Análise de Letras

Conheço o meu lugar

O que é que pode fazer o homem comum

Neste presente instante senão sangrar?

Tentar inaugurar

A vida comovida

Inteiramente livre e triunfante?


O que é que eu posso fazer

Com a minha juventude

Quando a máxima saúde hoje

É pretender usar a voz?


O que é que eu posso fazer

Um simples cantador das coisas do porão?

Deus fez os cães da rua pra morder vocês

Que sob a luz da lua

Os tratam como gente - é claro! - aos pontapés


Era uma vez um homem e o seu tempo

Botas de sangue nas roupas de Lorca

Olho de frente a cara do presente e sei

Que vou ouvir a mesma história porca

Não há motivo para festa: Ora esta!

Eu não sei rir à toa!


Fique você com a mente positiva

Que eu quero é a voz ativa (ela é que é uma boa!)

Pois sou uma pessoa

Esta é minha canoa: Eu nela embarco

Eu sou pessoa!

A palavra pessoa hoje não soa bem

Pouco me importa!


Não! Você não me impediu de ser feliz!

Nunca jamais bateu a porta em meu nariz!

Ninguém é gente!

Nordeste é uma ficção! Nordeste nunca houve!


Não! Eu não sou do lugar dos esquecidos!
Não sou da nação dos condenados!
Não sou do sertão dos ofendidos!
Você sabe bem: Conheço o meu lugar!

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