Uma alegria, atenção menina
Você vem, quantos anos você tem?
Atenção, precisa ter olhos firmes
Pra este sol, para esta escuridão
Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino maravilhoso
Atenção para o refrão
É preciso estar atento e forte
Não temos tempo de temer a morte (2x)
Atenção para a estrofe e pro refrão
Pro palavrão, para a palavra de ordem
Atenção para o samba exaltação
Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino maravilhoso
Atenção para o refrão
É preciso estar atento e forte
Não temos tempo de temer a morte (2x)
Atenção para as janelas no alto
Atenção ao pisar o asfalto, o mangue
Atenção para o sangue sobre o chão
Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino maravilhoso
Atenção para o refrão
É preciso estar atento e forte

Sol negro

Na minha voz trago a noite e o mar
O canto é a luz de um sol negro e dor
É o amor que morreu na noite do mar

Valha Nossa Senhora
Há quanto tempo ele foi-se embora
Para bem longe, pra além do mar
Para além dos braços de Iemanjá
Adeus, adeus…

Nenhuma dor

Minha namorada tem segredos
Tem nos olhos mil brinquedos
De magoar o meu amor
Minha namorada, muito amada
Não entende quase nada
Nunca vem de madrugada
Procurar por onde estou
É preciso, ó doce namorada
Seguirmos firmes na estrada
Que leva nenhuma dor
Minha doce e triste namorada
Minha amada, idolatrada
Salva, salva o nosso amor

Avarandado

Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo o que quer

Cada palmeira da estrada
Tem uma moça recostada
Uma é minha namorada
E essa estrada vai dar no mar

Cada palma enluarada
Tem que estar quieta, parada
Qualquer canção, quase nada
Vai fazer o sol levantar
Vai fazer o dia nascer

Namorando a madrugada
Eu e minha namorada
Vamos andando na estrada
Que vai dar no avarandado do amanhecer

Meu coração de criança
Não é só a lembrança
De um vulto feliz de mulher
Que passou por meus sonhos

Sem dizer adeus
E fez dos olhos meus
Um chorar mais sem fim

Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim

Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim

Coração vagabundo

Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo o que quer

Meu coração de criança
Não é só a lembrança
De um vulto feliz de mulher
Que passou por meus sonhos

Sem dizer adeus
E fez dos olhos meus
Um chorar mais sem fim

Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim

Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim

Dadá Maria

Mas que alegria vê-la aqui Dadá Maria
Faz um ano que a saudade vem chamando por você
Pra que voltando você traga aqueles dias
De festas, de valentias, da falta do que fazer

Meu companheiro vem vindo de Vitória
Onde a lua canta as mágoas de outros mares de outras águas
Nessa viagem ao rumo de Marajó
Sempre atrás de cantadores não dei um ponto sem nó

De parceria com um tal Dandará
Conheci toda a Bahia, fui ao Belém do Pará
Dadá Maria, sua amiga é quem lhe diz
Não há coisas mais bonitas que as coisas desse país

Mas que alegria vê-la aqui Dadá Maria
Assim toda viajada nas terras do coração
Mas diga a mim as coisas desses confins
Da maneira mais bonita na sua melhor canção

Falar mais posso o tal chavão costumeiro
Que diz sem nenhum favor que Deus era brasileiro
Falar mais posso o tal chavão costumeiro
Que diz sem nenhum favor que Deus era brasileiro
Brasileiro
Brasileiro

Folhetim

Se acaso me quiseres
Sou dessas mulheres
Que só dizem sim
Por uma coisa à toa
Uma noitada boa
Um cinema, um botequim

E, se tiveres renda
Aceito uma prenda
Qualquer coisa assim
Como uma pedra falsa
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim

E eu te farei as vontades
Direi meias verdades
Sempre à meia luz
E te farei, vaidoso, supor
Que é o maior e que me possuis

Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte
Te afasta de mim
Pois já não vales nada
És página virada
Descartada do meu folhetim

Vapor Barato

Oh! sim!
Eu estou tão cansado
Mas não prá dizer
Que eu não acredito
Mais em você…

Com minhas calças vermelhas
Meu casaco de general
Cheio de anéis…

Vou descendo por todas as ruas
E vou tomar aquele velho navio
Eu não preciso de muito dinheiro
Graças a Deus!
E não me importa, Honey…

Minha Honey Baby
Baby! Honey Baby!
Oh! Minha Honey Baby
Baby! Honey Baby!…

Oh! sim!
Eu estou tão cansado
Mas não prá dizer
Que eu tô indo embora…

Talvez eu volte
Um dia eu volto
Mas eu quero esquecê-la
Eu preciso…

Oh! minha grande!
Oh! minha pequena!
Oh! minha grande!
Obsessão!…

Minha Honey Baby
Baby! Honey Baby!
Oh! Minha Honey Baby
Honey Baby!
Honey Baby!
Ah! Ah! Ah! Ah!…

Ando tão a flor da pele
Qualquer beijo de novela
Me faz chorar
Ando tão a flor da pele
Que teu olhar
Flor na janela
Me faz morrer…

Ando tão a flor da pele
Meu desejo se confunde
Com a vontade de não ser
(Baby!)
Ando tão a flor da pele
Que a minha pele tem o fogo
(Honey Baby!)
De um juízo final..

Barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem cela
Bicho solto, cão sem dono
Menino um bandido
As vezes me preservo
Noutras, suicido…

Baby!
Honey Baby
Baby! Baby!
Baby! Baby! Baby!
Honey Baby!
Oh! Minha Honey baby
Honey Baby!
Honey Baby!
Baby! Baby! Baby!
Baby! Baby!…

Ando tão a flor da pele
Qualquer beijo de novela
Me faz chorar
Ando tão a flor da pele
Que teu olhar
Flor na janela
Me faz morrer…

Ando tão a flor da pele
Meu desejo se confunde
Com a vontade de não ser
Ando tão a flor da pele
Que a minha pele tem o fogo
De um juízo final…

Baby!
Honey Baby!
Honey Baby!
Baby! Baby!
Baby! Baby! Baby!
Oh! Minha Honey Baby
Honey Baby!
Honey Baby!
Baby! Baby! Baby!
Baby! Baby!…

(mais…)

Alguém como tu

Alguém como tu
Assim como tu
Eu preciso encontrar
Alguém sempre meu
De olhar como o teu
Que me faça sonhar
Amores eu sei
Na vida eu achei e perdi
Mas nunca ninguém desejei
Como desejo a ti
Se tudo acabou
Se o amor já passou
Há de um sonho ficar
Sozinho estarei
E alguém eu irei
Procurar
Eu sei que outro amor posso ter
E um novo romance viver
Mas sei que também
Assim como tu
Mais ninguém
Assim como tu
Mais ninguém

(mais…)

A Felicidade

Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite
Passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Prá que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

(mais…)

Se tem luar no c

Fagulhas
Pontas de agulhas
Brilham estrelas
De São João…

Babados
Xotes e xaxados
Segura as pontas
Meu coração…

Bombas na guerra-magia
Ninguém matava
Ninguém morria…

Nas trincheiras
Da alegria
O que explodia
Era o amor…(2x)

Fagulhas
Pontas de agulhas
Brilham estrelas
De São João…

Babados
Xotes e xaxados
Segura as pontas
Meu coração…

Bombas na guerra-magia
Ninguém matava
Ninguém morria…

Nas trincheiras
Da alegria
O que explodia
Era o amor…(2x)

Ardia aquela fogueira
Que me esquenta
A vida inteira
Eterna noite
Sempre a primeira
Festa do Interior…(2x)

Fagulhas
Pontas de agulhas
Brilham estrelas
De São João…

Babados
Xotes e xaxados
Segura as pontas
Meu coração…

Bombas na guerra-magia
Ninguém matava
Ninguém morria…

Nas trincheiras
Da alegria
O que explodia
Era o amor…(2x)

Ardia aquela fogueira
Que me esquenta
A vida inteira
Eterna noite
Sempre a primeira
Festa do Interior…(2x)

(mais…)

Chuva de Prata

Se tem luar no céu
Retira o véu e faz chover
Sobre o nosso amor…

Chuva de prata
Que cai sem parar
Quase me mata
De tanto esperar
Um beijo molhado de luz
Sela o nosso amor…

Basta um pouquinho
De mel prá adoçar
Deixa cair
O seu véu sobre nós
Oh Lua!
Bonita no céu
Molha o nosso amor…

Toda vez
Que o amor disser:
Vem comigo!
Vai sem medo
De se arrepender…

Você deve acreditar
No que eu digo
Pode ir fundo
Isso é que é viver…

Cola seu rosto no meu
Vem dançar
Pinga seu nome no breu
Prá ficar
Enquanto se esquece de mim
Lembra da canção…

Toda vez
Que o amor disser:
Vem comigo!
Vai sem medo
De se arrepender…

Você deve acreditar
No que eu digo
Pode ir fundo
Isso é que é viver…

Chuva de prata
Que cai sem parar
Quase me mata
De tanto esperar
Um beijo molhado de luz
Sela o nosso amor
Enquanto se esquece de mim
Lembra da canção
Oh Lua!
Bonita no céu
Molha o nosso amor!…

(mais…)

A Coisa Mais Linda Que Existe

Coisa linda nesse mundo
É sair por um segundo
E te encontrar por aí
E ficar sem compromisso
Pra fazer festa ou comício
Com você perto de mim

Na cidade em que me perco
Na praça em que me resolvo
Na noite da noite escura
É lindo ter junto ao corpo
Ternura de um corpo manso
Na noite da noite escura

A coisa mais linda que existe
É ter você perto de mim
A coisa mais linda que existe
É ter você perto de mim

O apartamento, o jornal
O pensamento, a navalha
A sorte que o vento espalha
Essa alegria, o perigo
Eu quero tudo contigo
Com você perto de mim

(mais…)

Aquarela do Brasil

Brasil!
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus ver…sos
O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
Ó Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Brasil!
Pra mim, pra mim
Ó abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil!
Brasil!
Deixa cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil! Brasil!
Pra mim, pra mim
Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferen…te
O Brasil, verde que dá
Para o mundo admirar
Ó Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Brasil!
Pra mim, pra mim
O esse coqueiro que dá côco
Oi, onde amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil!
Brasil!
Oi estas fontes murmurantes
Oi onde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
O, esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil! Brasil!

(mais…)

Um dia De Domingo

Eu preciso te falar
Te encontrar de qualquer jeito
Prá sentar e conversar
Depois andar
De encontro ao vento…

Eu preciso respirar
O mesmo ar que te rodeia
E na pele quero ter
O mesmo sol que te bronzeia…

Eu preciso te tocar
E outra vez te ver sorrindo
E voltar num sonho lindo…

Já não dá mais prá viver
Um sentimento sem sentido
Eu preciso descobrir
A emoção de estar contigo…

Ver o sol amanhecer
E ver a vida acontecer
Como um dia de domingo…

Faz de conta que ainda é cedo
Tudo vai ficar
Por conta da emoção
Faz de conta que ainda é cedo
E deixar falar
A voz do coração…(final 2x)

(Repetir a letra)

(mais…)