Gal Costa

Gal Costa é uma das mais influentes cantoras da música brasileira. Nascida em Salvador, Bahia, em 1945, ela se tornou conhecida nos anos 60 como uma das principais vozes da Tropicália, movimento que misturava diferentes gêneros musicais e elementos da cultura popular brasileira. Com uma voz poderosa e versátil, Gal interpretou sucessos como “Baby” e “Meu Nome é Gal” e gravou álbuns icônicos como “Gal Costa” (1969) e “Índia” (1973). Ao longo de sua carreira, ela continuou a inovar e colaborar com artistas de diferentes estilos musicais. Gal Costa é uma referência para muitos artistas brasileiros e internacionais.

Viagem passageira

O sonho é ter tudo resolvidoCom o passar do tempo pela vidaA casca da ferida se formandoA cicatriz na pele do futuroA pele do futuro finalmenteImune ao corte, à lâmina do tempoO tempo finalmente estilhaçadoE a poeira sumindo no horizonte O sonho é ter tudo dissolvidoO corpo, a mente, a fonte da lembrançaEnfim, ponto final […]

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Sublime

Não que eu me iludaEu acho até que você gosta de mimNão que eu me iludaEu penso até que você pensa Mas não o suficiente pra ficar assimCalado colado sem beijo apressadoSem olhar pro ladoSem tomar cuidado com o fim Não que eu me iludaEu sinto até que você sente um frissonO que não mudaQuando

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Tuareg

Na areia branca do deserto escaldanteEle nasceu, cresceu guerreandoCaminhando dia e noiteNo deserto sem errar Pois com muita fé, ele só para pra rezarPois pela direção do sol e das estrelasNo oásis escondido, água ele vai acharPois o homem de véu azul é o prometido de Alá Pois ele é guerreiroEle é bandoleiroAh, ele é

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Caras e bocas

Quando canto um segredoQuando mostro algum medoOu maisQuando falo de amor ou desejoMinha boca se mostra maciaVermelhaMas se desce a gargantaDas cordas escondidasNesse peito sufocadoDesse coração atrapalhadoSurge uma nota brilhanteDe cristal transparenteMinha cara invade a cenaRasga a vidaMostra o brilho agudo musical

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Segunda

Segunda é dia de brancoVou arrastar meu tamancoQuem não tem dinheiro em bancoMadruga e Deus não ajuda Sexta-feira eu dou o arrancoNo sábado aguento o trancoChega no domingo estancoNa segunda tudo muda Digo isso com alegriaNão vejo o nascer do diaMas pela Virgem MariaTenho dinheiro e patrão Eu mesmo sou mei galegoO meu chefe no

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Neguinho

Neguinho não lê, neguinho não vê, não crê, pra quê?Neguinho nem quer saberO que afinal define a vida de neguinho Neguinho compra o jornal, neguinho fura o sinalNem bem nem mal, prazerVotou, chorou, gozou: o que importa, neguinho? Rei, rei, neguinho reiSim, sei, neguinhoRei, rei, neguinho é reiSei não, neguinho Se nego pensa que é

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Mar e sol

Um SolEu souPara o seu mar, ó meu amor;VocêO mar éPara o meu Sol, para eu me pôr; Me pôrEm você,Me espelhar, me espalhar;Meu SolDe arrebolDeitar no leito de seu mar – E entrar em você,Em você queimar, arder;Em você tremer, em você,Em você morrer, morrer. Um só,Um nóDe fogo e água, terra e céu,A

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Nossos momentos

Momentos são iguais àquelesEm que eu te amei,Palavras são iguais àquelasQue eu te dediquei. Eu escrevi na fria areiaUm nome para amar,O mar chegou, tudo apagou,Palavras leva o mar. Teu coração, praia distanteEm meu perdido olhar,Teu coração, mais inconstanteQue a incerteza do mar. Teu castelo de carinhosEu nem pude terminar,Momentos meus, que foram teusAgora é

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Socorro

Socorro, não estou sentindo nadaNem medo, nem calor, nem fogoNão vai dar mais pra chorarNem pra rirSocorro, alguma alma mesmo que penadaMe empreste suas penasJá não sinto amor nem dorJá não sinto nadaSocorro, alguém me dê um coraçãoQue esse já não bate nem apanhaPor favor, uma emoção pequena, qualquer coisaQualquer coisa que se sintaTem tantos

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Lanterna dos Afogados

Quando tá escuroE ninguém te ouveQuando chega a noiteE você pode chorarHá uma luz no túnelDos desesperadosHá um cais de portoPra quem precisa chegarEu tô na Lanterna dos AfogadosEu tô te esperandoVê se não vai demorar Uma noite longaPra uma vida curtaMas já não me importaBasta poder te ajudarE são tantas marcasQue já fazem parteDo

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Futuros amantes

Não se afobe, nãoQue nada é pra jáO amor não tem pressaEle pode esperar em silêncioNum fundo de armárioNa posta-restanteMilênios, milênios no ar E quem sabe, entãoO Rio seráAlguma cidade submersaOs escafandristas virãoExplorar sua casaSeu quarto, suas coisasSua alma, desvãos Sábios em vãoTentarão decifrarO eco de antigas palavrasFragmentos de cartas, poemasMentiras, retratosVestígios de estranha civilização

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Nuvem negra

Não adiantaMe ver sorrirEspelho meuMeu riso é seuEu estou ilhadaHoje não ligo a TVNem mesmo pra ver o JôNão vou sairSe ligarem não estouÀ manhã que vemNem bom-dia eu vou darSe chegar alguémA me pedir um favorEu não seiTá difícil ser euSem reclamar de tudoPassa a nuvem negraLarga o diaE vê se leva o malQue

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Caminhos cruzados

Quando um coração que está cansado de sofrerEncontra um coração também cansado de sofrerÉ tempo de se pensar,Que o amor pode de repente chegarQuando existe alguém que tem saudade de outro alguémE esse outro alguém não entenderDeixe esse novo amor chegar,Mesmo que depois seja imprescindível chorarQue tolo fui eu que em vão tentei raciocinarNas coisas

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Cabelo

Cabelo, cabeleiraCabeluda, descabelaCabelo, cabeleiraCabeluda, descabelada Quem disse que cabelo não senteQuem disse que cabeloNão gosta de penteCabelo quando cresce é tempoCabelo embaraçado é ventoCabelo vem lá de dentroCabelo é como pensamentoQuem pensa que cabelo é matoQuem pensa que cabelo é pastoCabelo com orgulho é crinaCilindros de espessura finaCabelo quer ficar prá cimaLaque, fixador, gomalina Cabelo,

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Viver e reviver (here, there and everywhere)

A vida é muito maisQuando estou perto de vocêE euBem que tentei construirSonhos de paz vendo a relva crescerPobre de quemPensar que o amor morreuÉHoje eu lembrei de vocêNoutro caminho tão longe daquiLonge de mimEu sei o que você querEu quero reviverO que existe nas miragensQue ninguém mais crêA nossa viagem pelo céu de melNão

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Me faz bem

Me faz bemEsse jeito de se enroscar,De chegar mansinho e se aninhar,De me fazer seu parMe faz bemEsse jeito bom de gostar,Viajar veredas que são mistério maiorQue o fundo do marBem…Me faz bem,Arrepio de imaginar,Me perder no lume do teu olhar,Respirar, tocarO teu corpo solto no cioMe faz bemSer o velho lobo do marQue não

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Lua de mel

Lua-de-melMamam mamãeEu tô em lua-de-melEu tô morandoNum pedaço do céuComo o diabo gosta…(2x) Todo delitoDoce deleiteTodo desfruteTem permissãoTudo que dá prazerTentação!… O dia inteiroNadar no marBanco de areiaImensidão!Tardes desmaiosNossa cançãoDiiiizzz!…. Lua-de-melMamam mamãeEu tô em lua-de-melEu tô morandoNum pedaço do céuComo o diabo gosta…(2x) Todo delitoDoce deleiteTodo desfruteTem permissãoTudo que dá prazerTentação!… O dia inteiroNadar no

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Vaca profana

Respeito muito minhas lágrimasMas ainda mais minha risadaEscrevo, assim, minhas palavrasNa voz de uma mulher sagrada Vaca profana, põe teus cornosPra fora e acima da manadaVaca profana, põe teus cornosPra fora e acima da manada Ê, ê, êDona de divinas tetasDerrama o leite bom na minha caraE o leite mau na cara dos caretas Segue

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Atrás da Luminosidade

Andar à toa por aíAtrás da luminosidadeDe porta em porta, casa em casaRua em rua, que vontadeDe não ter direção, profissãoNada pra oferecerDe ser que nem balãoSair do chãoPra todo mundo ver Sentindo a força irresistível da cidadeO meu sorriso cheio de felicidadeVendo a moçada bater palma com vontadeAtração e novidade que eu preciso pra

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Rumba louca

Meu coração bailava a toaNum jogo de cintura tipo vai e vemAgarradinho no corpo a corpoNum bamboleio solto de vem cá meu bemRosto coladinho coxa e coxaOrelinha um brinco que beijeiBeijo caprichado molha a bocaCheiro no cangote deiE a pulsação da rumba loucaPôs mais fogo no salãoTeu peito no meu peito ecoaQue tic tic-tac vem

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Mil perdões

e perdôo por fazeres mil perguntasQue em vidas que andam juntas ninguém fazTe perdôo por pedires perdãoPor me amares demais te perdôoTe perdôo por ligares pra todos os lugares de onde eu vim Te perdôo por ergueres a mãoPor bateres em mim te perdôoQuando anseio pelo instante de sairE rodar exuberante me perder de tiTe

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Eternamente

Só mesmo o tempoPode revelar o lado oculto das paixõesO que se foiE o que não passaráInesquecíveis sensaçõesQue sempre vão ficarPra nos fazer lembrarDos sonhos, beijosTantos momentos bons Só mesmo o tempoVai poder provarA eternidade das cançõesA nossa música está no arEmocionando os coraçõesPois tudo que é amorParece com vocêPense, lembreNunca vou te esquecer Vou

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Verbos do amor

E se eu te telefonarSe mandar te buscarDer o braço a torcerSei que irias ganharE eu não iria perderDa outra vez eu sofriTe magoei, me feriFoi difícil a prenderQue quando chega a paixãoJustamente a razãoÉ a primeira a cederMas as palavras vaziasRolaram na mesaPesaram o arEu não sabia pedirTu não sabias perdoarMulher nascida pra amarTenho

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Bloco do prazer

Pra libertar meu coraçãoEu quero muito maisQue o som da marcha lentaEu quero um novo balancêO bloco do prazerQue a multidão comentaNão quero oito nem oitentaEu quero o bloco do prazerE quem não vai querer?Mamã mamãe eu quero simQuero ser mandarimCheirando gasolinaNa fina flor do meu jardimAssim como o carmimDa boca das meninasQue a vida

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Dom de iludir

Não me venha falar na malíciaDe toda mulherCada um sabe a dor e a delíciaDe ser o que éNão me olhe como se a políciaAndasse atrás de mimCale a bocaE não cale na bocaNotícia ruim Você sabe explicarVocê sabe entenderTudo bemVocê está, você é ,Você faz, você quer,Você temVocê diz a verdadeE a verdade, o

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Ilusão à toa

Eu acho engraçadoQuando um certo alguémSe aproxima de mimTrazendo exuberânciaQue me extasia Meus olhos sentemMinhas mãos transpiramÉ um amor que eu guardo há muitoDentro em mimE é a voz do coração que canta assimAssim Olha, somente um diaLonge dos teus olhosTrouxe a saudade do amor tão pertoE o mundo inteiro fez-se tão tristonho Mas embora

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O amor

TalvezQuem sabeUm diaPor uma alamedaDo zoológicoEla também chegaráEla que tambémAmava os animaisEntrará sorridenteAssim como estáNa foto sobre a mesa Ela é tão bonitaEla é tão bonitaQue na certaEles a ressuscitarãoO século trinta venceráO coração destroçado jáPelas mesquinharias Agora vamos alcançarTudo o que nãoPodemos amar na vidaCom o estrelarDas noites inumeráveis Ressuscita-meAindaQue mais não sejaPorque sou

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Faltando um pedaço

O amor é um grande laçoUm passo pr’uma armadilhaUm lobo correndo em círculoPra alimentar a matilhaComparo sua chegadaComo a fuga de uma ilhaTanto engorda quanto mataFeito desgosto de filha, de filha O amor é como um raioGalopando em desafioAbre fendas, cobre valesRevolta as águas dos riosQuem tentar seguir seu rastroSe perderá no caminhoNa pureza de

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Massa real

Hoje eu só quero vocêSeja do jeito que forHoje eu só quero alegriaÉ meu dia, é meu diaHoje eu só quero amorHoje eu só quero prazerHoje vai ter que pintarSó quero a massa realÉ o meu carnavalHoje eu só quero amarHoje eu não quero sofrerNão quero ver ninguém chorarHoje eu não quero saberDe ouvir dizer

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Faceira

Foi num sambaDe gente bambaÔ, gente bambaQue eu te conheci, faceiraFazendo visagemPassando rasteiraQue bomQue bomQue bom E desceste lá do morroPra viver cá na cidadeDeixando os companheirosQuase loucos de saudadeLinda criançaTenho féTenho esperançaQue algum dia hás de voltarDireitinho ao teu lugar

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Tu

Teu olhar é um sonho azulTeu sorriso, uma promessa loucaTeus lábios, duas jóias de coralNo engaste sensual de tua boca O mais lindo luar, tuA grandeza do mar, tuSó te quero a tiSó te sinto a tiSó palpito por tiÉs minha vida, querida

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Inquietação

Quem se deixou escravizarE no abismo despencarDe um amor qualquerQuem no aceso da paixãoEntregou o coraçãoA uma mulherNão soube o mundo compreenderNem a arte de viverNem chegou mesmo de leve a perceberQue o mundo é sonho, fantasiaDesengano, alegriaSofrimento, ironiaNas asas brancas da ilusãoNossa imaginaçãoPelo espaço vai, vai, vaiSem desconfiarQue mais tarde caiPara nunca mais voar

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Já era tempo

Já era tempo de você voltarMe beijar, esquecerJá era mais que tempo de vocêRefletirQue as palavras muitas vezesNão provém do coraçãoDo coraçãoJá fazem meses que você, meu bemDisse adeus, partiuJá era tempo de você chegarComo euCom olhos rasos d’águaMas sem mágoaTriste de quem tem e vive à toaTriste de quem ama e não perdoaAi de

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Folha morta

Sei que falam de mimSei que zombam de mimOh, Deus, como eu sou infelizVivo à margem da vidaSem amparo ou guaridaOh, Deus, como eu sou infeliz Já tive amores, tive carinhosJá tive sonhosOs dessabores levaram minha almaPor caminhos tristonhosHoje sou folha mortaQue a corrente transportaOh, Deus, como eu sou infeliz, infelizEu queria um minuto apenasPra

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Camisa amarela

Encontrei o meu pedaço na avenidaDe camisa amarelaCantando a FlorisbelaA FlorisbelaConvidei-o a voltar pra casa em minha companhiaExibiu-me um sorriso de ironiaE desapareceu no turbilhão da galeriaNão estava nada bomO meu pedaço na verdadeEstava bem mamadoBem chumbado, atravessadoFoi por aí cambaleandoSe acabando num cordãoCom um reco-reco na mãoMais tarde o encontrei num café do rapaDo

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É luxo só

Olha, essa mulata quando sambaÉ luxo sóQuando todo seu corpo se embalançaÉ luxo sóTem um não sei quêQue faz a confusãoO que ela não tem meu Deus,É compaixãoÊta, mulata quando, ahOlha, essa mulata quando dançaÉ luxo sóQuando todo seu corpo se embalançaÉ luxo sóPorém seu coração quando se agitaE palpita mais ligeiroNunca vi compasso tão

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Olha

Olha, você tem todas as coisasQue um dia eu sonhei pra mimA cabeça cheia de problemasNão me importo, eu gosto mesmo assim Tem os olhos cheios de esperançaDe uma cor que mais ninguém possuiMe traz meu passado e as lembrançasDo que eu sempre quis ser e não fui Olha, você vive tão distanteMuito além do

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Samba rasgado

Uma cabrocha bonita cantando e sambandoQuem não admiraGingando seu corpo que mesmo a gente espiandoParece mentiraCabrocha que só fala gíriaQue tem candomblé no seu sapateado Cabrocha que veio do morroTrazer pra cidade o samba rasgadoPara eu cantar um sambaNão precisa orquestraçãoGosto mais de uma cuíca, um cavaquinhoUm pandeiro e um violão… Uma vez fui convidada

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Noites cariocas

Sei que ao meu coração só lhe resta escolherOs caminhos que a dor sutilmente traçouPara lhe aprisionarNem lhe cabe sonhar com o que definhouVou me repreender pra não mais me envolverNessas tramas de amorEu bem sei que nós dois somos bem desiguaisPara que martelar, insistir, reprisar?Tanto faz, tanto fezEu por mim desisti, me cansei e

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Olhos verdes

Vem de uma remota batucadaUma cadência bem marcadaQue uma baiana tem no andarE nos seus requebros e maneirasNa graça toda das palmeirasEsguias, altaneirasA balançarSão da cor do mar, da cor da mataOs olhos verdes da mulataSão cismadores e fataisE um beijo ardente, perfumadoConserva o cravo do pecadoDe saborosos cambucás

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Tigresa

Uma tigresa de unhas negras e íris cor de melUma mulher, uma beleza que me aconteceuEsfregando a pele de ouro marromDo seu corpo contra o meuMe falou que o mal é bom e o bem cruel Enquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateuEla me conta sem certeza tudo o que viveuQue gostava de

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O seu amor

O seu amorAme-o e deixe-oLivre para amarLivre para amarLivre para amar O seu amorAme-o e deixe-oIr aonde quiserIr aonde quiserIr aonde quiser O seu amorAme-o e deixe-o brincarAme-o e deixe-o correrAme-o e deixe-o cansarAme-o e deixe-o dormir em paz O seu amorAme-o e deixe-oSer o que ele éSer o que ele éSer o que ele

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Chuck berry fields forever

Trazidos d’África pra Américas de Norte e SulTambor de tinto timbre tanto tonto tom tocouE neve, garça branca, valsa do Danúbio AzulTonta de tanto embalo, num estalo desmaiou Vertigem verga, a virgem branca tomba sob o solRachado em mil raios pelo machado de XangôE assim gerados, a rumba, o mambo, o samba, o rhythm’n’bluesTornaram-se os

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Esotérico

Não adianta nem me abandonarPorque mistério sempre há de pintar por aíPessoas até muito mais vão lhe amarAté muito mais difíceis que eu pra vocêQue eu, que dois, que dez, que dez milhões, todos iguaisAté que nem tanto esotérico assimSe eu sou algo incompreensívelMeu Deus é maisMistério sempre há de pintar por aíNão adianta nem

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Atrás da Verde-e-Rosa só não vai quem já morreu (Samba enredo Mangueira 1994)

Me leva que eu vouSonho meuAtrás da verde-e-rosaSó não vai quem já morreuBahia é luzDe poeta ao luarMisticismo de um povoSalve todos orixásQuem me mandouEstrelas de láFoi São SalvadorPra noite brilharMangueira !Jogando flores pelo marSe encantou com a musaQue a Bahia dáObá berimbau ganzáÔ capoeiraJoga um verso pra iaiáCaetano e Gil ôCom a tropicália no

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Vatapá

Quem quiser vatapá, ôQue procure fazerPrimeiro o fubáDepois o dendêProcure uma nêga baiana, ôQue saiba mexerQue saiba mexerQue saiba mexer Bota castanha de cajuUm bocadinho maisPimenta malaguetaUm bocadinho maisAmendoim, camarão, rala um cocoNa hora de machucarSal com gengibre e cebola, iaiáNa hora de temperar Não para de mexer, ôQue é pra não embolarPanela no fogoNão

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Teco teco

Teco, teco, teco, teco, tecoNa bola de gude era o meu viverQuando criança no meio da garotadaCom a sacola do ladoSó jogava p’ra valerNão fazia roupa de bonecas nem tão pouco conviviaCom as garotas do meu bairro que era naturalVivia em postes, soltava papagaioAté meus quatorze anos era esse o meu mal Com a mania

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Barato total

Lá, lá, lá, lá, lá, lá, láLá, lá, lá, lá, lá, lá, lá Quando a gente tá contenteTanto faz o quenteTanto faz o frioTanto fazQue eu me esqueça do meu compromissoCom isso e aquiloQue aconteceu dez minutos atrás Dez minutos atrás de uma ideia já deuPra uma teia de aranha crescer e prenderSua vida na

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Oração de Mãe Menininha

Ai! Minha mãeMinha mãe MenininhaAi! Minha mãeMenininha do Gantoise A estrela mais linda, heinTá no gantoiseE o sol mais brilhante, heinTá no gantoiseA beleza do mundo, heinTá no gantoiseE a mão da doçura, heinTá no gantoiseO consolo da gente, aiTá no gantoiseE a Oxum mais bonita heinTá no gantoise Olorum quem mandou essa filha de

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Volta

Quantas noites não durmoA rolar-me na camaA sentir tantas coisasQue a gente não pode explicarQuando ama?O calor das cobertasNão me aquece direitoNão há nada no mundoQue possa afastarEsse frio do meu peitoVolta!Vem viver outra vez ao meu lado!Não consigo dormir sem teu braçoPois, meu corpo está acostumado

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Pérola negra

Tente passar pelo que estou passandoTente apagar este teu novo enganoTente me amar pois estou te amandoBaby te amo nem sei se te amoTente usar a roupa que estou usandoTente esquecer em que ano estamosArranje algum sangue escreva num panoPérola negra te amo, te amoRasgue a camisa enxugue meu prantoComo prova de amorMostre teu novo

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Falsa baiana

Baiana que entra no samba e só fica paradaNão samba, não mexe, não bole nem nadaNão sabe deixar a mocidade loucaBaiana é aquela que entra no samba de qualquer maneiraQue mexe, remexe, dá nó nas cadeirasDeixando a moçada com água na boca A falsa baiana quando entra no sambaNinguém se incomodaNinguém bate palma, ninguém abre

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Cinema Olympia

Não quero mais essas tardes mornais, normaisNão quero mais vídeo tape, mormaço, março, abrilEu quero pulgas mil na geralEu quero a geralEu quero ouvir gargalhada geralQuero um lugar pra mim e pra você Na matinê do cinema OlympiaDo cinema OlympiaNa matinê do cinema OlympiaDo cinema OlympiaNa matinê do cinema OlympiaDo cinema Olympia Não quero mais

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Que pena (ela já não gosta mais de mim)

Ele já não gosta mais de mimMas eu gosto dele mesmo assimQue pena, que penaEla já não é mais a minha pequenaQue pena, que pena Pois não é fácil recuperarUm grande amor perdidoPois ela era uma rosaEle era uma rosaAs outras eram manjericãoOs outros eram manjericãoEla era uma rosaEle era uma rosaQue mandava no meu

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Parque industrial

Retocai o céu de anilBandeirolas no cordãoGrande festa em toda a naçãoDespertai com oraçõesO avanço industrialVem trazer nossa redenção Tem garotas propagandaAeromoças e ternura no cartazBasta olhar na paredeMinha alegria num instante se refazPois temos o sorriso engarrafadoJá vem pronto e tabeladoÉ somente requentar e usarÉ somente requentar e usarO que é made, made, madeMade

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Mamãe, coragem

Mamãe, mamãe, não choreA vida é assim mesmoEu fui emboraMamãe, mamãe, não choreEu nunca mais vou voltar por aíMamãe, mamãe, não choreA vida é assim mesmoEu quero mesmo é isto aqui Mamãe, mamãe, não chorePegue uns panos pra lavarLeia um romanceVeja as contas do mercado Pague as prestaçõesSer mãeÉ desdobrar fibra por fibraOs corações dos

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Sim, foi você

Sim, foi você quem não quis voltarToda noite a saudade vai de verdadeAgora lhe procurarComo a mim que a tristeza temPara sempre perdido além do sorrisoJá sem poder chorarAh, nosso amor foi bomFoi de não se esquecerEra pra sempre, foi tão bonitoEra de se esperar renascerMas foi você quem não quis voltarToda noite a saudade

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Fim de caso

Eu desconfio que o nosso caso está na hora de acabarHá um adeus em cada gesto, em cada olharO que não temos é coragem de falarNós já tivemos a nossa fase de carinho apaixonadoDe fazer versos, de viver sempre abraçadosNaquela base do só vou se você forMas de repente, fomos ficando cada dia mais sozinhosEmbora

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Sábado em Copacabana

Depois de trabalhar toda a semanaMeu sábado não vou desperdiçarJá fiz o meu programa prá esta noiteE sei por onde começar Um bom lugar para encontrarCopacabanaPrá passear à beira-marCopacabanaDepois num bar à meia-luzCopacabanaEu esperei por essa noite uma semana Um bom jantar depois de dançarCopacabanaPrá se amar um só lugarCopacabanaA noite passa tão depressaMas vou

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Caminhos do mar

Iemanjá, odoyáOdoyá, rainha do marIemanjá, odoyáOdoyá, rainha do mar O canto vinha de longeDe lá do meio do marNão era canto de genteBonito de admirar O corpo todo estremeceMuda a cor do céu, do luarUm dia ela ainda apareceÉ a rainha do mar Iemanjá, odoyáOdoyá, rainha do marIemanjá, odoyáOdoyá, rainha do mar Quem ouve desde

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Meu bem, meu mal

Você é meu caminhoMeu vinhoMeu vícioDesde o inícioEstava você Meu bálsamo benignoMeu signoMeu guruPorto seguroOnde eu voltei Meu marE minha mãeMeu medoE meu champagne VisãoDo espaço sideralOnde o que eu souSe afoga!Meu fumo e minha iogaVocê é minha drogaPaixão e carnaval Meu Zem!Meu Bem!Meu Mal! Meu Zem!Meu Bem! Você é meu caminhoMeu vinhoMeu vícioDesde o

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Canta Brasil

As selvas te deram nas noites teus ritmos bárbarosE os negros trouxeram de longe reservas de prantoOs brancos falaram de amor em suas cançõesE dessa mistura de vozes nasceu o teu cantoBrasil, minha voz enternecidaJá adorou os seus brasõesNa expressão mais comovidaDas mais ardentes cançõesTambém na beleza desse céuOnde o azul é mais azulNa aquarela

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Brasil

Não me convidaramPra essa festa pobreQue os homens armaram pra me convencerA pagar sem verToda essa drogaQue já vem malhada antes de eu nascer Não me ofereceramNem um cigarroFiquei na porta estacionando os carrosNão me elegeramChefe de nadaO meu cartão de crédito é uma navalha BrasilMostra tua caraQuero ver quem pagaPra gente ficar assimBrasilQual é

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São Salvador

São SalvadorBahia de São SalvadorA terra do Nosso SenhorPedaço de terra que é meu São SalvadorBahia de São SalvadorA terra do branco mulatoA terra do preto doutor São SalvadorBahia de São SalvadorA terra do Nosso SenhorDo Nosso Senhor do Bonfim Oh BahiaBahia cidade de São SalvadorBahia oh, BahiaBahia cidade de São SalvadorBahia oh, BahiaBahia cidade

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Só louco

Só loucoAmou como eu ameiSó loucoQuis o bem que eu quis Ah, insensato coraçãoPor que me fizestes sofrer?Porque, de amor, para entenderÉ preciso amar, por quê? Só loucoAmou como eu ameiSó loucoQuis o bem que eu quis Ah, insensato coraçãoPor que me fizestes sofrer?Porque, de amor, para entenderÉ preciso amar, por quê? Só loucoSó louco

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Sua estupidez

Meu bem, meu bemVocê tem que acreditar em mimNinguém pode destruir assimUm grande amorNão dê ouvidos a maldade alheiaE creia:Sua estupidez não lhe deixa verQue eu te amo Meu bem, meu bemUse a inteligência uma vez sóQuantos idiotas vivem sóSem ter amorE você vai ficar também sozinhaE eu sei porquêSua estupidez não lhe deixa verQue

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Mãe

Palavras, calas, nada fizEstou tão infelizFalasses, desses, visses nãoImensa solidãoEu sou um Rei que não tem fimE brilhas dentro aquiGuitarras, salas, vento, chãoQue dor no coraçãoCidades, mares, povo, rioNinguém me tem amorCigarra, camas, colos, ninhosUm pouco de calorEu sou um homem tão sozinhoMas brilhas no que souE o meu caminho e o teu caminhoÉ um

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Minha senhora

Minha senhoraOnde é que você mora?Em que parte desse mundo?Em que cidade escondida?Dizei-me, que sem demoraLá também quero morar Onde fica essa morada?Em que reino, qual parada?Dizei-me por qual estradaÉ que eu devo caminhar Minha senhoraOnde é que você mora?Venho da beira da praiaTantas prendas que eu lhe tragoPulseira, sandália e saiaSem saber como entregar

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Três da madrugada

Três da madrugadaQuase nadaA cidade abandonadaE essa rua que não tem mais fimTrês da madrugadaTudo e nadaA cidade abandonadaE essa rua não tem mais nada de mimNadaNoite, alta madrugadaEssa cidade que me guardaQue me mata de saudadeÉ sempre assimTriste madrugadaTudo e nadaA mão fria, a mão geladaToca bem de leve em mimSaibaMeu pobre coração não

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Zabelê

Minha sabiáMinha zabelêToda meia-noite eu sonho com vocêSe você duvida, eu vou sonhar pra você ver Minha sabiáVem me dizer, por favorO quanto que eu devo amarPra nunca morrer de amor Minha zabelêVem correndo me dizerPor que eu sonho toda noiteE sonho só com você Se você não me acreditaVem pra cá, vou lhe mostrarQue

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Um gosto de sol

Alguém que vi de passagemNuma cidade estrangeiraLembrou os sonhos que eu tinhaE esqueci sobre a mesaComo uma pêra se esqueceDormindo numa fruteiraComo adormece o rioSonhando na carne da pêraO sol na sombra se esqueceDormindo numa cadeira Alguém sorriu de passagemNuma cidade estrangeiraLembrou o riso que eu tinhaE esqueci entre os dentesComo uma pêra se esqueceSonhando

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Festa no interior

Fagulhas, pontas de agulhas Brilham estrelas de São João Babados, xotes e xaxados Segura as pontas meu coração Bombas na guerra-magia Ninguém matava, ninguém morria Nas trincheiras da alegria O que explodia era o amor Nas trincheiras da alegria O que explodia era o amor Fagulhas, pontas de agulhas Brilham estrelas de São João Babados, xotes e xaxados Segura as pontas meu coração Bombas na guerra-magia Ninguém matava, ninguém

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Balancê

Ô balancê, balancêQuero dançar com vocêEntra na roda, morena, pra verÔ balancê, balancêÔ balancê, balancêQuero dançar com vocêEntra na roda, morena, pra verÔ balancê, balancêQuando por mim você passaFingindo que não me vêMeu coração quase se despedaçaNo balancê, balancêÔ balancê, balancêQuero dançar com vocêEntra na roda, morena, pra verÔ balancê, balancêÔ balancê, balancêQuero dançar com

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Você não entende nada

Quando eu chego em casa nada me consolaVocê está sempre aflitaLágrimas nos olhos, de cortar cebolaVocê é tão bonita Você traz a coca-cola eu tomoVocê bota a mesa, eu como, eu comoEu como, eu como, eu comoVocê não está entendendoQuase nada do que eu digoEu quero ir-me emboraEu quero é dar o foraE quero que você

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Açaí

SolidãoDe manhãPoeira tomando o assentoRajada de ventoSom de assombraçãoCoração…Sangrando toda palavrã sã A paixãoPuro afãMístico clã de sereiaCastelo de areiaIra de tubarãoIlusão…O sol brilha por si Açaí guardiãZum de besouro…Um imãBranca é a tez da manhã

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Meu nome é Gal

Meu nome é GalE desejo me corresponderCom um rapaz que seja o talMeu nome é Gal E não faz malQue ele não seja branco, não tenha “cultura”De qualquer altura, eu amo igualMeu nome é Gal E tanto fazQue ele tenha defeitoOu traga no peito crença ou tradiçãoMeu nome é Gal, eu amo igualAh, meu nome

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Sorte

Tudo de bom que você me fizerFaz minha rima ficar mais raraO que você faz me ajuda a cantarPõe um sorriso na minha cara Meu amor, você me dá sorteMeu amor!Você me dá sorte, meu amor!Você me dá sorte na vida! Quando te vejo não saio do tomMas meu desejo já se reparaMe dá um

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Nua idéia (Leila XII)

Lua cheia Ilumina minha vidaPura lâmina polida Lábio, leite, peito, mãeNua idéiaPavão de plumagem brancaMoça de risadas francaMeia-taça de champanheMinha seta atravessa o meu amadoLinha reta do real do outro ladoLua nova tudo agora recomeçaO mundo está posto à provaMuda a luz e muda a corLua, lua Ilumina esta promessaCom tua vontade cruaIlumina o meu amor

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Nada mais

Sinto quando alguém te interessa Mesmo quando finges que não vês Se desapareces numa festa Eu já sei Não te quero ouvir falar do tempo Se eu só pergunto onde vais Mas se quiser saber se voltas logo You don’t know, nada mais Vão dizer que são tolices Que podemos ser felizes Mas tudo que

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Novo amor

(Estribilho) Eu arranjei um novo amor um novo amor para o meu coração A minha vida já mudou e minh’alma exultou de satisfação (que bão, que bão) Hoje eu me sinto feliz E tenho medo, p’rá quê mentir? Pois a felicidade é traiçoeira e como vem também pode partir (eu arranjei, arranjei) (Estribilho) E dos

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Modinha para Gabriela

Quando eu vim pra esse mundo Eu nao atinava em nada Hoje eu sou gabriela Gabriela he! meus camaradas Eu nasci assim, eu cresci assim Eu sou mesmo assim Vou ser sempre assim Gabriela, sempre gabriela Quem me batizou, quem me iluminou Pouco me importou, e assim que eu sou Gabriela, sempre gabriela Eu sou

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Azul

Eu não sei Se vem de Deus Do céu ficar azul Ou virá Dos olhos teus Essa cor Que azuleja o dia Se acaso anoitecer E o céu perder o azul Entre o mar e o entardecer Alga marinha, vá na maresia Buscar ali um cheiro de azul Essa cor não sai de mim Bate

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Bom dia

Madrugou, madrugouA mancha branca do solAcordou o diaE o dia já levantouAcorda meu amorA usina já tocouAcorda é hora De trabalhar meu amor Acorda é horaO dia veio roubarTeu sono cansadoÉ hora de trabalharO dia te exige O suor e o braçoPra usina do donoDo teu cansaço Acorda meu amor É hora de trabalharO dia já raiouÉ hora

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Baby

Você precisa Saber da piscina Da margarina Da Carolina Da gasolina Você precisa Saber de mim Baby, baby Eu sei Que é assim Baby, baby Eu sei Que é assim Você precisa Tomar um sorvete Na lanchonete Andar com gente Me ver de perto Ouvir aquela canção Do Roberto Baby, baby Há quanto tempo Baby,

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Folhetim

Se acaso me quiseres Sou dessas mulheres Que só dizem sim Por uma coisa à toa Uma noitada boa Um cinema, um botequim E, se tiveres renda Aceito uma prenda Qualquer coisa assim Como uma pedra falsa Um sonho de valsa Ou um corte de cetim E eu te farei as vontades Direi meias verdades

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A Felicidade

Tristeza não tem fim Felicidade sim A felicidade é como a gota De orvalho numa pétala de flor Brilha tranquila Depois de leve oscila E cai como uma lágrima de amor A felicidade do pobre parece A grande ilusão do carnaval A gente trabalha o ano inteiro Por um momento de sonho Pra fazer a

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Se tem luar no c

FagulhasPontas de agulhasBrilham estrelasDe São João… BabadosXotes e xaxadosSegura as pontasMeu coração… Bombas na guerra-magiaNinguém matavaNinguém morria… Nas trincheirasDa alegriaO que explodiaEra o amor…(2x) FagulhasPontas de agulhasBrilham estrelasDe São João… BabadosXotes e xaxadosSegura as pontasMeu coração… Bombas na guerra-magiaNinguém matavaNinguém morria… Nas trincheirasDa alegriaO que explodiaEra o amor…(2x) Ardia aquela fogueiraQue me esquentaA vida inteiraEterna

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