Estou enfiado na lama
É um bairro sujo
Onde os urubus têm casas
E eu não tenho asas
Mas estou aqui em minha casa
Onde os urubus têm asas
Vou pintando segurando as paredes do mangue do meu quintal
Manguetown
Andando por entre os becos
Andando em coletivos
Ninguém foge ao cheiro sujo
Da lama da Manguetown
Andando por entre os becos
Andando em coletivos
Ninguém foge à vida suja dos dias da Manguetown
Esta noite eu sairei
Vou beber com meus amigos
E com as asas que os urubus me deram ao dia
Eu voarei por toda a periferia
Vou sonhando com a mulher
Que talvez eu possa encontrar
Ela também vai andar
Na lama do meu quintal
Manguetown
Fui no mague catar lixo
Pegar caranguejo, conversar com urubu
Comentários
Guilherme
23/06/2014
Na minha opinião, como tantas outras letras do Chico Science, esta se trata de uma crítica social muito forte. A lama que compõe o mangue citado, nada mais é do que a miséria que nosso personagem vive. E, nesse mesmo ambiente, nomeado "Manguetown" (cidade-mangue, em tradução livre), também é habitado por urubus que, claramente são privilegiados por asas (que pode se entender como poder, dinheiro). E, então, num belo dia, nosso personagem recebe asas dos urubus e vai se divertir com amigos e sonhar com a mulher que talvez ele possa encontrar para também morar no manguetown, com toda lama e sujeira descrita. PS: Minha dúvida só fica em relação aos caranguejos. PS 2: Os urubus citados na letra, assim como o animal propriamente dito, se alimentam de carcaças, são sugadores de almas. A quem, ou o que, isso te lembra? Pense.
manguetown
02/06/2013
faça um texto narrativo inspirando na musica do trabalho
Matheus
07/11/2011
O mangue. O tão citado mangue é um modo de tirar o sustento pra vida, mas é uma subexistência miserável, onde ele chega a invejar os urubus.