Análise de Letras

Maçã tatuada

Numa esquina de Copa ficava parada

alvejada pelas setas do vício

e o início tinha sido divino:

um amante latino…

Sua boca vermelha, a maçã tatuada

sobre o ombro (a sombra de veludo)

a pele onde um homem que é nada

pensa que é capaz de tudo


Entre o ouro e a miçanga ofegava a audácia

entre a joalheria e a farmácia

entre ser a nova estrela da Banda

e uma filha de Umbanda…

Toda vez que as pestanas castanhas batiam

o olhar trocava mil slides

Na praia, na lambada,

com a amiga que já faleceu de Aids…


E na bolsa quando ia ao toalete

a gilete, o sempre-livre

e o chiclete importado

o velho exemplar do despertar de algum mago…

O apelido que não posso esquecer:

a Jezebel da Duvivier

Saiu assassinada na manchete

entre a greve e os motins urbanos…

Chamava-se Moema, era morena,

e tinha apenas treze anos


Até.

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