Análise de Letras

Samba Makossa

Samba maioral!
Onde é que você se meteu antes de chegar na roda meu irmão?
A responsabilidade de tocar o seu pandeiro é a responsabilidadede você manter-se inteiro
Por isso chegou a hora desta roda começar
Samba Makossa da pesada, vamos todos celebrar Cerebral, é assim que tem que ser
Maioral, é assim que é
Som da cabeça e foguete do pé
Samba makossa sem hora marcada, é da pesada
Samba, samba, samba, samba, samba, samba, samba!Onde é que você se meteu antes de chegar na roda meu irmão?
A responsabilidade de tocar o seu pandeiro é a responsabilidadede você manter-se inteiro
A responsabilidade de tocar o seu pandeiro
é a de você manter-se inteiro
Por isso chegou a hora desta roda começar
Samba Makossa da pesada, vamos todos celebrar
Cerebral, é assim que tem que ser
Maioral, é assim que é
Som da cabeça e foguete do pé
Samba makossa sem hora marcada, é da pesada
Samba, samba, samba, samba, samba, samba, samba!

Comentários

TATIANA RODRIGUES LIMA

06/07/2011

Samba Makossa Um sampler misturando sons eletrônicos e percussão marca a transição para esta faixa que mantém o ritmo da ciranda ouvido na canção anterior, mas promove sua mistura com o samba duro e o gênero africano Makossa 108 , difundido no circuito massivo da world music por Manu Dibango e outros músicos de Camarões. A guitarra pontua com timbres “limpos” (sem distorção) comuns nas levadas de gêneros do african pop e da música caribenha. Sua dicção segue técnicas comuns no highlife e seu desdobramento, o Ju-Ju109 . A canção, composta por Science, é temática (como a anterior) e a letra dá continuidade ao assunto abordado antes, a dança, mas focaliza um sujeito, o sambista. Ele é repreendido: “Onde é que você se meteu antes de chegar na roda, meu irmão?”, mas é aceito por ser o “maioral”. Sua chegada marca a hora da roda começar. Os atributos desse sujeito são enumerados: é preciso tocar pandeiro e “manter-se intei- ro” – corpo e mente: “Cerebral, é assim que tem que ser / Maioral é assim que é, bom da ca- beça e foguete no pé”. A canção é curta, tem 3 minutos e 3 segundos, mas acrescenta infor- mações que confirmam a proposta manguebeat de diálogo com a música periférica mundial – seja ela tradicional ou midiatizada – procedimento do qual tanto o samba quanto a Makossa são exemplos. A figura do maioral encontrará paralelos no próprio homem caranguejo, um ser que dança e se diverte mas também usa a cabeça – difunde suas idéias e antena-se com o mundo, conforme propõe o manifesto e se ouvirá adiante. Mais uma vez a banda comunica que sua abertura sonora aos crossoveres não se limi- tará à insistência em uma única fórmula. Se até então foi priorizado o diálogo entre as sonori- 108 “Ritmo tradicional de Camarões, no final dos anos 1970. Teve entre seus grandes inovadores Manu Dibango, que mesclou as tradições nativas com o soul e a disco music” (DOURADO, 2004, p.192). 109 Highlife: “Gênero urbano da moderna música africana semelhante ao calipso, é encontrado na Nigéria, em Gana e na África Ocidental. Tem perdido terreno, em diversas regiões, para uma versão mais moderna, chamada Ju-Ju, que se baseia na música ioruba”. (DOURADO, 2004, p.161) 108 dades de Pernambuco e do mundo pop anglo-americano, os gêneros mobilizados nesta faixa têm ligações com geografias distintas, da África contemporânea ao morro carioca. (LEIA MAIS no site! O PDF em que foi retirada essa análise!) Por TATIANA RODRIGUES LIMA MANGUEBEAT – DA CENA AO ÁLBUM: PERFORMANCES MIDIÁTICAS DE MUNDO LIVRE S/A E CHICO SCIENCE & NAÇÃO ZUMBI Dissertação apresentada à Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas, da FACOM/UFBA, para obtenção do título de Mestre em Comunicação.

0
0

TATIANA RODRIGUES LIMA

06/07/2011

Samba Makossa Um sampler misturando sons eletrônicos e percussão marca a transição para esta faixa que mantém o ritmo da ciranda ouvido na canção anterior, mas promove sua mistura com o samba duro e o gênero africano Makossa 108 , difundido no circuito massivo da world music por Manu Dibango e outros músicos de Camarões. A guitarra pontua com timbres “limpos” (sem distorção) comuns nas levadas de gêneros do african pop e da música caribenha. Sua dicção segue técnicas comuns no highlife e seu desdobramento, o Ju-Ju109 . A canção, composta por Science, é temática (como a anterior) e a letra dá continuidade ao assunto abordado antes, a dança, mas focaliza um sujeito, o sambista. Ele é repreendido: “Onde é que você se meteu antes de chegar na roda, meu irmão?”, mas é aceito por ser o “maioral”. Sua chegada marca a hora da roda começar. Os atributos desse sujeito são enumerados: é preciso tocar pandeiro e “manter-se intei- ro” – corpo e mente: “Cerebral, é assim que tem que ser / Maioral é assim que é, bom da ca- beça e foguete no pé”. A canção é curta, tem 3 minutos e 3 segundos, mas acrescenta infor- mações que confirmam a proposta manguebeat de diálogo com a música periférica mundial – seja ela tradicional ou midiatizada – procedimento do qual tanto o samba quanto a Makossa são exemplos. A figura do maioral encontrará paralelos no próprio homem caranguejo, um ser que dança e se diverte mas também usa a cabeça – difunde suas idéias e antena-se com o mundo, conforme propõe o manifesto e se ouvirá adiante. Mais uma vez a banda comunica que sua abertura sonora aos crossoveres não se limi- tará à insistência em uma única fórmula. Se até então foi priorizado o diálogo entre as sonori- 108 “Ritmo tradicional de Camarões, no final dos anos 1970. Teve entre seus grandes inovadores Manu Dibango, que mesclou as tradições nativas com o soul e a disco music” (DOURADO, 2004, p.192). 109 Highlife: “Gênero urbano da moderna música africana semelhante ao calipso, é encontrado na Nigéria, em Gana e na África Ocidental. Tem perdido terreno, em diversas regiões, para uma versão mais moderna, chamada Ju-Ju, que se baseia na música ioruba”. (DOURADO, 2004, p.161) 108 dades de Pernambuco e do mundo pop anglo-americano, os gêneros mobilizados nesta faixa têm ligações com geografias distintas, da África contemporânea ao morro carioca. (LEIA MAIS no site acima! O PDF em que foi retirada essa análise!) Por TATIANA RODRIGUES LIMA MANGUEBEAT – DA CENA AO ÁLBUM: PERFORMANCES MIDIÁTICAS DE MUNDO LIVRE S/A E CHICO SCIENCE & NAÇÃO ZUMBI Dissertação apresentada à Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas, da FACOM/UFBA, para obtenção do título de Mestre em Comunicação.

0
0

karla Patrícia

27/07/2010

cerebral é assim que tem que ser maioral

0
0