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Página de dor

Pagina de dor que faz lembrar
Volver as cinzas de um amor 
Infeliz de quem amando ao léu
Em vão esconde uma paixão

Lágrimas existem que rolam na face
Há outras porem que rolam no coração
São essas que a rolar nos vem uma recordação
Pagina de dor
Que faz lembrar
Volver as cinzas de um amor

O amor que faz sofrer
Que envenena o coração 
Para a gente esquecer padece tanto 
E às vezes tudo em vão

Seja o teu amor o mais profano delator
Bendigo por que vem do amor
Sendo o pranto amenidades 
Ao tocar minha saudade
Glorias tem o pecador do amor

Lagrimas existem que rolam na face
Há outras porem que rolam no coração
São essas que a rolar nos vem uma recordação
Pagina de dor
Que faz lembrar
Volver as cinzas de um amor

Aquela mascarada

Aquela mascarada
No carnaval passado
De olhos tentadores
Ternos,sonhadores
Lábios de pecado
Na sensação de um beijo
Encheu-me de desejo
Mente-se de mulher
Amor feito quimera
Sol de primavera e dor

Aquela mascarada
Deixou-me na retina
Na sombra querida
De uma saudade imensa
E na harmonia,dessa minha canção
Deixo a mascarada
Da minha ilusão

Sertaneja

Sertaneja se eu pudesse
se papai do céu me desse
O espaço pra voar
eu corria a natureza
acabava com a tristeza
Só pra não te ver chorar
Na ilusão desse poema
eu roubava um diadema
lá no céu pra te ofertar
e onde a fonte rumoreja
eu erguia a tua igreja
e dentro dela o teu altar

Sertaneja, por que choras quando eu canto
Sertaneja, se este canto é todo teu
Sertaneja, pra secar os teus olhinhos
vai ouvir os passarinhos
que cantam mais do que eu

A tristeza do teu pranto
é mais triste quando eu canto
a canção que te escrevi
e os teus olhos neste instante
brilham mais que a mais brilhante
das estrelas que eu já vi
sertaneja eu vou embora
a saudade vem agora
alegria vem depois
vou subir por estas serras
construir lá N’outras terras
um ranchinho pra nós dois.

Meu romance

Embaixo daquela jaqueira
Que fica la no alto majestosa
De onde se avista a turma da Mangueira
Quando se engalana com suas pastoras formosas

Ai, foi la (quem é que disse?)
Que o nosso amor nasceu
Na tarde daquele memoravel samba
Eu me lembro, tu estavas de sandália
Com o teu vestido de malha
No meio daqueles bambas

Nossos olhares cruzaram
E eu para te fazer a vontade
Tirei fora o colarinho
Passei a ser malandrinho
Nunca mais fui a cidade
Pra gozar o teu carinho
Na tranquilidade

E hoje faço parte da turma
No braço eu trago sempre o paletó
Um lenço amarrado no pescoço
Eu ja me sinto um outro moço
Com o meu chinelo charló
E até faço valentia
Tiro samba de harmonia

A última estrofe

A noite estava assim enluarada
Quando a voz já bem cansada
Eu ouvi de um trovador
Nos versas que vibravam de harmonia
Ele em lágrimas dizia
Da saudade de um amor
Falava de um beijo apaixonado
De um amor desesperado
Que tão cedo teve fim
E desses gritos de tormento
Eu guardei no pensamento
Uma estrofe que era assim:

Lua…
Vinha perto a madrugada
Quando em ânsias minha amada
Nos meus braços desmaiou
E o beijo do pecado
O teu véu estrelejado
A luzir glorificou 
Lua…
Hoje eu vivo sem carinho
Ao relento, tão sozinho
Na esperança mais atroz
De que cantando em noite linda
Essa ingrata volte ainda
Escutando a minha voz

A estrofe derradeira, merencória
Revelava toda a história
De um amor que se perdeu
E a lua que rondava a natureza
Solidária com a tristeza
Entre as nuvens se escondeu
Cantor, que assim falas à lua
Minha história é igual à tua
Meu amor também fugiu
Disse eu em ais convulsos
E ele então, entre soluços
Toda a estrofe repetiu

Brasa

Você parece uma brasa
Toda vez que eu chego em casa
Dá-se logo uma explosão
Ciúmes de mim, não acredito
Pois meu bem, não é com grito
Que se prende um coração

Desculpe a minha pergunta
Pois quem tanta asneira junta
Lhe ensinaram a falar
Seu professor bem podia
Ensinar que não devia
Deste modo me tratar

E as vezes, você chora
Quando eu passo as noites fora,
Não venho em casa almoçar
É que as mulheres da rua
Tem a alma melhor que a sua
Sabem melhor me agradar

E se as vezes, eu me demoro,
É diminuindo a hora
Para com você eu estar
Se apagasse essa brasa
Eu não sairia de casa
Dia e noite, a lhe adorar.

Lábios que beijei

Lábios que beijei
Mãos que eu afaguei
Numa noite de luar, assim
O mar na solidão bramia
E o vento a soluçar, pedia
Que fosses sincera para mim

Nada tu ouviste
E logo que partiste
Para os braços de outro amor
Eu fiquei chorando
Minha mágoa cantando
Sou estátua perenal da dor

Passo os dias soluçando com meu pinho
Carpindo a minha dor, sozinho
Sem esperanças de vê-la jamais
Deus tem compaixão deste infeliz
Porque sofrer assim
Compadecei-vos dos meus ais
Tua imagem permanece imaculada
Em minha retina cansada
De chorar por teu amor
Lábios que beijei
Mãos que eu afaguei
Volta, dá lenitivo à minha dor

Mágoas de caboclo

Cabocla o teu olhar está me dizendo
Que você está me querendo
Que você gosta de mim
Cablocla, não lhe dou meu coração
Você hoje me quer muito
Amanhã não quer mais não
Não creio mais em amor nem amizade
Vivo só para saudade
Que o passado me deixou
A vida para mim não vale nada
Desde o dia em que a malvada
Meu coração estraçalhou
E as vezes pela estrada enluarada
Lembro-me de uma toada
Que ela para mim cantava
Quando eu era feliz e não pensava
Que a desgraça em minha porta
Passo a passo me rondava
Depois que ela partiu eu fiquei triste
Nada mais pra mim existe
Fiquei no mundo a penar
E quando eu penso nela,
Oh! Grande Deus
Eu sinto nos olhos meus
Triste lágrima a rolar

A jardineira

O jardineira por que estas tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a Camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu
Foi a Camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu

O jardineira por que estas tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a camélia que caiu do galho

Deu dois suspiros e depois morreu

Foi a Camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu

Vem jardineira
Vem meu amor
Não fique triste
Que este mundo é todo teu
Tu és muito mais bonita
Que a camélia que morreu

O jardineira por que estas tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu
Foi a Camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu

Vem jardineira
Vem meu amor
Não fique triste
Que este mundo é todo teu
Tu és muito mais bonita
Que a camélia que morreu

Carinhoso

Meu coração
Não sei porque
Bate feliz
Quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim
Ah, se tu soubesses como eu sou tão carinhoso
E muito muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem

Vem sentir o calor dos lábios meus
A procura dos teus
Vem matar esta paixão
Que me devora o coração
E só assim então
Serei feliz, bem feliz

Aos pés da cruz

Aos pés da Santa Cruz
Você se ajoelhou
E em nome de Jesus
Um grande amor
Você jurou
Jurou mas não cumpriu
Fingiu e me enganou
Pra mim você mentiu
Pra Deus você pecou
(bis)

O coração tem razões
Que a própria razão desconhece
Faz promessas e juras
Depois esquece
Seguindo esse princípio
Você também prometeu
Chegou ate a jurar um grande amor
Mas depois me esqueceu

Aos pés da Santa Cruz
Você se ajoelhou
E em nome de Jesus
Um grande amor
Você jurou
Jurou mas não cumpriu
Fingiu e me enganou
Pra mim você mentiu
Pra Deus você pecou

O coração tem razões
Que a própria razão desconhece
Faz promessas e juras
Depois esquece
Seguindo esse principio
Você também prometeu
Chegou ate a jurar um grande amor
Mas depois se esqueceu

Sempre no meu coração (Always In My Heart)

Sempre no meu coração
Perto ou longe estarás
E ao cantar esta canção
Sei que jamais me esquecerás

Sempre no meu coração
Na alegria e na dor
Lembrarei com emoção
Que um dia tive o teu amor

Sempre no meu coração
O teu nome guardarei
E na minha solidão
Em minhas preces rezarei

E se nunca mais voltares
Pra ter fim os meus pesares
Guardarei teu vulto, então
Sempre no meu coração

Sempre no meu coração
O teu nome guardarei
E na minha solidão
Em minhas preces rezarei

E se nunca mais voltares
Pra ter fim os meus pesares
Guardarei teu vulto, então
Sempre no meu coração

Súplica

Aço frio de um punhal
Foi o seu adeus para mim
Não crendo na verdade, implorei, pedi
As súplicas morreram sem eco, em vão
Batendo nas paredes frias do apartamento

Torpor tomou-me todo
E eu fiquei sem ser mais nada
Adormecido tenha, talvez, quem sabe
Pela janela aberta a fria madrugada
Amor talhou-me a dor com o manto da garôa

Esperança, morreste muito cedo
Saudade, cedo de mais chegaste
Uma quando parte a outra sempre chega
Chorar? Já lágrimas não tenho

Coração, por que é que tu não paras?
A taça do meu amor findaste
É inútil prosseguir se forças já não tenho
Tu sabes bem que ela era a minha vida
Meu doce e grande amor

Atire a primeira pedra

Covarde sei que me podem chamar
Porque não calo no peito dessa dor
Atire a primeira pedra, ai, ai, ai
Aquele que não sofreu por amor

Eu sei que vão censurar
O meu proceder
Eu sei, mulher,
Que você mesma vai dizer
Que eu voltei pra me humilhar
É, mas não faz mal
Você pode até sorrir
Perdão foi feito pra gente pedir

Abre a janela

Abre a janela, formosa mulher
E vem dizer adeus a quem te adora
Apesar de te amar como eu sempre amei
Na hora da orgia, eu vou embora

Vou partir e tu tens que me dar perdão
Porque fica contigo o meu coração
Podes crer que acabando a orgia
Eu voltarei para a tua companhia
Abre a janela, formosa mulher

Rosa

Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu

Tu és a forma ideal
Estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza

Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer

Trapo de gente

Aconteceu
Justamente o que mais eu temia
Apesar do trabalho
Que me deu sua educação
Fui buscá-la, na triste miséria
De um barracão
Para as noites boêmias
De Copacabana
Este mundo de sonhos
E desilusão
Mas, incapaz de entender
Este prisma da vida
Procurou disfarçar na bebida
A mais torpe e cruel traição
Saia comigo
Bebia comigo
Depois
Se entregava a um amigo
Trapo de gente
Sem alma e sem coração

Terra seca

O nêgo tá, moiado de suó 
Trabáia, trabáia, nêgo Trábaia, trabáia nêgo
As mãos do nêgo tá que é calo só
Trabáia, trabáia nêgo Trabáia, trabáia, nêgo
Ai “meu sinhô”nêgo tá véio
Não agüenta !
Essa terra tão dura, tão seca, poeirenta…

Trabáia, trabáia nêgo Trabáia, trabáia, nêgo

O nêgo pede licença prá falá
Trabáia, trabáia, nêgo
O nêgo não pode mais trabaiá
Quando o nêgo chegou por aqui
Era mais vivo e ligeiro que o saci
Varava estes rios, estas matas, estes campos sem fim
Nêgo era moço, e a vida, um brinquedo prá mim
Mas o tempo passou
Essa terra secou …ô ô
A velhice chegou e o brinquedo quebrou ….
Sinhô, nêgo véio tem pena de têr-se acabado
Sinhô, nêgo véio carrega este
corpo cansado

Risque

Risque
Meu nome do seu caderno
Pois não suporto o inferno
Do nosso amor fracassado

Deixe
Que eu siga novos caminhos
Em busca de outros carinhos
Matemos nosso passado

Mas, se algum dia, talvez, a saudade apertar
Não se perturbe, afogue a saudade
Nos copos de um bar

Creia
Toda a quimera se esfuma
Como a brancura da espuma
Que se desmancha na areia

Sinfonia da mata

Tenho a viola, que retiro da parede
Quando é noitinha, para pontear
Tenho a gaiola, meu canário e uma rede
Sempre esticadinha, pra meu bem sonhar.

Quando a lua vem surgindo, cor de prata
Ilumina meu pedaço de torrão
Meu ranchinho, aqui no seio da mata
Não precisa, nem que acenda lampião.

Sinfonia do riacho e da cascata
Minha viola, completa a orquestração

Pela Primeira Vez

Pela primeira vez na vida
Sou obrigado a confessar que amo alguém.
Chorei quando ela deu a despedida
Ela me vendo a chorar chorou também.
Meu Deus, faça de mim o que quiser,
Mas não me faça perder
O amor desta mulher.

Na estação, na hora de partir o trem,
Ela me vendo a chorar chorou também.
Depois fiquei olhando a janela,
Até sumir numa curva o lenço dela.

Se meu amor não regressar, irei também
À estação na hora de partir o trem.
E nunca mais assisto uma partida
Pra não lembrar mais daquela despedida.

Dama do Cabaré

Foi num cabaré na Lapa
Que eu conheci você
Fumando cigarro,
Entornando champanhe no seu soirée

Dançamos um samba,
Trocamos um tango por uma palestra
Só saímos de lá meia hora
Depois de descer a orquestra

Em frente à porta um bom carro nos esperava
Mas você se despediu e foi pra casa a pé
No outro dia lá nos Arcos eu andava
À procura da Dama do Cabaré

Eu não sei bem se chorei no momento em que lia
A carta que recebi, não me lembro de quem
Você nela me dizia que quem é da boemia
Usa e abusa da diplomacia
Mas não gosta de ninguém

Foi num cabaré na Lapa…