Tá lá o corpo estendido no chão
Em vez de rosto, uma foto de um gol
Em vez de reza, uma praga de alguém
E um silêncio servindo de amém
O bar mais perto depressa lotou
Malandro junto com trabalhador
Um homem subiu na mesa do bar
E fez discurso pra vereador
Veio o camelô vender!
Anel, cordão, perfume barato
Baiana pra fazer
Pastel e um bom churrasco de gato
Quatro horas da manhã
Baixou o santo na porta bandeira
E a moçada resolveu
Parar, e então
Tá lá o corpo estendido no chão
Em vez de rosto uma foto de um gol
Em vez de reza uma praga de alguém
E um silêncio servindo de amém
Sem pressa, foi cada um pro seu lado
Pensando numa mulher ou no time
Olhei o corpo no chão e fechei
Minha janela de frente pro crime
Veio o camelô vender!
Anel, cordão, perfume barato
Baiana pra fazer
Pastel e um bom churrasco de gato
Quatro horas da manhã
Baixou o santo na porta bandeira
E a moçada resolveu
Parar, e então
Tá lá o corpo
Estendido no chão
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Essa música narra um crime. Anônimo, violento, periférico. Como tantos que acontecem todos os dias. Rosto coberto de jornal, curiosos, trabalhadores e malandros misturados. A fé e a política na mesma cena. E td tão banal, comércio rolando e o corpo ali, aguardando a remoção. Quem narra não sente piedade, comoção, apenas observa. Até que a sua janela se fecha, de frente pro crime… afinal…
Excelente interpretação, o próprio João Bosco já disse em entrevistas que essa era de fato a mensagem dessa música.
Bons tempos em que a MPB ainda tinha observadores, pensadores, críticos da sociedade como compositores.