Alagados

Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhe nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhe nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Mas a arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé


Letra Composta por: Bi Ribeiro, Herbert Vianna, e João Barone
Melodia Composta por:
Álbum: Selvagem?
Ano: 1986
Estilo Musical:

28 comentários em “Alagados”

  1. PARECE-ME QUE A MÚSICA FAZ REFERÊNCIA ÀS
    PESSOAS MISERÁVEIS, TANTO POR SEREM POBRES,
    COMO POR NÃO TEREM CONSCIÊNCIA.
    MAS A PARTE:A ESPERANÇA NÃO VEM DO MAR, VEM DAS ANTENAS DE TV, NÃO CONSIGO COMPREENDER.

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  2. MAS A PARTE:A ESPERANÇA NÃO VEM DO MAR, VEM DAS ANTENAS DE TV, NÃO CONSIGO COMPREENDER.

    A favela da maré fica perto do mar e costumava ter colonias de pescadores que com a poluiçao da baia da guanabara perderam grande parte da sua fonte de sustento. A esperança agora, o alimento, o suprimento nao vem do mar e sim do que é dito na TV. Eu acho…

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    1. A letra diz assim:
      A esperança não vem do mar
      NEM das antenas de TV;
      a arte de viver da fé, só não se sabe fé em que.

      A esperança já não vem mais do mar, tampouco do noticiário televisivo; nem da fé, porque não se sabe em que crer, uma vez que não se tem mar, nem TV, nem peixes, nem Deus.

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  3. FÁBIO, LEGAL SUA OBSERVAÇÃO. A SUA INTERPRETAÇÃO É INTERESSANTE, E NOS LEVA A CRER QUE O SE DIZ NA MÚSICA É QUE ESSAS PESSOAS (OS QUE CITEI COMO MISERÁVEIS) TÊM UMA FALSA ESPERANÇA, ACREDITAM EM FALSAS PROMESSAS. ISSO PORQUE O QUE A TELEVISÃO TRANSMITE É A DEMAGOGIA DE NOSSOS REPRESENTANTES, DIFUNDIDA PRINCIPALMENTE EM ÉPOCA DE ELEIÇÃO. ASSIM AQUELAS PESSOAS VIVEM NUMA MISÉRIA ATÉ DE ESPERANÇA, SEM PERSPECTIVA.

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  4. Antonio Juvino

    O Sol da esperança brilha para todos até mesmo para os menos favorecidos…

    No caso a letra de “Alagados” retrata bem isso quando fala nos flagelados da Favela da maré, cujas esperanças não vem do mar (fonte de renda de muitos), mas da mídia (TV, aparelho que se tornou muito popular entre as massas durante a crise econômica da década de 80) que de uma maneira enganosa tentam ludibriar os sonhos daqueles que mesmo morando numa cidade que tem “braços abertos”(Cristo Redentor), mas punhos fechados (Nega oportunidades para a população).

    A música faz ainda um paralelo com a favela de Trenchtown, suburbio de Kingston, Capital da Jamaica, onde viveu Bob Marleye e cujos habitantes passavam por privações semelhantes.

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  5. Alexandre Coelhao

    Alagados retrata um caos social em um local tão belo e que mesmo os que são menos favorecidos tem a esperança efêmera através da “vida” que não lhes pertence, a qual é levada pela única forma de conhecer os horizontes deste mundão, a televisão. Letra de protesto de uma pessoa conhecedora das dificuldades de um povo esquecido,,,pena que as pessoas não se importam e não procuram entender as mensagens de muitas letras lindas,,,obrigado paralamas, raul, legião, capital, plebe, zé ramalho, cazuza

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  6. Sérgio Soeiro

    Em “Alagados” o Herbert Viana faz uma crítica social ao capitalismo selvagem, porquanto sabemos o quanto este sistema é injusto com as pessoas desfavorecidas financeiramente.
    Como pano de fundo ele usou as imagens dos grandes bolsões de miséria instalados em orlas paradisíacas existentes mundo afora como a favela dos Alagados, em Salvador; a favela de Trenchtown, em Kingston, capital da Jamaica; e a favela da Maré, no Rio de Janeiro. Esta escolha é proposital justamente para mostrar o contraste entre a alegria (estas três cidades são sinônimos de festa) e a tristeza (a situação deprimente dos moradores dessas favelas).
    Na primeira estrofe ele mostra que para as pessoas que vivem nessas condições subumanas, o amanhecer de um dia já é um grande desafio, pois o despertar lhes tira do mundo das fantasias (os sonhos) para as suas duras e miseráveis realidades, aqui exemplificadas por palafitas, trapiches e farrapos. Além, é claro, dos filhos (nestes conglomerados, invariavelmente, a quantidade de crianças é imensa, sendo estas as principais vítimas do descaso).
    Na segunda estrofe, para fixar a insensibilidade das autoridades, o Herbert usou uma imagem forte: a figura do Cristo de braços abertos, tão explorada pelos governantes do Rio de Janeiro como um símbolo de acolhimento, na verdade é uma falácia, pois a triste realidade daquelas pessoas mostra que a cidade (a sociedade) além de não acolhê-las, abandonou-as à própria sorte.
    Obs: A letra mostrada no site traz um erro de grafia no refrão, o que leva as pessoas a fazerem uma análise equivocada.
    Então, onde está escrito “A esperança não vem do mar, VEM das antenas de TV” (dando a entender que as pessoas se iludem através das imagens da TV), na verdade, o texto correto é: “A esperança não vem do mar, NEM das antenas de TV” (garantindo que a resolução daqueles problemas não virá por essas opções) o que, obviamente, muda totalmente o sentido de análise.
    Assim, percebemos que ele usa o refrão para, além da crítica social, também fazer um alerta àquelas pessoas: se elas quiserem realmente que a justiça social lhes seja feita elas têm que ir à luta, pois a esperança de justiça tão esperada não virá daquele mar à sua frente, muito menos virá por intermédio das antenas de TV (a televisão, sabemos, é um mundo de fantasias), ou seja, nada do que almejam cairá do céu.
    Nos dois últimos versos ele mostra que é necessário se ter fé (a arte de viver baseia-se na fé), mas também mostra o seu ceticismo em relação às autoridades e à burguesia (só não se sabe fé em quê).

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  7. socorro san

    Não enviarei análise,apenas gostaria de solicitar ao Sr.Sérgio Soeiro que envie p/ o meu email algumas análises de músicas,pois tenho muita curiosidade desse tipo de leitura.Muito obrigada.

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  8. Só um detalhe, a letra correta é:

    A esperança não vem do mar
    NEM das antenas de TV,
    e não “vem das antenas…”
    Corrijam aí!
    Ta gerando interpretações equivocadas.

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  9. Sérgio Soeiro

    Caro Odonei, creio que na minha análise procuro deixar bem clara a troca dos termos “vem” e “nem”, ok?

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  10. Olá Sérgio… Estou fazendo um trabalho sobre essa letra, e vendo a letra da música com o seu comentário, cheguei numa seguinte conclusão:

    Temos 5 opções sobre a interpretação da música.

    a) fazer uma crítica social em relação à difícil situação do povo, que não tem condições mínimas de moradia e emprego;

    b) criticar as religiões, que se servem da fé para incitar os fiéis das classes menos favorecidas à alienação;

    c) recriar de forma metafórica a realidade brasileira daqueles que, sem acesso à educação, se mantêm cada vez mais à margem da sociedade, sem oportunidades reais de melhoria de vida, se resignam simplesmente, apelando à fé e à televisão como paliativos à sua condição;

    d) criticar as novelas e programas televisivos, que servem apenas para desviar a atenção do povo dos problemas reais e dissimular a vida difícil da maioria da população, que vive em favelas, trapiches ou mesmo pelas ruas;

    e) fazer um paralelo ressaltando o contraste oferecido pela esperança simbolizada no Cristo Redentor e a dura realidade da vida no Rio de Janeiro, assim como nas grandes cidades brasileiras de forma geral.

    Eu acho q em relação aos comentários citado pelos internautas acima a alternativa (e) é a mais correta, o q vcs acham?

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  11. eu acho q seja a opção e é a mais correta, pois muitos políticos, dirigentes, usam a imagem do cristo para divulgar só o lado bom do brasil, fazendo campanhas p´ro-brasil, e esquecem da realidade brasileira q é um país de terceiro mundo.

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  12. Sérgio Soeiro

    Caro Tiago, desculpe a demora em lhe responder (o fato é que estava sem acessar o site há vários dias).
    Em relação ao seu questionamento, francamente, eu acho que todas as opções estão corretas. Eu tenho convicção que o Herbert quando fez esta letra endereçava sua crítica a todos estes segmentos que você citou: governo, políticos, religiosos, etc. E, inclusive, ele faz uma cobrança ao próprio povo, quando este se deixa envolver pelas artimanhas daqueles que estão no poder e nada fazem, ou por omissão ou interesses escusos.
    De qualquer forma, Parabéns pela análise.

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  13. Concordo com o Sérgio. Todas as opções de interpretação que o Tiago expôs se complementam, se interrelacionam…
    A miserabilidade do povo não é considerada, isso por conta da ganância de muitos, preocupados apenas com o próprio umbigo, nesse sistema injusto no qual vivemos…
    Sérgio Soeiro, já sou sua fã…Sua análise foi óóóóótima!!!

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  14. É NÓIS, FILHOTE!! É NÓIS!

    ALAGADOS, CRISTAL! FAVELA AMARELA!! A ESPERANÇA NÃO VEM DO MAR, VEM DAS ANTENAS, “DITO E FEITO”…
    MAS A ARTE DE FAZER CAFÉ,
    JÁ NÃO SE SABE ESPELHO MEU…
    MAS A ARTE DE FAZER CAFÉ, JÁ NÃO SE SABE ESPELHO MEU!!

    ALAGADOS, TRISTÃO! PANÉ-EELA AMARELA!
    SE A ESPERANÇA NÃO VEM DO MAR, VEM DAS ANTENAS, “DITO E FEITO”…
    MAS A ARTE DE FAZER CAFÉ,
    JÁ NÃO SE SABE ESPELHO MEU
    A ARTE É DE FAZER CAFÉEEE…

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