Balada pra João e Joana

Então os dois se acharam na escuridão
Ela com os pés no chão e ele não
Seu destino cego a lhes conduzir
Sua sorte à solta a lhes indicar um caminho
E dançavam lá em meio a tanta gente
Se encontraram ali

Djô Djô, o mundo está tão mau lá fora
Djô Djô, onde irão vocês agora

E tudo aconteceu
Quando as mãos se tocaram
Quando os olhos nem viram
Quando a noite chegou

Então eles se deram na convicção
Feitos um pro outro, mas por exclusão
Seu destino cego a lhes conduzir
Sua sorte à solta a lhes indicar um caminho
E dançavam lá em meio a tanta gente
Se encontraram ali

Djô Djô, cai um temporal lá fora
Djô Djô, onde irão vocês agora

E tudo aconteceu
Quando as mãos se tocaram
Quando os olhos nem viram
Quando a noite chegou

E tudo estremeceu
As paredes do tempo
Os telhados do mundo
As cidades do céu

Eram os dois avessos aos normais
Ela com os pés no chão, e o chão se abriu
Um abismo
E dançavam lá em meio a tanta gente
Se perderam ali

Djô Djô, nada pára, nada espera
Djô Djô, que o destino assim quisera

E tudo aconteceu
Quando as mãos se tocaram
Quando os olhos nem viram
Quando a noite chegou

E tudo estremeceu
As paredes do tempo
Os telhados do mundo
As cidades do céu


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2 comentários em “Balada pra João e Joana”

  1. Carlos Andrade

    Para mim fala sobre John Lennon e Yoko Ono, com uma pitada de Ballad of John and Yoko.
    Se pensarmos em Get Back do Beatles, Paul diz “Get Back Jo Jo” com pronuncia de Djô Djô, e logo Lennon entra no solo.
    Sempre que ouço essa canção do Skank, no verso “E dançavam lá (ali)…”, vem na mente a cena de John e Yoko dançando no Central Park.
    O verso “Eram os dois avessos aos normais” eu vejo os 2 nus na capa do disco, “Djô Djô, que o destino assim quisera” o tiro fatal, “Os telhados do mundo” o show no telhado da Apple.

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  2. Fábio Nascimento Silva

    É um surrealismo envolto de uma crônica de uma relação. “Ela com os pés no chão e ele não” mais que calçados, tocamos na maturidade, o que cada um estava procurando naquele lugar afinal pra se acharem na escuridão, mas que um destino cego tinha que ser a sorte a lhes conduzir por um caminho. E esse mesmo destino, ainda que sem enxergar, os uniram pela exclusão, por fazerem deles seres avessos aos normais e, consequentemente, normais para si, deixando claro que quando tem de ser nada para e nada espera se o tal destino assim quisera.

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