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Se Tudo Der Errado Amanhã (part. Ellen Oléria)

E se tudo der errado amanhã?
Meu plano, minha torre, meu trampo, meu corre, esperando mudar o amanhã?
Se o som não virar, o show não lotar e o tempo levar cada fã?
E se a fama for mesmo essa lama que humilha e difama toda mente sã?
E aí, cadê o titã?
Quando a luta fica desfavorável e você descartável
Percebe que ao contrário do que achava, sua vida não é história da Marvel
Maquiavel, se o fim justifica o meio, pode anotar
Quer era tipo ‘A Origem’, cê viveu dentro de um sonho, agora é hora de voltar
Se o telefone parar de tocar e suas letras pararem de tocar
Corações como um dia tocaram, seu 7×1 particular
Tão comum! Vem, desabafa
Abriu demais seu coração onde as pessoas preferem quem fecha camarotes e abre garrafas
Inocência sua achar que o mundo te entenderia, bastava ser sincero
Que você e sua fé sozinhos transformariam igual Martinho Lutero
Perdeu o chão sob o pé, quando pensou ser especial
Todo mundo sangra vermelho igual
Na moral, quantos Rashid nunca saíram do zero?
Mas por que cê tá aí? Por que você pegou no mic?
Pelos like? Pelo hype? Ser V.I.P?
A base de mentiras feito Eike?
Zeitgeist? Viu no site?
Se na rua é só fight, de Thaíde a Ice T
Pelos preto de Gana ao Haiti
Mano, bem antes dos destaque, mano
Pelas rua mais que Shimano
Era “noiz” e foi dito ali que se cair vai ser rimando
Eu nunca esperei nada em troca, só escrevi, mano
E tô firmando
Se tudo der errado amanhã, depois de amanhã ainda tô aqui, mano!
Vai!

Eu comecei, era eu e Deus, mais nada
Cheio de problemas e treta, meu, mais nada
Cantando a vida minha e dos meus, mais nada
Querendo um caminho pra fugir do breu e mais nada
Hey, eu tive fé no impossível, recuar não é possível
Vou fazer o impossível virar
Meu medo não é perder o que eu ganhei, é perder o que eu já tinha desde antes de começar

Mil Cairão

Senhor Deus, essa noite eu não queria pedir nada
Porque eu já pedi tanto e tanta coisa me foi dada
Saúde pra correr e proteção pelas calçada
Fui invisível pra cada alma mal intencionada
Mas nessa madrugada eu não me sinto bem
Todo mundo dormiu e eu preciso falar com alguém
Esse silêncio me tira do trilho
E ninguém melhor que o pai pra escutar o desabafo do filho
Mó pilha, talvez a culpa disso seja minha
Sei que o Senhor sempre intervem pra me manter na linha
Pra que eu não vire entulho na caçamba
Mas às vezes isso pesa e essa linha vira uma corda bamba
Como uma cobra anda se rastejando, o mundo me quer assim
Cachorro que se lamba
Caramba, fica difícil desse jeito
Olho tanto pra fora e não enxergo meu próprio defeito
Um pecador só, carrega a dor só, humano também chamado de sonhador só
Que a colheita vem depois
Ando um passo por acerto e a cada erro parece que eu volto dois ó

Eu não sou melhor do que ninguém, não
Eu não mereço mais do que ninguém, não
Só tô mantendo os meus passos no chão
Tudo o que eu peço nessa noite é perdão
Porque mil cairão, mil cairão, mil
Mas eu não serei atingido
Porque mil cairão, mil cairão, mil
Mas eu não serei atingido

Teve aquela vez que eu quase morri afogado
E o Senhor me puxou quando eu já tinha me entregado
Eu merecia um puxão de orelha, fui babaca
Quando roubei anéis e uma corrente na barraca
Só pra mostrar pros meus amigo
Moleque exibido, não tinha noção nenhuma do perigo
Ou daquela outra vez em que eu quase fui roubado
E invés disso o que eu ganhei foi companhia até o mercado
Entendi o recado
Não sei o que eu fiz de mais pra ser tão bem cuidado
Já tive todo errado, bolado de trocar os passos
Quase caindo pro outro lado, mas sei que alguém me carregava nos braços
Me ofereceram crime, só que eu recusei
Me ofereceram farinha, só que eu recusei
Se a vontade era minha eu não sei
Só sei que no vale da sombra e da morte eu fechei os olhos e passei
Só tenho a agradecer por cada dia
E por me fazer maior do que qualquer problema
Tem quem não acredite em ti, enfim
Eu acredito por saber que o Senhor também acredita em mim
Um pecador só, carrega a dor só,humano também chamado de sonhador só
E a colheita vem depois
Ando um passo por acerto e a cada erro parece que eu volto dois ó

Eu não sou melhor do que ninguém, não
Eu não mereço mais do que ninguém, não
Só tô mantendo os meus passos no chão
Tudo o que eu peço nessa noite é perdão
Porque mil cairão, mil cairão, mil
Mas eu não serei atingido
Porque mil cairão, mil cairão, mil
Mas eu não serei atingido

Interior (part. Rapadura)

[Rapadura]
No interior do cantar
As porteiras não fecham
Deixam frestas entre
Os campos belos, cantos raros

No interior do seu lar
As porteiras não fecham
Deixam frestas, entrem
Nos campos belos, cantos raros

[Rashid]
Que nem Arana, o pai mete caneta
Com tanta essência na escrita que faz
As folha branca terem certeza que são preta
Meu alvo são inimigos do gueto
Eu não ligo pra MCs, tô mais focado em eliminar os boleto
É o show do explorador na Amazônia
E fica só o odor, que cheiro é esse? É o cheiro da colônia
Nova Babilônia, mesma lama, mesmo drama
Mesma trama de um sistema silenciador de Marianas
Descrevo aqui melhor que Pero Vaz
Ligo o Brasil em linhas, coisa que nem o metrô faz
Por isso, a riqueza eu ressalto
De quem andava na estrada de terra e hoje tem respeito no asfalto
Brasil multifacetado, de Alcione a Sandrão
Não pode fazer da face de Ana Paula o padrão
Quem desrespeita o interiorano, erra
Como quem vê o índio como turista na sua própria terra
Ali onde a vida é precária, enxerguei as precata pisando o calcário
Magia que dilata a figura de lata do que é necessário
Mas essa levada é do Rapadura, então, vou parar
Um dos melhor speedflow que cê ouviu vem do Ceará
Eu sou Michel, mas eu vim sem temer
Girando os interior desse Brasil, eu e o Mister
E como nóis faz o chão tremer
Pra medir nossos skill, cês vão ter que utilizar a escala Richter

[Rapadura]
No interior do cantar
As porteiras não fecham
Deixam frestas entre
Os campos belos, cantos raros

No interior do seu lar
As porteiras não fecham
Deixam frestas, entrem
Nos campos belos, cantos raros

Na saga dos camponeses, entre espantalhos soezes
Meus galhos cortam os verdes em fotossínteses
Agrários arrotam meses de escassezes
Trabalho de seres derrotam deuses em foco, em sínteses
Traz a composição, que eu desafio o chão e o Risco em Morteiro
Como a transposição do Rio São Francisco em Monteiro
Pois os sons tão mais secos que um semiárido inteiro
Abre os dons, fecha os cercos desse game pálido arteiro
Virado no diacho, ressalto o salto contra a descida
Macho, não me vi por baixo no Auto da Compadecida
Em contrapartida ao contexto de Ariano Suassuna
Vou contra a batida e o texto vai pareano e se assuma
Em forma operária, fora o Frame, outrora a quem viesse ter
Reforma agrária, Fora Temer, aurora em BSB
Guerra improdutiva, cobra a sobra à alguém de SP?
Ocupa a terra improdutiva e dobra o MST
Volte ao fraldário MC
Seu Berçário é no ABC
Alcoólicos Anônimos Bebês
Querem BBB
Cê quer ser? Faça como CQC
Que eu faço mais ligações entre estados que um DDD
Mostro o Brasil de A à Z
Não um Brazil com Z de zero na escola
Não vim pra dizer, mas sim pra fazer
E não quero cola, decora
É que eu sou rap desde o primário
E sou sertanejo antes de ser universitário
Cês pegaram o páreo?

No interior do cantar
As porteiras não fecham
Deixam frestas entre
Os campos belos, cantos raros

No interior do seu lar
As porteiras não fecham
Deixam frestas, entrem
Nos campos belos, cantos raros

[Rapadura e Rashid]
É muita extensão geográfica pro IBGE
Essa expansão neográfica MG/CE
Densidade demográfica
Máquina fonográfica
Com identidade plástica
Então para! Nem com RG cê é!
Não é produto da CCE, porque minha luz não é flash
Nosso rap tem tanta vida que ele quase se mexe
Fora do hack and slash, Xique-chico e eu tipo maîtres
Encaixo o povo no topo, meu rap game é Tetris
Mestres em culto, a massa pop tá té teno fobia
Sou matuto igual Mazzaropi, até feno assobia
Sou astuto, enquanto o terreno subia
Mandava descer ao luto sua raça top, morte à xenofobia!
Desde pequeno sabia, o caminho é itinerante
Tendo que cruzar ares com cortante até o estirante
Do interior pro interior, é a sina do retirante
Do interior pro interior, esse rap é tipo um transplante

Bilhete

Ela deixou um bilhete dizendo que ia sair fora
Levo meu coração, alguns CDs e o meu livro mais da hora
Não sei qual a razão, não entendi porque ela foi embora
E eu fiquei pensado em como foi e qual vai ser agora

É que pena que você foi embora, pra mim tava tão bom aqui
Com a nega mais teimosa e a mais linda que eu já vi
Dividindo o edredom e um filmin’ na TV
Chocolate quente, meus olhar era só procê

Mas cê num quis, eu era mó feliz e nem sabia
Bejin de caramelo que recheava meus dia
No sorriso matutino, bom dia, paixão
A boca sabor café, sua cachorra lá no colchão
Pulando

A noite nós varava até às seis
Sem despertador; levanta ai amor são mais de 3
Da tarde
Ouvindo os pancadão lá do vizinho
Te ajudando a lavar louça e o Gil Scott bem baixinho

Enquanto cê tomava banho falando sobre a vida
Irritando sua cachorra, nós dividia as mordida
Entre as almofadas, abraçados e quieto sem pressa
Trocando cartinha e uns carinho cheio de promessa

Eu te dei amor e um canto no meu coração
Mas todo esse encanto não muda a situação
Pensando o que que iria ser daqui pra frente
Não sei se perdemo’ tempo
Ou se o tempo se perdeu entre a gente

E ó, que engraçado
Achei que ia ser pra sempre, e vi que eu sempre tive enganado
Então faz favor, não esquece seu orgulho
Quer ir embora, pode ir, mas devolve meus bagulho

Ela deixou um bilhete dizendo que ia sair fora
Levo meu coração, alguns CDs e o meu livro mais da hora
Não sei qual a razão, não entendi porque ela foi embora
E eu fiquei pensado em como foi e qual vai ser agora

Ela deixou um bilhete dizendo que ia sair fora
Levo meu coração, alguns CDs e o meu livro mais da hora
Não sei qual a razão, não entendi porque ela foi embora
E eu fiquei pensado em como foi e qual vai ser agora

É, que pena, que pena memo
Nem ligo tanto pras parada que sumiu
Cê foi embora logo agora que tá frio
Pegou as roupa na cabeceira e saiu
Me deu um beijo, bateu a porta e sorriu

Que covardia deixar seu nego esperando
Vem logo que o seu lado no colchão, tá esfriando
Então vamo rola de novo no memo lençol azul
Meu travesseiro ainda traz o cheiro do teu shampoo

Meu quarto vazio chora pelas madrugada
Agora minhas noite são miada
Teu passo macio já não brinda minha calçada
E aquela música ainda toca nas balada

Mas deixa soar como despedida
Flor, quem sabe um dia nós se tromba pela vida
Ô, agora pega suas parada e despinguela
Com o que sobrou, porque o resto foi pela janela

Pô, não fala nada pra não perder a razão
Vai, segue sozinha na rua das ilusão
Dá meia volta devido ao ressentimento
E sai de mão dada com o seu arrependimento

Tá aí, no esquecimento, clamando um sentimento, né
Já que se quis apagar a graça dos momento
Então, pode ficar com o CD
Eu só queria de volta todo tempo que eu desperdicei com você

Ela deixou um bilhete dizendo que ia sair fora
Levo meu coração, alguns CDs e o meu livro mais da hora
Não sei qual a razão, não entendi porque ela foi embora
E eu fiquei pensado em como foi e qual vai ser agora

Bilhete 2.0

E aí?
Rashid, Luccas Carlos
Nave
Vamo, vamo

[Luccas Carlos]
Ela deixou um bilhete, dizendo que ia sair fora
Levou meu coração, alguns CDs e o meu livro mais da hora
Mas eu não sei qual a razão, não entendi por que ela foi embora
E eu fiquei pensando em como foi e qual vai ser agora

[Rashid]
É, que pena, pra mim tava tão bom aqui
Com a nega mais teimosa e a mais linda que eu já vi
Dividindo o edredom e o filminho na TV
Chocolate quente e meus olhar era só pu cê
Mas cê não quis, eu era mó feliz e nem sabia
Beijinho de caramelo que recheava meus dia
No sorriso matutino, bom dia, paixão
A boca sabor café, sua cachorra lá no colchão
Pulando, a noite nóis varava até as seis
Sem despertador, levanta aí, amor, são mais de três
Tá tarde! Ouvindo os pancadão lá do vizinho
Te ajudando a lavar a louça e Jill Scott bem baixinho
Enquanto cê tomava banho, falando sobre a vida
Com a certeza que achei a felicidade perdida
Entre as almofada, abraçado e quieto, sem pressa
Trocando cartinha e os carinho cheio de promessa
Te dei amor e um canto no meu coração
Mas todo esse encanto não muda a situação
Pensando: Quê que ia ser daqui pra frente?
Não sei se perdemos tempo ou o tempo se perdeu entre a gente
E ó, que engraçado
Achei que ia ser pra sempre e vi que eu sempre tive enganado
Então faz favor, não esquece seu orgulho
Quer ir embora? Pode ir, mas devolve meus bagulho!

[Luccas Carlos]
Ela deixou um bilhete, dizendo que ia sair fora
Levou meu coração, alguns CDs e o meu livro mais da hora
Mas eu não sei qual a razão, não entendi por que ela foi embora
E eu fiquei pensando em como foi e qual vai ser agora

Meu quarto pede sua arrumação, minha camisa, seu cheiro
Metade de mim foi, já não me sinto inteiro
Me deixou um bilhete escrito
Eu nunca vou te esquecer, nem tudo aquilo que foi dito
E ela foi assim, sem dó de mim
Deixou meu toca-disco e um DVD do Chaplin
Mesmo sabendo que eu prefiro Chaves
E as guloseima Fini, ela me deixou só três
Eu tenho que rir pra não chorar
Tentando te esquecer, mas eu só consigo lembrar
Não sei se outra preta vai tomar o seu lugar
Mas, com tantas opções, eu acho que vale tentar
Até porque você já tá em outro lugar
Comigo cê nem deve mais se importar
Então faz favor, vê se esquece de mim
E o fim da nossa história foi assim

Ela deixou um bilhete, dizendo que ia sair fora
Levou meu coração, alguns CDs e o meu livro mais da hora
Mas eu não sei qual a razão, não entendi por que ela foi embora
E eu fiquei pensando em como foi e qual vai ser agora