Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar
Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um carangueijo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru
Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça
Peguei um baláio, fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura
“Aí minha véia, deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia não consigo dormir”
E com o bucho mais cheio começei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um carangueijo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru
Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça
Peguei um baláio, fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura
“Aí minha véia, deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia não consigo dormir”
E com o bucho mais cheio começei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Comentários
Antônio Neto
22/05/2014
Ele faz referência direta a Max, Foucault na parte em que fala "posso sair daqui pra me organizar, posso sair daqui pra desorganizar..." E clara referência a Josué de Castro ao abordar a fome e a implicância disso na sociedade e no modo de pensar do cidadão que vive no mangue
fabiolins
13/11/2011
No Recife, os mangues ficam dentro da cidade. Daí surgiu o carangueijo com cérebro, ou o homem carangueijo. O Home come o carangueijo e defeca no mangue, o carangueijo se alimenta no mangue e o homem come o carangueijo. Um sistema auto-sustentável.
lbcarvalho
03/08/2011
Lama ao Caos, seria o homem, nordestino vivendo aqui na "lama" e migra para o "caos" que pode ser qualquer cidade brasileira nordestina ou sulista com a falsa promessa de melhorar de vida. O sol queimou, queimou a lama do rio Eu ví um chié andando devagar E um aratu pra lá e pra cá E um carangueijo andando pro sul Saiu do mangue, virou gabiru. O sol queima a lama, remete a seca nordestina. Chié carangueijo pequeno da Mao grande que se movimenta rapido. Aratu carangueijo vermelho. Carangueijo indo pro sul, remete ao homem que migra pra fora e vira gabiru, rato que vive no esgoto comendo lixo. Urubu, interpreto como politicos. Começar a pensar, nao da pra pensar com fome, e com um pouco de comida no bucho posso fazer uma revoluçao. Organizando posso desorganizar, Nossa capacidade de mudar apos recebermos educaçao e mudar a situaçao da nossa vida e de outros. Desorganizando posso me organizar, ou seja, posso roubar ser corrupto e me organizar mas deixando o outro se desorganizar.
erich
09/04/2011
Acredito que o autor ao falar o nome "Josué",ele faz Referência a Josué de Castro que escreveu o livro Chamado de Geografia da fome, onde esse mapeou determinadas áreas geográficas do Brasil para descobrir as causas naturais e sociais da fome nesse País.Claro que ainda há mais o que interpretar.
Evesto
25/08/2010
Chico Science gostava muito de ficção científica e tinha um forte engajamento social. "Da Lama ao Caos" conta a historia de um "homem-Caranguejo" que sai do mangue e vai para a cidade afim de mudar de vida. Só que ele percebe que não há muita diferença entre a sujeira da "lama" do mangue e o caos da grande cidade. Pois ele se sente "roubado" onde quer que esteja (mangue ou cidade).