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Maringá

Foi numa leva que a cabocla Maringá
Ficou sendo a retirante que mais dava o que falar
E junto dela veio alguém que suplicou
Pra que nunca se esquecesse de um caboclo que ficou
Maringá, Maringá
Depois que tu partiste
Tudo aqui ficou tão triste
Que eu garrei a imaginar
Maringá, Maringá

Para haver felicidade

É preciso que a saudade
Vá bater noutro lugar
Maringá, Maringá
Volta aqui pro meu sertão
Pra de novo o coração
De um caboclo assossegar
Antigamente uma alegria sem igual

Dominava aquela gente da cidade de Pombal
Mas veio a seca, toda água foi embora
Só restando então a mágoa
Do caboclo quando chora

Bonde camarão

aqui em sao paulo o que mais me amola
sao esses bondes que nem gaiola
cheguei abrir uma portinhola
levei um tranco e quebrei a viola
inda pus dinheiro na caixa da esmola
chegou um veio se faceirando
levou um tranco e foi cambeteando
beijou uma veia e saiu bufando
sentou de um lado e grrou suando
pra mode o vizinho ta catingando
entrou uma moca se arrequebrando
no meu colo ela foi sentando
pra mode o bonde que estava andando
sem a tal zinha estar esperando
eu falo claro eu fiquei gostando
entrou um padre bem barrigudo
levou um tranco dos bem graudo
deu um abraco num bigodudo
protestante dos carrancudo
que deu cavaco com o butinudo
eu vou-me embora pra minha terra
esta porquera inda me inguerra
este povo inda sobe a serra
pra mode a light que os dente ferra
nos passageiro que grita e berra

Chico mineiro

Fizemo a última viage
Foi lá pro sertão de Goiás
Fui eu e o Chico Mineiro
Também foi o capataz

Viajemo muitos dia
Pra chegar em Ouro Fino
Aonde passemo a noite
Numa Festa do Divino

A festa tava tão boa
Mas antes não tivesse ido
O Chico foi baleado
Por um homem desconhecido

Larguei de comprar boiada
Mataram meu companheiro
Acabou-se o som da viola
Acabou-se o Chico Mineiro

Depois daquela tragédia
Fiquei mais aborrecido
Não sabia da nossa amizade
Porque nós dois era unido

Quando vi seus documentos
Me cortou meu coração
Vim saber que o Chico Mineiro
Era meu legítimo irmão

Canção do soldado

Nós somos da Pátria a guarda
Fiéis soldados
Por ela amados
Nas cores da nossa farda
Rebrilha a glória
Fulge a vitória

Em nosso valor se encerra
Toda a esperança
Que um povo alcança
No peito em que ela impera
Rebrilha a glória
Fulge a vitória

A paz queremos com fervor
A guerra só nos causa dor
Porém, se a Pátria amada
For um dia ultrajada
Lutaremos sem temor

A paz queremos com fervor
A guerra só nos causa dor
Porém, se a Pátria amada
For um dia ultrajada
Lutaremos sem temor

Como é sublime
Saber amar
Com a alma adorar
A terra onde se nasce!
Amor febril
Pelo Brasil
No coração
Não há que passe

E quando a nação querida
Frente ao inimigo
Correr perigo
Se dermos por ela a vida
Rebrilha a glória
Fulge a vitória

Assim ao Brasil faremos
Oferta igual
De amor filial
E a ti, Pátria, salvaremos!
Rebrilha a glória
Fulge a vitória

A paz queremos com fervor
A guerra só nos causa dor
Porém, se a Pátria amada
For um dia ultrajada
Lutaremos sem temor

A paz queremos com fervor
A guerra só nos causa dor
Porém, se a Pátria amada
For um dia ultrajada
Lutaremos sem temor

Tristeza do jeca

Nestes versos tão singelos
Minha bela, meu amor
Pra você quero cantar
O meu sofrer, a minha dor
Eu sou como o sabiá
Que quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está

Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Eu nasci naquela serra
Num ranchinho beira-chão
Todo cheio de buraco
Onde a luz faz clarão
Quando chega a madrugada
Lá no alto a passarada
Principia um barulhão

Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Lá no mato tudo é triste
Desde o jeito de falar
Quando riscam na viola
Da vontade de chorar
Não tem um que cante alegre
Tudo vive padecendo
Cantando pra se aliviar

Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Vou parar com a minha viola
Já não posso mais cantar
Pois o jeca quando canta
Tem vontade de chorar
E o choro que vai caindo
Devagar vai se sumindo
Como as águas vão pro mar

Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Pezinho

Ai bota aqui, ai bota ali o teu pezinho
O teu pezinho bem juntinho com o meu
Ai bota aqui, ai bota ali o teu pezinho
O teu pezinho, o teu pezinho ao pé do meu

E depois não vá dizê
Que você já me esqueceu
E depois não vá dizê
Que você já me esqueceu

Ai bota aqui, ai bota ali o teu pezinho
O teu pezinho bem juntinho com o meu
Ai bota aqui, ai bota ali o teu pezinho
O teu pezinho, o teu pezinho ao pé do meu

E no chegar desse teu corpo
Ai um abraço quero eu
E no chegar desse teu corpo
Ai um abraço quero eu

Ai bota aqui, ai bota ali o teu pezinho
O teu pezinho bem juntinho com o meu
Ai bota aqui, ai bota ali o teu pezinho
O teu pezinho, o teu pezinho ao pé do meu

Agora que estamos juntinhos
Dá cá um abraço e um beijinho
Agora que estamos juntinhos
Dá cá um abraço e um beijinho

Ai bota aqui, ai bota ali o teu pezinho
O teu pezinho bem juntinho com o meu
Ai bota aqui, ai bota ali o teu pezinho
O teu pezinho, o teu pezinho ao pé do meu

Lampião de gás

Lampião de gás
Lampião de gás
Quanta saudade
Você me traz

Da sua luzinha verde azulada
Que iluminava a minha janela
Do almofadinha lá na calçada
Palheta branca, calça apertada

Do bilboquê, do diabolô
Me dá foguinho, vai no vizinho
De pular corda, brincar de roda
De benjamim, jagunçu e chiquinho

Lampião de gás
Lampião de gás
Quanta saudade
Você me traz

Do bonde aberto, do carvoeiro
Do vossoureiro, com seu pregão
Da vovózinha, muito branquinha
Fazendo roscas, sequilhos e pão

Da garoinha fria, fininha
Escorregando pela vidraça
Do sabugueiro grande e cheiroso
Lá no quintal da rua da graça

Lampião de gás
Lampião de gás
Quanta saudade
Você me traz

Moda da pinga (marvada pinga)

Co’a marvada pinga é que eu me atrapaio
Eu entro na venda e já dô meu taio
Pego no copo e dali num saio
Ali mesmo eu bebo, ali mesmo eu caio
Só pra carregá é queu dô trabaio, oi lá!

Venho da cidade, já venho cantando
Trago um garrafão que venho chupando
Venho pros caminho, venho trupicando
Chifrando os barranco, venho cambeteando
E no lugar que eu caio já fico roncando, oi lá!

O marido me disse, ele me falô
Largue de bebê, peço pro favor
Prosa de home nunca dei valor
Bebo com o sor quente pra esfriá o calô
Se bebo de noite é pra fazer suadô, oi lá!

Cada vez que eu caio, caio deferente
Meaço pra trás e caio pra frente
Caio devagar, caio de repente
Vou de currupio, vou deretamente
Mas sendo de pinga eu caio contente, oi lá!

Pego o garrafão é já balanceio
Que é pra mode vê se tá mesmo cheio
Num bebo de vez por que acho feio
No primeiro gorpe chego inté no meio
No segundo trago é que eu desvazeio, oi lá!

Eu bebo da pinga porque gosto dela
Eu bebo da branca, bebo da amarela
Bebo no copo, bebo na tigela
Bebo temperada com cravo e canela
Seja quarqué tempo vai pinga na goela, oi lá!

Eu fui numa festa no rio Tietê
Eu lá fui chegando no amanhecê
Já me deram pinga pra mim bebê
Já me deram pinga pra mim bebê, tava sem fervê, oi lá!

Eu bebi demais e fiquei mamada
Eu caí no chão e fiquei deitada
Aí eu fui pra casa de braço dado
Ai de braço dado é com dois sordado
Ai, muito obrigado!

Ronda

De noite eu rondo a cidade
A lhe procurar sem emcontrar
No meio de olhares espio nas mesas dos bares
Você não está
Volto pra casa abatida
Desenganada da vida
No sonho eu vou descansar
Nele você está
Ai se eu tivesse quem bem me qisesse
Esse alguém me diria
Desiste essa busca é inutil
Eu não desistia
Porém com perfeita paciencia
Sigo a procurar
Hei de encontrar
Bebendo com outras mulheres
Rolando um dadinho
Jogando bilhar
E nesse dia então
Vai dar na primeira edição
Cena de sangue num bar da avenida São João