Se acaso me quiseres
Sou dessas mulheres
Que só dizem sim
Por uma coisa à toa
Uma noitada boa
Um cinema, um botequim
E, se tiveres renda
Aceito uma prenda
Qualquer coisa assim
Como uma pedra falsa
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim
E eu te farei as vontades
Direi meias verdades
Sempre à meia luz
E te farei, vaidoso, supor
Que é o maior e que me possuis
Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte
Te afasta de mim
Pois já não vales nada
És página virada
Descartada do meu folhetim
Comentários
Ana Sara
17/01/2014
Essa música é uma narrativa de uma mulher de extrema independência sexual. Na 1ª estrofe ela já fala que é dessas mulheres que só dizem sim, que não importa se é somente por prazer sexual, ou pela companhia,um cinema, um barzinho sem compromisso. Na 2ª ela fala que ele tiver renda e querer presentia-la para ela tudo bem, não importando o que quer que seja. Ela realizara suas fantasias, falará mentiras, fingirá orgasmo,e ainda falará que é o melhor e o maior que ela já teve. E no outro dia ela não espera nada, que foi apenas sexo casual.
Patricia Braga
17/05/2013
""Folhetim" focaliza a figura da prostituta que oferece os seus encantos - "Se acaso me quiseres / sou dessas mulheres / que só dizem sim.." -, tema idêntico ao da composição "Love for Sale", de Cole Porter, proibida e depois liberada nos anos trinta. Mesmo antes de terminá-la, para uma personagem da "Ópera do Malandro", Chico já pensava em entregá-la a Gal Costa para gravar. Assim aconteceu, com Gal cantando-a acompanhada por músicos como Wagner Tiso, Perinho Albuquerque, autor do arranjo, e Jorginho Ferreira da Silva, em criativa intervenção ao sax-alto. Escrita por Chico Buarque e baseada na "Ópera dos Três Vinténs", de Kurt Weil e Bertolt Brecht, e na "Ópera dos Mendigos", de John Gay, a "Ópera do Malandro" conta a história de dois malandros rivais (Max e Duran) e apresenta uma alentada trilha musical em que se destacam, além de "Folhetim", canções como "Homenagem ao Malandro", "O Meu Amor" e a intrigante "Geni e o Zepelim". Diga-se de passagem que a "Ópera dos Mendigos", uma sátira à sociedade inglesa do século XVIII, é considerada uma obra revolucionária por ter levado canções populares para o teatro operístico." Fonte: Livro 85 anos de Música Brasileira Vol. 2, 1ª edição, 1997, editora 34
Natália Morais
30/04/2013
Certamente é uma prostituta. Nenhuma pessoa, mesmo que seja livre diz sim pra qualquer outra pessoa, apenas as prostitutas "são obrigadas" a fazerem isso. Mas, não se trata apenas de sexo, também da companhia (Por uma coisa a toa, uma noitada boa, um cinema, um botequim). Sutilmente o eu lirico cobra o personagem (E se tiveres renda, aceito uma prenda) do modo que deve ser cobrado para o cliente crer que o eu lirico realmente quer passar por aquele momento, coisa que fica mais clara quando diz "E te farei as vontades, direi meias verdades, sempre a meia luz... E te farei, vaidoso, supor, que és o maior e que me possuis". Ela fará tudo aquilo que ele quiser, porém, não é real nos sentimentos do eu-lirico. E, obviamente, após o tempo do programa ela vai embora "mas na manhã seguinte, não conta até vinte, te afasta de mim". Foi dessa maneira que compreendo a música
Carlito Sales
20/03/2012
Para mim trata-se da vida de uma mulher livre, sem compromisso com ninguem a não ser com ela mesma.Esse é seu folhetim, seu sonho de valsa.
Solange
02/03/2012
Também compartilho da opinião da Jennifer... para mim é a "mulher de uma noite", que não se apega!!! :)
Charles Robson
02/03/2012
Não se trata de uma prostituta. A Jennifer foi perfeita na sua análise, trata-se de uma mulher que não se apega emocionalmente. Ou algum de vocês já ouviu falar em prostituta que faz programa por um sonho de valsa? Alguém convida uma prostituta ao cinema?
tripa_rs
06/02/2012
Também partilho da opinião de que trata-se da vida de uma prostituta, mas sinto uma entonação triste e vazia na interpretação e melodia, o que me faz imaginar que ao mesmo tempo que agrada aos homens, não é ela, agradada.
lullycat
04/02/2012
Sim, também acredito que a música fale sobre a rotina das profissionais do sexo, mas eu acho que fala de uma forma romântica, doce dessa profissão.
Fulana
05/07/2011
É a rotina de uma prostituta. Ela faz seu programa, aceita o dinheiro, e na manhã seguinte, vai embora, por não ter vínculo nenhum com seu cliente. O faz sentir o melhor homem de todos, o elogiando, fazendo todas as suas vontades.
ze andrade
22/01/2011
Nao seria um programa? Ela satisfaz a vontades de quem a contrata e diz que o cliente quer escutar, como todas mulheres de programa na amnha seguinte o descarta e começa tudo denovo , mais um folhetim
Jennifer
05/11/2010
O Eu lírico é uma mulher que não se apega emocionalmente ao seu cônjuge (Sou dessas mulheres que só dizem sim). Que aceita qualquer proposta afim de satisfazer a si própria (Uma noitada boa, um cinema um botequim). Não é exigente. O prazer não está em receber presentes (Se tiveres renda aceito uma prenda, qualquer coisa assim). É uma mulher que fala coisas pra agradar quando estão a sós, elevando o ego de seu companheiro (E te farei vaidoso supor que és o maior e que me possuis). Porém, no dia seguinte descarta-o como se não tivesse mais importância ou serventia, visto que já satisfez suas proprias vontades (Pois já não vales nada,és página virada descartada do meu folhetim).