Au, au, au. Inha in nhó.
Miau, maiu, miau. Cocorocó.
O animal é tão bacana
Mas também não é nenhum banana.
Au, au, au. Inha in nhó.
Miau, maiu, miau. Cocorocó.
Quando a porca torce o rabo
Pode ser o quiabo
E ora vejam só.
Au, au, au. Cocorocó
Era uma vez
(e é ainda)
Certo país
(E é ainda)
Onde os animais
Eram tratados como bestas
(São ainda, são ainda)
Tinha um barão
(Tem ainda)
Espertalhâo
(Tem ainda)
Nunca trabalhava
E então achava a vida linda
(E acha ainda, e acha ainda)
Au, au, au. Inha in nhó.
Miau, maiu, miau. Cocorocó.
O animal é paciente
Mas também não é nenhum demente.
Au, au, au. Inha in nhó.
Miau, maiu, miau. Cocorocó.
Quando o homem exagera
Bicho vira fera
E ora vejam só.
Au, au, au, Cocorocó.
Puxa, jumento
(Só puxava)
Choca galinha
(Só chocava)
Rápido, cachorro
Guarda a casa, corre e volta
(só corria, só voltava)
Mas chega um dia
(Chega um dia)
Que o bicho chia
(Bicho chia)
Bota pra quebrar
E eu quero ver quem paga o pato
Pois vai ser um saco de gatos
Au, au, au. Inha in nhó.
Miau, maiu, miau. Cocorocó.
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No musical “Os Saltimbancos”, Chico personifica os animais em uma metáfora sovbre dominados (os animais/ classe operária)e os dominadores (seus donos/burguesia). Em “Bicharia” ele alerta que embora simples e submissos, os animais poderiam se revoltar a qualquer momento diante de tantos abusos contra eles;