Skip to main content

Siriema do Mato Grosso

Oh! Seriema do Mato Grosso
Teu canto triste me faz lembrar
Daqueles tempos que eu viajava
Tenho saudade do teu cantar

Maracaju, Ponta-Porã
Quero voltar ao meu sertão
Rever os campos que eu conheci
E a Seriema, eu quero ouvir

Oh! Seriema, quando tu cantas
Do Mato Grosso a saudade vem
Oh! Seriema quando tu choras e vai embora
Eu choro também

Maracaju, Ponta-Porã
Quero voltar ao meu sertão
Rever o campos que eu conheci
E a Seriema, eu quero ouvir

Acorda Maria Bonita

Acorda Maria Bonita
Levanta vai fazer o café
Que o dia já vem raiando
E a polícia já está de pé

Se eu soubesse que chorando
Empato a tua viagem
Meus olhos eram dois rios
Que não te davam passagem

Cabelos pretos anelados
Olhos castanhos delicados
Quem não ama a cor morena
Morre cego e não vê nada

Lettera (Cheope, M.Marati, G.Salvatori, A.Valsiglio)

Volevo dirti quello che
Non sono ruiscita a dire mai
Ed ho tenuto chiuso in me
Da troppo tempo ormai
Ma c’è un amore che non so
Più nascondere perché
Adesso ha bisogno anche di te

Volevo dirti solo che
Sei sempre tu la mia allegria
Che quando parli insieme a lei
Diventa folle gelosia
Per tutto quello che mi dai
Anche quando non lo sai
Questo io volevo dire a te
Di come quando non ci sei
Io mi perdo sempre un po’
E poi mi accorgo che non so
Più divertirmi senza te
Invece quando stai con me
Anche il grigio intorno a noi
Si colora della vita che gli dai

Com’è difficile
Dire tutto questo a te
Che d’amore non parli mai
Non ne parli mai con me

Forse perché
Hai paura come me
Di una risposta che
Ancora tu non sai qual è

Volevo dirti quello che
Non son riuscita a dire mai
Ed ho tenuto chiuso dentro me
Ma c’è un amore che non so

Più nascondere perché
Adesso ha bisogno anche di te

Lettera (Cheope, M.Marati, G.Salvatori, A.Valsiglio)

Volevo dirti quello che
Non sono ruiscita a dire mai
Ed ho tenuto chiuso in me
Da troppo tempo ormai
Ma c’è un amore che non so
Più nascondere perché
Adesso ha bisogno anche di te

Volevo dirti solo che
Sei sempre tu la mia allegria
Che quando parli insieme a lei
Diventa folle gelosia
Per tutto quello che mi dai
Anche quando non lo sai
Questo io volevo dire a te
Di come quando non ci sei
Io mi perdo sempre un po’
E poi mi accorgo che non so
Più divertirmi senza te
Invece quando stai con me
Anche il grigio intorno a noi
Si colora della vita che gli dai

Com’è difficile
Dire tutto questo a te
Che d’amore non parli mai
Non ne parli mai con me

Forse perché
Hai paura come me
Di una risposta che
Ancora tu non sai qual è

Volevo dirti quello che
Non son riuscita a dire mai
Ed ho tenuto chiuso dentro me
Ma c’è un amore che non so

Più nascondere perché
Adesso ha bisogno anche di te

A cigarra (co-autor Léon Gieco)

Tantas vezes me mataram
Tanta vezes eu morri
Mas agora estou aqui
Ressuscitando

Agradeço ao meu destino
E a essa mão com um punhal
Porque me matou tão mal
E eu segui cantando

Cantando ao sol
Como uma cigarra
Depois de um ano embaixo da terra
Igual a um sobrevivente
Regressando da guerra

Tantas vezes me afastaram
Tantas reapareci
E por tudo que vivi
vivi chorando

Mas depois de tanto pranto
Eu aos poucos percebi
Que o meu sonho não tem dono
E segui cantando

Cantando ao sol
Como uma cigarra
Depois de um ano embaixo da terra
Igual a um sobrevivente
Regressando da guerra

Tantas vezes te mataram
Tantas ressuscitarás
Tantas noites passarás
Desesperando

Mas na hora do naufrágio
Na hora da escuridão
Alguém te resgatará
Para ir cantando

Cantando ao sol
Como uma cigarra
Depois de um ano embaixo da terra
Igual a um sobrevivente
Regressando da guerra

Sina de violeiro

Meu pai chegou aqui num fim de dia,
Há muito tempo em cima de um cavalo
E era pobre e moço e só queria
Semear de calo as mãos de plantador
Com minha mãe casou-se assim que pode
Acharam um rancho no jeito e na cor
Da terra boa e semeou o milho
E semeou os filhos, e semeou o amor

E assim a vida foi-se como um rio
Meu pai dizia, um dia será mar
E toda noite reunia a prole
E tinha cantorias para se cantar
Não era fácil a lida mas valia
Porque um homem precisa lutar
Nem quando a morte nos levou Rosinha
A mais pequenininha deu pra fraquejar

De sol a sol, o braço no trabalho
Foi como um laço mas nunca sonhou
Por isso Pedro, nosso irmão mais velho
Foi para cidade e nunca mais voltou
Mariazinha se casou bem moça
E foi com Bento homem trabalhador
Mas veio um tempo negro em sua vida
Ele garrou na pinga e nunca mais largou

Uma cegueira triste
Certo dia nos olhos calmos do meu pai entrou
Varreu as cores do seu pensamento
Ele deitou na cama e nunca mais falou
A minha mãe mulher de raça forte
Pegou nas rédeas com as duas mãos
E eu me enterrei de alma na viola
Onde plantei tristezas e colhi canções

Por isso mesmo amigo é que eu lhe digo
Não tem sentido em peito de cantor
Brotar o riso onde foi semeada
A consciência viva do que é a dor

Irmãos da lua

Somos todos irmãos da lua
Moramos na mesma rua
Bebemos no mesmo copo
A mesma bebida crua
O caminho já não é novo
Por ele é que passa o povo
Farinha do mesmo saco
Galinha do mesmo ovo
Mas nada é melhor, que a água
A terra é a mãe de todos
O ar é que toca o homem
E o homem maneja o fogo
E o homem possui a fala
E a fala edifica o canto
E o canto repousa a alma
Da alma depende a calma
E a calma é irmã do simples
E o simples resolve tudo
Mas tudo na vida às vezes
Consiste em não se ter nada

Antes que aconteça

Todos esses anos
Que passam por aqui
Se parecem todos
Com filmes que já vi

Olho na sinuca
Saiba como agir
Não se esqueça
Nunca de sorrir

Antes que aconteça
Da fera te pegar
Trate que pareça
Vontade de cantar

Nada muito igual
Ao ato de enganar
Aja como quem
Vai trabalhar

Antes que apareça
Um disco voador
Sobre a cabeça
Do Cristo Redentor

Sente-se comigo
Na mesa desse bar
Certamente
Há muito a conversar

Todos esses anos
Que passam por aqui
Se parecem todos
Com filmes que já vi

Olho na sinuca
Saiba como agir
Não se esqueça
Nunca de sorrir

Canta moçada

Fim de baile, fim de noite

é começo de sofrer

no peito fica a saudade

de quem teve um bem querer

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

O baile tá se acabando

não demora amanhecer

meu cavalo tá arriado

querendo levo você

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

A lembrança desse baile

é uma saudade danada

foi bem triste a despedida

adeus minha namorada

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

Fim de baile, fim de noite

é começo de sofrer

no peito fica a saudade

de quem teve um bem querer

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

Canta moçada que é de madrugada

Sentimental eu fico

Sentimental eu fico
Quando pouso na mesa de um bar
Eu sou um lobo cansado carente
De cerveja e velhos amigos
Na costura da minha vida
Mais um ponto
No arremate do sorriso mais um nó
Aqui pra nós cantar não tá pra peixe
Tem coisa transformando a água em pó
E apesar de estar no bar caçando amores
Eu nego tudo e invento explicações
Amigo velho amar não me compete
Eu quero é destilar as emoções
Sentimental eu fico . . .
E os projetos todos tolos combinados
Perecerão nas margens da manhã
Uma tontura solta na cabeça
Um olho em Deus e outro com satã
E quando o sol raiar desentendido
Eu vou ferir a vista no amanhã
E olharei para quem vai pro trabalho
Com os olhos feito os olhos de uma rã.

Recado

Mandei um recado
Pro meu namorado
Nos classificados
De um grande jornal
Pedindo pra ele
Que um dia apareça
Antes que eu m esqueça
E melhore
O astral
Meu namorado é um sujeito ocupado
Não manda notícias
Nem dá um sinal
Eu ando meio com medo
Que um dia ainda ache
A tristeza normal

Pensei num caminho
Que fosse seguro
Num bom casamento
Na vida do lar
Eu sou do subúrbio
E sei que o destino prá nós é bem simples
Não vai variar

Meu namorado…

O tempo me dado
Pra andar nessa terra
É um tempo de guerra
Um tempo cruel
Até os amores
São tão mal cuidados
Que acabam virando
Uma coisa banal

Meu namorado..

Vide, vida marvada

Corre um boato aqui donde eu moro
Que as mágoas que eu choro são mal ponteadas
Que no capim mascado do meu boi
A baba sempre foi santa e purificada

Diz que eu rumino desde menininho
Fraco e mirradinho a ração da estrada
Vou mastigando o mundo e ruminando
E assim vou tocando essa vida marvada

É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda moda é um remédio pros meus desenganos
É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda a mágoa é um mistério fora desse plano

Pra todo aqueles que só fala que eu não sei viver
Chega lá em casa pruma visitinha
Que no verso e no reverso da vida inteirinha
Há de encontrar-me num cateretê
Há de encontrar-me num cateretê

Tem um ditado dito como certo
Que o cavalo esperto não espanta a boiada
E quem refuga o mundo resmungando
Passará berrando essa vida marvada

Cumpadi meu que inveieceu cantando
Diz que ruminando dá pra ser feliz
Por isso eu vagueio ponteando
E assim procurando minha flor-de-lis

Arraial

E toda noite a viola rasga
Uma cana verde pra disfarçar
E a gente canta invejando o fogo
Que a gente acende pra se esquentar
Me diz compadre o que é que se passa
Pela cabeça do pessoal
Que é feito um sino soando triste
Num fim de tarde lá no arraial
Se vai roçando a vida na guerra
Do dia-a-dia pra se constatar
Que só nos cabe o que o velho lobo
Não conseguiu pôr no seu bornal
Que coisa triste, meu bom compadre,
Sentir inveja de um animal
Correndo livre, sem compromisso,
Pelas campinas do arraial
Se vai roçando… arraial

No rancho fundo

No rancho fundo
Bem prá lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade
Contam coisas da cidade . . .
No rancho fundo
bem pra lá do fim do mundo
Um moreno canta as mágoas
Tendo os olhos rasos d’água . . .
Pobre moreno
Que de noite no sereno
Espera a lua no terreiro
Tendo um cigarro por companheiro
Sem um aceno
Ele pega na viola
E a lua por esmola
Vem pro quintal desse moreno!
No rancho fundo
Bem prá lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria
Nem de noite, nem de dia
Os arvoredos
Já não contam mais segredos
E a última palmeira
Já morreu na cordilheira
Os passarinhos
Internaram-se nos ninhos
De tão triste, essa tristeza
Cobre de treva a natureza
Tudo por que?
Só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno
Para uma casa de sapê.

Saudade (Mário Palmério)

Se queres compreender
O que é saudade
Terás que antes de tudo conhecer
Sentir o que é querer e o que é ternura
E ter por bem um grande amor viver
Então compreenderás
O que é saudade
Depois de ter vivido um grande amor

Saudade é solidão, melancolia
É nostalgia é recordar viver

Se queres compreender
O que é saudade

Raízes

Galo cantou
Madrugada na Campina
Manhã menina
Tá na flor do meu jardim
Hoje é domingo
Me desculpe eu tô sem pressa
Nem preciso de conversa
Não há nada prá cumprir
Passar o dia
Ouvindo o som de uma viola
Eu quero que o mundo agora
Se mostre pros bem-te-vi
Mando daqui das bandas do rural lembranças
Vibrações da nova hora
Prá você que não tá aqui

Amanhecer
é uma lição do universo
Que nos ensina
Que é preciso renascer
O novo amanhece
O novo amanhece

Já tem rolinha
Lá no terreiro varrido
E o orvalho brilha
Como pétalas ao sol
Tem uma sombra
Que caminha pras montanhas
Se espelhando feito alma
Por dentro do matagal
E quanto mais
A luz vai invadindo a terra
O que a noite não revela
O dia mostra prá mim
A rádio agora
Tá tocando Rancho Fundo
Somos só eu e mundo
E tudo começa aqui

Amanhecer
é uma lição do universo
Que nos ensina
Que é preciso renascer
O novo amanhece
O novo amanhece

Aprendendo a viver

O gesto que agradece o dado
O ato que engradece o fato
A luz que guia o meu sapato
O passo
é um laço

As grandes pedras do caminho
A sensação de embaraço
A intimidade de um abraço
O pacto
O rapto

As coisas do mundo
Vão se traduzindo
E o tempo é o vento
que vai conduzindo
E a gente navega
nos mares da vida
aprendendo a viver
Um dia se ama
outro dia se chora
É triste demais
quando alguém vai embora
A alma do tempo
é uma luz que se acende
na escuridão

O tempo de plantar os sonhos
A hora mestra do momento
A voz do povo não pergunta
Apenas
comenta

O gestual da ousadia
O verso inverso da poesia
O lado oculto do silêncio
O lenço
A lágrima

Então o justo é ir embora
se assim quiser seu coração
Palavras abrirão caminhos
Por entre
os espinhos

Não tema o jeito do destino
Viver é só um fingimento
E tudo é só uma lembrança
Imagens
Momentos

Você vai gostar (casinha branca)

Fiz uma casinha branca
Lá no pé da serra
Prá nós dois morar
Fica perto da barranca
Do Rio Paraná
A paisagem é uma beleza
Eu tenho certeza
Você vai gostar
Fiz uma capela
Bem do lado da janela
Prá nós dois rezar
Quando for dia de festa
Você veste o seu vestido de algodão
Quebro meu chapéu na testa
Para arrematar as coisas do leilão
Satisfeito eu vou levar
Você de braço dado
Atrás da procissão
Vou com meu terno riscado
Uma flor do lado e meu chapéu na mão
Vou com meu terno riscado
Uma flor do lado e meu chapéu na mão.

Madrugadas de 68

Quando naquelas noites frias de junho
Eu era uma camisa e nada mais
Tinha gente muito agasalhada
Procurando aquela minha paz

Só que havia alguma coisa
Sempre interrogando:
“o que é que há rapaz?
Você vai morrer de frio
Trate de arranjar um cobertor”

Um quarto pra resistir
Quem sabe, algum emprego
Faça como aquele seu amigo
Que não corre mais esse perigo

Quando aquelas madrugadas
De 68 vinham nos guardar
Tudo estava preparado
Dentro da cabeça pra desarmar

O gatilho dessa velha arma
Que proíbe o homem de criar
E a gente se inventava
Como quem projeta catedrais
E eu era uma camisa e nada mais

Hoje infelizmente aquele frio
De antigamente não aquece mais

Um violeiro toca

Quando uma estrela cai
No escurão da noite
E um violeiro toca suas mágoas
Então os olhos dos bichos
Vão ficando iluminados
Rebrilham neles estrelas
De um sertão enluarado

Quando um amor termina
Perdido numa esquina
E um violeiro toca sua sina
Então os olhos dos bichos
Vão ficando entristecidos
Rebrilham neles lembranças
Dos amores esquecidos

Tudo é sertão, tudo é paixão
Se um violeiro toca
A viola e o violeiro
E o amor se tocam

Quando um amor começa
Nossa alegria chama
E um violeiro toca em nossa cama
Então os olhos dos bichos
São os olhos de quem ama
Pois a natureza é isso
Sem medo, nem dó, nem drama…

Alvorada brasileira (Chico Teixeira)

Amanheceu o dia,
e eu sinto no peito
O perfume da flor
Que em saudações primeiras
Vem saudar quem tem amor
Vem apagar tristezas
só lembrar do que foi bom
E caminhar no tempo,
deixando no peito
O sentido da flor
Pois amanhã será nós dois,
um romance
Sob a sombra das palavras
Depois que o dia clareou
muito tempo já passou
E amanheceu nós dois e a luz
da alvorada brasileira
Vem apagar tristezas…
Vem saudar quem tem amor
Vem apagar tristezas
só lembrar do que foi bom
E caminhar no tempo,
deixando no peito
O sentido da flor
Pois amanhã será nós dois,
um romance
Sob a sombra das palavras
Depois que o dia clareou
muito tempo já passou
E amanheceu nós dois e a luz
da alvorada brasileira
Vem apagar tristezas…

Cuitelinho

Cheguei na beira do porto
Onde as onda se espaia
As garça dá meia volta
E senta na beira da praia
E o cuitelinho não gosta
Que o botão de rosa caia,ai,ai

Ai quando eu vim
da minha terra
Despedi da parentália
Eu entrei no Mato Grosso
Dei em terras paraguaias
Lá tinha revolução
Enfrentei fortes batáia,ai, ai

A tua saudade corta
Como aço de naváia
O coração fica aflito
Bate uma, a outra faia
E os óio se enche d´água
Que até a vista se atrapáia, ai…

Calix bento (Tavinho Moura)

Ó deus salve o oratório
Ó deus salve o oratório
Onde deus fez a morada
Oi, aí, meu deus
Onde deus fez a morada, oi, ai
Onde mora Calix Bento
Onde mora Calix Bento
E a hóstia consagrada, oi, ai
De Gessé nasceu a vara
De Gessé nasceu a vara
Da vara nasceu a flor,
Oi, ai, meu deus
Da vara nasceu a flor, oi, ai
E da flor nasceu Maria
E da flor nasceu Maria
De Maria o salvador,
Oi, ai, meu deus
De Maria o salvador, oi, ai

Tocando em frente

Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte
Mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza
De que muito pouco sei
Ou nada sei

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente

Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais

Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Amanheceu, peguei a viola

Amanheceu, peguei a viola
Botei na sacola e fui viajar
Amanheceu, peguei a viola
Botei na sacola e fui viajar

Sou cantador e tudo nesse mundo
Vale pra que eu cante e possa praticar
A minha arte sapateia as cordas
E esse povo gosta de me ouvir cantar

Amanheceu, peguei a viola
Botei na sacola e fui viajar
Amanheceu, peguei a viola
Botei na sacola e fui viajar

Ao meio dia eu tava em Mato Grosso
Do Sul ou do Norte, não sei explicar
Só sei dizer que foi de tardezinha
Eu já tava cantando em Belém do Pará

Amanheceu, peguei a viola
Botei na sacola e fui viajar
Amanheceu, peguei a viola
Botei na sacola e fui viajar

Em Porto Alegre um tal de coronel
Pediu que eu musicasse uns versos que ele fez
Para uma china, que pela poesia
Nem lá em Pequim se vê tanta altivez

Amanheceu, peguei a viola
Botei na sacola e fui viajar
Amanheceu, peguei a viola
Botei na sacola e fui viajar

Parei em Minas pra trocar as cordas
E segui direto para o Ceará
E no caminho eu fui pensando, é lindo
Essa grande aventura de poder cantar

Amanheceu, peguei a viola
Botei na sacola e fui viajar
Amanheceu, peguei a viola
Botei na sacola e fui viajar

Chegou a noite e me pegou cantando
Num bailão lá no norte do Paraná
Daí pra frente ninguém mais se espanta
E o resto da noitada eu não posso contar

Anoiteceu e eu voltei pra casa
O dia foi longo e o sol foi descansar

Amanheceu, peguei a viola
Botei na sacola e fui viajar
Amanheceu, peguei a viola
Botei na sacola e fui viajar

Madrasta (co-autor Beto Ruschel)

Minha madrasta bem vinda no caminho
Onde andaremos os três
Nós já podemos dizer
Nossa casa, e o vale verde
Que se dá por trás dessas janelas
Será minha maneira mais sincera de lhe ver

Minha madrasta bem vinda na varanda
Onde me escondo dos medos
Na paz que ofereço a você

Nossa casa, aceite o afeto
De quem sempre andou tão só na vida

Que seja o nosso encontro
O ponto, o sol de um novo dia

Minha madrasta bem vinda

Nossa casa, aceite o afeto
De quem sempre andou tão só na vida
Que seja o nosso encontro
O ponto, o sol de um novo dia

Minha madrasta bem vinda por aqui

Amora

Depois da curva da estrada
Tem um pé de araçá
Sinto vir água nos olhos
Toda vez que passo lá

Sinto o coração flechado
Cercado de solidão
Penso que deve ser doce
A fruta do coração

Vou contar para o seu pai
Que você namora
Vou contar pra sua mãe
Que você me ignora

Vou pintar a minha boca
Do vermelho da amora
Que nasce lá no quintal
Da casa onde você mora.

Uma doce canção

Acenda o fogo no seu coração
Quando uma estrela aparecer no céu
Cante baixinho uma doce canção
Não se preocupe o resto é sertão

Mexa na terra e com a terra na mão
Tome um café, coma um pedaço de pão
E se chover custa nada esperar
Se o ano todo essa chuva durar
La la la la la la la la la la la la la

Se a sua mesa a fartura prover
Lembre que a deus você deve louvar
Mas se a miséria vier lhe abraçar
Cobre dos homens seu justo manjar

Jure o amor por alguma mulher
Cumpra a promessa pro que der e vier
Cria os teus filhos, procura ensinar
A eles que nada há pra ensinar
La la la la la la la la la la la la la

Nós somos todos caboclos iguais
Uns sofrem muitos, outros sofrem jamais
Mas se uma estrela aparecer no céu
Cante baixinho uma doce canção
La la la la la la la la la la la la la

Meu amor, meu namorado

Meu amor, meu namorado
Vê se deixa de lado
Essa história de andar
Trocando a lua pelo dia
De se complicar
Gastando dinheiro até o bar fechar

Vá pra casa mais cedo
Tenho tanto medo de ficar sozinha
Sou compreensiva, fico apreensiva
Sempre chega o dia, sem você chegar

Eu o amo tanto
Você nem se importa em saber que eu choro
E ao tricô me entrego, pra cobrir seu frio
Vou trançando o fio que no fim da sorte, vai no meu lugar
Aquecer seu peito

Mas enfim me conformo
Se não há mais jeito, finjo alegria
Pois você é assim, viver de malícia
Fugir da polícia e voltar pra mim

Eu o amo tanto
Você nem se importa em saber que eu choro
E ao tricô me entrego, pra cobrir seu frio
Vou trançando o fio que no fim da sorte, vai no meu lugar
Aquecer seu peito

Mas enfim me conformo
Se não há mais jeito, finjo alegria
Pois você é assim, viver de malícia
Fugir da polícia e voltar pra mim

A amizade sincera (co-autor Sérgio Reis)

A amizade sincera
É um santo remédio, é um abrigo seguro
É natural da amizade
O abraço, o aperto de mão, o sorriso
Por isso, se for preciso
Conte comigo, amigo, disponha
Lembre-se sempre que, mesmo modesta
Minha casa será sempre sua
Amigo

Os verdadeiros amigos
Do peito, de fé, os melhores amigos
Não trazem dentro da boca
Palavras fingidas ou falsas histórias
Sabem entender o silêncio
E manter a presença mesmo quando ausentes
Por isso mesmo, apesar de tão raros
Não há nada melhor do que um grande
Amigo, amigo, amigo

Por isso, se for preciso
Conte comigo, amigo, disponha
Lembre-se sempre que, mesmo modesta
Minha casa será sempre sua
Amigo

Rapaz caipira

Qui m´importa, qui m´importa
O seu preconceito
qui m´importa

Você diz que eu
sou muito esquisito
E eu às vezes sinto a sua ira
Mas na verdade
assim é que eu fui feito
É só o jeito
de um rapaz caipira

Qui m´importa, qui m´importa
O seu preconceito
qui m´importa

Se você quer maiores aventuras
Vá prá cidade grande
qualquer dia
Eu sou da terra
e não creio em magia
É só o jeito
de um rapaz caipira

Qui m´importa, qui m´importa
O seu preconceito
qui m´importa

Se dá problema
eu subo na picape
E no horizonte
eu tiro a minha linha
Quando me acalmo
é que eu volto prá casa
Esse é o jeito
de um rapaz caipira

Qui m´importa, qui m´importa
O seu preconceito
qui m´importa

Frete

Eu conheço cada palmo desse chão
É só me mostrar qual é a direção
Quantas idas e vindas, meu Deus, quantas voltas
Viajar é preciso, é preciso
Com a carroceria sobre as costas
Vou fazendo frete cortando o estradão

Eu conheço todos os sotaques
Desse povo todas as paisagens
Dessa terra todas as cidades
Das mulheres todas as vontades
Eu conheço as minhas liberdades
Pois a vida não me cobra o frete

Por onde eu passei deixei saudades
A poeira é minha vitamina
Nunca misturei mulher com parafuso
Mas não nego a elas meus apertos
Coisas do destino e do meu jeito
Sou irmão de estrada e acho muito bom

Eu conheço todos os sotaques
Desse povo todas as paisagens
Dessa terra todas as cidades
Das mulheres todas as vontades
Eu conheço as minhas liberdades
Pois a vida não me cobra o frete

Mas quando eu me lembro lá de casa
A mulher e os filhos esperando
Sinto que me morde a boca da saudade
E a lembrança me agarra e profana
O meu tino forte de homem
E é quando a estrada me acode

Eu conheço todos os sotaques
Desse povo todas as paisagens
Dessa terra todas as cidades
Das mulheres todas as vontades
Eu conheço as minhas liberdades
Pois a vida não me cobra o frete

Dadá Maria

Mas que alegria vê-la aqui Dadá Maria
Faz um ano que a saudade vem chamando por você
Pra que voltando você traga aqueles dias
De festas, de valentias, da falta do que fazer

Meu companheiro vem vindo de Vitória
Onde a lua canta as mágoas de outros mares de outras águas
Nessa viagem ao rumo de Marajó
Sempre atrás de cantadores não dei um ponto sem nó

De parceria com um tal Dandará
Conheci toda a Bahia, fui ao Belém do Pará
Dadá Maria, sua amiga é quem lhe diz
Não há coisas mais bonitas que as coisas desse país

Mas que alegria vê-la aqui Dadá Maria
Assim toda viajada nas terras do coração
Mas diga a mim as coisas desses confins
Da maneira mais bonita na sua melhor canção

Falar mais posso o tal chavão costumeiro
Que diz sem nenhum favor que Deus era brasileiro
Falar mais posso o tal chavão costumeiro
Que diz sem nenhum favor que Deus era brasileiro
Brasileiro
Brasileiro

Romaria

É de sonho e de pó, o destino de um só
Feito eu perdido em pensamentos
Sobre o meu cavalo
É de laço e de nó, de gibeira o jiló
Dessa vida cumprida a sol

Sou caipira, Pirapora nossa
Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida
Sou caipira, Pirapora nossaÉ de sonho e de pó, o destino de um só

Feito eu perdido em pensamentos

Sobre o meu cavalo

É de laço e de nó, de gibeira o jiló

Dessa vida cumprida a sol

 

Sou caipira, Pirapora nossa

Senhora de Aparecida

Ilumina a mina escura e funda

O trem da minha vida

Sou caipira, Pirapora nossa

É de sonho e de pó, o destino de um só
Feito eu perdido em pensamentos
Sobre o meu cavalo
É de laço e de nó, de gibeira o jiló
Dessa vida cumprida a sol

Sou caipira, Pirapora nossa
Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida
Sou caipira, Pirapora nossa