Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar
Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um carangueijo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru
Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça
Peguei um baláio, fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura
“Aí minha véia, deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia não consigo dormir”
E com o bucho mais cheio começei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um carangueijo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru
Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça
Peguei um baláio, fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura
“Aí minha véia, deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia não consigo dormir”
E com o bucho mais cheio começei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
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Uma música que simboliza bem quando os governos deixam seu povo de lado para cuidar dois própios interesses.Nos suburbios e favelas nas margens de manguezais e rios do Recife que Chico Science se interpreta como um trabalhador sem teto fixo e sem dinheiro pra comer, que na verdade habitam todo o país na marginalidade e na informalidade.
”Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar
Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar”
Nesta parte podemos ver que Chico fala da condição de moradia imprópia em que habita, ele pensa em sair para encontrar um lugar melhor de vida, mas sabe que pode piorar pois o pouco com que vive pra se sustentar é restrito aquele local.
”Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana”
Ele está sem esperança, num pensamento negativo, ele sabe que mais alguém é culpado por permitir que pessoas vivam nesta condição caótica.
”O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um carangueijo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru”
A poluição e degradação dos rios afetam a principal fonte de renda e alimento, os crangueijos(Chié, Aratu).O sol queimando a lama do rio, nos mostra que ele foi transformado em esgoto a céu aberto.Um carangueijo saindo do mangue e virando gabiru, se refere ao lixo nas margens do rio,os animais convivem e se alimentam entre o lixo como um gabiru,uma espécie de rato.
”Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça”
Neste parte ele faz uma alerta de ameaça aos urubus, mas os urubus conviveriam bem neste ambiente, o urubu que ele fala não são as aves, mas sim os moradores.Não se trata de um preconceito dele mas sim de uma crítica pela condição em que vivem.Talvez por que quem conviva entre o lixo e a lama para poder se alimentar, não seja um ser humano.
”Peguei um baláio, fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura
“Aí minha véia, deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia não consigo dormir”
E com o bucho mais cheio começei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar”
Nesta parte podemos notar que a pobreza e a marginalização andam de mão dadas, O roubo como unico meio de sustento revela o caos e a verdadeira realidade nas periferias do país.
Uma música que simboliza bem quando os governos deixam seu povo de lado para cuidar dois própios interesses.Nos suburbios e favelas nas margens de manguezais e rios do Recife que Chico Science se interpreta como um trabalhador sem teto fixo e sem dinheiro pra comer, que na verdade habitam todo o país na marginalidade e na informalidade.
“Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar
Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar”
Neste trecho Chico Science diz que pode sair de onde está (da miséria) para organizar o povo coletivamente para que, assim, este “desorganize” o sistema vigente, status quo e o funcionamento caótico da sociedade.
”Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana”
Basicamente ele está na merda e teve sua dignidade roubada.
”O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um carangueijo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru”
A queimação do sol representa as condições adversas impostas pela natureza e pela vida ao povo pobre de Recife/Pernambuco. O carangueijo é o emigrante nordestino, que se retira do nordeste em direção sul em busca de melhores condições de vida, saindo assim do mangue (vegetação nativa de Pernambuco) e virando um gabiru (palavra usada no nordeste que pode denominar um homem esperto, destemido..)
”Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça”
Chamando Josué Chico Science faz referência ao escritor Josué de Castro, escritor pernambucano e recifense internacionalmente reconhecido por seus estudos sobre a fome, principalmente no nordeste. Os urubus são os burgueses que exploram o povo miserável que, quanto mais miserável, mais sua condição de vulnerabilidade é explorada pelos urubus.
“Peguei um baláio, fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura
“Aí minha véia, deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia não consigo dormir”
E com o bucho mais cheio começei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar”
Esse trecho final retrata a condição degradante na qual vivem os miseráveis de Recife, que precisam roubar comida para ter um sustento. Com o pouco de nutrição que lhe é provida através desse roubo ele é capaz de pensar melhor e concluir que é preciso que o povo se organize para desorganizar o sistema (“Que eu me organizando posso desorganizar”) e que, desorganizando o sistema vigente o povo poderá vir a se organizar melhor (“Que eu desorganizando posso me organizar”)