Corsário

Meu coração tropical está coberto de neve, mas
Ferve em seu cofre gelado
E à voz vibra e a mão escreve mar
Bendita lâmina grave que fere a parede e traz
As febres loucas e breves
Que mancham o silêncio e o cais
Roserais, Nova Granada de Espanha
Por você, eu, teu corsário preso
Vou partir a geleira azul da solidão
E buscar a mão do mar
Me arrastar até o mar, procurar o mar
Mesmo que eu mande em garrafas
Mensagens por todo o mar
Meu coração tropical partirá esse gelo e irá
Com as garrafas de náufragos
E as rosas partindo o ar
Nova Granada de Espanha
E as rosas partindo o ar
Iela, iela, iela, iela la la la


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14 comentários em “Corsário”

  1. O título, corsário, mesmo que corso, (do italiano corsaro, comandante de navio autorizado a atacar navios) era alguém que, por missão ou carta de corso (ou “de marca”) de um governo, era autorizado a pilhar navios de outra nação (guerra de corso). Teoricamente, um pirata com uma carta de marca poderia ser considerado como corsário, reconhecido como tal pela lei internacional.

    Existem duas vertentes, a vertente do amor solitário e a vertente política.

    A do amor trata de alguém apaixonado mas que está solitário, não está com a mulher amada, fala do coração quente mas pela distância está frio, mas assim mesmo ainda bate pela outra pessoa. Está aprisionado na solidão pelo amor que sente pela amada e ele irá partir a solidão em busca de sua amada.

    A da politica trata do regime militar, onde o Brasil, país tropical está coberto de neve devido a este regime, onde pessoas foram exiladas, expulsos do Brasil. Aqui, Nova Granada pode ser o local do exílio, onde havia uma antiga prisão da coroa Espanhola.

    Por fim, tenho também outra visão, a de uma paixão de um homem casado, preso no casamento, apaixonado por outra mulher ou querendo viver outros amores (as rosas partindo o ar), outras mulheres. Esta fica mais difícil explicar sem me valer de cada parte da música, então, vamos lá.

    “Meu coração tropical está coberto de neve, mas
    Ferve em seu cofre gelado
    E à voz vibra e a mão escreve mar”

    – Meu coração quente está sendo açoitado pela frieza de meu casamento, um vento frio, mas assim mesmo ainda está fervendo dentro do peito, e minha voz entrega isso e minha mão escreve o que eu mais preciso, vida (ou me apaixonar – usou a metáfora mar, o amor do corsário).

    “Bendita lâmina grave que fere a parede e traz
    As febres loucas e breves
    Que mancham o silêncio e o cais”

    – Este vento cortante é como lâmina que fere as paredes de meu coração, provocando vontade de viver uma paixão (febres loucas), que mancha o silêncio e o meu lugar seguro (cais), ou mancharia minha reputação, meu lar.

    “Roserais, Nova Granada de Espanha
    Por você, eu, teu corsário preso”

    – Aprisionado, por você sou um corsário preso, abri mão do mar, local do meu viver livre.
    (Na América do Sul, a Espanha fincou bandeira e fundou Nova Granada, que tem “Rosales”, roseirais, como um de seus rincões, onde havia uma antiga prisão da coroa Espanhola. O local hoje é Bogotá – capital da Colômbia).

    “Vou partir a geleira azul da solidão
    E buscar a mão do mar
    Me arrastar até o mar, procurar o mar”

    – Vou romper essa solidão como um navio rasga camadas de gelo procurando o mar, procurando viver, procurando uma paixão.

    “Mesmo que eu mande em garrafas
    Mensagens por todo o mar
    Meu coração tropical partirá esse gelo e irá
    Com as garrafas de náufragos
    E as rosas partindo o ar
    Nova Granada de Espanha
    E as rosas partindo o ar”

    – Mesmo que eu queira ficar, meu coração quente irá sair como garrafas de náufragos à deriva pelo mar, seguindo o cheiro de outras mulheres pelo ar, eu na prisão e o cheiro das rosas no ar.

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    1. Alexandre Augusto

      Sim!
      Perfeita interpretação ainda poderia ir mais a fundo.
      Ao entender os sentimentos do compositor.
      Entre parábolas e comportamento.

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    2. Gilberto Cortez

      Sinto muito mas nada disso esta aparente e de imediata compreenção, ou seja , voce viajou no desconstrutivismo . Essa letra toda embora de efeito cativante e até surreal, do ponto de vista literário não passa de um amontoado de palavras.

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      1. Poxa amigo! Mas não se trata de “literatura” em seu sentido acadêmico e formal! Se é q podemos separar! Trata-se de palavras q carregam uma história! E devido a brevidade “de tempo” , evidente q apenas as “grandes linhas” estão aparentes! E é exatamente essa habilidade q faz um compositor/autor ter seu lugar no cenário do “mundo das artes com palavras!”
        Meio difícil musicar um livro (estruturado sobre “regras literárias)… não acha??

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  2. Sandra Luzia Ferreira Almeida

    As duas primeiras interpretações são boas, sendo que a segunda parece mais condizente com a época da criação literária. Gostaria de vê-la interpretada parte por parte como fez com a 3a. visão.
    Parabéns pela navegada nesse mar de emoções que é João Bosco.

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