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Suporto perder

Se é uma briga pra mostrar quem tem mais força, ouça
Não faço muita questão
Sou magra de corpo, sem músculos fortes
Minh’alma é a arma, não tens esse porte
E não que eu me importe, mas vou te dizer

Eu tenho suporte, eu suporto perder
Se é uma briga pra mostrar quem tem mais força, ouça
Não faço muita questão
Sou magro de corpo, sem músculos fortes
Minh’alma é a arma, não tens esse porte
E não que eu me importe, mas vou te dizer

Eu tenho suporte, eu suporto perder
E não que eu me importe, mas vou te dizer
Eu tenho suporte, eu suporto perder
É chegado o tempo da inocência partir
Vida pede cimento, vou fincar minha raiz

Não me perder no vento da emoção do aprendiz
É chegado o tempo de ampliar a ciência sobre o que é ser feliz
Toda casca rompendo, a ganhar cicatriz
Não tem mão na cabeça, não tem mimo ou juiz
Sou só eu, em meu centro, descascando o verniz

Toda casca rompendo, pra entender onde habita minha força motriz
Se é uma briga pra mostrar quem tem mais força, ouça
Não faço muita questão
Sou magra de corpo, sem músculos fortes
Minh’alma é a arma, não tens esse porte
E não que eu me importe, mas vou te dizer
Eu tenho suporte, eu suporto perder
E não que eu me importe, mas vou te dizer

Eu tenho suporte, eu suporto perder
E não que eu me importe, mas vou te dizer
Eu tenho suporte, eu suporto perder
E não que eu me importe, mas vou te dizer
Eu tenho suporte, eu suporto perder

Perto demais de Deus

Tem gente perto demais de deus
Tem gente que não deixa deus sozinho
E diz deus ilumine seu caminho
E guarda deus na cristaleira
Cristo perto dos cristais
Cristo assim perto demais
Cristo já é um de nós
Carne e osso pão e vinho
Tem gente que não deixa deus em paz
Tem gente incapaz de viver sem deus
E o trata como um funcionário seu
Deus me livre, deus me guarde, deus me faça a feira
Cristo dentro da carteira
Dez por cento rei dos reis
Cristo um conto de réis
O garçom não a videira
Essa gente é o diabo e faz da vida de deus um inferno

A amor é um ator revolucionário

O amor é um ato revolucionário
Quem vive amando dando amor e sendo amado
Colhendo o que lhe é oferecido
E a si mesmo se coloca ofertado
Se este está nu veste-o manto sagrado
Que ao que ama o infinito faz vestido
De Deus e os deuses sim é o mais querido
Mesmo no escuro seu sentir é iluminado

O amor é um ato revolucionário
Por estados e religiões temido
Quem pelo amor é pertencido
A si governa e só a ele é confessado
Quem ama ao andar cria sua estrada
Em seu voo vê as planícies prazerosas
E no cume das montanhas alterosas
Toca em gozo a rosa viva imaculada

Não será jamais pelo mal tocado
Seu eu profundo não é nunca profanado
Só mesmo o tolo nega do amor o apostolado
E a seus apóstolos diz que vivem em pecado

O amor é um ato revolucionário
À besta humana torna em anjo apascentado
Em amoroso afia o espírito mais irado
O corpo e a alma um no outro todo e tudo
Quem ama fala ao mundo mesmo mudo
Seu pulso é a pulsação do universo em dança
Nas inquietações da guerra insana a paz alcança
Quem traz a lança do amor e seu escudo

Pedrada

Cães danados do fascismo
Babam e arreganham os dentes
Sai do ovo a serpente
Fruto podre do cinismo

Para oprimir as gentes
Nos manter no escravismo
Pra nos empurrar no abismo
E nos triturar com os dentes

Ê república de parentes pode crer
Na nova Babilônia eu e você
Somos só carne humana pra moer
E o amor não é pra nós

Mas nós temos a pedrada pra jogar
A bola incendiária está no ar (vai voar)
Fogo nos fascistas
Fogo, Jah!

Teofania

Além do bem e do mal
Com seu amor fatal
Está o ser que sabe quem sou
No tempo que é um lugar
No espaço que é um passar
Espreita-nos um olhar criador

Muitos me dirão: que não!
Que nada é divino: nem o pão, o vinho, a cruz
Outros rezarão: em vão!
Pois nada responde e tudo se esconde – em luz

Deus do roseiral, do sertão
Do ramo de oliveira e do punhal
Deus dos temporais, dos tufões
Da dúvida, da vida e a morte vã

Quanta solidão e eu não sei
Se homem só suportarei
Um sinal, um não,
E silencie, aqui e além, a dor

Deus das catedrais, dos porões,
Da bíblia, do alcorão, da torá
Deus de ariel e caliban
Da chuva de enxofre, do maná

Quanta solidão e eu não sei
Se homem só suportarei
Um sinal, um não,
E silencie, aqui e além, a dor

Além do bem e do mal

Alma não tem cor

Alma não tem cor
Porque eu sou branco?
Alma não tem cor
Porque eu sou negro?

Branquinho 
Neguinho
Branco negão
Percebam que a alma não tem cor
Ela é colorida
Ela é multicolor

Azul amarelo
Verde verdinho marrom

Pétala por pétala

A sua falta me fez ver
O que de mau a vida pode ter
E a sua volta me dá mais
De todo o mel que eu ousaria querer

Sua presença me faz rir
Nos dias feitos pra chover
Nao há revolta pra sentir
Nem há milagre pra não crer

Vinda que finda
A tinta de pintar tristeza
E deixa os mistérios plenos de sentido
A flor da vida toda

Pétala por pétala
Que um tolo pode colher
Sem saber que é amor

Vem e aumenta em mim
O único que sou
E subtrai do que em mim passou
É amor, vem…

Antinome

A noite aguda
Ouvi um deus me acuda
Como se aqui fosse a croácia
E era um assalto na farmácia
Alguém necessitava
Gaze e merthiolate
Ob e chá mate

Chamo-te pelo antinome, pai
Quando o invisível
Some e se esvai
Em vinho que não bebo
Em pão que não comerei jamais

No dia longo
Sol nascendo e sol se pondo
Como se aqui fosse o saara
É ceará e mais deus não dera
Oásis quase nem
Ninguém sequer espera
Resseca gente-fera

A noite morre
Ouço um quem me socorre
Como se grozni aqui fora
E era alguém que ia embora
E o outro que ficava
Implorava companhia
Perdão, misericórdia

Onde estará o meu amor

Como esta noite findará
E o sol então rebrilhará
Estou pensando em você…
Onde estará o meu amor ?
Será que vela como eu ?
Será que chama como eu ?
Será que pergunta por mim ?
Onde estará o meu amor ?
Se a voz da noite responder
Onde estou eu, onde está você
Estamos cá dentro de nós
Sós…
Se a voz da noite silenciar
Raio de sol vai me levar
Raio de sol vai lhe trazer
Onde estará o meu amor ?

Respeitem meus cabelos, brancos

Respeitem meus cabelos, brancos
Chegou a hora de falar
Vamos ser francos
Pois quando um preto fala
O branco cala ou deixa a sala
Com veludo nos tamancos

Cabelo veio da áfrica
Junto com meus santos

Benguelas, zulus, gêges
Rebolos, bundos, bantos
Batuques, toques, mandingas
Danças, tranças, cantos
Respeitem meus cabelos, brancos

Se eu quero pixaim, deixa
Se eu quero enrolar, deixa
Se eu quero colorir, deixa
Se eu quero assanhar, deixa
Deixa, deixa a madeixa balançar

Folia de príncipe

se da minha boca vai ai ai
que da sua boca venha
uma declaração de amor
um beijo apaixonado
seja essa a nossa vênia
o nosso boi de reisado
um reizim bem coroado
bate em sua moradia
vem louvando e vem louvado
vem cantando essa folia
eu e meus companheiros
queremos cumplicidade
prá brincar de liberdade
no terreiro da alegria

Mandela

gastei minha sandália havaiana
andando atrás dessa baiana
mas a baiana me vaiou
eu disse que vim do senegal
montado num cavalo-de-pau
baiana me desmontou
olha que me queixo pro tutu
baiana deixa disso
vou reclamar pro bispo de tu

mand’ela vir
mand’ela aqui
mand’ela cá
mand’ela mand’ela
mand’ela mand’ela

eu disse que vim do cabo verde
mas ela me achou imaturo
mandou pra porto seguro
e agora tá indo a pé

Se você viajar

Acho, se você viajar
Talvez eu fique na fossa
talvez ninguém possa me consolar
Acho, se você viajar
talvez eu quebre a louça
E atravesse a Rebouças sem olhar pra lado algum

E eu que tantos fui
Talvez não seja nenhum
Como agora sou, sou, sou (4x) 

Amor que não se mede
Amor que não se pede
Não se repete, amor!

Acho, se você viajar
Talvez eu fique na fossa
talvez ninguém possa me consolar
Acho, se você viajar
talvez eu quebre a louça
E atravesse a Rebouças sem olhar pra lado algum

E eu que tantos fui
Talvez não seja nenhum
Como agora sou, sou, sou (4x) 

Amor que não se mede
Amor que não se pede
Não se repete, amor!

Reis do agronegócio

Ó donos do agrobiz, ó reis do agronegócio
Ó produtores de alimento com veneno
Vocês que aumentam todo ano sua posse
E que poluem cada palmo de terreno
E que possuem cada qual um latifúndio
E que destratam e destroem o ambiente
De cada mente de vocês olhei no fundo
E vi o quanto cada um, no fundo, mente

Vocês desterram povaréus ao léu que erram
E não empregam tanta gente como pregam
Vocês não matam nem a fome que há na terra
Nem alimentam tanto a gente como alegam
É o pequeno produtor que nos provê e os
Seus deputados não protegem, como dizem:
Outra mentira de vocês, pinóquios véios
Vocês já viram como tá o seu nariz, hem?

Vocês me dizem que o brasil não desenvolve
Sem o agrebiz feroz, desenvolvimentista
Mas até hoje na verdade nunca houve
Um desenvolvimento tão destrutivista
É o que diz aquele que vocês não ouvem
O cientista, essa voz, a da ciência
Tampouco a voz da consciência os comove
Vocês só ouvem algo por conveniência

Para vocês, que emitem montes de dióxido
Para vocês, que têm um gênio neurastênico
Pobre tem mais é que comer com agrotóxico
Povo tem mais é que comer se tem transgênico
É o que acha, é o que disse um certo dia
Miss motosserrainha do desmatamento
Já o que acho é que vocês é que deviam
Diariamente só comer seu “alimento”

Vocês se elegem e legislam, feito cínicos
Em causa própria ou de empresa coligada:
O frigo, a múlti de transgene e agentes químicos
Que bancam cada deputado da bancada
Té comunista cai no lobby antiecológico
Do ruralista cujo clã é um grande clube
Inclui até quem é racista e homofóbico
Vocês abafam, mas tá tudo no youtube

Vocês que enxotam o que luta por justiça;
Vocês que oprimem quem produz e que preserva
Vocês que pilham, assediam e cobiçam
A terra indígena, o quilombo e a reserva
Vocês que podam e que fodem e que ferram
Quem represente pela frente uma barreira
Seja o posseiro, o seringueiro ou o sem-terra
O extrativista, o ambientalista ou a freira

Vocês que criam, matam cruelmente bois
Cujas carcaças formam um enorme lixo
Vocês que exterminam peixes, caracóis
Sapos e pássaros e abelhas do seu nicho
E que rebaixam planta, bicho e outros entes
E acham pobre, preto e índio “tudo” chucro:
Por que dispensam tal desprezo a um vivente?
Por que só prezam e só pensam no seu lucro?

Eu vejo a liberdade dada aos que se põem
Além da lei, na lista do trabalho escravo
E a anistia concedida aos que destroem
O verde, a vida, sem morrer com um centavo
Com dor eu vejo cenas de horror tão fortes
Tal como eu vejo com amor a fonte linda
E além do monte o pôr-do-sol porque por sorte
Vocês não destruíram o horizonte… Ainda

Seu avião derrama a chuva de veneno
Na plantação e causa a náusea violenta
E a intoxicação “né” adultos e pequenos
Na mãe que contamina o filho que amamenta
Provoca aborto e suicídio o inseticida
Mas na mansão o fato não sensibiliza
Vocês já não tão nem aí co’aquelas vidas
Vejam como é que o ogrobiz desumaniza…:

Desmata minas, a amazônia, mato grosso…;
Infecta solo, rio, ar, lençol freático;
Consome, mais do que qualquer outro negócio
Um quatrilhão de litros d´água, o que é dramático
Por tanto mal, do qual vocês não se redimem
Por tal excesso que só leva à escassez
Por essa seca, essa crise, esse crime
Não há maiores responsáveis que vocês

Eu vejo o campo de vocês ficar infértil
Num tempo um tanto longe ainda, mas não muito
E eu vejo a terra de vocês restar estéril
Num tempo cada vez mais perto, e lhes pergunto
O que será que os seus filhos acharão de
Vocês diante de um legado tão nefasto
Vocês que fazem das fazendas hoje um grande
Deserto verde só de soja, cana ou pasto?

Pelos milhares que ontem foram e amanhã serão
Mortos pelo grão-negócio de vocês
Pelos milhares dessas vítimas de câncer
De fome e sede, e fogo e bala, e avcs
Saibam vocês que ganham “cum” negócio desse
Muitos milhões, enquanto perdem sua alma
Que eu me alegraria se afinal morresse
Esse sistema que nos causa tanto trauma

Eu me alegraria se afinal morresse
Esse sistema que nos causa tanto trauma

Eu me alegraria, ô
Esse sistema que nos causa tanto trauma

Ó donos do agrobiz, ó reis do agronegócio
Ó produtores de alimento com veneno

Pedra de responsa

É pedra, é pedra, é pedra
É pedra de responsa
Mamãe eu volto prá ilha
Nem que seja montado
Na onça…(2x)

Quando fui
Na ilha maravilha
Fui tratado como um paxá
Me deram arroz de cuxá
Água gelada da bilha
Cozido de jurará
Alavantú na quadrilha…

É pedra, é pedra, é pedra
É pedra de responsa
Mamãe eu volto prá ilha
Nem que seja montado
Na onça…(2x)

Quando fui
Na ilha maravilha
Fui tratado como um paxá
Me deram arroz de cuxá
Água gelada da bilha
Cozido de jurará
Alavantú na quadrilha…

É pedra, é pedra, é pedra
É pedra de responsa
Mamãe eu volto prá ilha
Nem que seja montado
Na onça…(2x)

Me levaram Boi-bumbá
Prá dançar
Eu dancei!
Me deram catuaba
Prá aprovar
Aprovei!
Me deram um cigarrim
Prá fumar
Menino, como eu gostei…(2x)

É pedra, é pedra, é pedra
É pedra de responsa
Mamãe eu volto prá ilha
Nem que seja montado
Na onça…(2x)

-“Eu volto, minha mãe
Deixa estar que eu volto
Só não sei quando”

Mamãe eu quero sucesso
Dinheiro, mulher
E champanhe
Mamãe teu filho merece
Vera Fischer
Very money
Mamãe eu quero sucesso
Dinheiro, mulher
E champanhe
Mamãe, teu filho merece
Demi Moore
Very money…(2x)

É pedra, é pedra, é pedra
É pedra de responsa
Mamãe eu volto prá ilha
Nem que seja montado
Na onça…(3x)

Por que você não vem morar comigo?

Por que você não vem morar comigo
Alimentar meu cão, meu ego
Cansei de ser assim, colega
Não sei mais ser só seu amigo

Eu quero agora ser o seu amado
Você me deixa a perigo
O amor me corta feito adaga
Mas vem você e afaga
Com afeto tão antigo

Você não leva a sério o que eu digo
E enche a taça que me embriaga
Me prega em cruz feito jesus de praga
Mas sempre me defende e compra minhas brigas

Não ligo
Se é amor ou amizade vaga
Dizem que o amor a amizade estraga
E esta a este tira-lhe o vigor

Não ligo
Se é caretice ou romantismo brega
Um dia em mim essa aflição sossega
More comigo e traga o seu amor

Adoro o jeito que você me pega
Me chama de meu nego, minha nega
E quando me abraça e eu me entrego
Vem você e diz cuidado com esse apego

Amigos falam que esse mico eu pago
Pois mudo logo quando você chega
E acende a luz, mas essa luz me cega
E abre em rosa a pedra que no peito eu trago

Quando fecho os olhos

E aí você surgiu na minha frente
E eu vi o espaço e o tempo em suspensão
Senti no ar a força diferente
De um momento eterno desde então

E aqui dentro de mim você demora
Já tornou-se parte mesmo do meu ser
E agora, em qualquer parte, a qualquer hora
Quando eu fecho os olhos, vejo só você

E cada um de nós é um a sós
E uma só pessoa somos nós
Unos num canto, numa voz

O amor une os amantes em um ímã
E num enigma claro se traduz
Extremos se atraem, se aproximam
E se completam como sombra e luz

E assim viemos, nos assimilando
Nos assemelhando, a nos absorver
E agora, não tem onde, não tem quando
Quando eu fecho os olhos, vejo só você

E cada um de nós é um a sós
E uma só pessoa somos nós
Unos num canto, numa voz

Sem ganzá não é coco

Coco sem ganzá não é coco
Namoro sem beijar não é amor
Morena da penha demore mas venha
Eu demoro mas eu vou

Quero ganzá quero ganzá quero ganzá
Morena tem pena tem pena no meu cocar
Quero beijar quero beijar quero beijar
Mas eu beijo com decoro pro namoro demorar

No coco tem que ter ganzá e pandeiro
No namoro maneiro a morena tem que beijar
Mas tem que gostar do beijo
Pra gostar de ser beijada
E ir no coco de embolada
Na pancada do ganzá

Vem no coco, coqueiro
Vem no coco, cocar
Vem no coco, coqueiro
Vem no coco, ah! ah!

Templo

Se você olha pra mim
Se me dá atenção
Eu me derreto suave
Neve no vulcão

Se você toca em mim
Alaúde emoção
Eu me desmancho suave
Nuvem no avião

Himalaia himeneu
Esse homem nú sou eu
Olhos de contemplação

Inca maia pigmeu
Minha tribo me perdeu
Quando entrei no templo da paixão

Clandestino

O riso do menino que nem nasce e chora
Apavora como a xota da órfã anã
Maior que o plenário da onu
E a lágrima do grão-mestre da ku-klux-klan

Klaxon, vá, vá, vá
Vá filosofia vã

Qual o clã deste menino clandestino, qual o clã?

Dança

Intro: C Am
(C Am)
A romã, a tribo, a procura
O caldo da cultura, o cauim
A quermesse, o curso, a bienal, a escultura
Hosana nas alturas, anjos no céu de Berlim.
Osasco
Osaka
Rosa
Bomba
Maca
Ossos do office-curumim
Dança o povo negro
Dança o povo índio
Sobre as roças mortas de aipim
Dança a nova tribo
Dança o povo inteiro
Dança a moça triste do Benin

Filme triste (Sad Movies) (Make Me Cry)

Meu broto me avisou que ia estudar
E ao cinema eu fui me distrair
E ao chegar nem pude acreditar
Eu vi meu bem sentado com alguém em frente a mim

Os dois agarradinhos eu notei
A minha melhor amiga me traiu
Trocavam beijos que eu quase morri
E do principio ao fim do filme eu chorei

Oh oh oh, filme triste que me fez chorar
Oh oh oh filme triste que me fez chorar

E ao chegar em casa mamãe viu
Os meus olhos vermelhos de chorar
E abraçada a ela eu expliquei
Mamãe o filme foi tão triste que eu chorei

Oh oh oh, filme triste que me fez chorar
Oh oh oh filme triste que me fez chorar

Filme triste que me fez chorar

Palavra mágica

Não diga a palavra mágica
Eu lhe peço por favor
Não diga a palavra mágica
Não diga a palavra amor

Não diga a palavra mágica
Eu lhe peço por favor
Não diga a palavra mágica
Não diga senão eu vou

Meu coração vira-lata
É livre na teoria
De noite cruza a cidade
Necessidade de dia

Meu coração atropela
Os trios pela avenida
Meu coração de novela
Só quer você, minha vida

Arenguêra
Arenguêra
Arenguêra
Arenguêra
Arenguêra
Arenguêra
Arenguêra
Arenguêra

Mulher eu sei

Eu sei como pisar
No coração de uma mulher

Já fui mulher eu sei
Já fui mulher eu sei

Para pisar no coração de uma mulher
Basta calçar um coturno
Com os pés de anjo noturno

Para pisar no coração de uma mulher
Sapatilhas de arame
O balé belo infame

Para pisar no coração de uma mulher
Alpercatas de aço
O amoroso cangaço

Para pisar no coração de uma mulher
Pés descalços sem pele
Um passo que a revele

Paraíba meu amor

Paraíba meu amor
Eu estava de saída
Mas eu vou ficar
Não quero chorar
O choro da despedida
O acaso da minha vida
Um dado não abolirá
Pois seguirás bem dentro de mim
Como um são joão sem fim
Queimando o sertão
E a fogueirinha é lanterna de laser
Ilumina o festejo do meu coração

Estado de poesia

Para viver em estado de poesia
Me entranharia nestes sertões de você
Para deixar a vida que eu vivia
De cigania antes de te conhecer
De enganos livres que eu tinha porque queria
Por não saber que mais dia menos dia
Eu todo me encantaria pelo todo do teu ser

Pra misturar meia noite meio dia
E enfim saber que cantaria a cantoria
Que há tanto tempo queria
A canção do bem querer

É belo vês o amor sem anestesia
Dói de bom, arde de doce
Queima, acalma
Mata, cria
Chega tem vez que a pessoa que enamora
Se pega e chora do que ontem mesmo ria
Chega tem hora que ri de dentro pra fora
Não fica nem vai embora
É o estado de poesia

Pensar em você

É só pensar em você
Que muda o dia
Minha alegria dá pra ver
Não dá pra esconder
Nem quero pensar se é certo querer
O que vou lhe dizer
Um beijo seu
E eu vou só pensar em você
Se a chuva cai e o sol não sai
Penso em você
vontade de viver mais
Em paz com o mundo e comigo
Se a chuva cai e o sol não sai
Penso em você
Vontade de viver mais
Em paz com o mundo e consigo

Deus me proteja

Deus me proteja de mim e da maldade de gente boa.
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde ilumine e zele assim

Deus me proteja de mim e da maldade de gente boa.
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde ilumine e zele assim

Caminho se conhece andando
Então vez em quando é bom se perder
Perdido fica perguntando
Vai só procurando
E acha sem saber
Perigo é se encontrar perdido
Deixar sem ter sido
Não olhar, não ver
Bom mesmo é ter sexto sentido
Sair distraído espalhar bem-querer

Beradêro

Os olhos tristes da fita
Rodando no gravador
Uma moça cosendo roupa
Com a linha do Equador
E a voz da Santa dizendo
O que é que eu tô fazendo
Cá em cima desse andor

A tinta pinta o asfalto
Enfeita a alma motorista
É a cor na cor da cidade
Batom no lábio nortista
O olhar vê tons tão sudestes
E o beijo que vós me nordestes
Arranha céu da boca paulista

Cadeiras elétricas da baiana
Sentença que o turista cheire
E os sem amor, os sem teto
Os sem paixão sem alqueire
No peito dos sem peito uma seta
E a cigana analfabeta
Lendo a mão de Paulo Freire

A contenteza do triste
Tristezura do contente
Vozes de faca cortando
Como o riso da serpente
São sons de sins, não contudo
Pé quebrado verso mudo
Grito no hospital da gente

São sons, são sons de sins
São sons, são sons de sins
São sons, são sons de sins
Não contudo
Pé quebrado, verso mudo
Grito no hospital da gente

Iê iê iê, iê iê iê
Iê iê Iê, iê iê iê

Catolé do Rocha
Praça de guerra
Catolé do Rocha
Onde o homem bode berra

Catolé do Rocha
Praça de guerra
Catolé do Rocha
Onde o homem bode berra

Bari bari bari
Tem uma bala no meu corpo
Bari bari bari
E não é bala de coco

Bari bari bari
Tem uma bala no meu corpo
Bari bari bari
E não é bala de coco

Catolé do Rocha
Praça de guerra
Catolé do Rocha
Onde o homem bode berra

Catolé do Rocha
Praça de guerra
Catolé do Rocha
Onde o homem bode berra

São sons, são sons de sins
São sons, são sons de sins
São sons, são sons de sins
Não contudo
Pé quebrado, verso mudo
Grito no hospital da gente

Benazir

não aponte o dedo
para benazir butho
seu puto
ela está de luto
pela morte do pai
não aponte o dedo
para benazir
esse dedo em riste
esse medo triste
é você
benazir resiste
o olho que existe
é o que vê

A prosa impúrpura do Caicó

Ah! Caicó arcaico
Em meu peito catolaico
Tudo é descrença e fé

Ah! Caicó arcaico
Meu cashcouer mallarmaico
Tudo rejeita e quer

É com, é sem
Milhão e vintém
Todo mundo e ninguém
Pé de xique-xique, pé de flor

Relabucho, velório
Videogame oratório
High-cult simplório
Amor sem fim, desamor

Sexo no-iê
Oxente, oh! Shit
Cego Aderaldo olhando pra mim
Moonwalkmam

À primeira vista

Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei

Quando chegou carta, abri
Quando ouvi Prince, dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei

Quando me chamou, eu vim
Quando dei por mim, tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei

Ô, amarrara dzaia soiê, dzaia, dzaia
Aí, iii, iinga dunrã
Oooh!
Ô, amarrara dzaia soiê, dzaia, dzaia
Aí, iii, iinga dunrã

Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei

Quando chegou carta, abri
Quando ouvi Salif Keita, dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei

Quando me chamou, eu vim
Quando dei por mim, tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei

Ô, amarrara dzaia soiê, dzaia, dzaia
Aí, iii, iinga dunrã
Oooh!
Ô, amarrara dzaia soiê, dzaia, dzaia
Aí, iii, iinga dunrã

Quando me chamou, eu vim
Quando dei por mim, tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei

Ô, amarrara dzaia soiê, dzaia, dzaia
Aí, iii, iinga dunrã
Oooh!
Ô, amarrara dzaia soiê, dzaia, dzaia
Aí, iii, iinga dunrã
Oooh!
Ô, amarrara dzaia soiê, dzaia, dzaia

Mama África

Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia…(2x)

Mama África, tem
Tanto o que fazer
Além de cuidar neném
Além de fazer denguim
Filhinho tem que entender
Mama África vai e vem
Mas não se afasta de você…

Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia…

Quando Mama sai de casa
Seus filhos de olodunzam
Rola o maior jazz
Mama tem calo nos pés
Mama precisa de paz…

Mama não quer brincar mais
Filhinho dá um tempo
É tanto contratempo
No ritmo de vida de mama…

Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia…(2x)

É do Senegal
Ser negão, Senegal…

Deve ser legal
Ser negão, Senegal…(3x)

Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo o dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia…(2x)

Mama África
A minha mãe
Mama África
A minha mãe
Mama África…