Aracy de Almeida

Fita amarela

Quando eu morrer Não quero choro nem vela Quero uma fita amarela Gravada com o nome dela Se existe alma Se há outra encarnação Eu queria que a mulata sapateasse no meu caixão REFRÃO Não quero flores Nem coroa com espinho Só quero choro de flauta, violão e cavaquinho REFRÃO Estou contente Consolado por saber

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Três apitos

Quando o apito da fábrica de tecidos Vem ferir os meus ouvidos Eu me lembro de você Mas você anda Sem dúvida bem zangada Ou está interessada Em fingir que não me vê Você que atende ao apito de uma chaminé de barro Porque não atende ao grito Tão aflito Da buzina do meu carro

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Passarinho do relógio “Cuco”

Cuco-cuco-cuco! O passarinho do relógio Está maluco Ainda não é hora do batente Ele fica impertinente Acordando toda gente Eu pego às oito e quarenta e cinco E levanto às sete, Pra tomar banho e café Mas quando são mais ou menos Três e cinco, ele começa: Cuco-cuco-cuco! E só termina Quando estou de pé

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Paz e harmonia

Paz e harmonia merece quem quiser sofrer Choro noite e dia na vida não tenho prazer Mas juro pelo Cristo Redentor Eu hei de conquistar o seu amor Seja como for, seja como for Só por querer o seu amor É que eu sofro tanto tanto assim Faço tudo pra esquecer, mas não pode ser

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Camisa amarela

Encontrei o meu pedaço na avenida De camisa amarela Cantando a Florisbela, oi, a Florisbela Convidei-o a voltar pra casa Em minha companhia Exibiu-me um sorriso de ironia Desapareceu no turbilhão da galeria Não estava nada bom O meu pedaço na verdade Estava bem mamado Bem chumbado, atravessado Foi por aí cambaleando Se acabando num

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