Skip to main content

São João Barroco

Ê-undô, undá-erê
Ê-undô, undá-diro, undá-undá
Ê-undô, undá-erê
Ê-undô, undá-diro, undá-undá

Eu tive um sonho
Com um anjo barroco
Foi um sonho curto
Trilhado entre o sim e o não
O anjo rebelde
Voou pro inferno
E eu para o céu
Do barroco São João

São João padroeiro
Das matas do Oxossi
São João dos carneiros
Menino dos olhos azuis
São João é a jóia
Do brilho primeiro
Nas glebas do reino
Da era cristã

O ouro do milho
Nas espigas douradas
Balões coloridos
O cinza do céu
Fogueiras acessas
Planeta de luz
São João me aqueça
Com a lã dos carneiros
Nos dias de junho
Da fria estação

Ê-undô, undá-erê
Ê-undô, undá-diro, undá-undá
Ê-undô, undá-erê
Ê-undô, undá-diro, undá-undá

Ê-undô, undá-erê
Ê-undô, undá-diro, undá-undá
Ê-undô, undá-erê
Ê-undô, undá-diro, undá-undá

Eu tive um sonho

Bicho de 7 cabeças II

Não dá pé não tem pé nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez
Ter feito o que você me fez
Desapareça cresça e desapareça

Não tem dó no peito
Não tem jeito
Não tem coração que esqueça
Não tem ninguém que mereça
Não tem pé não tem cabeça
Não dá pé não é direito
Não foi nada eu não fiz nada disso
E você fez um bicho de 7 cabeças
Bicho de 7 cabeças

Não dá pé não tem pé nem cabeça
Não tem coração que esqueça
Não tem ninguém que mereça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez
Ter feito o que você me fez
Desapareça
Bicho de sete cabeças, bicho de sete cabeças

Noites de junho

Noite fria, tão fria de junho.
Os balões para o céu vão subindo,
Entre as nuvens, aos poucos sumindo,
Envoltos num tênue véu.
Os balões devem ser, com certeza,
As estrelas daqui deste mundo,
E as estrelas do espaço profundo
São os balões lá do céu.

Balão do meu sonho dourado,
Subiste enfeitado, cheinho de luz.
Depois, as crianças tascaram,
Rasgaram teu bojo de listas azuis.
E tu, que invejava as estrelas,
Sonhavas, ao vê-las, ser astro no céu.
Hoje, balão apagado, acabas rasgado
Em trapos ao léu.

Canta coração

Canta, canta passarinho, canta, canta miudinho
Na palma da minha mão
Quero ver você voando, quero ouvir você cantando
Quero paz no coração
Quero ver você voando, quero ouvir você cantando
Na palma da minha mão

Na palma da minha mão tem os dedos tem as linhas
Que olhar cigano caminha procurando alcançar
A nau perdida, o trem que chega, a nova dança
Mata verde esperança, em suas tranças vou voar

Passarin…in…nho eu vou voar

(repete refrão)

Quero paz no coração

Meu alegre coração é triste como um camelo
É frágil que nem brinquedo, é forte como um leão
É todo zelo, é todo amor, é desmantelo
É querubim, é cão de fogo, é Jesus Cristo, é Lampião

Passarin…in…nho eu vou voar
Passarin…in…nho eu vou voar
Passarin…in…nho eu vou voar

Canção da despedida

Já vou embora
Mas sei que vou voltar
Amor não chora
Se eu volto é pra ficar
Amor não chora
Que a hora é de deixar
O amor de agora
Pra sempre ele ficar
Eu quis ficar aqui
Mas não podia
O meu caminho a ti
Não conduzia
Um rei mal coroado
Não queria
O amor em seu reinado
Pois sabia
Não ia ser amado
Amor não chora
Eu volto um dia
O rei velho e cansado
Já morria
Perdido em seu reinado
Sem maria
Quando me despedia
No meu canto lhe dizia

Frisson

Meu coração pulou
Você chegou me deixou assim
Com os pés fora do chão
Pensei: “que bom, parece enfim, acordei”
Pra renovar meu ser
Faltava mesmo chegar você
Assim sem me avisar
E acelerar um coração que já
Bate pouco de tanto procurar por outro
Anda cansado mas quando você está do lado
Fica louco de satisfação
Solidão nunca mais
você caiu do céu
Um anjo lindo que apareceu
Com olhos de cristal
Enfeitiçou, eu nunca vi nada igual
De repente você surgiu na minha frente
Luz cintilante, estrela em forma de gente
Invasora do planeta amor
você me conquistou

Gostoso Demais

Tô com saudade de tu, meu desejo
Tô com saudade do beijo e do mel
Do teu olhar carinhoso
Do teu abraço gostoso
De passear no teu céu

É tão difícil ficar sem você
O teu amor é gostoso demais
Teu cheiro me dá prazer
Quando estou com você
Estou nos braços da paz

Pensamento viaja
E vai buscar meu bem-querer
Não posso ser feliz, assim
Tem dó de mim
O que eu posso fazer.

Bate Coração

Bate, bate, bate, coração
Dentro desse velho peito
Você já está acostumado
A ser maltratado, a não ter direitos
Bate, bate, bate, coração
Não ligue, deixe quem quiser falar, ah!

Porque o que se leva dessa vida, coração
É o amor que a gente tem pra dar (x2)

Oi, tum, tum, bate coração
Oi, tum, coração pode bater
Oi, tum, tum, tum, bate, coração
Que eu morro de amor com muito prazer (x2)

As águas só deságuam para o mar
Meus olhos vivem cheios d’água
Chorando, molhando meu rosto
De tanto desgosto me causando mágoas
Mas meu coração só tem amor, amor!
Era mesmo pra valer, ê

Por isso a gente pena sofre e chora coração
E morre todo dia sem saber (x2)

Oi, tum, tum, bate coração
Oi, tum, coração pode bater
Oi, tum, tum, tum, bate, coração
Que eu morro de amor com muito prazer (x2)

As águas só deságuam para o mar
Meus olhos vivem cheios d’água
Chorando, molhando meu rosto
De tanto desgosto me causando mágoas
Mas meu coração só tem amor, amor!
Era mesmo pra valer, ê

Por isso a gente pena sofre e chora coração
E morre todo dia sem saber (x2)

Oi, tum, tum, bate coração
Oi, tum, coração pode bater
Oi, tum, tum, tum, bate, coração
Que eu morro de amor com muito prazer (x3)

Mulher Rendeira

Olê muié rendera
Olê muié rendá
Tu me ensina a fazê renda
Que eu te ensino a namorá

Lampião desceu a serra
Deu um baile em Cajazeira
Botou as moças donzelas
Pra cantá muié rendera

As moças de Vila Bela
Não têm mais ocupação
Se que fica na janela
Namorando Lampião

Mulher

Pra descrever uma mulher
Não é do jeito que quiser
Primeiro tem que ser sensível
Senão, é impossível
Quem vê por fora, não vai ver
Por dentro o que ela é
É um risco tentar resumir
Mulher…

De um lado é corpo e sedução
Do outro força e coração
É fera e sabe machucar
Mas a primeira a te curar
E sempre faz o que bem quer
Ninguém pode impedir
E assim começa a definir
Mulher…
Mulher…
Entre tudo o que existe é principal
Pra você gerar a vida é natural
Esse é o mundo da mulher…

Mulher..
Que a divina natureza fez surgir
A mais linda obra prima que alguém já viu
Assim nasceu a mulher
Nas mãos de Deus…

Por mais que o homem possa ter
Sem ela não dá pra viver
As vezes pede proteção
Pra ter um pouco de atenção
Se finge ser tão frágil mas,
domina quem quiser
Pois ninguém pode definir
Mulher…
Mulher…
Entre tudo que existe é principal
Pra você gerar a vida é natural
Esse é o mundo da mulher

Mulher…
Que a divina natureza fez surgir
A mais linda obra prima que alguém já viu
Assim nasceu a mulher
Nas mãos de Deus…

Mulher…. mulher …. mulher

A Violeira

Desde menina
Caprichosa e nordestina
Que eu sabia, a minha sina
Era no Rio vir morar
Em Araripe
Topei como chofer dum jipe
Que descia pra Sergipe
Pro Serviço Militar

Esse maluco
Me largou em Pernambuco
Quando um cara de trabuco
Me pediu pra namorar
Mais adiante
Num estado interessante
Um caixeiro viajante
Me levou pra Macapá

Uma cigana revelou que a minha sorte
Era ficar naquele Norte
E eu não queria acreditar
Juntei os trapos com um velho marinheiro
Viajei no seu cargueiro
Que encalhou no Ceará

Voltei pro Crato
E fui fazer artesanato
De barro bom e barato
Pra mó de economizar
Eu era um broto
E também fiz muito garoto
Um mais bem feito que o outro
Eles só faltam falar

Juntei a prole e me atirei no São Francisco
Enfrentei raio, corisco
Correnteza e coisa-má
Inda arrumei com um artista em Pirapora
Mais um filho e vim-me embora
Cá no Rio vim parar

Ver Ipanema
Foi que nem beber jurema
Que cenário de cinema
Que poema à beira-mar
E não tem tira
Nem doutor, nem ziguizira
Quero ver que é que tira
Nós aqui desse lugar

Será verdade
Que eu cheguei nessa cidade
Pra primeira autoridade
Resolver me escorraçar
Com tralha inteira
Remontar a Mantiqueira
Até chegar na corredeira
O São Francisco me levar

Me distrair
Nos braços de um barqueiro sonso
Despencar na Paulo Afonso
No oceano me afogar
Perder os filhos
Em Fernando de Noronha
E voltar morta de vergonha
Pro sertão de Quixadá

Tem cabimento
Depois de tanto tormento
Me casar com algum sargento
E todo sonho desmanchar
Não tem carranca
Nem trator, nem alavanca
Quero ver que é que arranca
Nós aqui desse lugar

De Volta Pro Aconchego

Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo
Um sorriso sincero, um abraço,
Para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade
Que bom,
Poder tá contigo de novo,
Roçando o teu corpo e beijando você,
Prá mim tu és a estrela mais linda
Seus olhos me prendem, fascinam,
A paz que eu gosto de ter.
É duro, ficar sem você
Vez em quando
Parece que falta um pedaço de mim
Me alegro na hora de regressar
Parece que eu vou mergulhar
Na felicidade sem fim