Moacyr Luz

Vitória da ilusão

CarnavalRelicário de uma tradiçãoImortal vitória da ilusãoCarnaval, coração…Bordadeira e carpinteiroArmam outro Rio de JaneiroEscultor, artesãoCarnaval passional:Velas de serpentinaA alma de isopor e purpurina…Carnaval, missa campal do povo brasileiroOnde a hóstia sagrada é o pandeiroCarnaval, celestial império do trambiqueOnde o crente idolatra o repiqueRio que passa e que não passouChama devassa purificouO meu sentimento na contradição […]

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Bença, Ná Buruquê

Com tanta folha aqui pra varrerAi, Nanã-BuruquêIfá me ajude com o opelêAi, Nanã-BuruquêOxumaré e ObaluaêBença Nã-BuruquêVou mascarada pra GuedeleCom Nanã-Buruquê A chuvarada vergaA espinha da favelaNanã Santana varreEu sou a filha delaO temporal passouRestauram lama e lodo:Com isso é que NanãRecria o mundo todoMel, inhame e dendêSalubá-Buruquê!Ontem, hoje e amanhãSalubá-Shapanã!

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Mico preto

Eu nunca dei um jeitinhoVim devagarinho, penandoTentando acertarNeguinho não me deu nadaA não ser porrada, sermão, passa foraE eu láTem parasita na ativa exportando divisa E eu suando a camisaPor honra da firmaA vida é assim:Até minha gata dá pra todo mundoSó não dá pra mimSe um bacana me chutaEu peço desculpas e luto pra não

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Meu tempero é sal

Sou macaco velhoManjo de cumbucaEis o meu temperoComo mestre cuca: Pouco açafrãoPimenta um andaNem estragãoNem noz-moscadaMeu tempero é sal! Dendê, “tantim”Sálvia, a lembrançaDo alecrim, só a “nuança”:Meu tempero é sal! Páprica penso e não ponhoGengibre eu tenho e não botoO louro eu tiro na hora agáA salsa ia mas saiA erva-doce acabouO cravo eu cismo

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Pra que pedir perdão?

Se é pra recordar dessa maneira,sempre causando desprazer,jogando fora a vida em mais uma bebedeira,ó, sinceramente, é preferível me esquecer Eu te prometi mundos e fundosmas não queria te magoarEu não resisto aos botequins mais vagabundosmas não pretendia te envergonharmarquei bobeira… Vi muitas vezes o destinoir na direção erradae a bondade virar completo desatinoa carícia

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Rainha negra

A idade da sereiaO baticum de pé no chãoChuá de cachoeira…O mito, o rito ritmam a respiraçãoTantan e atabaqueA gargalha do ganzáO canto do trabalhoA dança, a ânsia sagrada de rememorar O escuro do negreiroO açoite pardo do feitorE um clarão enganador:A liberdade sonhada ainda não chegou Saúdo os deuses negrosDa serra-mar céu de queléPro

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Flores em vida

Ele é um samba de quadra da MangueiraQue Deus letrouDá aula sobre a cidadeE nessa universidadeÉ o reitorComo dizia outro NelsonDespedidaNão dá nenhum prazerPra parar com essa mania de sofrerTrouxe aqui flores em vidaPra vocêSe a paixão do momento engana que é bonitaO Nelson Sargento diz que acreditaEssa é a grandeza que o samba nos

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