Aqui se planta, aqui se colhe, mas para a flor nascer é preciso que se molhe, é preciso que se regue pra nascer a flor da paz, é preciso que se entregue com amor e muito mais. É preciso muita coisa e que muita coisa mude, muita força de vontade e atitude, pra poder colher a paz, tem que correr atrás e tem que ser ligeiro! Pra poder colher a fruta é preciso ir a luta, e tem que ser guerreiro!
(PELA PAZ A GENTE CANTA A GENTE BERRA, PELA PAZ EU FAÇO MAIS EU FAÇO GUERRA)
Eu vou a luta, eu vou armado de coragem e consciência, amor, esperança, a injustiça é a pior das violências, eu quero paz, eu quero mudança. É, dignidade pra todo o cidadão, mais respeito, menos discriminação, desigualdade, não, impunidade, não, não me acostumo com essa acomodação. Eu me incomodo e não consigo ser assim, porque eu preciso da paz, mas a paz também precisa de mim, a paz precisa de nós,
a paz precisa de nós, da nossa luta, da nossa voz. Paz, aonde tu estas? Aonde você vive? Aonde você jaz? É… Onde você mora? Onde te encontramos? Onde você chora? Onde nós estamos? Onde te enterramos? Que lar você habita? Onde nó erramos? Volta, ressuscita! Será que a paz morreu? Será que a paz tá morta? Será que não ouvimos quando a paz bateu na porta? A paz que não tem vaga na porta da escola, a paz
vendendo bala, a paz pedindo esmola, a paz cheirando cola, virando a adolescência, atrás de uma pistola, virando violência. Será que a paz existe? Será que a paz é triste? Será que a paz se cansa da miséria e desiste? A paz que não tem vez, a paz que não trabalha, a paz fazendo bico, ganhando uma migalha, no fio da navalha, dormindo no jornal, atrás de uma metralha, virando marginal.
(PELA PAZ A GENTE CANTA A GENTE BERRA, PELA PAZ EU FAÇO MAIS EU FAÇO GUERRA)
Será que a paz ataca, será que a paz tá fraca? Será que a paz quer mais do que viver numa barraca? A paz que não tem terra, a paz que não tem nada, a paz que só se ferra, a paz desesperada, a paz que é massacrada lutando por justiça, atrás de uma enxada, virando terrorista. Será que a paz assusta? Será que a paz é justa? Será que a paz tem preço? Quanto é que o preço custa! A paz que não tem raça, nem boa aparência, a
paz não vem de graça, a paz é conseqüência, a paz, que a gente faça, sem peso e sem medida, a paz dessa fumaça, a paz virando vida. A paz que não tem prazo, a paz que pede urgência, não vai ser por acaso, a paz é conseqüência, não é coincidência nem coisa parecida, a paz a gente faz feito um prato de comida.
(PELA PAZ A GENTE CANTA A GENTE BERRA, PELA PAZ EU FAÇO MAIS EU FAÇO GUERRA)
Eu vou à luta eu vou armado de coragem e consciência, amor e esperança, a injustiça é a pior das violências, eu quero paz, eu quero mudança. A violência não é só dos traficantes, a covardia não é só a dos policiais, a violência também é dos governantes, dos homens importantes, não sei quem mata mais! Como é que a gente faz, pra medir a violência na emergência dos hospitais, a dor e o sofrimento, os filhos que não nascem,
os pais que morrem sem atendimento, qual é a gravidade de um roubo milionário praticado por alguma autoridade, que tem imunidade e compra a liberdade, enquanto o cidadão honesto vive atrás das grades, com medo de um assalto à mão armada, pagando imposto alto e não recebendo nada, qual é o grau do perigo, da falta de escola e de emprego de prisão e de abrigo, qual é o pior inimigo? Os pais da corrupção ou os filhos do
mendigo? Quem é o grande culpado? O ladrão que tem cem anos de perdão ou você que vota errado?
(PELA PAZ A GENTE CANTA A GENTE BERRA, PELA PAZ EU FAÇO MAIS EU FAÇO GUERRA)
Vou lutando pela paz…
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