No Fim Não Existem Rosas

Outro dia um tiozinho, com a lata de cimento
decepcionado com a vida dividia seus lamentos
em vez de tá na cadeira de balanço com charuto
tá com um carrinho de pedreiro cheio de entulho
foi o chamado pião que o patrão escraviza
sem férias, registro, aposentadoria
outro tenis que usaram até gastar a sola
igual papel higienico usado jogaram fora
falou com ódio dos 3 filhos
era bem me quer mal me quer pra me ver num asilo
vim de caçamba, do norte, pedindo carona
pus rango no cu deles que eu nem senti o aroma
cabelo grisalho pele enrrugada não trás comoção
reumatismo nem garante lugar no busão
rezo pra no Inverno, termomêtro não ir a zero
pra eu não trocar o frio da rua, pelo frio do necroterio

[REFRÃO]: No fim não existem Rosas, não existem Rosas
no fim não existem Rosas, não tem vitória, no fim da prova não (2X)

Devia ter tentado de AR-15 baby
não ia ter que fazer curativo nos calos, com Band-Aid
tocar a campainha, bom dia senhora
dá uma moeda que eu capino sua porta
olhei, do alto da ponte lá no chão
pensei vo pular dar fim na minha missão
quem não vai deixar herança não tem parente perto
nem direito a ouvir vovô do seu neto
hoje eu queria tá encomendando Stinger, no celular
pelo menos ia ter bens pro estado leiloar
pra que, que eu fui honesto pra durmir no concreto
morrer no chão do PS sonhando com um médico
não adianta fazer ficha depois, dos 40
você não passa nem no quezito boa aparencia
os muleques que trocam a escola, pela balada
vão ver o efeito quando tiver se equilibrando na bengala

[REFRÃO]: No fim não existem Rosas, não existem Rosas
no fim não existem Rosas, não tem vitória, no fim da prova não (2X)

Forma a fila que a Kombi do doutor chegou
tá cheia de agasalho sopa e cobertor
é importante pra quem mora num cachote de feira
que o único aquecimento, vem da fogueira
iguais a mim uma pá achou que um dia ia conseguir
mas percebeu a ilusão tarde de mais pra reagir
diplomas usados de lençol no chão
pai que deixou filho em cesta no portão, da mansão
uns atrás da tal cóta, pra deficiente
sem a mão que a maquina roubou, no acidente
velhice deficiencia final assustador
carro de rolemã, esmola no metrô
eu não queria ser Silvio Santos nem Bill Gates
só um profissional com nome na parede
alguém que não precisasse de papelão ou metal
pra jantar num restaurante de 1 real

[REFRÃO]: No fim não existem Rosas, não existem Rosas
no fim não existem Rosas, não tem vitória, no fim da prova não (2X)

O tempo voa e com ele vai minha saude
na minha história não tem fonte, da juventude
é só Quimeoterapia, seção de Hemodialise
e uma fila pro transplante, quem sabe
penso no suor no lixo, das 7 às 7
pra terminar beliche no Alberg
adolecencia faixa etaria, mais perigosa
porque velho tá de muleta ou de cadeira de roda
acampar pra marcar consulta, 80 horas
é curso pra frasco com bola de gude e polvora
liga o tio na praça, cordenação falha
pra não trocarem fralda expulsaram de casa
o homem que você quer morto e manda, tomar no cu
no seu parto chorou soltou vários caramuru
não importa a sua conta o carro que você dirija
se o cabelo embranquecer vira peso pra familia

[REFRÃO]: No fim não existem Rosas, não existem Rosas
no fim não existem Rosas, não tem vitória, no fim da prova não (6X)


Letra Composta por:
Melodia Composta por:
Álbum:
Ano:
Estilo Musical:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *