A Ponta do Iceberg

Toda vez que eu olho para o tempo
E insistentemente tento, tento ver
em vão um novo alento
Eu vejo um denso espesso nevoeiro
que esconde e encobre por inteiro
Um oceano de incertezas, algo
além do natural, ação da natureza
Enquanto o barco segue, talvez
você não enxergue
Não, não, não, não mais
que a ponta do iceberg

Corações à deriva
Só vêm tempos risonhos
Num mar de sonhos
E suaves brisas
Que jamais cessarão de soprar
Eu não vou me deixar levar, oh não!
Imerso e indiferente
No curso em que todos
querem se aventurar
Tragado pela torrente
Ainda que só eu tenha que estar
Não vou me deixar levar, oh não!

Há tanto, tanto tempo eu tento
o tempo todo lhe dizer
Eu vejo tudo tão difuso e absurdo,
tudo tão turvo de se ver
Enquanto o barco segue e
a tormenta lhe persegue
Não se você não vê ou se você não percebe
Não mais que os maus sinais
iniciais de intensos temporais
Não, não, não, não mais,
que a ponta do iceberg

Eu não vou ficar
Atado a uma corrente
Pra sempre estar aonde você está
Não vou ficar, procurando o amor
Em tempos tão árduos e inclementes
Se o amor está por demais disperso
Por demais ausente
E em seu lugar
Não há mais que o clamor
De um corpo ardente
Eu não vou ficar… oh não!


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