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Ô abre alas

Ô Abre Alas,
Que eu quero passar

Ô Abre Alas,
Que eu quero passar

Eu sou da Lira,
Não posso negar

Eu sou da Lira,
Não posso negar

Ô Abre Alas,
Que eu quero passar

Ô Abre Alas,
Que eu quero passar

Rosas de Ouro é quem vai ganhar!

Rosas de Ouro é quem vai ganhar!

Onde estão os tamborins

Mangueira,
Onde é que estão os tamborins, ó nêga?
Viver somente do cartaz não chega.
Põe as pastoras na Avenida,
(Mangueira querida!)

Antigamente havia grande escola
Lindos sambas de Cartola,
Um sucesso de Mangueira.

Mas hoje o silêncio é profundo,
E por causa deste mundo,
Eu consigo ouvir Mangueira!

Terra seca

Trabáia nêgo!

O nêgo tá, moiado de suó
Trabáia, trabáia, nêgo!
Trábaia, trabáia nêgo!

As mãos do nêgo tá que é calo só
Trabáia, trabáia nêgo!
Trabáia, trabáia, nêgo!

Ai! Meu sinhô, nêgo tá véio, 
Não agüenta!
Essa terra tão dura, tão seca, poeirenta…

Trabáia, trabáia nêgo!
Trabáia, trabáia, nêgo!

O nêgo pede licença prá falá
Trabáia, trabáia, nêgo!
Trabáia, trabáia, nêgo!
Nêgo não pode mais trabaiá

Quando o nêgo chegou por aqui
Era mais vivo e ligeiro que o saci
Varava estes rios, estas matas, estes campos sem fim
Nêgo era moço, e a vida, um brinquedo prá mim

Mas esse tempo passou
Essa terra secou ô ô
A velhice chegou e o brinquedo quebrou

Sinhô, nêgo véio tem pena
De têr-se acabado!
Sinhô, nêgo véio carrega
Este corpo cansado

Pois esse tempo passou
Essa terra secou ô ô
A velhice chegou e o brinquedo quebrou

Sinhô, nêgo véio tem pena
De têr-se acabado!
Sinhô, nêgo véio carrega
Este corpo cansado

Nêgo cantou!
Ogum!

É com esse que eu vou

É com esse que eu vou
Sambar até cair no chão!
É com esse que eu vou
Desabafar na multidão!
Se ninguém se animar,
Eu vou quebrar meu tamborim,
Mas se a turma gostar
Vai ser pra mim!

Quero ver
No ronca-ronca da cuíca
Gente pobre, gente rica,
Deputado e senador!
Oi, quebra, quebra!
Quero ver cabrocha boa
No piano da patroa
Batucando:
É com esse que eu vou!

Baião

Eu vou mostrar pra vocês
Como se dança um baião
E quem quiser aprender

É favor prestar atenção
Morena, chegue pra cá
Bem junto ao meu coração
Agora é só me seguir
Pois eu vou dançar o baião

Eu já dancei balanceio,
Chamego, samba e xerém
Mas o baião tem um quê
Que as outras danças não tem

Pois quem quiser é só dizer
Pois eu com satisfação
Vou dançar cantando o baião
Mas que baião, baião

Eu já dancei no pará
Toquei sanfona em belém
Cantei lá no ceará

E sei o que me convém
Por isso eu quero afirmá
Com toda convicção
Que sou louco pelo baião

Cabelos brancos

Não falem desta mulher perto de mim
Não falem pra não lembrar minha dor
Já fui moço, já gozei a mocidade
Se me lembro dela me dá saudade
Por ela vivo aos trancos e barrancos
Respeitem ao menos os meus cabelos
Brancos

Ninguém viveu a vida que eu vivi
Ninguém sofreu na vida o que eu sofri
As lágrimas sentidas
Os meus sorrisos francos
Refletem-se hoje em dia
Nos meus cabelos brancos
E agora em homenagem ao meu fim
Não falem desta mulher perto de mim