Skip to main content

Samba da pergunta

Ela agora mora só no pensamento 
Ou então no firmamento 
Em tudo que no céu viaja 

Pode ser um astronauta 
Ou ainda um passarinho 
Ou virou um pé de vento 

Pipa de papel de seda 
Ou, quem sabe 
Um balãozinho 

Pode estar num asteróide 
Pode ser a Estrela Dalva 
Que daqui se olha 

Pode estar morando em Marte 
Nunca mais se soube dela 
Desapareceu.. 

Isaura

Ai, ai, ai, Izaura, hoje eu não posso ficar
Se eu cair em seus braços, não há despertador
Que me faça acordar (eu vou trabalhar)

Ai, ai, ai, Izaura, hoje eu não posso ficar
Se eu cair em seus braços, não há despertador
Que me faça acordar (eu vou trabalhar)

O trabalho é um dever, todos devem respeitar
O Izaura me desculpe, no domingo eu vou voltar
Seu carinho é muito bom, ninguém pode contestar

Se você quiser eu fico
Mas vai me prejudicar
Eu vou trabalhar

De conversa em conversa

Oi de conversa em conversa
Você vai arranjando um meio de brigar
Oi de palavra em palavra você está querendo
É nos separar

Parece até que o destino uniu-se com você
Só pra me maltratar
Pois cada dia que passa é mais uma tormenta
Que eu deixei ficar
Nosso viver não adianta

É melhor juntarmos nossos trapos
Arrume tudo que é seu
Que vou separando os meus farrapos
Vivendo dessa maneira continuar é besteira

Não adianta não, não, não
O que passou é poeira
Deixa de asneira que eu não sou limão

Pra machucar meu coração

Está fazendo um ano e meio, amor
Que o nosso lar desmoronou
Meu sabiá, meu violão
E uma cruel desilusão
Foi tudo que ficou
Ficou, pra machucar meu coração
Quem sabe não foi bem melhor assim
Melhor pra você e melhor pra mim
A vida é uma escola
Onde a gente precisa aprender
A ciência de viver
Pra não sofrer

Morena boca de ouro

Morena boca de ouro que me faz sofrer
O teu jeitinho é que me mata

Roda morena, cai não cai

Ginga morena, vai não vai

Samba, morena, que desacata

Morena uma brasa viva pronta pra queimar

Queimando a gente sem clemência

Roda morena, cai não cai
G
Ginga morena, vai não vai

Samba morena, com malemolência

Meu coração é um pandeiro

Marcando o compasso de um samba feiticeiro

Samba que mexe com a gente

Samba que zomba da gente

O amor é um samba tão diferente

Morena samba no terreiro

Pisando sestrosa, vaidosa

Meu coração, morena, tem pena

De mais um sofredor que se queimou

Na brasa viva do teu amor

Maria

Maria ! / O teu nome principia

Na palma da minha mão / E cabe bem direitinho

Dentro do meu coração Maria

Maria / De olhos claros cor do dia

Como os de Nosso Senhor/ Eu por vê-los tão de perto

Fiquei ceguinho de amor Maria

No dia, minha querida, em que juntinhos na vida

Nós dois nos quisermos bem

A noite em nosso cantinho/ Hei de chamar-te

baixinho

Não hás de ouvir mais ninguém, Maria !

Maria ! / Era o nome que dizia

Quando aprendi a falar / Da avózinha / Coitadinha

Que não canso de chorar Maria

E quando eu morar contigo Tu hás de ver que perigo

Que isso vai ser, ai, meu Deus

Vai nascer todos os dias uma porção de Marias

De olhinhos da cor do teus, Maria ! Maria !

Chega de saudade

Vai minha tristeza
e diz à ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza, é só tristeza
E a melancolia que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim

A Felicidade

Tristeza não tem fim
Felicidade, sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve, mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho pra fazer a fantasia
De rei, ou de pirata, ou jardineira
E tudo se acabar na quarta-feira

Tristeza não tem fim
Felicidade, sim
Tristeza não tem fim
Felicidade, sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila, depois de leve, oscila
E cai como uma lágrima de amor

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite passando, passando
Em busca da madrugada, falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor

Tristeza não tem fim
Felicidade, sim
Tristeza não tem fim
Felicidade, sim
Tristeza não tem fim
Felicidade, sim
Tristeza não tem fim
Felicidade, sim

O Pato

O Pato
Vinha cantando alegremente
Quém! Quém!
Quando um Marreco
Sorridente pediu
Prá entrar também no samba
No samba, no samba…

O Ganso, gostou da dupla
E fez também
Quém! Quém! Quém!
Olhou pro Cisne
E disse assim:
“Vem! Vem!”
Que o quarteto ficará bem
Muito bom, muito bem…

Na beira da lagoa
Foram ensaiar
Para começar
O tico-tico no fubá…

A voz do Pato
Era mesmo um desacato
Jogo de cena com o Ganso
Era mato
Mas eu gostei do final
Quando caíram n’água
E ensaiando o vocal…

Quém! Quém! Quém! Quém!
Quém! Quém! Quém! Quém!
Quém! Quém! Quém! Quém!
Quém! Quém! Quém! Quém!…

(Repetir a letra)

Desafinado

Se você disser que eu desafino amor
Saiba que isso em mim provoca imensa dor
Só privilegiados têm ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que Deus me deu
Se você insiste em classificar
Meu comportamento de anti-musical
Eu mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é bossa-nova, isto é muito natural
O que você não sabe nem sequer pressente
É que os desafinados também têm um coração

Fotografei você na minha Roleiflex
Revelou-se a sua enorme ingratidão
Só não poderá falar assim do meu amor
Este é o maior que você pode encontrar
Você com sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados
Também bate um coração

Aquarela Do Brasil

Brasil!
Meu Brasil Brasileiro
Mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingá
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor…

Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Canta denovo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado…

Esse coqueiro que dá côco
Oi! Onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Por essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro…

Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente
Brasil, samba que dá
Para o mundo se admirar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor…

Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Canta denovo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor
Huuum!
Essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado…

Esse coqueiro que dá côco
Onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Por essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Huuum!
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro…

Brasil!
Meu Brasil Brasileiro
Mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingá
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor…

Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Canta denovo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado…

Esse coqueiro que dá côco
Onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Por essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro…

Oi! Essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil!