Skip to main content

Memórias de Marta Saré

A casa lá na fazenda 
A lua clareando a porta 
Deixando um brilho claro 
Nas pedras dos degraus 
Cristal de lua 
Pra dentro, Marta Saré 
Pra dentro, Marta Saré 
Pra dentro, Marta Saré 
Pra dentro…

O rosário obrigatório 
O jantar, lá na cozinha 
Todo dia à mesma hora 
As histórias de Dorinha 
Pra dentro, Marta Saré 
Pra dentro, Marta Saré 
Pra dentro, Marta Saré 
Pra dentro 
Pra dentro

A lanterna azul partida 
A dor, a palmatória, a raiva 
A cantiga mais sentida 
Um galope de cavalo 
Moço Severino 
Pra dentro, Marta Saré 
Pra dentro, Marta Saré 
Pra dentro, Marta Saré 
Pra dentro

Bate forte o coração 
Dor no peito magoado 
O sorriso mais sem jeito 
Do primeiro namorado 
Pra dentro, Marta Saré 
Pra dentro, Marta Saré 
Pra dentro, Marta Saré 
Pra dentro 
Pra dentro

Ponteio

Era um, era dois, era cem
Era o mundo chegando e ninguém
Que soubesse que eu sou violeiro
Que me desse o amor ou dinheiro…

Era um, era dois, era cem
Vieram prá me perguntar:
“Ô voce, de onde vai
de onde vem?
Diga logo o que tem
Prá contar”…

Parado no meio do mundo
Senti chegar meu momento
Olhei pro mundo e nem via
Nem sombra, nem sol
Nem vento…

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola
Prá cantar…(4x)

Prá cantar!

Era um dia, era claro
Quase meio
Era um canto falado
Sem ponteio
Violência, viola
Violeiro
Era morte redor
Mundo inteiro…

Era um dia, era claro
Quase meio
Tinha um que jurou
Me quebrar
Mas não lembro de dor
Nem receio
Só sabia das ondas do mar…

Jogaram a viola no mundo
Mas fui lá no fundo buscar
Se eu tomo a viola
Ponteio!
Meu canto não posso parar
Não!…

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola
Prá cantar, prá cantar
Ponteio!…(4x)

Pontiarrrrrrrr!

Era um, era dois, era cem
Era um dia, era claro
Quase meio
Encerrar meu cantar
Já convém
Prometendo um novo ponteio
Certo dia que sei
Por inteiro
Eu espero não vá demorar
Esse dia estou certo que vem
Digo logo o que vim
Prá buscar
Correndo no meio do mundo
Não deixo a viola de lado
Vou ver o tempo mudado
E um novo lugar prá cantar…

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola
Prá cantar
Ponteio!…(4x)

Lá, láia, láia, láia…
Lá, láia, láia, láia…
Lá, láia, láia, láia…

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola
Prá cantar
Ponteio!…(4x)

Prá cantar
Pontiaaaaarrr!…(4x)

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola
Prá Cantar!

Tarde em Itapoã

Um velho calção de banho
Um dia prá vadiar
O mar que não tem tamanho
E um arco-íris no ar…

Depois, na Praça Caymmi
Sentir preguiça no corpo
E numa esteira de vime
Beber uma água de côco
É bom!…

Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã…(2x)

Enquanto o mar inaugura
Um verde novinho em folha
Argumentar com doçura
Com uma cachaça de rolha…

E com olhar esquecido
No encontro de céu e mar
Bem devagar ir sentindo
A terra toda rodar
É bom!…

Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã…(2x)

Depois sentir o arrepio
Do vento que a noite traz
E o diz-que-diz-que macio
Que brota dos coqueirais…

E nos espaços serenos
Sem ontem nem amanhã
Dormir nos braços morenos
Da lua de Itapuã
É bom!…

Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã…(2x)

(mais…)