Ouve a declara??o, oh bela
De um sonhador tit?
Um que d? n? em paralela
E almo?a rolim?
O homem mais forte do planeta
T?rax de Superman
T?rax de Superman
E cora??o de poeta
N?o brilharia a estrela, oh bela
Sem noite por detr?s
Tua beleza de gazela
Sob o meu corpo ? mais
Uma centelha num graveto
Queima canaviais
Queima canaviais
Quase que eu fiz um soneto
Mais que na lua ou no cometa
Ou na constela??o
O sangue impresso na gazeta
Tem mais inspira??o
No bucho do analfabeto
Letras de macarr?o
Letras de macarr?o
Fazem poema concreto
Oh bela, gera a primavera
Aciona o teu cond?o
Oh bela, faz da besta fera
Um pr?ncipe crist?o
Recebe o teu poeta, oh bela
Abre teu cora??o
Abre teu cora??o
Ou eu arrombo a janela
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É incrível a forma com a qual ele usa a imagem da Fera para criar tal poesia. “Toxax de superman, e coração de poeta”.
Mesmo fera, tem coração de poeta.
O final da música é simplesmente um dos melhores “abre teu coração, ou eu arrombo a janela”.
Recomendada !!!!
Além de usar com sucesso a imagem da fera para contrastar com o poeta interior da Fera, mas também a retrata em toda sua complexidade.
Na primeira estrofe a Fera descreve a sua imagem de criatura bruta e implacável, mas ao referir a si mesmo como “o homem” na terceira pessoa, ela demonstra que essa discrição é somente a impressão popular, muito provavelmente baseada no seu lado exterior grotesco, mas que, ainda nessa estrofe, revela: tem coração de poeta.
Tal qual a fera descrita no antigo conto de fadas e ilustrada pela Disney, a Fera de Chico tem uma aparência grosseira que esconde um interior puro, “cristão”, caracterizado pelo poeta.
No princípio da segunda estrofe a Fera pra Bela mostrando que seus aspectos negativos, sua feiura, apenas realçaria a beleza dela. Em seguida assegura que uma simples faísca é capaz de ter um efeito poderosíssimo, fazendo alusão ao beijo da Bela na Fera que o transformou num príncipe encantado.
Na terceira estrofe a Fera usa de metáforas pra explicar que a visão que o povo tem dela tende a ser extremamente exagerada, e que não corresponde com o que ela realmente é. O sangue (agressividade, brutalidade) impresso na gazeta (a opinião popular) tem mais inspiração (tende a ser exagerado). Isso mais do que na lua, ou no cometa, ou na constelação–lugares onde não há ninguém para deturpar ou exagerar a realidade.
Com a metáfora das letras de macarrão ele diz que para as pessoas que não o conhecem (os analfabetos) tendem a acreditar em ideias pouco embasadas (fazendo poema concreto de coisas tão não poéticas quanto letras de macarrão).
Na última estrofe a Fera implora que a Bela, através de um beijo (simbólico ou não), revele sua face verdadeira, de homem puro e romântico. A repetição do “Oh Bela” enfatiza um ar de desespero enquanto a fera implora pelo amor da Bela, que logo some no último verso, quando a até então romântica Fera mostra seu lado determinado e um tanto brutal.
Chico magistralmente nos apresenta a uma figura inigualavelmente complexa–de aparência grotesca/interior romântico e ar desesperado/firme. Essa volatilidade do personagem tem como efeito que o ouvinte se identifique com a figura, sendo que nenhum de nós, humanos, temos uma personalidade única, mas sim diversas facetas assim como a Fera.
é tudo analogia com povo no poder! vamos nos unir por um bem comum! voltar aos nossos ancestrais e impedir a total destruição!
Hugo Grassi Benevides Soares, fantástico, obrigado.