Ela entrou e eu estava ali
Ou será que fui eu que ali entrei
Sem sequer pedir a menor licença?
Ela de batom caqui
Com os olhos olhava o quê? Eu não sei
Olhos de águas vindas
De outros oceanos
Ela me olhou – Quem?
Quem sabe com ela
Eu teria as tardes
Que sempre me passaram
Como imagens, como invenção!
Se eu não posso ter
Fico imaginando
Eu fico imaginando
Virá com ela que entrega
Virá, sim, assim virá que eu vi
Virá ou ela me espera
Virá, pois ela está ali
Ela amou o que estava ali
Ou será que foi dela o que eu já amei
Como os laços fixos de uma residência?
Ela: Alô!? E eu não reagi
Com os olhos olhava o que eu lembrei
Quando andava indo
Em outra direção
Ela me olhou – Vem!
Quem sabe com ela
Eu veria as tardes
Que sempre me faltaram
Como miragens, como ilusão!
Se eu não posso ver
Fico imaginando
Eu fico imaginando
Virá com ela que entrega
Virá, sim, assim virá que eu vi
Virá ou ela me espera
Virá, pois ela está ali
Ela andou e eu fiquei ali
Ou será que fui eu que dali mudei
Com uns passos mudos
De uma reticência?
Ela me olhou bem
Quem sabe com ela
Eu teria achado
O que sempre me faltava
Cores, colagens, sons, emoção!
Se eu não posso ser
Fico imaginando
Eu fico imaginando
Virá com ela que entrega
Virá, sim, assim virá que eu vi
Virá ou ela me espera
Virá, pois ela está ali
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ele se mostra tão interessado numa moça que ele fica imaginando tudo o que ele sempre sonhou,imaginou,pensou em ter,fazer com alguém…também,as vezes parece que ele a conhece,mais não tem certeza…em algumas partes ele parece nem saber o que está acontecendo naquele momento…
Em que pese a interpretação dada acima pelo colega Henrique, entendo a música de uma outra forma. Isso é o legal da arte. Pois lá vamos.
Vejo a música seguir uma ordem cronológica de acontecimentos na medida em que na primeira parte da música retrata o momento do conhecimento (Ela me olhou – Quem?) e partir daquele momento ele vislumbra a possibilidade de tê-la ao lado.
Em um segundo momento, que coincide com a segunda parte do poema, vê-se retratado com um pouco de exercício o momento “pós-paixão”, onde embora a letra não explicite a respeito, o comportamento do personagem torna crível que ele está em dúvida quanto ao seu momento, quanto ao que sente (“Ou será que foi dela o que eu já amei”;”Quando eu andava indo em outro direção”).
O trecho que diz, “Ela me olhou – Vem!”, demonstra que o desequilíbrio na relação já aponta que a outrora musa, naquele instante, por força do comportamento esquivo do amado, já pede por ele, talvez até suplique que este venha.
Na terceira parte da peça, menor que as duas anteriores, ele apenas comenta o final do relacionamento, sem contudo dar causa ao fim ou apontar culpados. Pelo contrário, a palavra “reticência” empregada apresenta de forma clarificada a omissão ao quanto se seguiu na vida dos personagens.
Espero que me tenha feito compreensível.
Ele encontra alguém que olha pra ele de verdade.
Essa pessoa já tinha um outro passado (águas vindas de outro oceano).
Ela se apaixona por ele, e que lhe mostrar um novo caminho,ele também se apaixona, mas tem dúvidas.
Mas ele está preso em su passado e não vive intensamente o amor…
Assim ele imagina o que poderia ser se estivesse se entregado.
Eles são muitos próximos no sentimento, as existem barreiras sobre eles.
Ela segue em frente, porque já não pode esperar.
Ele se arrepende mais é tarde demais… ( e se eu não posso ser, eu fico imaginando).
E sempre existirá uma pendência entre eles.
Então, essa música sempre foi meio enigmática pra mim, principalmente pq alguém “me dedicou”.
A primeira parte mostra um encontro entre duas pessoas muuuito diferentes, um encontro improvável(Olhos de águas vindas…ela me olhou-quem?), mas que por algum motivo se apaixonam. Ele trata este sentimento como algo meio platônico, apesar de ter se concretizado, pois desde o início a coloca como idealizada (quem sabe com ela eu teria as tardes que sempre me passaram…)
A história não é cronológica, mostra um sentimento confuso. Pelos próprios tempos verbais empregados: “Virá que eu vi”, isso resulta também em um tom profético do autor.
Em um segundo momento mostra um desequilíbrio, concordo com as opiniões anteriores. Ele sabe o sentimento que ela tem por ele, mas não corresponde. (Ela: Alô! E eu não reagi/ Andava indo em outra direção) Em outro momento ela parece não esperar por ele, ela segue em frente.
“Os passos mudos de uma reticência” mostram pendência, possibilidades, não um fim.
“Eu fico imaginando”, demonstra claramente a impossibilidade de tê-la, apesar de não haver explicação para isso durante toda a música, em nenhum trecho ele deixa claro pq não estão juntos, “se eu não posso ter”, mas não justifica isso. Porém o mais revelador da letra é o título: “Ali”. O autor criou um lugar imaginário para este amor, neste lugar sua amada reside, está toda a possibilidade, as tardes, a ilusão. Não é aqui (não está perto), nem lá (ou seja, distante), está, ali! Mistura o platônico com o vivido, o passado e um futuro reticente resultando em um não-lugar de encontro imaginário, onde não há tempo ou realidade, onde sua amada sempre estará. Vejam: “ela estará”, “ela que entrega”, “ela que espera”, não ele…
Sua análise é boa de mais, parabéns pelo talento.
Foda, parabéns!
Foda!
Foda!
Interpretação perfeita de Perséfone; algo idealizado e platônico exatamente.
Parabens pelas análises pessoal, sensacional.
Vejo como a ordem cronológica de um relacionamento que chega ao fim.
“Ela entrou e eu estava ali” “Me olhou – Quem?” “Eu TERIA as tardes”: Aqui mostra que eles estão se conhecendo e ele supõe que “teriam” as tardes que sempre sonhou.
“Laços fixos de uma residência”: Relacionamento sólido, um provável casamento.
“Ela Alô – Eu não reagi” “Lembrei quando estava indo em outra direção” “As tardes que sempre me faltaram”: O esfriamento. Ele indo para outra direção, lembrou do começo. As tardes que faltaram, não se sentia completo no relacionamento.
“Ela andou e eu fiquei ali” “Passos mudos de uma reticência” “O que sempre me faltava”: FIM! Término da relação com reticências.