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As quatro estações

Sol, se o dia é de sol
Eu vou te encontrar
Tomar a tua mão
Levar pra aquele bar
Pedir muita cerveja
Pra gente esfriar

Chuva, quando está chovendo
Também vou te encontrar
Tomar a tua mão
Pra um canto te levar
Te dar milhões de beijos
Pra gente esquentar

Quando é outono
Eu tenho mais amor
Na primavera
Te dou amor e flor

Saiba, meu bem, que eu te amo
Nas quatro estações
Parece até que eu tenho
Trezentos corações
E todos transbordando de amor
Para te dar

O pão

Olha, nunca mais eu quero saber de você
Pois o imenso amor que eu lhe dediquei
Você não ligou e nem sequer notou

Olha, você maltratou meu pobre coração
Fez uma bolinha e jogou no chão
E a chorar deixou-me, sem dizer adeus

Mas um broto eu encontrei
E diz que eu sou um pão
E me entregou todo o seu coração
Que nunca mais vai ser de outro alguém

Olha, eu também percebo que me apaixonei
Pois meu coração todinho lhe entreguei
E vou viver só para esse amor

A raposa e as uvas

Lembro com muita saudade
Daquele bailinho
Onde a gente dançava
Bem agarradinho
Onde a gente ia mesmo
É pra se abraçar

Você com laquê no cabelo
E um vestido rodado
E aquelas anáguas
Com tantos babados
E você se sentava
Só pra me mostrar

E tudo que a gente transava
Eram três, quatro cubas
Eu era a raposa
Você era as uvas
Eu sempre querendo
Teu beijo roubar

E por mais que você
Se esquivasse
Eu tinha certeza
Que no fim do baile
Na minha lambreta
Aquele broto bonito
Ia me abraçar

Quando a orquestra
Tocava “Besame Mucho”
Eu lhe apertava
E olhava seu busto
Dentro do corpete
Querendo pular

Eu todo cheiroso
À “Lancaster”
E você à “Chanel”
Eu era um menino
Mas fazia o papel
Do homem terrível
Só pra lhe guardar

E tudo que a gente transava
Eram três quatro cubas
Eu era a raposa
Você era as uvas
Eu sempre querendo
Seu beijo roubar

E por mais
Que você se esquivasse
Eu tinha certeza
Que no fim do baile
Na minha lambreta
Contente pra casa
Eu ia te levar

E ao chegar em tua casa
Em frente ao portão
Um beijo, um abraço
Minha mão, tua mão
Com medo que o velho
Pudesse acordar

A pílula já existia
Mas nem se falava
Pois nos muitos conselhos
Que tua mãe te dava
Tinha um que dizia:
“Só depois de casar”

E tudo que a gente transava
Eram três, quatro cubas
Eu era a raposa
Você era as uvas
Eu sempre querendo
Teu beijo roubar

E por mais
Que você se esquivasse
Eu tinha certeza
Que no fim do baile
Na minha lambreta
Aquele corpo bonito
Ia me abraçar

Tudo que a gente transava
Eram três, quatro cubas
Eu era a raposa
Você era as uvas
Eu sempre querendo
Teu beijo roubar

E por mais
Que você se esquivasse
Eu tinha certeza
Que no fim do baile
Na minha lambreta
Aquele corpo bonito
Ia me abraçar

Teu olhar, teu andar

Teu olhar! (Ah! Ah!)
Ah! Esse teu olhar (Ah! Ah!)
Vive a me convidar
Pra que? Não sei

Teu andar! (Ah! Ah!)
Ah! Esse teu andar (Ah! Ah!)
Vive a me convidar
Pra que? Não sei

Você não tem coragem de falar
Então me mata com olhar
Você não tem coragem de me chamar
Então balança pra me atormentar

Esse teu olhar é angelical
Mas desperta em mim os tempos de aboligo
E eu me sinto queimando no paraíso
Eu sei que ele vive a me atormentar
Você tem um andar de gata
E eu começo a ficar com o pelo ouriçado
Aaah pensando coisas, pensando coisas
Eu te amo, eu te adoro
Olha não olha mais pra mim desse jeito
Pelo amor de Deus, nem anda mais assim tá ok?

Um romance que ninguém leu

Sim, você disse que eu
Em relação a você
Sou uma fonte que já secou
Um perfume que não cheirou
Um romance que ninguém leu
Uma chuva que não molhou
A semente que não nasceu

Mas eu não vou me entregar
E, pra você, vou mostrar
Que um deserto de muitos anos
Transformou-se num oceano
E onde antes havia espinhos
Hoje planta-se muitas flores
Isso você não viu

E só por mim, eu vou lutar
Se vou! Aham!
Pois pra você eu vou provar
Que eu não sou
Uma roupa que se estragou
Uma chuva que não molhou
A semente que não nasceu
Uma fonte que já secou
Um perfume que não cheirou
Um romance que ninguém leu

Mon amour, meu bem, ma femme

Nesse corpo meigo e tão pequeno
Há uma espécie de veneno
Bem gostoso de provar

Como pode haver tanto desejo
Nos seus olhos, nos seus beijos
No seu jeito de abraçar?

E foi com isso
Que você me conquistou
Com esse jeito de menina
E esse gosto de mulher

E nada existe em você
Que eu não ame
Sou metade sem você
Mon amour, meu bem, ma femme

Nesse corpo meigo e tão pequeno
Há uma espécie de veneno
Bem gostoso de provar

Como pode haver tanto desejo
Nos seus olhos, nos seus beijos
No seu jeito de abraçar?

E foi com isso
Que você me conquistou
Com esse jeito de menina
E esse gosto de mulher

E nada existe em você
Que eu não ame
Sou metade sem você
Mon amour, meu bem, ma femme

Mon amour, meu bem, ma femme
Mon amour, meu bem, ma femme

Vidro fumê

Num telefonema anônimo
Uma voz disfarçada me falou
Que eu estava sendo traído
Eu não quis acreditar
Pensei que fosse até um trote
Mas no fundo do meu peito
Eu já desconfiava dessa minha sorte

No calor de um momento
Na loucura do meu pensamento
Eu fui atrás
Na busca da verdade
De um segredo
Senti o amor estremecer
Quando eu te vi entrando
Num carro importado de vidro fumê

Quando você chegou em casa
Eu te tratei naturalmente
E quando fiz amor contigo
A noite inteira demoradamente
Foi a canção da despedida
Foi na verdade diferente
A última noite de amor da gente