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Primeira bateria

Primeira bateria
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira…
Virou

Acaba com essa cana
Acaba com essa cana
Acaba com essa cana…
Acabou

Ah! Meus votos
Ah! Meus votos
Ah! Meus votos
De felicidade vai ser

Ah! Folia
Ah! Folia
Ah! Folia
Vai amanhecer no jardim

Primeira bateria
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira…
Virou

Acaba com essa cana
Acaba com essa cana
Acaba com essa cana…
Acabou

Liberdade
Liberdade
Liberdade
Quero até morrer com você

Companheiro
Companheiro
Companheiro
Dá teu braço e vamos virar

Primeira bateria
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira…
Virou

Acaba com essa cana
Acaba com essa cana
Acaba com essa cana…
Acabou

Vira, Vira
Vira, vira…

Público

Eles querem lotar o Maracanã
E precisam de mim, lá vou eu
Eles querem lotar o Maracanã
E precisam de mim, lá vou eu

Eles querem que eu sue ao sol da manhã
Eles querem da ovelha a mais pura lã
Para a futura clã da bola campeã
Que hoje é alemã
Quem sabe amanhã

Eles queiram lotar o Maracanã
E precisem de mim, lá vou eu

E eles querem lotar o Maracanã
E precisam de mim, lá vou eu

O meu nome era povo, hoje é multidão
Meu problema era o campo, hoje é nutrição
A viola era o sonho, hoje é ilusão
Tem mais nada não
Tem mais nada não

Eles querem lotar o Maracanã
E precisam de mim, lá vou eu
Eles querem lotar o Maracanã

Amanda

Amanda, vencido em meu castigo
Eu trago a paz comigo, de volta pra ficar…
Amanda, recolhe meus pedaços
Me acolhe nos teus braços
Tome o espaço dessa dor no teu lugar….

Amanda, perdi pela viagem,
as forças a coragem,
A imagem do que eu sou,
E o que eu sou?

O que escondeu a única verdade,
o que perdeu a última metade, Amanda
o que partiu e desertou…

Te amando, vou esquecer a inútil liberdade
Que eu sonhei ter nas luzes da cidade, Amanda…
Vou te enfeitar de tanto amor…

Te amando,te amando, vou esquecer a inútil liberdade
Que eu sonhei ter nas luzes da cidade, Amanda…
Vou te enfeitar de amor…

O cavaleiro da esperança

Quem só espera não alcança
Mas quem não sabe esperar
erra demais, feito criança
Cai. E até se entrega ou trai.
E cansa de lutar

O Cavaleiro da Esperança 
faz a hora acontecer
Faz punho armado
Faz punjança
Mas combate pela paz
pro povo não morrer

Pois Ogum Guerreiro não morre
prestes a encontrar
uma estrela d’alva para nos guiar

É soldado alerta. É São Jorge
prestes a enfrentar
o dragão do mal
que quer nos matar

Moína me sorriu

Eu te amo co’a fé
Que me faz ser mulher
E enfrentar o Poder
E renascer…
E refazer.

Se esse Mundo cheio de dor
Prosseguir lutador
E alcançar o amanhã
Livre, a Cunhã
Que faz nascer
Outro Mundo

Forte e pequenina
Se feriu e nem gemeu!
Daline Moina me sorriu
E amanheceu!…

Confiante, combatente,
consciente.
Precursora, prenunciante,
presidente.

Eu te amo e por ti
é preciso ferir,
não abrir mão do ideal
de um Mundo Igual;
de um Mundo Igual.

Lá….

Tché Tajira

Yo no quiero ser más yo
Voy a sangrar esa piel
Y voy a ser fiel

Yo no quiero sar más yo
Voy a sanar esa piel
Y voy a ser fiel

En este primer enero
De la década de ochenta
El doctor Freud ya está muerto
Ya está muerta su tormenta
Muerta está hoy en La Habana
La prostituición hambrienta

Yo no quiero ser más…

Muerto estará el individuo
Quién muy rico hoy se presenta
Muerto estará el enemigo
Con su explotacion sangrienta
Muerto estará el asesino
A quién el Capital lo orienta.

Yo no quiero ser más… .

Che Tajira, mujer nueva…
Revolucion es plascenta:
Nasce en el vientre del pueblo
Hace el hijo y lo alimenta
Cresce en la mente del Maestro
Quién dirige y documenta

Yo no quise ser más yo
Vine a sangrar esa piel
Y vine a ser fiel

Che Tajira!… Sos mayor…
Ven a cantar con aquel
Que renasció: FI-EL.

Mais valia

Mais valia eu ter-te amado
Que ter-te explorado tanto
Mais valia o meu passado a teu lado
Do que mais luxo e mais encanto
Fiz do meu lar uma empresa
Fiz brilhar meu colarinho
E hoje o que resta é tristeza
E a certeza de que eu não quero
Estar sozinho
E o que foi festa é despesa
Na mesa em que mais valia
O teu carinho

Pr’a que é que eu quis mais dinheiro?
Se quanto mais possuia
Mais me via interesseiro
E, no meu cativeiro,
Mais eu te perdia…
Fiz Capital, te explorando
Fiz o mal, nos separando
E hoje aqui estou derrotado,
Um ladrão desalmado
Que acabou chorando

E hoje aqui estou fracassado.
Um patrão desarmado
Que acabou pagando.

Voz do leste

Sou Voz Operária do Tatuapé
Canto enquanto enfrento o batente co’a mão
Trabalho no ritmo desse Chamamé
Meu pouco Salário faz minha ilusão

Sou voz operária do Tatuapé
Vivo como posso a me deixa o patrão
E enquanto respira dessa chaminé
Meu povo se vira e não vê solução

No teatro da vergonha
aonde a vedade não se diz
Tem quem representa a massa,
quem ri da desgraça
E quem banca o infeliz

Tem até burguês que sonha
que entra em cena e engana a atriz
Tem quem sustenta a trapaça
e depois que fracassa
amordaça o país

Tem quem sustenta a trapaça
E depois que fracassa,
Amordaça o país.

Já meu drama é o da cegonha…
quase morre o meu guri…
Sobra pr’o Leste a fumaça
e a peste ameaça
O ar do Piqueri

Pior que a matança medonha
é o desemprego pra engolir…
Seja no peito ou na raça,
esse teatro devasso
Alguém tem que proibir…

Seja no palco ou na praça
Essas peças sem graça
vão ter que sair.
(sair de cartaz…)

Sou voz operária…

Índia

Índia Bela mescla de deusa e pantera
Donzela desnuda que habita o Guairá
O arisco romance torneou suas cadeiras
Copiando uma beira do azul Paraná

Altaneira descendente da primeira gente
Eva Guaiaqui

Índia… da tribu, a flor
Que abre as manhãs rubi
Vênus, brilha de amor
Na Aurora Guarani

Altiva, sua fronte é uma fonte de plumas
Sua língua é um agreste favo de Eiruzu
Seu colar descobre, entre os dentes de pumas
Os seios da musa de Ibitiruzu

Altaneira descendente da primeira gente
Eva Guaiaqui

A rebelde mulher
Pra quem a selva é um lar
Também sabe querer
Também saber sonhar

Anita

Vamos enfrentar
Grandes ambições
E pequenas traições

Filhos contra os pais
Irmãos contra irmãos
Duras penas. Lições.

Quanto eu me perdi
Quanto a Vidadura
Roubou-me a Paz

E, hoje, encontro em ti
O Amor que assegura
Cada vez mais

Que é pr’a endurecer
Mas, pr’a não perder
A ternura,
Jamais.

Fotografias

Olhar pra voce de novo
Foi poder brincar num jardim
Que a paixão proibia

Achar outra vez teu rosto
Foi um gosto antigo de amor
De quando eu ardia

E a noite eu deixava doer por dentro
E sofria e cantava em verso
E chamava o cansaço e o sono
Pra sonhar com você de novo

Ou correndo pra dar mergulho
Ou na quadra por trás da rede
Ou comendo e falando junto
Ou chorando e por trás a lua

Ou brincando no meu piano
Ou nós dois molhando na chuva
Ou beijando durante o filme
Ou fazendo o amor na areia

Piano e viola

Olhando o dia de chuva
Vi que mais triste era eu
Sem estrela e sem lua
Te procurava no céu
Fiz do piano a viola
Fiz de mim mesmo o amigo
Fiz da verdade uma estória
Fiz do meu som meu abrigo

Quem canta fala consigo
Quem faz o amor nunca quer ferir
Quem não fere vive tranqüilo
Vê muita gente sorrir

E quem não tiver do seu lado
A quem ama e quer ver feliz
Não diga que não se importa
Diga só o que o amor lhe diz
Essa mentira é uma espuma
Que se desmancha no ar
E deixa n’água um espelho
Pra você se ver chorar

Sorriso bom, só de dentro
Ninguém é bom sendo o que não é
Eu, pra ser feliz com mentira
Melhor que eu chore com fé

Carne e osso

Eu quero sim
Eu quero coisas novas
Mas o que eu procuro mesmo são mais vidas
Eu grito sim
Mas grito meu lirismo
E o meu grito vai sanar minhas feridas

E a música e a mística
Aplicam sangue novo no meu ser
Calam minha dor
E o lúcido, e o válido e o sólido
Vão matar você que evita o seu amor

Por isso eu vou
Trazer você comigo
Programar o amor em seus computadores
Vou mais além
Eu morro mas consigo
Germinar a minha flor em seus rancores

Nem dúvidas, nem dívidas
Jamais vão destruir a minha flor dentro de você
Que cérebro, que máquina
Conseguem fazer mais que um grande amor dentro de você

Saiba quem agride a minha lira
Quanto mais ferida, mais diz o que sente
Ainda vou ouvir você dizer pra mim, eu amo sim
Sou carne, sou osso, sou gente

Sou carne, sou osso, sou gente
Sou carne, sou osso, sou gente
Sou carne, sou osso, sou gente

Helena, Helena, Helena

Talvez um dia, por descuido ou fantasia
Helena, Helena, Helena…
Nos meus braços debruçou
Foi por encanto ou desencanto
Ou até mesmo por meu canto ou por meu pranto
Ou foi por sexo ou viu em mim o seu reflexo
Ou quem sabe uma aventura ou até mesmo uma procura
Pra encontrar um grande amor

Mas hoje eu sei que um dia, por faltar telefonema
Helena, Helena, Helena…
Nos meus braços pernoitou
Foi por acaso, por um caso
Ou até mesmo por costume, pra sentir o meu perfume
Dar amor por um programa, dar seu corpo num programa
Hoje vai e nem me chama
Um adeus é o que deixou

Talvez um dia, por esperança ou ser criança
Deixei Helena, Helena…
Com seus braços me guiar
Fui sem destino, tão menino
E hoje eu vejo o desatino, estou perdido numa estrada
Peço ajuda a quem passa, tanto amor pra dar de graça
Todo mundo acha graça
Desse fim que me levou

Maria Helena e seus homens de renome
Entre eles fez seu nome
E entre eles se elevou
Foi sem amor, foi sem pudor
Mas hoje entendo o jeito desses pra salvar seus interesses
Dar seu corpo custa nada e com ar de apaixonada
Em suas rodas elevadas
Seu destino assegurou

Talvez um dia, por desejo de poesia
Helena, Helena, Helena…
Talvez queira dar a mão
Talvez tão tarde, até em vão
Quem saiba eu tenha um rumo à vista ou quem sabe eu nem exista
Ofereço este meu canto a qualquer preço, a qualquer pranto
Não quero amor, não se discute
Eu procuro quem me escute

Viagem

Vai, abandona a morte em vida em que hoje estás
Há um lugar onde essa angústia se desfaz
E o veneno e a solidão mudam de cor
Há ainda o amor
Vai, recupera a paz perdida e as ilusões
Não espera vir a vida às tuas mãos
Faz em fera a flor ferida e vai lutar
Pro amor voltar
Vai, faz de um corpo de mulher estrada e sol
Te faz amante, faz teu peito errante
Acreditar que amanheceu
Vai, corpo inteiro mergulhar no teu amor
E esse momento vai ser teu momento
O mundo inteiro vai ser teu, teu, teu

Negróide

Ouve meu canto
Negra linda, amada
Cor da madrugada…

E do meu canto
Nasce, cresce, vence minha esperança
Deixa eu cantar…
Quando eu canto sou mais negro, sou mais forte
Tenho a vida e tenho a morte
Liberdade, se ela é branca eu tenho o que eu quis

Pois do meu canto
Nasce, cresce, vence minha liberdade
Ganha do amor…
E o amor é bem maior que o preconceito
É mais meu que o meu direito
Faço dele o que eu quiser, sem lei, nem juiz

Se muito branco cantasse
Se o mundo me amasse
Se tudo pudesse ser mais feliz

Ouve meu canto
Negra linda, amada
Cor da madrugada…

Berço de Marcela

Um dia Marcela se achou e se deu
Seu corpo sem vida, me amou e foi meu
Das dores vencidas nasceu a mulher
Que sabe porque, que se abre e se vê
E hoje me faz viver
E hoje me faz saber

Que os homens, por pressa, por medo de amar
Passaram por ela sem nada encontrar
Levaram consigo o engano de quem não viu
Nem sabe do que fugiu
Da estrada, da estrela
Ficaram comigo seus medos se dando aos meus
No berço onde renasceu Marcela.

Paz do Meu Amor (Prelúdio Nº 2)

Você é isso,
Uma beleza imensa,
Toda recompensa de um amor sem fim.

Você é isso,
Uma nuvem calma
No céu de minh’alma,
É ternura em mim.

Você é isso,
Estrela matutina,
Luz que decortina
Um mundo encantador.

Você é isso,
Parto de ternura,
Lágrima que é pura,
Paz do meu amor.

Hoje

Hoje
Trago em meu corpo as marcas do meu tempo
Meu desespero, a vida num momento
A fossa, a fome, a flor, o fim do mundo

Hoje
Trago no olhar imagens distorcidas
Cores, viagens, mãos desconhecidas
Trazem a lua, a rua às minhas mãos

Mas hoje,
As minhas mãos enfraquecidas e vazias
Procuram nuas pelas luas, pelas ruas
Na solidão das noites frias por você

Hoje
Homens sem medo aportam no futuro
Eu tenho medo acordo e te procuro
Meu quarto escuro é inerte como a morte

Hoje
Homens de aço esperam da ciência
Eu desespero e abraço a tua ausência
Que é o que me resta, vivo em minha sorte

Sorte
Eu não queria a juventude assim perdida
Eu não queria andar morrendo pela vida
Eu não queria amar assim como eu te amei

Que as crianças cantem livres

O tempo passa e atravessa as avenidas
E o fruto cresce, pesa e enverga o velho pé
E o vento forte quebra as telhas e vidraças
E o livro sábio deixa em branco o que não é

Pode não ser essa mulher o que te falta
Pode não ser esse calor o que faz mal
Pode não ser essa gravata o que sufoca
Ou essa falta de dinheiro que é fatal

Vê como um fogo brando funde um ferro duro
Vê como o asfalto é teu jardim se você crê
Que há sol nascente avermelhando o céu escuro
Chamando os homens pro seu tempo de viver

E que as crianças cantem livres sobre os muros
E ensinem sonho ao que não pode amar sem dor
E que o passado abra os presentes pro futuro
Que não dormiu e preparou o amanhecer…

Teu sonho não acabou

Hoje a minha pele já não tem cor
Vivo a minha vida seja onde for
Hoje entrei na dança e não vou sair
Vem, eu sou criança não sei fingir

Eu preciso, eu preciso de você
Ah! Eu preciso, eu preciso, eu preciso muito de você

Lá onde eu estive o sonho acabou
Aonde eu te encontro só começou
Lá colhi uma estrela pra te trazer
Bebe o brilho dela até entender

Que eu preciso, eu preciso de você
Ah! Eu preciso, eu preciso, eu preciso muito de você

Só feche seu livro quem já aprendeu
Só peça outro amor quem já deu do seu
Quem não soube a sombra, não sabe a luz
Vem não perde o amor de quem te conduz

Eu preciso, eu preciso de você
Ah! Eu preciso, eu preciso, eu preciso muito de você

Eu preciso, eu preciso de você
Nós precisamos, precisamos sim
Você de mim, eu de você

Universo no teu corpo

Eu desisto
Não existe essa manhã que eu perseguia
Um lugar que me dê trégua ou me sorria
Uma gente que não viva só pra si

Só encontro
Gente amarga mergulhada no passado
Procurando repartir seu mundo errado
Nessa vida sem amor que eu aprendi

Por uns velhos vãos motivos
Somos cegos e cativos
No deserto do universo sem amor

E é por isso que eu preciso
De você como eu preciso
Não me deixe um só minuto sem amor

Vem comigo
Meu pedaço de universo é no teu corpo
Eu te abraço corpo imerso no teu corpo
E em teus braços se unem versos à canção

Em que eu digo
Que estou morto pra esse triste mundo antigo
Que meu porto, meu destino, meu abrigo

São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos

Vem, vem comigo
Meu pedaço de universo é no teu corpo
Eu te abraço corpo imerso no teu corpo
E em teus braços se unem versos a canção

Em que eu digo
Que estou morto pra esse triste mundo antigo
Que meu porto, meu destino, meu abrigo
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos