A gente nasce, vai crescendo, crescendo…
Até atingir a adolescência.
Começa um fogo por dentro,
Que vai queimando,
E uma inexplicável e violentíssima
Atração pelo sexo oposto.
Dai até a morte é um Deus-nos-acuda.
Eu vivo tentando saber
Por que teu bem-me-quer de mulher
Me mata, e me acende
Quando você bem entende.
Me arrasta daqui pra Bagdá.
Me empurra pra lá, me puxa pra cá,
Me agita, me sacode…
Você me deixa grogue.
Emito intrépidos
Grunhidos de felicidade.
Me masca, estica, tira o doce
Depois me cospe, me liga, me desliga,
Liga lâmpada de poste.
Me bate três vezes por dia,
Bate forte, mais dez da noite.
Provoca esquizofrenia
Tanto que me bate.
Me dá pontapés.
Me dribla pra lá, parece Pelé,
No Morumbi, Maracanã, Pacaembu.
Escracha, roga praga,
Enrosca, mete a boca…
Me rasga a roupa, louca,
Vampira, amanticida,
Fera, bruxa, madrasta, amanticida…
Homem, mulher…
Amada que mata amante.
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