Catequese do medo
Num buraco negro
No fim do terceiro mundo
Um sorriso assustado
Uma mãe desesperada
Um pai mal pago, operário e mudo Reuniões oficiais escurecendo outras salas
Onde a tortura faz filho
Na pele de um jovem afro-brasileiro
Na pele de um jovem fudido e sem dinheiro
Por isso... Podem falar o que for
Que eu sei que não sou culpado
Podem falar o que for
Que eu sei que não sou, sei que não sou A fome é um esperma
Por entre as pernas da violência
E o egoísmo que excitou
As diferenças em que merece
Um aborto imediato Um apartheid econômico
Contamina, machuca
E não nos deixa gritar Quando o carro preto passa
Quando o carro preto passa
Por isso Podem falar o que for
Que eu sei que não sou culpado
Podem falar o que for
Que eu sei que não sou
Sei que não sou
Comentários
Ramon
07/05/2011
Compreende-se como uma narração de como se dá a multiplicação da violencia. Usa figuras de linguagem para explicar como a violencia tem suas "crias", somada À tortura a jovens, supostamente pela policia, para que confessem um "crime" que não cometeram.