Vou, vou, vou voltar
 Prá casa de novo Eu tivo que vir só
 Não pude trazer você comigo
 Às vezes eu me sinto
 Um exilado político
 Por ser um gabirú
 Não tão lesado assim
 Gabirú, gabirú, gabirú eh! Vou, vou, vou voltar
 Prá casa de novo Troquei poeira por fuligem
 Fiz um pacto em São Cristóvão
 O couro da zabumba
 Guarda um pedaço Do dia em que o suor virar alegria
 E os olhos tocarem na mãe
 Brincando de aliviar
 Um pouco do tempo que se foi A um passo do precipício
 A verdade é tão dura
 Quanto o azulão contou
 E se eu pensar no toque
 Valeu a pena Vale o meu corpo vira-latas
 Mais forte do que
 Muito homem de pedigree
 Vale um copo de cachaça
 Pago de maneira decente Vale a fé que freqüenta
 A mitologia gerimum
 De Padre Cícero a Frei Damião
 Porque nem a segunda casa
 É capaz de sarar
 As lembranças do chão
 Que me fez
 Do chão seco e ingrato
 Mas o chão que me fezVou, vou, vou voltar
 Pra casa de novo
Comentários
Iago Freitas
17/01/2013
"Vou, vou, vou voltar Prá casa de novo" Tá na cara que é um cara que morava em uma cidade e se mudou, mas se arrependeu e quer voltar.. típico de nordestinos que vão a sao paulo em busca de emprego e melhores condições de vida "Eu tivo que vir só Não pude trazer você comigo Às vezes eu me sinto Um exilado político" Tinha sua mulher, mas teve que partir só. E lá se sente um estranho, fora de casa, como se tivesse sido expulso da sua terra, sem poder/conseguir voltar. Um exilado político "Por ser um gabirú Não tão lesado assim Gabirú, gabirú, gabirú eh!" Um gabirú é um rato, e é assim que ele se sente longe de casa. "Troquei poeira por fuligem" Tava em condições ruins onde morava, saiu pra tentar melhorar, mas tá na mesma ou até pior. Trocou 6 por meia dúzia, poeira por fuligem. "Fiz um pacto em São Cristóvão O couro da zabumba guarda um pedaço Do dia em que o suor virar alegria E os olhos tocarem na mãe Brincando de aliviar Um pouco do tempo que se foi" São cristovão é o santo dos viajantes e ele fez uma promessa caso voltasse a sua terra próspero ("do dia em que o suor virar alegria"), encontrasse sua mãe e esse seria o alívio, esquecendo tudo que passou. O couro da zabumba seriam lembranças do nordeste. "A um passo do precipício A verdade é tão dura Quanto o azulão contou E se eu pensar no que Valeu a pena" Aqui ele pensa em se suicidar, pensando no que todos diziam quando ele resolveu partir, que ele fracassaria sendo parecia ser uma verdade dura de se ver. "Vale o meu corpo vira-latas Mais forte do que Muito homem de pedigree Vale um copo de cachaça Pago de maneira decente" Mas aqui ele desiste, vendo que ele valia muito pra se 'jogar fora', mais do que muito homem fino e que não vale nada, pois pagava sua contas com o suor do seu trabalho, diferente de muitos corruptos. Mais vale um copo de cachaça comprado decentemente do que uma mansão comprada com dinheiro sujo. "Vale a fé que freqüenta A mitologia gerimum De Padre Cícero a Frei Damião Porque nem a segunda casa É capaz de sarar As lembranças do chão que me fez Do chão seco e ingrato Mas o chão que me fez" essa parte é auto-explicativa show demais!! os caras são fodaass! O RAPPA!!