Elza Soares

Na pele

Olhe dentro dos meus olhosOlhe bem pra minha caraVocê vê que eu vivi muitoVocê pensa que eu nem vi nada Olhe bem pra essa curvaDo meu riso raso e rotoVeja essa boca mudaDisfarçando o desgosto A vida tem sido águaFazendo caminhos esguiosSe abrindo em veios e valesNa pele leito de rio A vida tem sido

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Beija-me

Beija-me!Deixa o teu rosto coladinho ao meuBeija-meEu dou a vida pelo beijo teuBeija-meQuero sentir o teu perfumeBeija-me com todo o teu amorSe não eu morro de ciúme Ai, ai, ai, que coisa boaO beijinho do meu bemDito assim parece à toaO feitiço que ele temAi, ai, ai, que coisa loucaQue gostinho divinalQuando eu ponho a

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Capital do tempo

Bastante italiano, sírio e japonês,Além do africano, índio e português,Tudo isso ao alho e óleo,Temperando a raça,Se tivesse petróleo,Então nem tinha graça ! Na capital do tempo, tempo é ouro e hora,Quem vive de espera é juros de móra,Não tem mais, nem menos,Ou é sim ou não,No máximo se espera pela condução ! Nas retas

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Negão negra

Nunca foi fácilE nunca seráPara o povo pretoDo preconceito se libertar Sempre foi lutaSempre foi porradaContra o racismo estruturalBarra pesada Negão, negão, negão, negãoNegão, negão, negão, negão(Negra, negra, negra, negra, negra) Negão, negão, negão, negãoNegão, negão, negão, negão(Negra, negra, negra, negra, negra) Fala pro homem cordial e a sua falha engrenagemMeu corpo é livre, com

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Espumas ao vento

Sei que aí dentro ainda mora um pedaço de mimUm grande amor não se acaba assimFeito espumas ao vento Não é coisa de momento, raiva passageiraMania que dá e passa feito brincadeiraO amor deixa marcas que não dá para apagar Sei que errei, estou aqui pra te pedir perdãoCabeça doida, coração na mãoDesejo pegando fogo

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Eu bebo sim

Eu bebo simEstou vivendoTem gente que não bebe e está morrendoEu bebo sim Eu bebo simOlha, eu estou vivendoTem gente que não bebe e está morrendo Tem gente que já está com o pé na covaNão bebeu e isto é provaQue a bebida não faz malUm pro santoBota o choro e a saideiraEsvazia a prateleiraE

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A carne

A carne mais barata do mercado é a carne negra (Tá ligado que não é facil, né, mano?)(Né, mano? Vixe!)(Se liga aí!) A carne mais barata do mercado é a carne negraA carne mais barata do mercado é a carne negraA carne mais barata do mercado é a carne negraA carne mais barata do mercado

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Vaso quebrado

Você cutucou meu coraçãoCom a vara curta do amorDepois acenou e me deixouCurtindo essa imensa dorE disse pra eu ter muita paciênciaDa tolerância nasce a florVê se se manca e volta depressaNão me deixe assim, sofredor Você cutucou meu coraçãoCom a vara curta do amorDepois acenou e me deixouCurtindo essa imensa dorE disse pra eu

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Se acaso você chegasse

Se acaso você chegasseNo meu chateau e encontrasseAquela mulher que você gostouSerá que tinha coragem De trocar nossa amizadePor ela que já lhe abandonou? Eu falo porque essa dona Já mora no meu barraco À beira de um regatoE de um bosque em florDe dia me lava a roupaDe noite me beija a bocaE assim nós vamos vivendo

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Aquarela brasileira

Vejam esta maravilha de cenárioÉ um episódio relicárioQue o artista num sonho genialEscolheu pra este carnavalE o asfalto como passarelaSerá a tela do brasil em forma de aquarelaPasseando pelas cercanias do amazonasConheci vastos seringaisNo pará a ilha de marajóE a velha cabana do timbó.Caminhando ainda um pouco maisDeparei com lindos coqueiraisEstava no ceará,terra de irapuãDe

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Exú Nas Escolas

Exú nas escolas Exú nas escolas Exú nas escolas Exú no recreio Não é show da Xuxa Exú brasileiro Exú nas escolas Exú nigeriano Exú nas escolas E a prova do ano É tomar de volta Alcunha roubada De um deus iorubano Exú nas escolas Exú nas escolas Exú nas escolas (ê-ê-exú) Exu nas escolas

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Banho

Acordo maré Durmo cachoeira Embaixo sou doce Em cima, salgada Meu músculo musgo Me enche de areia E fico limpeza Debaixo da água Misturo sólidos com os meus líquidos Dissolvo pranto com a minha baba Quando tá seco logo umedeço Eu não obedeço porque sou molhada Enxáguo a nascente e lavo a porra toda Pra

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