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Catulina

Dona Catulina, é uma professora de já certa idade
E ela monta em seu burríco, no jumento
E eles vão trotando 40, 80, 120km
Só pra ela descer do burrico
E ensinar as criancinhas a ler e escrever

Dona Catulina faça-me o favor
Quero aprender a ler e escrever
Dona Catulina faça-me o favor
Quero aprender a ler e escrever

Aliviando o sofrer nessa terra misericordiosa
Tão odiosa, nesse sertão ardente
Só com a fé em Benedito
Que me pede o saber

Ai como dói, tudo o que a terra destrói
Nesse sol ardente que rói os meus dentes
Ismael, porque tanta escravidão
Peço a Jesus de Nazaré, Oxalá e Zambi
O seu perdão para continuar a minha peregrinação

Este inferno, cheio de mistérios
Onde falta água, luz e pão
E ainda me pedem compreensão
E muita resignação
Mundo cão, de justiceiros
De Lucas da feira a Lampião
E de devoção, padre Cícero a Maria Conga
Que da sua kalunga grande imanta as suas ondas
Neste calvário de aflição

Hoje no meu oásis, vejo um homem e seu violino
A caminhar por uma nação de afros, mamelucos e índios
De povos do oriente e do ocidente
Todos a procura de uma Catulina
Este ser querido que um dia me deu a salvação

Dona Catulina faça-me o favor
Quero aprender a ler e escrever

Marielle Franco

Uma força furiosa me impele a gritar
Com os nervos à flor da pele
É preciso exterminar
A doença mental, física e assassina
Do racismo, do anti-feminismo e do neonazismo

É preciso arrancar
Da medula dos ossos
Dos nervos até a epiderme da pele
Esse medonho cancro
Que matou Anderson Gomes
E que matou Marielle Franco

Uma força furiosa me impele a gritar
Com os nervos à flor da pele
É preciso exterminar
A doença mental, física e assassina
Do racismo, do anti-feminismo e do neonazismo

E é preciso arrancar
Da medula dos ossos
Dos nervos até a epiderme da pele
Esse medonho cancro
Que matou Anderson Gomes
E que matou Marielle Franco

Zum-zum

Chove a chuva como antigamente
Lá fora o vento faz zum zum
Aqui dentro do apartamento
O tormento vence o amor de dois a um

Coço o nariz tão nervosamente
Esperando o telefone tilintar
Mas quando responder, eu sei que vou dizer
É engano, ele não está

Chove a chuva como antigamente
Lá fora o vento faz zum zum
Aqui dentro do apartamento
O tormento vence o amor de três a um

Coço o nariz tão nervosamente
Esperando o telefone tilintar
Mas quando responder, eu sei que vou dizer
É engano, ele não está

Depois ficarei gargalhando
Gargalhadas pelo ar
Podem dizer que isto é loucura
Mas é somente a mais pura
Maneira de se amar

Chove a chuva como antigamente
Lá fora o vento faz zum-zum
Aqui dentro do apartamento
O tormento vence o amor de quatro a um (já é uma goleada)

Coço o nariz tão nervosamente
Esperando o telefone tilintar
Mas quando responder, eu sei que vou dizer
É engano, ele não está

Depois ficarei gargalhando
Gargalhadas pelo ar
Podem dizer que isto é loucura
Mas é somente a mais pura
Maneira de se amar

Samba jambo

Eu não ando eu só sambo
Por aí
Esse samba jambo
Escorregando para não cair
Eu me encosto nesse poste
À sombra da bananeira
E por mais que eu te goste
Você não vê minha bandeira
Iê, iê, iê
Iô, iô, iô
Seus olhinhos sempre têm, meu bem
Aquela luz da aurora da manhã

Samba dos animais

O homem antigamente falava
Com quem? com quem? com quem?
Com a cobra, o jabuti e o leão
Olha o macaco na selva
Aonde? aonde? ali no coqueiro!
Mas não é macaco baby, é meu irmão!
Porém durou pouquíssimo tempo
Essa incrível curtição
Pois o homem, rei do planeta
Logo fez sua careta
E começou a sua civilização
Agora já é tarde
Ninguém nunca volta jamais
O jeito é tomar um foguete
é comer desse banquete
Para obter a paz – aquela paz
Que a gente tinha quando falava com os animais
Quém, quém, quém
Miau, miau
Au, au, au, au
Bom dia dona Cabrita, como é que vai?

Indios Tupy Guarany

la, la, la, la, la,

Os índios Tupy Guarany passeavam por aqui (bis)

com cocares e oferendas para a deusa da Guanabara (bis)

“se qué” um pouco de Kaoim? ahh meu bem eu quero sim (bis)

eles vinham por aqui toda manhã (bis)

cantar para Jacy e dançar para Tupã (bis)

mas isso aqui já era um lugar sagrado muito antes do Cristo do Corcovado (bis)

la, la, la, la

que chuva é essa que não para, choveu milhões de anos na Guanabara (bis)

O “cara” (que “cara”) do alto que pinga e respinga no Planalto de Piratininga (bis)

la, la, la, la, la….e a vida nasceu das águas do mar (bis)

ahh! ….se voce me pergunta, Deus nasceu em todo o lugar? (bis)

depois veio um disco voador e pousou nas pedras do Arpoador (bis)

e com radioatividade o subsolo da Guanabara, injetou (bis)

por isso que o carioca tem esse saudável e bom humor (bis)

la, la, la, la

e assim eu vou andando e assobiando para São Salvador (bis)

lá pro berço do samba lá pra onde tudo começou (bis)

e logo que eu ali chegar vou levar flores para Iemanjar (bis)

pedir sua proteção pra mim, pra voce, pra nós em todo lugar (bis)

la, la, la, ……..

os índios Tupy Guarany passeavam por aqui (bis)

É que isso aqui já era um lugar sagrado muito antes do Cristo do Corcovado (bis)

Rock comendo cereja

Tem desejo de amor
Até mesmo na flor e na planta
E na voz de quem fala
E na voz de quem canta
Seja como seja
É tão bom quando você me beija
Beijo seus olhos caídos
Por entre as latas de cerveja
Piso na sombra às vezes
Quando quero que ninguém me veja
Volto pro meu quarto à meia-noite
Fico sozinho, ouço rock comendo cereja
São pirilampos as luzes
Dentro desse apartamento
Viva a vida querida
Aqui, agora, nesse momento
Adonai hosana saravá axé-kolofé

O vampiro

(Soy soldado revolucionario soy de aquellos de caballería
Si me muere mi guapo en combate
Ay hombre, da-me una tequila! Me sigo en la infantería)

Eu uso óculos escuros
Para as minhas lágrimas esconder
Quando você vem para o meu lado
As lágrimas começam a correr

Sinto aquela coisa no meu peito
Sinto aquela grande confusão
Sei que eu sou um vampiro
Que nunca vai ter paz no coração

Às vezes eu fico pensando
Porque é que eu faço as coisas assim
E a noite de verão ela vai passando
Com aquele cheiro louco de jasmim

E fico embriagado de você
E fico embriagado de paixão
No meu corpo o sangue já não corre
Não, não, corre fogo e lava de vulcão

Eu fiz uma canção cantando
Todo o amor que eu tinha por você
Você ficava escutando impassível
Eu cantando do teu lado a morrer

Ainda teve a cara de pau
De dizer naquele tom tão educado
Oh, pero que letra tan hermosa
Que habla de un corazón apasionado!

Por isso é que eu sou um vampiro
E com meu cavalo negro eu apronto
E vou sugando o sangue dos meninos
E das meninas que eu encontro

Por isso é bom não se aproximar
Muito perto dos meus olhos
Senão eu te dou uma mordida
Que deixa na tua carne aquela ferida

E na minha boca eu sinto
A saliva que já secou
De tanto esperar aquele beijo
Aquele beijo que nunca chegou

Você é uma loucura em minha vida
Você é uma navalha para os meus olhos
Você é o estandarte da agonia
Que tem a lua e o sol do meio-dia

A bandeira do meu partido

A bandeira do meu partido
é vermelha de um sonho antigo
cor da hora que se levanta
levanta agora, levanta aurora!

Leva a esperança, minha bandeira
tú és criança a vida inteira
toda vermelha, sem uma listra
minha bandeira que é socialista!

Estandarte puro, da nova era
que todo mundo espera, espera
coração lindo, no céu flutuando
te amo sorrindo, te amo cantando!

Mas a bandeira do meu Partido
vem entrelaçada com outra bandeira
a mais bela, a primeira
verde-amarela, a bandeira brasileira

Rock da barata

Pisei numa barata
Com o meu pé direito
Haha, haha, haha, haha, haha
Ela estava enchendo –
Era o único jeito!

Matei minha barata de estimação
Agora quando olho pro tapete
Dói, dói, dói, doi
Doi no coração!
Ahh!

Pisei numa barata
Com o meu pé direito
Haha, haha, haha, haha, haha
Ela estava enchendo –
Era o único jeito!

Pisei com tanta vontade
Depois me arrependi
Agora já é tarde
Matei, matei a pobre da Lili!
Ahh!

Pisei numa barata
Com o meu pé direito
Haha, haha, haha, haha, haha
Ela estava enchendo –
Era o único jeito!

Depois cheguei chorando
Pelo crime que cometi
Não se deve matar ninguém
Nem siquer uma barata que é cricri!
Ahh!

Pisei numa barata
Com o meu pé direito
Haha, haha, haha, haha, haha
Ela estava enchendo –
Era o único jeito!

Lili ficava me enchendo
Com perguntas sem parar
E eu só querendo
Ficar um minutinho sem pensar!
Ahh!

Pisei numa barata
Com o meu pé direito
Haha, haha, haha, haha, haha
Ela estava enchendo –
Era o único jeito!
AA!

Tem tanta maldade no mundo
Tem tanta saudade de amor
E cai num choro profundo
Quem carrega como eu alguma dor!
Ahh!

Pisei numa barata
Com o meu pé direito
Haha, haha, haha, haha, haha
Ela estava enchendo –
Era o único jeito!
AA!

Às vezes eu fico pensando
Como é estranho esse planeta
Se invez de uma barata
Lili fosse uma linda borboleta!
Ahh!

Pisei numa barata
Com o meu pé direito
Haha, haha, haha, haha, haha
Ela estava enchendo –
Era o único jeito!
Haha, haha, haha, haha, haha
Ela estava enchendo –
Era o único jeito!
Haha, haha, haha, haha, haha

Haha, haha, haha, haha, haha!

Coisa assassina

Se tá tudo dominado pelo amor
Então vai tudo bem, agora
Se tá tudo dominado
Quer dizer, drogado
Então vai tudo pro além
Antes da hora
Antes da hora

Maldita seja
Essa coisa assassina
Que se vende
Em quase toda esquina
E que passa por crença
Ideologia, cultura, esporte
E no entanto é só doença
Monotonia da loucura, e morte
Monotonia da loucura e morte

A Bandeira do Meu Partido

A bandeira do meu partido
é vermelha de um sonho antigo
cor da hora que se levanta
levanta agora, levanta aurora!

Leva a esperança, minha bandeira
tú és criança a vida inteira
toda vermelha, sem uma listra
minha bandeira que é socialista!

Estandarte puro, da nova era
que todo mundo espera, espera
coração lindo, no céu flutuando
te amo sorrindo, te amo cantando!

Mas a bandeira do meu Partido
vem entrelaçada com outra bandeira
a mais bela, a primeira
verde-amarela, a bandeira brasileira.

Super Mulher

Olha, ela fala, ela canta, ela grita, ela zanza
Ela tem aquela transa
Que eu não digo com quem é
Ela tem o rebolado
Tem o corpo tatuado
De uma figa da Guiné

Ela tem uma coleção
De animais bem perigosos
De animais muito orgulhosos
Lá da Arca de Noé
Ela tem uma pantera
Que ela arrasta na coleira
Ela gosta dessa fera
Pois é grande feiticeira
E seduz os corações

Super-Mulher
Super-Mulher
É de capa voadora
Domadora de Leões

Lágrimas negras

Na frente do cortejo
O meu beijo
Forte como o aço
Meu abraço
São poços de petróleo
A luz negra dos seus olhos
Lágrimas negras caem, saem, dóem

Por entre flores e estrelas
Você usa uma delas como brinco
Pendurada na orelha
Astronauta da saudade
Com a boca toda vermelha
Lágrimas negras caem, saem, dóem
São como pedras de moinhos
Que moem, roem, moem
E você baby vai, vem, vai
E você baby vem, vai, vem

Belezas são coisas acesas por dentro
Tristezas são belezas apagadas pelo sofrimento
Lágrimas negras caem, saem, doem