Análise de Letras

A rua (Gilberto Gil e Torquato Neto)

Toda rua tem seu curso

Tem seu leito de água clara

Por onde passa a memória

Lembrando histórias de um tempo

Que não acaba


De uma rua, de uma rua

Eu lembro agora

Que o tempo, ninguém mais

Ninguém mais canta

Muito embora de cirandas

(Oi, de cirandas)

E de meninos correndo

Atrás de bandas


Atrás de bandas que passavam

Como o rio Parnaíba

Rio manso

Passava no fim da rua

E molhava seus lajedos

Onde a noite refletia

O brilho manso

O tempo claro da lua


Ê, São João, ê, Pacatuba

Ê, rua do Barrocão

Ê, Parnaíba passando

Separando a minha rua

Das outras, do Maranhão


De longe pensando nela

Meu coração de menino

Bate forte como um sino

Que anuncia procissão


Ê, minha rua, meu povo

Ê, gente que mal nasceu

Das Dores, que morreu cedo

Luzia, que se perdeu

Macapreto, Zé Velhinho

Esse menino crescido

Que tem o peito ferido

Anda vivo, não morreu


Ê, Pacatuba

Meu tempo de brincar já foi-se embora

Ê, Parnaíba

Passando pela rua até agora

Agora por aqui estou com vontade

E eu volto pra matar esta saudade


Ê, São João, ê, Pacatuba

Ê, rua do Barrocão

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