5. Silêncio no Bexiga (Geraldo Filme – apresentação de Plinio Marcos)

Em Pirapora, o Geraldão ganhou embaixada e o direito de entrar nas bocas mais esquisitas. Bailinho do porão do Bixiga. Onde crioulo de mais de um metro e setenta tinha que dançar dobrado em cima da mulher pra não bater com a testa na viga. Mas foi ali, que o Geraldão conheceu os bambas de samba de São Paulo. Jamburá, Nego Braço, Bitucho, Marmelada, Pé Rachado e Pato n’Água. Pato N’Água, um senhor sambista.

Pato N’Água dançava samba na aba do chapéu. O Pato n’Água ficava em cima do Viaduto do Chá apitando samba e comandava a Escola de Samba Vai-Vai desfilando todinha pelo vale. O Pato n’Água era chefe da torcida uniformizada do Corinthians. Mas não foi de desgosto que o Pato n’Água morreu, não.

Pato N’Água foi levar uma cabrocha lá em Suzano Paulista e amanheceu boiando numa lagoa. Tava comido de peixe e de bala. Como foi, como não foi ninguém sabe. Defunto não fala. O que a gente sabe é que a noticia chegou no Bexiga na hora da Ave Maria e ali, nas quebradas do mundaréu, o povo inteiro chorou. E o Geraldão, legítimo poeta do povo chorou por todos nós.

Silêncio o sambista está dormindo
Ele foi mas foi sorrindo
A notícia chegou quando anoiteceu
Escolas eu peço o silêncio de um minuto
O Bexiga está de luto
O apito de Pato n’água emudeceu (2x)

Partiu não tem placa de bronze não fica na história
Sambista de rua morre sem glória
Depois de tanta alegria que ele nos deu
Assim, um fato repete de novo
Sambista de rua, artista do povo
E é mais um que foi sem dizer adeus.


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