Skip to main content

Pedro, Antônio e João

Com a filha de João
Antônio ia se casar
Mas Pedro fugiu com a noiva
Na hora de ir pro altar

A fogueira está queimando
E um balão está subindo
Antônio estava chorando
E Pedro estava fugindo
E no fim dessa história
Ao apagar-se a fogueira
João consolava antônio
Que caiu na bebedeira

Noites de junho

Noite fria, tão fria de junho.
Os balões para o céu vão subindo,
Entre as nuvens, aos poucos sumindo,
Envoltos num tênue véu.
Os balões devem ser, com certeza,
As estrelas daqui deste mundo,
E as estrelas do espaço profundo
São os balões lá do céu.

Balão do meu sonho dourado,
Subiste enfeitado, cheinho de luz.
Depois, as crianças tascaram,
Rasgaram teu bojo de listas azuis.
E tu, que invejava as estrelas,
Sonhavas, ao vê-las, ser astro no céu.
Hoje, balão apagado, acabas rasgado
Em trapos ao léu.

Boa noite

Boa noite a todos

à minha chegada

sou porta estandarte

estava afastada

sumi tanto tempo

mas volto de novo

o meu carnaval é nos braços do povo

fui tão bem por onde andei

gosto até de recordar

mas sou feliz porque voltei

abram alas, quero passar

Estrela do mar

Um Pequenino Grão De Areia
Que Era Um Pobre Sonhador
Olhando o Céu Viu Uma Estrela
E Imaginou Coisas De Amor

Passaram Anos, Muitos Anos
Ela no Céu e Ele no Mar
Dizem Que Nunca o Pobrezinho
Pode Com Ela Encontrar

Se Houve Ou Se Não Houve
Alguma Coisa Entre Eles Dois
Ninguém Soube Até Hoje Explicar
O Que Há De Verdade
É Que Depois, Muito Depois
Apareceu a Estrela Do Mar

Zum zum

Oi! Zum, zum, zum,
Zum, zum, zum!
Está faltando um!
(bis)

Bateu asas, foi embora,
Não apareceu.
Nós vamos sair sem ele,
Foi a ordem que ele deu.

Oi! Zum, zum, zum,
Zum, zum, zum!
Está faltando um!
(bis)

Ele que era o porta-estandarte
E que fazia alaúza e zum-zum.
Hoje o bloco está mais triste sem ele
Está faltando um.

Kalu

Kalu, Kalu
Tira o verde desses óios di riba d’eu
Kalu, Kalu
Não me tente se você já me esqueceu
Kalu, Kalu
Esse oiá despois do que se assucedeu
Com franqueza só não tendo coração
Fazê tar judiação
Você tá mangando di eu
Kalu, Kalu
Tira o verde desses óios di riba d’eu
Kalu, Kalu
Não me tente se você já me esqueceu
Kalu, Kalu
Esse oiá despois do que se assucedeu
Com franqueza só não tendo coração
Fazê tar judiação
Você tá mangando di eu
Com franqueza só não tendo coração
Fazê tar judiação
Você tá mangando di eu

Máscara negra

Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão

Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou
Que te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval

Olhos verdes

Vem de uma remota batucada
Numa cadência bem marcada
Que uma baiana tem no andar
E nos seus requebros e maneiras
Na graça toda das palmeiras
Esguias altaneiras a balançar

São da cor do mar, da cor da mata
Os olhos verdes da mulata
Tão cismadores e fatais, fatais
E num beijo ardente e perfumado
Conserva o travo do pecado
Dos saborosos cambucais