A luta contra a lata ou a falência do café

Alô, mulatas! Alô, alô, mulatas!
O barulho que vocês estão ouvindo é um barulho de latas!
De latas! Eu disse: “Latas! Latas!”

O exército de latas mil do inimigo
Tomou de assalto as prateleiras e os balcões
Em nome das plebéias chaminés plantadas
Em nossos quintais

Palavras proferidas por um velho dono
De terras roxas de uma vasta região
Em nome das grã-finas tradições plantadas
Em seu coração

(Café! Café! Café! Café!)

Chaminés plantadas nos quintais do mundo
As latas tomam conta dos balcões
Navios de café calafetados
Já não passeiam portos por ai

Rasgados velhos sacos de aninhagem
A grã-finagem limpa seus brasões
Protege com seus sacos de aninhagem
Velha linhagem de quatrocentões

Os sacos de aninhagem já não dão
A queima das fazendas também não
As latas tomam conta do balcão
Vivemos dias de rebelião

Enlate o seu café queimado
Enlate o seu café solúvel
Enlate o seu café soçaite
Enlate os restos do barão

A lata luta com mais forças
Adeus, elite do café
Enlate o seu café solúvel
Enquanto dá pé


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