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Samba do carioca

Vamos, carioca
Sai do teu sono devagar
O dia já vem vindo aí
O sol já vai raiar
São Jorge, teu padrinho
Te dê cana pra tomar
Xangô, teu pai, te dê
Muitas mulheres para amar
Vai o teu caminho
É tanto carinho para dar
Cuidando do teu benzinho
Que também vai te cuidar
Mas sempre morandinho
Em quem não tem com quem morar
Na base do sozinho não dá pé
Nunca vai dar

Vamos, minha gente
É hora da gente trabalhar
O dia já vem vindo aí
O sol já vai raiar
E a vida está contente
De poder continuar
E o tempo vai passando
Sem vontade de passar
Ê, vida tão boa
Só coisa boa pra pensar
Sem ter que pagar nada
Céu e terra, sol e mar
E ainda ter mulher
De ter o samba pra cantar
O samba que é o balanço
Da mulher que sabe amar

Sou da madrugada

E na janela é sempre ela
Guardando uma rosa
Pra quando eu passar
E na janela é sempre ela
Enamorada
Me ouvindo cantar!Sou da madrugada
Vejo a passarada
Faço batucada
Gosto de sambar
Eu sei do meu caminho
Mas tenho direito
De viver cantando
Até o sol raiar!Quem está acordado
Vem logo pra rua
Madrugada e lua
Não podem esperar
Tem surdo e viola
Pandeiro e cartola
E o refrão comigo
Todos vão cantarE na janela é sempre ela
Guardando uma rosa
Pra quando eu passar
E na janela é sempre ela
Enamorada
Me ouvindo cantar!Sou da madrugada
Vejo a passarada
Faço batucada
Gosto de sambar
Eu sei do meu caminho
Mas tenho direito
De viver cantando
Até o sol raiar!Quem está acordado
Vem logo pra rua
Madrugada e lua
Não podem esperar
Tem surdo e viola
Pandeiro e cartola
E o refrão comigo
Todos vão cantarE na janela é sempre ela
Guardando uma rosa
Pra quando eu passar
E na janela é sempre ela
Enamorada
Me ouvindo cantar!

Orgulho de um sambista

Você falou que junto comigo não mais desfilava
Se a minha escola perdesse, você não ligava
Você falou que junto comigo não mais desfilava
Se a minha escola perdesse, você não ligava

Ensaiei, fiz o meu samba-enredo
Pra minha escola ganhar
E na ala de porta-bandeira
Você não quis desfilar

Meu povo inteiro chorou e você sorria
Pois trocou nossa escola de tempos
Por um simples amor de três dias
Sufoquei minha dor em sorrisos para não chorar
Tudo isso ajudou minha escola a ganhar

Esse orgulho vou levar comigo pro resto da vida
Me contaram que você chorou quando passei na avenida
Esse orgulho vou levar comigo pro resto da vida
Me contaram que você chorou quando passei na avenida

Viu outra de porta-bandeira
Desfilando em seu lugar
Comissão julgadora presente
Falou que o meu samba ia ganhar

Meu bem, o azar foi seu
Ganhei o carnaval e você me perdeu
E me perdeu

Meu bem, o azar foi seu
Ganhei o carnaval e você me perdeu
E me perdeu

Meu bem, o azar foi seu
Ganhei o carnaval e você me perdeu
E me perdeu

Mangueira, minha madrinha (Tengo Tengo) (Salgueiro – Samba-enredo 1972)

Tengo-Tengo
Santo Antônio, Chalé
Minha gente
É muito samba no pé!
(Vamos nos!)

Tengo-Tengo
Santo Antônio, Chalé
Minha gente
É muito samba no pé!

Em noite linda
Em noite bela
Iremos na avenida
Desfilar em passarela
(Nossa Senhora)

Em noite linda
Em noite bela
Iremos na avenida
Desfilar em passarela

O batizado será lembrado
Pelo Salgueiro de agora
Alô Laurindo, alô Viola
Alô Mangueira de Cartola

Tengo-Tengo
Santo Antônio, Chalé
(Ô minha gente)
Minha gente
É muito samba no pé!

Tengo-Tengo
Santo Antônio, Chalé
Minha gente
É muito samba no pé!

Ô-ô-ô, ó meu Senhor
Foi Mangueira
Estação Primeira
Quem nos batizou

Ô-ô-ô, ó meu Senhor
Foi Mangueira…

Samba de Maria

Quem não tem sua Maria,
Trate logo de arrumar.
Porque um homem sem Maria,
É uma noite sem luar.

Maria pra fazer sofrer,
Maria pra fazer chorar.
Maria pra se querer bem,
Maria pra se maltratar.

Maria das dores; Maria,
Maria da Consolação.
Maria da minha alegria,
Maria da minha paixão; Maria.

Maria pra gente querer,
Maria pra gente gostar.
Maria pra gente morrer,
Maria pra gente lutar.

Maria do céu, Óh Maria,
Maria dos pecados meus.
Maria que é só poesia,
Maria da graça de Deus; Maria.

(Repete 2X)

Se você for a Bahia,
Para a festa de Iemanjar
Vê se traz uma Maria,
Igual aquelas que tem lá.

Credo, Ave Maria,
Eu, por Maria ia lá.
Eu e a Bahia,
Juro que ia, ia, ia, ia.

Ia de novo a Bahia,
Pelo chão ou pelo mar.
Ia entre tantas Marias,
Ia a minha procurar.

Maria pra gente querer,
Maria pra gente gostar.
Maria que sabe querer,
Maria que sabe gostar.

Ia à bahia, ia à Bahia,
Pra minha Maria Encontrar.
Ia à bahia, ia à Bahia,
Pra minha Maria Encontrar.

Triste madrugada

Triste madrugada foi aquela
Que eu perdi meu violão
Não fiz serenata pra ela
E nem cantei uma linda canção

Uma canção para quem se ama
Que sai do coração dizendo assim
Abre a janela amor, abre a janela
Dê um sorriso e joga uma flor pra mim
Cantando assim, lalalala

Depois do carnaval

Depois do carnaval eu vou tomar juízo
Há muito que eu preciso me regenerar
Largar mão da viola, procurar batente
Preciso urgentemente me estabilizar

A vizinhança já está falando horrores
Você não me defende, ainda vem contra mim
Dizer que não trabalho e vivo de favores
Há tanto exagero, não é bem assim

A vizinhança já está falando horrores
Você não me defende, ainda vem contra mim
Dizer que não trabalho e vivo de favores
Há tanto exagero, não é bem assim

Mais tarde vem você
Depois do carnaval
Você vai compreender
Que é muito natural

Mais tarde vem você
Depois do carnaval
Você vai compreender
Que é muito natural

Depois do carnaval eu vou tomar juízo
Há muito que eu preciso me regenerar
Largar mão da viola, procurar batente
Preciso urgentemente me estabilizar

A vizinhança já está falando horrores
Você não me defende ainda vem contra mim
Dizer que não trabalho e vivo de favores
Faz tanto exagero, não é bem assim

A vizinhança já está falando horrores
Você não me defende ainda vem contra mim
Dizer que não trabalho e vivo de favores
Faz tanto exagero, não é bem assim

Mais tarde vem você
Depois do carnaval
Você vai compreender
Que é muito natural

Mais tarde vem você
Depois do carnaval
Você vai compreender
Que é muito natural

Festa Para Um Rei Negro (Salgueiro – Samba-enredo 1971)

Nos anais da nossa história
Vamos encontrar
Personagem de outrora
Que iremos recordar.
Sua vida, sua glória,
Seu passado imortal
Que beleza
A nobreza do tempo colonial.

Ô-lê-lê, ô-lá-lá,
Pega no ganzê,
Pega no ganzá.

Hoje tema festa na aldeia,
Quem quiser pode chegar,
Tem reisado a noite inteira
E fogueira pra queimar.
Nosso rei veio de longe
Pra poder nos visitar,
Que beleza
A nobreza que visita o gongá.

Ô-lê-lê, ô-lá-lá,
Pega no ganzê,
Pega no ganzá.

Senhora dona-de-casa,
Traz seu filho pra cantar
Para o rei que vem de longe
Pra poder nos visitar.
Essa noite ninguém chora,
E ninguém pode chorar
Que beleza
A nobreza que visita o gongá.

Ô-lê-lê, ô-lá-lá,
Pega no ganzê,
Pega no ganzá

Deixa isso pra lá

Deixa que digam
Que pensem
Que falem

Deixa isso pra lá
Vem pra cá
O que que tem?
Eu não estou fazendo nada
Você também
Faz mal bater um papo
Assim gostoso com alguém?

Deixa que digam
Que pensem
Que falem

Deixa isso pra lá
Vem pra cá
O que que tem?
Eu não estou fazendo nada
Você também
Faz mal bater um papo
Assim gostoso com alguém?

Vai, vai por mim
Balanço de amor é assim
Mãozinha com mãozinha pra lá
Beijinhos e beijinhos pra cá

Deixa que digam
Que pensem
Que falem

Deixa isso pra lá
Vem pra cá
O que que tem?
Eu não estou fazendo nada
Você também
Faz mal bater um papo
Assim gostoso com alguém?

Deixa que digam
Que pensem
Que falem

Deixa isso pra lá
Vem pra cá
O que que tem?
Eu não estou fazendo nada
Você também
Faz mal bater um papo
Assim gostoso com alguém?

Vem balançar
Amor é balanceio, meu bem
Só vai no meu balanço quem tem
Carinho pra dar

O sol nascerá

A sorrir
Eu pretendo levar a vida
Pois chorando
Eu vi a mocidade
Perdida

Finda a tempestade
O sol nascerá
Finda esta saudade
Hei de ter outro alguém para amar

A sorrir
Eu pretendo levar a vida
Pois chorando
Eu vi a mocidade
Perdida

Rio de Janeiro

Para cantar a beleza
A grandeza
De nossa terra
Basta ser bom brasileiro
Mostrar ao mundo inteiro
Tudo que ela encerra, Brasil.

Ô nossas praias sao tao claras
Nossas flores sao tao raras
Iso é o meu Brasil
Ô nossos rios, nossas ilhas e matas
Nossos montes, nossas lindas cascatas
Deus foi quem criou, ô ô
Ô ô minha terra brasileira
Ouve esta cançao ligeira
Que eu fiz quase louco de saudade
Brasil
Tange as cordas dos teus violoes
E canta teu canto de amor
Que vai fundo nos coraçoes.

Para sentir a grandeza
A beleza do meu país
Basta ma só condiçao
É ser brasileiro e ter coraçao
Rio de Janeiro…

Ô nossas flores sao tao raras
Nossas noites sao tao claras
Isto é o meu Brasil.
Ô esses montes, essas ilhas e matas
Essas fontes, estas lindas cascatas
Isso é o meu Brasil, ô ô
Minha terra brasileira
Ouve esta cançao ligeira
Que fiz quase louco de saudade
Brasil
Tange as cordas dos teus violoes
E canta o teu canto de amor
Que vai fundo nos coraçoes

Juizo final

O sol há de brilhar mais uma vez
A luz há de chegar aos corações
Do mal será queimada a semente
O amor será eterno novamente

É o Juízo Final
A história do Bem e do Mal
Quero ter olhos pra ver
A maldade desaparecer

Disparada

Prepare o seu coração pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar
Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo, a morte e o destino, tudo
Estava fora do lugar, eu vivo pra consertar

Na boiada já fui boi, mas um dia me montei
Não por um motivo meu, ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse, porém por necessidade
Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu

Boiadeiro muito tempo, laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente, pela vida segurei
Seguia como num sonho, e boiadeiro era um rei
Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando, as visões se clareando
As visões se clareando, até que um dia acordei

Então não pude seguir valente em lugar tenente
E dono de gado e gente, porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente
Se você não concordar, não posso me desculpar
Não canto pra enganar, vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar

Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém, que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse, por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu querer ir mais longe do que eu

Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
Já que um dia montei agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte num reino que não tem rei

O Conde

Encontrei
Hoje cedo no meu barracão
Minha roupa de conde no chão
Fantasia de plumas azuis a rolar
E achei
Em pedaços bem junto à janela
O meu pnho quebrado por ela
Tal e qual sucedeu na canção
Popular
Bem que eu quis
Atrás dela sair sair e brigar
Mas depois me lembrei que é melhor
Ela ir de uma vez e eu ficar
E além do mais
Sambista até morrer eu sou
E onde minha escola for eu vou
Amor a gente perde a gente tem
Amor que vem

Como é
Que eu posso por ela trocar
A emoção de ver vilma dançar
Com o seu
Estandarte na mão
E ouvir
Todo o povo meu povo aplaudir
Minha escola a evoluir
Minha ala comigo passar
Bem melhor do que ela
É sair na portela
E um samba de enredo
No asfalto cantar
Laiá, laiá,
Laiá, laiá,laiá, laiá,
Laiá, laiá,
Laiá, laiá,laiá, laiá

Aroeira

Vim de longe, vou mais longe
Quem tem fé vai me esperar
Escrevendo numa conta
Pra junto a gente cobrar
No dia que já vem vindo
Que esse mundo vai virar

Noite e dia vêm de longe
Branco e preto a trabalhar
E o dono senhor de tudo
Sentado, mandando dar
E a gente fazendo conta
Pro dia que vai chegar
E a gente fazendo conta
Pro dia que vai chegar

Marinheiro, marinheiro
Quero ver você no mar
Eu também sou marinheiro
Eu também sei governar
Madeira de dar em doido
Vai descer até quebrar
É a volta do cipó de aroeira
No lombo de quem mandou dar
É a volta do cipó de aroeira
No lombo de quem mandou dar

Bloco da solidão

Laia laia laia laia laia laia
La laia laia la laia

Angústia, solidão
Um triste adeus em cada mão
Lá vai meu bloco vai
Só desse jeito é que ele sai
Na frente sigo eu levo um estandarte
De um amor do amor que se perdeu
No carnaval lá vai meu bloco
E lá vou eu também
Mais uma vez sem ter ninguém
No sábado e domingo segunda e terça-feira
E quarta-feira vem o ano inteiro
É todo assim por isso quando eu passar
Batam palmas pra mim
Aplaudam quem sorrir
Trazendo lágrimas no olhar
Merecem uma homenagem
Quem tem forças pra cantar
Tão grande a minha dor pede passagem
Quando sai comigo só
Lá vai meu bloco vai

Laia laia laia laia laia laia