Amo-te tanto, meu amor… não cante
O humano coração com mais verdade…
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e a miúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
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muito bom!!!
gostei da interpretaçao………si tivessssssi seria melhor ainda!!!!!!!!
hahahaha totaaal, cade a interpretação galerinha????
Preciso de uma análise deste soneto.. POdem me ajudar???
“Amo-te afim, de um calmo amor prestante / E te amo além, presente na saudade / Amo-te, enfim, com grande liberdade / Dentro da eternidade e a cada instante”. A 2ª estrofe do poema de Vinicius de Moraes retrata a subserviência, saudosismo e na amplitude temporal e espacial. No 1° verso, pode-se remeter aos amores do trovadorismo e do romantismo, onde o amador está em uma posição de subserviência ao amado. A frase “de um calmo amor prestante”, significa q o poeta ama de maneira não relutante, calma de um amor prestativo, serviçal, tal qual o poeta da cantiga de amor ama. Ao recitar a palavra “além” na 2ª estrofe, o poeta posiciona seu sentimento num patamar além do q já foi dito nas estrofes anteriores. Outro aspecto supra espacial do amor revelado pela análise são as palavras “presente na saudade”. O poeta tende concluir sua declaração ou ao menos definir seu sentimento ao pronunciar q “ama c/ grande liberdade”. O sentimento ao qual se refere é aquele q não tem limites, um amor s/ restrição, s/ estar apegado à outra coisa senão a sua amada. Note-se q a utilização do vocábulo “grande” indica q o define o seu amor é ainda maior, pq é gde. Dá-se um sentido espacial nesse verso. No último verso da 2ª estrofe está mencionado o aspecto temporal, verificados pela presença das palavras eternidade e instantes. A liberdade (definida como gde) na qual ama o poeta sua amada, está situada temporalmente no infinito, dela é abstraída a idéia de tempo cronológico, marcado pelo relógio ou calendário. Ao pensar em infinito, o consciente logo se desliga a idéia de presente e liga-se a de futuro s/ determinação, de algo q nunca acaba. Ao mesmo tempo em q se desliga da temporalidade cronológica, o poeta vincula-se ao pormenor de “cada instante”, q remete a ideia de tempo marcado, contáveis e finitos. Ele a ama nos 2 pontos temporais seja no finito ou no infinito.
“Amo-te como um bicho, simplesmente /De um amor sem mistério e sem virtude /Com um desejo maciço e permanente”. Na 3ª estrofe, do 1° verso pode-se concluir q o amor do poeta é irracional. Visto q, se quem ama como um bicho ama irracionalmente s/ a capacidade avaliativa. A posição da palavra simplesmente conduz o leitor a interpretação de q o q o poeta sente é somente um amor irracional. Todavia, quer dizer q se sente é puramente um amor desvairado, despojado de consciência. Tornando-se apenas momentos de carnalidades. O 2° verso alude a um amor tido as claras, s/ mistério. Como algo q não está indeciso. Sem virtude, desprovido de qq pudor humano, social. C/ um desejo maciço (forte, rígido) e permanente (ininterrupto, constante).
“E de te amar assim muito e amiúde/ É que um dia em teu corpo de repente /Hei de morrer de amar mais do que pude”. A 4ª estrofe do soneto reflete a intensidade do amor e a sua freqüência, onde o poeta delimita o modo de amar: “E de te amar assim muito e amiúde” (amiúde = frequentemente). Tendo como causa esse amor, pois o 2° verso inicia c/ as palavras “é que”, q dá idéia de”devido a”. Finalizando o verso c/ a plenitude do amor carnal e espiritual, onde qdo os 2 unidos pelo ato sexual, representado por “em teu corpo”, um dia (indefinição temporal). O soneto expressa o desejo do poeta em findar sua vida no êxtase do amor, pois na ultima estrofe ele almeja (hei) morrer de amar (não de outra coisa) mais do q pude (ou do q é humanamente possível).
Assim, o Soneto de Amor Total trata de uma declaração de amor de um poeta apaixonado a sua amada, onde unem-se o amor espiritual ao carnal.