Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar
Oh! Deus, será que o senhor se zangou
E só por isso o sol se arretirou
Fazendo cair toda chuva que há
Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedir pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão
Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração
Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar
Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará
Letra Composta por: Gordurinha e Nelinho
Melodia Composta por:
Álbum: LUIZ GONZAGA & FAGNER
Ano: 1984
Estilo Musical:
A música retrata a realidade do Nordestino e mais precisamente de um Cearense, e em trechos ocorre como diz o nome da música , Súplicas , no qual um homem reza , pede pra Deus , para que a chuva venha , pois está correndo uma seca, e o mesmo pedia Chuva, e houve chuva sim, porém foi uma Chuva Torrencial , no qual causou tormentos , e o tal Homem sentiu-se culpado por ter pedido tanto e até de joelhos para que a chuva caísse; e prova disso é no trecho : “Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar
Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará”
queria uma analise diferente dessa.
Adoro essa música. Ela é genial, pois retrata, mesmo dramaticamente, algumas das melhores virtudes cristãs. O homem nordestino, integrante de um contexto político, sócio-econômico e geográfico totalmente desfavorável, permeado de desprezo (político), pobreza (sócio-econômica) e restrições (geográficas), ainda assim consegue se manter confiante no amor de Deus, o que demonstra persistência na oração, mesmo depois de chuvas torrenciais que o fizeram questionar se Deus havia se zangado, pois não foi o que ele havia suplicado a Deus. O eu-lírico cearense, demonstra, principalmente, arrependimento por reconhecer que não deveria ter se revoltado contra a vontade divina (quando diz “desculpe eu encher os meus olhos de água e ter-lhe pedido cheinho de mágoa…”). Após o arrependimento, não consegue admitir que Deus possa ter falhado para com ele, sendo capaz de colocar a culpa das fortes chuvas nele mesmo, que já é tão sofredor, quando diz “Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe, eu acho que a culpa foi desse pobre que nem sabe fazer oração…”, o que reflete imensa humildade e até mesmo sabedoria. E o reconhecimento de todas essas virtudes (confiança, resignação, persitência na fé, arrependimento e humildade), bem como a sabedoria cristã de um pobre cearense miserável nos remete a Mateus 11:25, em que Jesus afirma que veio para os pequenos e oprimidos, e agradece ao Pai por ter permitido a revelação das virtudes aos pequeninos e não aos doutos e sábios.
A música ratrata o drama da seca no sertão, é a história de um lavrador cearense que de tanto rezar pelo fim da seca, se sente culpado pela chuva que causou danos para sua região. A música retrata também a realidade entre toda a sociedade, fala sobre os politícos quem tem apenas interesses próprios e que comentem a falta de não querer ajudar aos cidadãos que precisa.
Cearense, nordestino é antes de tudo um forte!
A musica retrata o drama do nordestino que açoitado pelo sol súplica pela chuva (essa é a súplica cearense ,o pedido para que ocorram chuvas) que infelizmente quando chega acaba por destruir tudo, e é daí que vem o seguinte trecho “Oh! Deus, será que o senhor se zangou
E só por isso o sol se arretirou
Fazendo cair toda chuva que há” . já que o nordestino acredita que toda aquela destruição foi causada pela sua reza.
A Musica trata de, uma oração sem sentido, ou seja ( religioso? vocês não sabem o que querem) uma hora pede para chover um pouquinho, outra hora o sol se a retirar.
Em meio do drama do nordestino, isso representa, uma situação difícil e sua busca para sair dessa situação, invocando à fé de forma, em que se perde naquilo que é petição.
Essa canção é o retrato do nordestino, que suplica!
Ela mostra a realidade de um povo que não tem a quem recorrer, que não encontra saída, que só lhe resta a fé.
Mostra o desespero de alguém que por não ter em quem acreditar briga com a própria fé, reclamando com Deus (porque você faz isso comigo? sou um pobre coitado) é uma canção que precisa ser sentida, basta você colocar ela na sua realidade e nos seus problemas para tentar entender, mas só para tentar, porque para sentir realmente a dor de um nordestino, terá que ter muita sensibilidade! e essa musica provica isso! o que eu fiz senhor, para merecer esse inferno? eu acredito tanto no senhor! me ajude, me perdoe! quando ele imagina que deu se zangou, é pq ele realmente duvida da bondade de Deus, dentro da sua própria fé, duvida, mas nunca deixa de acreditar!
Esse texto é uma linguagem coloquial?