Canteiros

Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade

Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento

Pode ser até manhã
Cedo, claro, feito o dia
Mas nada do que me dizem
Me faz sentir alegria

Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza

E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida
Pois senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida

Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza

E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida
Pois senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração


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2 comentários em “Canteiros”

  1. Fagner ama musicar poemas, e eu, amo todas as suas obras musicadas. Canteiros, faz alusão a um poema de mesmo nome de Cecília Meireles. A musica fala sobre um amor que deixou saudades, de uma pessoa que vivi amargurada pela dor da partida do outro, onde as coisas simples do dia a dia, deixam o outro sentido, pela falta! Ao final, ainda tem um trecho de Aguas de Março de Jobim e Elis.
    Genial!

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